#Será que eu estou sendo muito emocional?

[midnight-glasses]

Só gostaria de falar que seu trabalho é incrível ❤️

*Alex parou de funcionar, por favor, aguarde enquanto esse projeto de ser humano tenta não pular de alegria.*

Minha nossa, que emoção! Primeiramente, gostaria de expressar minha gratidão e apreço por você de uma maneira especial, embora eu não possa chamar o que faço de “trabalho”, é através da minha paixão e amor pelas coisas que encontro motivação para compartilhar momentos significativos com pessoas como você.

Eu realmente quero agradecer por pessoas tão gentis como você fazer parte da minha jornada aqui no Tumblr! É incrível pensar que compartilhamos essa paixão há um bom tempo.

Essa franquia se tornou uma parte importante da minha vida e saber que posso contar com você para discutir, trocar ideias e mergulhar nesse universo é algo que valorizo imensamente.

Além disso, quero expressar minha gratidão pelo seu apoio contínuo e pela forma como você contribui para minha jornada.

Embora eu goste de fazer um pouco de tudo, é a presença e participação de pessoas como você que tornam essa experiência ainda mais especial.

O fato de você acompanhar e apreciar meu conteúdo significa muito para mim, é um lembrete constante de que não estou sozinho nessa jornada e que meu esforço é valorizado.

Por isso, suas palavras gentis e seu apoio significam o mundo para mim. Seu reconhecimento pelo meu “trabalho”, mesmo que eu o veja como uma expressão do meu amor por aquilo que eu gosto, me enche de alegria e me impulsiona a continuar compartilhando com você e com outros membros do fandom.

[eu-estou-queimando]

Cheguei num lugar tão estranho dentro de mim, que a poesia não mais brota, não estou queimando mais, fico revisitando o passado em busca de alguma faísca perdida pelo caminho, mas, em mim o passado fica empoeirado rapidamente, até esquecido, a minha poesia nunca me pertenceu, não tenho uma poesia escrita que eu ame mais ou menos, na verdade nem lembro delas, quando vou reler alguma se quer me reconheço nas linhas, eu queimo e eu mesmo apago da mente, da minha trajetória.

Sigo buscando em mim a intensidade perdida, o afeto genuíno, o transbordar, eu sou meio copo, não sei se meio vazio ou meio cheio, mas não posso vir aqui e reblogar algo que não me queima mais, então posto o que coloco no papel e fica ali, parado, amarelando as folhas. Acho que está chegando o fim do meu ciclo por aqui, sinto que estou a me despedir deste local que tanto me acolheu, tanto me fez queimar toda minha intensidade.

Sou uma economista, racional, baseada em exatas, mas aqui eu sou a menina que tem um diário, que escreve sem medo, dos sentimentos, dos erros ortográficos, a moça que senta na areia da praia e tenta entender os mistérios da vida.

Eu escrevi mais para esvaziar, que guardar, paredes cheia de diplomas, conquistas, prêmios, quem diria que a jovem cheia de parafusos, andando, não se arrastando chegaria tão longe com sua bengala física, e aqui é a minha bengala emocional que mantém em pé sentimentos que guardo e só me sufocam até ir para o papel.

Nunca pensei em expor o que sou aqui, é frágil, é secreto, é algo só meu, quem conhece meus dois mundos não entende, quem conhece apenas um, acha cansativo, lidar com números, lidar com sentimentos, eu me via num lugar confortável em ambos os lados, mas agora está chegando ao fim.

Sinto falta da poesia dele, sua melhor parte era essa, aqui tinha um certo sentido quando eu poderia ler um dos maiores poetas anônimo que já li, era visceral, genuíno na sua natureza por em linhas organizadas seus sentimentos bagunçados.

Temos poetas incríveis aqui, mas ele sempre foi um diferencial e sempre que desejava me punir sumia, como alguém que te presenteia com o silêncio quando que te punir, eu aprendi que não devo esperar muito dele, ele faz o que pode, o problema é que sempre pode pouco. Mas qual poeta não é egoísta, eu mesmo sou, detesto que me copiem, detesto que usem minhas cinzas para ganhar "gostei" por aqui, já vi minha poesia no Facebook com minha antiga logo, com outro autor, fiquei tão furiosa que desinstalei o Facebook, depois de prometer que iria ter ao menos uma rede social, não sei se foi desculpas ou se foi raiva, era minha, você pode se conectar, mas não pode tomar pra si algo que me queimou por inteira.

Ah! Poetas que ainda queimam, sei que vocês são poucos, mas eu sei o quanto queimar é necessário, eu também já fui assim, hoje tô morna, nas minhas veias algo normal paira e me assusta, sem a intensidade, serei apenas a de exatas? Aquela que é respeitada por ser fria e calculista, por não errar com os números, será que de agora em diante terei que ser feliz com pagamentos, com reconhecimentos de exatas, será que neste exato momento enquanto espero mais um voo, eu teria que estar feliz por ser escolhida para um trabalho que amo fazer, mas nunca me fez queimar, será que eu deveria estar queimando agora? Não estou, estou triste, bem triste, com medo de ficar deprimida sozinha num quarto de um belo hotel, sendo paparicada porque sou boa no que faço. Eu sempre me pergunto se faço a coisa certa? Ajudar quem não precisa de ajuda, fazer felizes pessoas que sabem o seu saldo bancário, mas não lembro com exatidão do nome do filho, já presenciei um homem importante não lembrar que havia se separado e no final dizer que são todas iguais. Que pobreza não é mesmo, essas não tem dinheiro que compre a riqueza de ter o que o dinheiro não pode comprar.

Eu não quero me tornar assim, por isso cultivo minhas florzinhas, por isso o amor que sinto por elas me faz agradecer, que eu perca a vontade de queimar, tudo bem. Mas que eu jamais me esqueça que elas são um sonho que sonhei e julgava impossível realizar, pois hoje as tenho, as amo, sou feliz ao falar delas, sou abençoada.

Queridos poetas, talvez aqui reside devaneios meus, que irão oscilar com algumas poesias antigas, espero que entendam que talvez eu me vá, só não vou fazer despedidas.

[miguelsolano]

por que não conseguimos nos apaixonar por quem gosta da gente?

este é um dos textos mais inesperados que já publiquei, porque surgiu de uma discussão aleatória com um amiga, há poucas horas, e imeditamente pensamos que seria importante para as pessoas também. segue abaixo a conversa que tive com duane quintino, uma das pessoas mais fortes que já conheci na vida. sorte sua se você conhece alguém como ela.

14:55 - duane posta o trecho de um livro que diz:

"quando conhecer alguém bom, ele não vai encher você de insegurança, focando em seus defeitos. vai encher você de inspiração, porque vai iluminar suas qualidades."

14:57 - respondo a postagem com o seguinte comentário:

apesar de concordar com essa frase, infelizmente acredito que as pessoas não buscam isso. quantas pessoas fodas fizeram contigo tudo isso que a frase diz e você não conseguiu enxergá-las além de amigas? a psicologia fala muito sobre isso; sobre como o ser humano precisa estabelecer uma relação de dependência com alguém pra conseguir se apaixonar. e se tem uma coisa que o amor não faz é causar dependência.

15:06 - duane responde:

caraca, faz sentido. não sei bem o que faz a gente botar alguém na friendzone. na verdade, acho bem inexplicável o conceito de atração entre duas pessoas. é tão aleatório. mas sobre esta frase que eu publiquei, me refiro a tantos relacionamentos onde, ao invés de valorizar a companheira, o cara tenta diminuí-la a todo custo, como se houvesse a necessidade de sentir superior o tempo todo.

15:09 - eu respondo:

é duro, né? e eu não estou sendo pessimista, apenas realista com o que vejo o tempo inteiro por aí. não estou falando que isso seja generalizado, mas com certeza é um padrão. e acho que precisamos lutar contra o vício de só nos apaixonarmos por pessoas que nos causam dependência. qualquer pessoa pode cair nisso devido à imaturidade emocional, coisa que o mundo está cheio (assim como está cheio de imaturidades social, política, moral etc). a real é que aquele cara bacana, que está sempre nos exaltando, reconhecendo nossas qualidades e caminhando do nosso lado está mais para um grande amigo do que para um grande amor. é por isso que não gosto muito dessas frases românticas super fofas e utópicas, visto que os leitores se encantam e suspiram, mas intimamente agem e desejam de forma avessa. sobretudo, com frequência esquecemos de nos questionar sobre o que estamos lendo. usando o exemplo que você postou, quantas vezes nos perguntamos: "será que eu, que achei essa frase linda e queria uma pessoa assim, aceitaria se aparecesse na minha vida? ou iria logo colocá-la na friendzone?" isso acontece muito comigo também, duane. várias pessoas incríveis passaram pela minha vida e eu ficava dando bronca em mim mesmo, perguntando "por que, meus deus? por que eu não consigo me apaixonar por ela???" talvez por questões culturais impostas desde a nossa infância; talvez pelo padrão hollywoodiano que crescemos assistindo e desejando, talvez por imaturidade mesmo... sei lá, é difícil demais entender.

15:12 - duane responde:

triste demais. mas continuo achando muito louco essa coisa de, entre o casal, um querer ser melhor que o outro, diminuindo a autoestima alheia sempre que pode.

15:14 - eu respondo:

tem muita gente escrota? claro que tem! mas por que tanto homem e tanta mulher estão em relacionamentos terríveis? porque escolheram errado. porque os parâmetros internos estabelecidos para arrumar um(a) namorado(a) estão totalmente equivocados.

15:17 - duane responde:

definitivamente não dá pra entender porque não nos interessamos por pessoas que têm o perfil que a gente gostaria de se relacionar. acho que o coração é meio burro. ignora coisas que não deveria e por isso faz escolhas erradas.

15:19 - eu respondo:

hoje eu me esforço pra me desvencilhar desse vício, buscando pessoas que, além de me atraírem sexualmente, se encaixem nos valores que são importantes pra mim. mas concordo com o que você disse sobre o coração ser meio burro. porque a gente está acostumado a achar que gosta de alguém quando sente aquela vontade louca de beijar, de transar, de estar perto o tempo todo. isso é uma delícia, óbvio, mas isso não é amor. é ansiedade! e a paixão está abraçada à ansiedade! porém, é justamente enquanto dura esta paixão que temos, por conseguinte, paciência pra conhecer o outro em profundidade. sendo assim, quando o tempo dessa euforia passa, descobrimos se o que restou é amor ou se foi apenas algo passageiro.

15:24 - duane responde:

mas é justamente isso! pra gente sentir interesse físico/sexual por alguém, essa pessoa precisa despertar esse incômodo gostoso dentro da gente. e quando não desperta vai pra friendzone. eu não vejo o amor nascendo sem o surgimento de uma paixão.

15:28 - eu respondo:

porra, duane... botasse pra foder agora! vamos lá... apesar de discordar que o amor necessariamente precise começar com uma paixão (e posso estar errado, tá?), sou obrigado a concordar que, para que a maioria das pessoas se permita conhecer o outro profundamente, faz-se necessário a existência do veneno da euforia. só assim, tais pessoas, distraídas pelo fogo da fase inicial, conseguem estagiar na vida íntima do outro sem sequer darem conta de que estão fazendo isso; sem o imediatismo da sociedade atual.

15:35 - duane responde:

sem contar que amizade e amor andam juntos, né? não dizem que nosso amor é nosso melhor amigo? isso faz tanto sentido pra mim!

15:38 - eu respondo:

sim, dizem. e acho que deveria ser mesmo. mas percebo que tem muito mais desejo de que essa afirmação seja verdadeira do que esforço íntimo pra que isso aconteça. geralmente os relacionamentos são classificados por a) qualidade do beijo; b) qualidade da transa; c) frequência de transa; d) nível do status social; e) achar bonito o suficiente. se todos estes itens forem supridos, as pessoas acham que seu relacionamento é ótimo. em raríssimas ocasiões é que buscam conhecer o posicionamento político do outro, a forma com que se relaciona com a família, como age em sociedade, qual a visão de mundo que possui etc. ou seja, as análises realmente essenciais quase nunca são feitas.

15:42 - duane responde:

você disse coisas que fazem todo o sentido, mas ainda assim não consigo entender, sequer argumentar, o que faz a gente escolher tantos parceiros errados na vida.

15:44 - eu respondo:

isso talvez seja um dos maiores mistérios da vida. mas arrisco dizer que é a impaciência de nos conhecermos em profundidade. se não sabemos quem realmente somos, como vamos ler o outro ou sabermos o que realmente queremos? como vou desejar ser feliz se nem sei o que é a felicidade?

15:49 - duane responde:

concordo. é que o autoconhecimento é difícil demais. venho buscando há tantos anos e ainda me perco várias vezes.

15:54 - eu respondo:

é difícil mesmo, duane. e o autoconhecimento nunca acaba. não é algo que se começa e termina, como um curso universitário. é uma busca eterna que, na minha opinião, demanda várias vidas, não só esta na qual estamos em curso.

16:00 - duane responde:

pensando por este lado, posso até relaxar um pouco essa minha sensação de urgência por autoconhecimento...

16:03 - eu respondo:

duane, relaxa o coração! espiritualidade é um dos meus assuntos preferidos, se não o mais, e tenho convicção plena de que não temos somente esta vida. mas isso já é pauta pra outro dia!

16:06 - duane responde com um emoji de coração.

conheci duane através de um aplicativo de leituras, onde trocamos comentários a respeito de um livro e em seguida nos adicionamos no instagram. logo nas primeiras apresentações descubro que ela também mora em recife e, pasmem, no mesmo bairro que eu! só 5 minutos andando da minha casa até a dela.

ela é uma leitora assídua, que assim como eu posta muitas dicas de livros que gosta e recentemente superou um câncer que a acompanhou por muito tempo (talvez essa experiência tenha causado nela a urgência por autoconhecimento).

duane é uma delícia de companhia, no mundo concreto ou no virtual, e nos tornamos muito amigos por causa da literatura. transformei essa nossa conversa em texto na intenção de homenageá-la por sua bravura e eternizar a alegria que sinto por ter conhecido uma vizinha leitora (que também compra livros novos antes de ler os 50 que já tem em casa na lista de espera).

minha profunda admiração por você!

[mlove44lh]

Don’t hurt yourself

Capítulo 4 - Apatia

Masterlist

Capítulo anterior

Avisos: Menção de traição, angst, palavrão, menção de aborto espontâneo, menção de sangue e hospital, uso de álcool. Esse capítulo pode conter gatilhos para algumas pessoas.

Palavras:4.170

“O que vai dizer no meu funeral, agora que me matou? Aqui jaz o corpo do amor da minha vida, cujo coração quebrei sem uma arma apontada para minha cabeça. Aqui jaz a mãe de meus filhos, vivos e mortos. Descanse em paz, meu verdadeiro amor, que eu considerava garantido. A melhor buceta que, por minha causa, evadiu o sono. Seu Deus ouvindo. Seu céu será um amor sem traição.

Das cinzas as cinzas, poeira para as amantes.”

Agosto.

“A dor física é uma brisa suave em comparação com a dor emocional que toma conta de mim agora. As contrações ainda ecoam em meu corpo como ondas violentas, e as lágrimas continuam a escorrer pelo meu rosto. Mas nada disso se compara ao aperto que sinto no meu peito. A imagem do que aconteceu antes ainda assombra minha mente como um pesadelo que não quer ir embora.

Durou tão pouco, eu sequer tive a chance de conhecê-lo, de ouvir sua voz, admirar seus olhos, sentir seu calor no meu. Nunca saberei com qual de nós dois ele se pareceria mais. Meu sonho mais precioso tornou-se um pesadelo.

Eles me prometeram que esse seria o último exame, só para ter certeza de que não tenho mais nenhum resíduo dentro de mim.

“Resíduo”. É isso o que ele virou.

Passo por todos os procedimentos enquanto estou completamente no automático, eu não ligo mais para onde me levam, o cheiro de éter já está impregnado em mim e tudo parece como um looping da mesma coisa. Médicos entram e saem do meu campo de visão, suas vozes distantes como se fossem sussurros. Muito sangue perdido, eles disseram.

Eu penso em Lewis, acho que o vi pela manhã, mas não tenho certeza, os sonhos estão cada vez mais parecidos com a realidade. Não sei se posso confiar em minha mente.

-Senhora Hamilton? Você me ouviu?

O médico me encara, por mais que ele esteja perto, o som de sua voz é como se estivesse a muitos metros de distância. Tento focar no momento mas isso é quase impossível.

-Podemos buscar por tratamentos para sua condição, mas por agora o melhor caminho seria vocês pararem de tentar uma nova gestação. Para assim podermos investigar e tomar a melhor decisão antes de qualquer coisa. -Ele faz uma pausa antes de continuar, talvez estivesse esperando uma pergunta. Eu devo ter milhões delas, mas não conseguiria pronunciar sequer o meu nome agora. -Eu vou chamar seu marido, se tudo der certo você estará de alta pela manhã. Estarei a disposição se precisar de mim.

Assisto ele saindo do quarto, o buraco em meu peito me faz não sentir absolutamente nada, o que acaba sendo mais reconfortante do que o sofrimento que senti quando me deparei com todo aquele sangue. Volto a encarar o teto branco e espero que tudo isso passe logo.”

Não existe nada mais exaustivo do que amar por dois.

Olho para o diamante que mesmo depois de seis anos, ainda brilha muito em meu dedo anelar. Seria tão mais fácil se não houvesse amor, mas parece que o amor foi a única coisa que restou, mesmo que só de um lado.

Todo o resto foi embora; a felicidade, o respeito, a atenção. A única coisa que ficou será a mais difícil de deixar ir, o amor.

Como será que ela se parece através do olhar do meu marido? Como será que ele a vê? Com certeza muito diferente de mim, com certeza muito melhor do que eu.

Eu não sei se quero perdoá-lo pelo que ele fez, mas também não quero me arrepender de não ter tentado lutar por nós dois. Perdoá-lo significaria aceitar o que aconteceu e tentar seguir em frente juntos. Por outro lado, seguir em frente sem ele significaria tentar me curar sozinha e deixá-lo para trás.

Mas eu não quero ficar sozinha, e eu não quero perder ele, por mais que a sensação que me domina agora é a de que eu estou sozinha há muito mais tempo do que imaginava estar.

Encaro o café frio na minha mesa, pensei que estaria descansada e que poderia pensar mais claramente depois de uma noite de sono, mas não consegui dormir nem por um minuto, e hoje as coisas parecem ainda mais confusas e doídas do que ontem.

-Eu acho que você não deve pedir o divórcio.

-O quê?!

-Põe um ponto final nisso e segue.

Encaro a senhora sentada na minha frente como se ela estivesse acabado de falar a coisa mais absurda do mundo. E realmente soou assim.

-Você está vendo o estado em que eu estou agora?

-Sim, sua tristeza de hoje está clara para mim. Do mesmo jeito em que sua felicidade quase me cegou durante esses sete anos.

A cafeteria está mais cheia do que o normal, as pessoas passam de um lado para o outro, a maioria parece atrasada para compromissos. Eu e Emma somos o contraste com essas pessoas, estamos sentadas há horas, e muitos desses minutos foram passados em completo silêncio. Por algum motivo ela foi a pessoa para quem liguei assim que acordei da pior noite da minha vida.

Emma virou praticamente a minha confidente com o passar dos anos. A conheci pouco tempo depois que me mudei para Mônaco, no primeiro dia do meu novo trabalho. Ela sempre foi gentil, sempre pareceu me entender, não foi preciso muito para ela se tornar minha amiga além do trabalho. Mesmo saindo da empresa depois de alguns anos, não deixei de manter contato com ela.

Sei que ela é casada há mais de 30 anos, e sei também que ela é uma mulher muito inteligente. Então fez sentido para mim marcar esse encontro.

-Você passou por isso?

Ela diz com tanta certeza que devo perdoar ele que é quase que uma confissão.

-Sou casada há trinta e dois anos. O que você acha?

-E foi assim? Você simplesmente perdoou?

-Não. Foi muita guerra, nos quase desistimos.

-O que aconteceu?

-Eu estava grávida quando ele disse que estava apaixonado por outra e queria me deixar. Você consegue imaginar isso?

Emma é uma das pessoas mais doces que eu conheço, imaginar ela passando por isso consegue me deixar ainda mais abalada.

-Como eu não sabia disso?

-Ninguém sabe sobre isso. Eu prometi para mim mesma que não contaria para uma alma sequer.

-E por que está me contando agora?

-Porque você precisa. -A mulher continua me encarando enquanto toma um pequeno gole de seu cappuccino. -A sua decisão ninguém pode tomar por você. Mas saiba que se você aceitar ele de volta, você vai ter que esquecer o que aconteceu e não trazer mais isso à tona em momento algum. Mas por outro lado, vocês podem conquistar muito mais juntos.

Descanso minha cabeça em minhas mãos. Eu pensei que essa conversa seria esclarecedora, mas até agora só estou ainda mais confusa.

-Eu não sei, Emma. Está tudo tão complicado.

-Não é fácil, S/n. É um casamento, tudo requer sacrifícios. E as vezes esses sacrifícios são nossos princípios. Mas se vocês se amam e querem tentar de novo, o resto da para concertar.

Os pensamentos e possibilidades passam por mim tão rapidamente que não consigo focar em apenas um. Eu prometi que não me deixaria passar por isso, mas sentindo na pele, tudo isso está muito mais complexo do que imaginava. Não é só um simples “sim” ou “não”. O que está em jogo é muito maior.

-Por que você não sai com alguma amiga? Vai espairecer. As vezes uma ressaca faz a gente pensar melhor na vida.

Rio com seu pedido inusitado

-Não acho que seja uma boa ideia. Eu estou exausta.

-Ficar nessa espiral de tristeza e dúvida que ele te colocou não vai te ajudar, isso eu sei.

Olho para a mulher na minha frente por alguns segundos, mas não respondo ela. A ideia não soa mais tão absurda como a segundos atrás, mas não acho que minha exaustão e melancolia me deixariam fazer algo assim.

A mulher me dá um sorriso gentil, mas consigo identificar piedade em seu olhar, o que só me faz sentir mais vergonha e culpa.

-Eu preciso ir agora.

Emma se levanta e pega seu casaco, eu faço a mesma coisa.

-Obrigada por me ouvir.

-Não tem de quê. Você sabe que eu estou aqui para você em qualquer momento.

Assim que saímos da cafeteria, sinto o vento frio do dia me envolvendo. Visto meu casaco antes de me virar para a mulher pela última vez. Emma me puxa para um abraço que eu não estava esperando, mas me aconchego em seus braços, feliz pela oportunidade de vê-la e por sua boa vontade em me ajudar.

-Você saberá o que fazer no momento certo. E saiba que você nunca vai ficar sozinha, independente da sua decisão. -Sua voz sai baixa no meio de nosso abraço.

-Muito obrigada.

Nos separamos e Emma continua olhando para mim por um segundo antes de começar a se mover. Vejo a mulher deixar a rua enquanto caminha calmamente.

Entro na G-Wagon estacionada na frente da cafeteria, fico alguns minutos encarando o volante em minhas mãos. Não sinto vontade de ir para casa. Mesmo que ele não esteja lá, a ideia de estar rodeada por suas coisas e seu cheiro me deixa ansiosa.

Olho ao redor no carro e consigo visualizá-lo no banco do passageiro, com seu sorriso malicioso e olhos brilhantes. Lembro-me de como costumávamos viajar juntos, planejando aventuras e compartilhando risadas ao longo do caminho. Agora, tudo parece diferente.

Eu deixei tudo para vir para cá, para poder reconstruir minha vida ao seu lado. Me deparei com pessoas diferentes, culturas diferentes, linguagem diferente; mas eu tinha ele ao meu lado, então não me importei nem um pouco com as barreiras que encontrei. Porque eu sabia que tudo estaria bem se estivesse com ele, com o tal príncipe encantado. Nunca me arrependi de ter deixado o que deixei para trás, mesmo que eu tenha deixado muita coisa.

Penso algumas vezes antes de ir até minha bolsa e retirar meu celular. Passo direto de todas as mensagens não lidas de Lewis e vou até o nome dela na minha lista de contatos. Me sinto ansiosa enquanto espero a chamada ser atendida.

-

O líquido âmbar desce queimando pela minha garganta, mas arde menos do que no último shot de segundos atrás.

Bato o copo de volta na mesa redonda e coloco a pequena fatia de limão na minha boca, sentindo o gosto azedo cortar a queimação da bebida.

Já perdi a conta de quantos desses já foram. Mas eu não me importo de estar bebendo demais agora, porque pela primeira vez em semanas eu não estou me sentindo tão sufocada assim.

Poderia me tornar uma alcoólatra se isso significasse um pouco de paz dos meus próprios pensamentos.

Busco meu celular dentro da minha bolsa e encaro a tela de bloqueio. O pequeno ícone de sua foto me encara de volta.

“35 Novas mensagens.”

Desde ontem elas não param de chegar. Não entrei em nossa conversa, mas consigo ler as mensagens mesmo assim. Uma variação de “por favor” e “vamos conversar” e mais um monte de outras coisas que me fazem querer beber ainda mais.

Alessia volta a se sentar a minha frente após retornar do bar com uma bebida em sua mão. Ela percebe minha expressão séria e me olha com olhos atentos.

-Agora você vai me contar o que aconteceu? - Ela pergunta, inclinando-se em minha direção.

O bar movimentado não fica tão longe da casa de Alessia, e a agitação ao redor é maior do que eu gostaria. O som do piano é suave e, apesar do barulho das pessoas conversando, ainda consigo ouvir as palavras de Alessia claramente. Desde que nos encontramos nesse bar, Alessia tenta tirar de mim o que ela sabe que está errado.

Ela me conhece muito bem. Bem até demais eu diria. Seria impossível manter algo tão grande quanto isso em segredo para ela, mas eu não quero ter que falar sobre isso no único momento em que consigo me enganar e fingir que isso não está acontecendo.

-É complicado. Acho que aqui não é nem a hora nem o lugar. Só quero poder beber com a minha melhor amiga essa noite.

Alessia inclina a cabeça, me estudando atentamente. Ela sabe que estou evitando, mas também conhece minha teimosia.

-Tudo bem. Mas você vai ter que falar comigo uma hora ou outra.

Eu assinto para ela enquanto guardo o celular de volta na bolsa.

-Me conta. Como está indo os preparativos para a mudança? -Pergunto para ela.

Tento mudar o foco do assunto e felizmente consigo. Os olhos da mulher brilham quando cito minha curiosidade.

-Uma bagunça organizada. -Ela responde com um sorriso. - Está tudo um caos na galeria, com caixas por todos os lados. Estou mudando só algumas quadras de distância mas parece que estou indo para outro país, de tanta coisa para resolver. Mas estou muito feliz em ter conseguido aquele local.

Não posso evitar sorrir ao ouvi-la. Eu sei o quanto ela estava esperando por esse momento, e sua alegria é contagiante.

-A localização é perfeita, vai ajudar muito com os negócios.

-Bom, espero que sim, esse esforço tem que valer de algo. Pelo menos esta acabando.

-Já tem a data da inauguração?

Ela assente enquanto toma um gole de sua bebida.

-Sim, eu organizei o coquetel de inauguração antes mesmo de começar a mudança. -Rio com ela. -Vai ser no sábado. Então já se organiza para conseguir ir.

-Claro que sim.

A conversa com Alessia flui por alguns minutos, enquanto compartilhamos risadas e mais bebidas.

Eu já estou alterada, mas quanto mais conversamos e bebemos, mais calma eu me sinto. Estamos imersas em nossa conversa quando o garçom se aproxima de repente, colocando uma taça elegante na mesa à minha frente. O líquido transparente dentro da taça brilha sob a luz suave do bar.

-Um dry martini para a senhora. -O garçom diz com um sorriso, empurrando a taça em minha direção.

-Eu não pedi isso. -Digo ao garçom, com uma expressão confusa.

O garçom aponta para um homem sentado em um dos bancos altos do bar, que olha na nossa direção e levanta seu copo de whisky em um gesto sugestivo. Ele parece ter uns trinta e poucos anos, com cabelos escuros e um sorriso travesso no rosto.

-Foi o senhor no bar que pediu para você. -O garçom explica, antes de se afastar.

Eu volto a olhar surpresa para o homem no bar, que está me observando com um olhar confiante. Ele levanta seu copo de whisky em um brinde sugestivo.

Alessia olha para o homem e logo depois volta seu olhar inquisitivo para mim, claramente confusa sobre o que está acontecendo. Eu dou de ombros e dou um gole na bebida, tentando parecer indiferente. O sabor amargo da bebida misturado com a sensação do gelo na minha boca me faz perceber que é um martini bem feito.

-Jesus, ou ele não percebeu esse diamante gigante no seu dedo, ou ele tem confiança o suficiente para ser um babaca.

-Talvez ele só esteja curioso.

Ela olha para mim e só por seu olhar já consigo decifrar seus pensamentos. Em um dia normal eu negaria a bebida, mandaria de volta, não tocaria nela ou qualquer coisa assim. Mas hoje eu só aceitei, de bom grado e com um sorriso no rosto para o estranho que me pagou uma bebida que não pedi. Então eu entendo o motivo da confusão na feição dela.

Alessia é uma mulher esperta, e que me conhece muito bem. Consigo quase escutar o momento em que sua ficha cai. Mas ela não me diz nada além de balançar a cabeça negativamente.

-O que foi? Por que você está me olhando como se fosse um crime eu ter aceitado?

-Eu não disse nada.

-Você não precisa dizer nada com esse olhar.

Ela ri.

-Eu só não estava esperando essa reação, mas tudo bem.

O som do celular de Alessia se faz presente, ela alcança o aparelho em sua bolsa e revira os olhos quando olha para a tela.

-Meu Deus, eles realmente não conseguem fazer nada sem mim naquele lugar. -Ela se levanta da cadeira enquanto se prepara para se afastar. -Me dá um minuto, eu preciso atender isso se não é capaz daquela galeria pegar fogo.

-Tudo bem. -Digo rindo enquanto assisto Alessia se afastando da mesa até perder ela de visão.

Volto meu olhar para o homem que ainda me observa, ele tem um pequeno sorriso em seus lábios, o desejo dele é claro, porém, o interesse que eu tenho nele é o mesmo que eu tinha de tomar um dry martini essa noite: nulo.

Mas eu aceitei a bebida, e agora encaro o homem com curiosidade. Não porque eu queira alguma coisa, mas porque imagino o que seria necessário para eu fazer com o Lewis o que ele fez comigo. Com certeza muito mais do que um homem atraente me pagando uma bebida, e continuo sabendo disso mesmo agora estando tão brava e bêbada a ponto de não pensar em como isso afetaria ainda mais a minha situação.

Odeio esse desconhecido por me fazer voltar a pensar em Lewis quando eu estava conseguindo me enganar tão bem por alguns minutos.

Assisto o homem se levantar de seu lugar e caminhar lentamente até mim. Não sei por que ele se achou no direito de todas essas ações, e não tenho interesse algum em conversar com ele agora, mas mesmo assim não me movo para impedi-lo. Me mantenho no meu lugar com os olhos fixos nele, esperando para ver o que irá acontecer.

Sua postura é boa, ele parece ter mais de 1,80 de altura, seu terno é impecável e o relógio em seu pulso parece ser caro. Ele é um homem atraente por muito mais do que essas coisas. Mas mesmo assim não poderia estar menos interessada.

-Estava há algum tempo tentando escolher uma bebida para você. -Ele diz assim que chega perto o suficiente.

-E o que te fez pensar que um dry martini iria ser uma boa ideia?

-É uma bebida elegante, e você parece uma mulher muito elegante então fez sentido. -Ele sorri.

-Obrigada. -Também sorrio para ele.

-Eu sou Henry. -Ele estende a mão, esperando por um cumprimento.

-S/n. -Eu estendo minha mão esquerda para ele, ele olha para ela enquanto a chacoalha. A aliança em meu dedo não é exatamente algo que passaria despercebido, principalmente por alguém interessado em flertar comigo. Mas essa percepção não o impede de continuar ali, com o mesmo sorriso e com a mesma postura.

-Mas então. Eu acertei na minha escolha?

Minha embriaguez e meus pensamentos me fazem precisar de alguns segundos para perceber que ele fala sobre o drink que me mandou.

-Oh, bom, para ser sincera essa não seria minha primeira escolha. -Eu rio nervosa. -Eu prefiro algo mais doce. Mas obrigada, foi muito gentil.

O sorriso inabalável continua em seu rosto. Já eu me esforço para manter o mínimo contato visual. O arrependimento e ansiedade por ter aceitado a bebida e de não ter me esquivado de uma conversa me invade.

-Deixa eu te pagar outra bebida então, uma que você goste dessa vez. -Ele ri. -Eu estou hospedado no hotel aqui na frente e talvez a gente pudesse continuar a noite lá…

-Eu sou casada. -Digo o que preciso para fazer o homem perceber meu desinteresse e ir embora. Mas não é isso que acontece.

-Eu percebi. -Ele não parece envergonhado. -Mas você aceitou a bebida então não achei que seria um problema.

Ele diz como se fosse uma simples conta de matemática, como se fosse óbvio eu querer transar com ele em troca da porra de um dry martini. Mesmo sendo comprometida.

Pelo menos já tenho a resposta para Alessia: ele viu meu anel, e tem confiança o suficiente para ser um babaca.

Eu não o respondo de imediato, só fico encarando o homem na minha frente tentando assimilar o tamanho da ousadia de uma pessoa para fazer esse tipo de silogismo.

-Esta tudo bem? -Sinto as mãos de Alessia em minhas costas. Ela diz para mim enquanto olha para ele, existe raiva clara em sua feição direcionada à ele.

-Obrigada pela bebida. -Eu pego minha bolsa e me levanto da mesa, tenho que me concentrar quando coloco os pés no chão para não acabar caindo por conta da embriaguez.

Caminho até a saída do bar e ando até perto do carro de Alessia estacionado poucos metros da fachada do lugar. Escuto os passos de dela atrás de mim.

-O que aconteceu?

Meu coração está acelerado, e eu nem sei o porque. O que aconteceu lá dentro não foi nada que nunca tenha acontecido antes, mas por algum motivo me afetou a ponto de me querer fazer chorar. Não sabia que isso seria um gatilho tão grande.

-Nada. Eu só..

E então acontece, o que estava entalado finalmente vem à tona, ao menos eu tenho a companhia certa para isso, mas o lugar não poderia ser pior. O choro vem em uma avalanche tão grande que quase não consigo me manter em pé. Eu sei que tem algumas pessoas na parte de fora do bar que me encaram agora, mas não conseguiria segurar isso nem se tentasse.

Em uma forma de termos um pouco mais de privacidade, Alessia pega a chave de seu carro de dentro da sua bolsa, ela abre a porta do passageiro e me coloca ali antes de entrar no outro lado. Ela não diz nada enquanto segura minha mão e espera eu conseguir me acalmar.

Sei que meus soluços ecoam pelo carro, mas nem se tentasse poderia mantê-los baixos, eu me neguei esse sentimento, e sabia que ele iria tomar conta de mim mais cedo ou mais tarde.

Não sei quanto tempo passo ali. Sendo silenciosamente acolhida pela minha melhor amiga que segura minha mão com firmeza, como se sentisse que eu poderia fugir a qualquer momento.

-Ele me traiu. -As palavras saem em meio de soluços. Assisto sua postura mudar ao meu lado. -Em setembro, Alessia.

-Filho da puta. -Ela sussurra, não tenho certeza se para mim ou para ela mesma.

-Eu pensei que não estivesse acontecendo nada demais. Ele estava distante mas depois de tudo aquilo era normal que isso acontecesse. -Eu corto meu olhar de Alessia e passo a olhar para nossas mãos conectadas. -Mas aí eu achei a porra de uma pulseira no carro dele e dias depois descobri de quem era.

-Você falou com ele? -Sua voz é baixa como se ela não tivesse certeza de que me perguntar algo assim seria útil ou não sobre a minha situação.

Assenti para ela antes de continuar falando.

-Eu vi ela, Alessia. Eu olhei nos olhos dela enquanto ela me confirmava que ficou com o meu marido. Eu nunca me senti tão feia, ridícula e humilhada na minha vida.

Dou alguns segundos para tentar me acalmar, mas toda vez que volto a falar as lágrimas e o desespero voltam junto.

-Ele me disse que eu estava distante, que eu mudei depois do diagnóstico. Ele tentou dar uma justificativa para ter feito isso. -A cada palavra dita, Alessia aperta ainda mais a minha mão em uma forma de me reconfortar. -Eu não sei o que fazer agora.

Volto meu olhar para ela e consigo ver a emoção em seus olhos.

-Você sabe o que fazer S/n. Olha para você agora, se isso não é um pedido de socorro eu não sei o que é. O único problema é que a única pessoa que pode te tirar disso é você mesma.

Ela me puxa para um abraço forte e ficamos assim por algum tempo.

-Eu sinto muito. Muito mesmo. -Nos afastamos mas ela continua perto de mim. -Eu juro que poderia matá-lo agora mesmo.

-Eu sei. -Consigo sorrir no meio das lágrimas. -Mas acho que isso não ia adiantar muita coisa.

Alessia se afasta de mim quando percebe que já me acalmei e da partida no carro.

-Você pode ficar em casa o tempo que quiser. -Ela desce o freio de mão e se prepara para sair com o carro da vaga.

-Não. Eu quero ir para casa.

Alessia volta a me encarar.

-S/n, eu não acho que seja uma boa ideia. Fica uns dias comigo, tenta pensar nisso longe dele.

-Não, eu não quero fugir. Eu nem deveria ter saído de casa hoje. -Ela continua me encarando com o volante em suas mãos. -Por favor, eu preciso disso.

Alessia me encara por alguns segundos antes de suspirar derrotada.

-Tudo bem.

O caminho não é longo. Tento me acalmar durante o percurso mas quanto mais perto chegamos, mais tenho vontade de pedir para voltar atrás. Eu sei que tenho que resolver tudo isso e tomar qualquer decisão logo. Mas tenho medo de dizer adeus para aúnica coisa boa que já consegui na vida.

Notas da autora: capítulo 5 já está disponível ❤️

[euempalavra]

O que sobra da gente depois de se doar inteiro? Por alguém, por um propósito…

O que se acumula dentro de nós quando descobrimos que não adianta falar o que incomoda e começa a guardar tudo de si: mágoa, tristeza, ansiedade? Ainda não consigo definir.

Será que meus amigos me olham com pena e me acusam de ter “perdido o brilho” igual já falamos de tantas outras pessoas por aí?

- É provável que sim.

Mas e agora depois que o brilho acaba, que a autoestima ficou perdida 3 esquinas atrás quando virei errado, como buscá-la de volta se minha energia mal me permite sair da cama?

Eu não tenho preguiça, nunca fui de me limitar transferindo a culpa das coisas. Eu entendo que estou aqui porque aceitei coisas pensando com o lado emocional, mas a parte racional não engoliu e está regurgitando em mim…

Eu tenho dificuldade com essa história de usar a balança, porque eu sou tão intensa que sempre me penduro de um lado ou do outro, nunca divido pra saber ao certo o que anda pesando mais.

É claro que a gente se ama e se quer por perto, mas talvez o amor realmente seja um cão dos infernos como já dizia Buk. Eu me lembro do começo, do meio, do agora que ainda me recuso a chamar de fim.

Até quando tolerar o que te fere a alma continua sendo um ato heróico de amor e passa a ser uma autosabotagem, alguém sabe?

Eu comecei a me questionar mais agora que me apeguei ao silêncio quando estou perto de você, talvez eu esteja errando também, porque te iludi com minha imagem em cores vivas no começo que agora se transformou em “sem brilho”… Ando menos sociável, ganhei peso, cada vez menos tolerante, mais ácida e por isso peço desculpas.

Você também se mostrou como é pouco a pouco, o bom e o ruim, o lado B do disco comercial que você vende por aí, mas eu não acho que era grande tarefa assim mudar as pequenas coisas que te pedi e mesmo assim, te desculpo também.

Eu não quero esse peso, estou adoecendo, minha mente não para, meu corpo me mostra no espelho que não reage bem a certas partes do nosso amor: a falta de contato, o sexo escasso e quase sempre combinado, a falta de beijo, o eu te amo automático ao final de uma conversa, os desrespeitos verbais, virtuais, comparações, ameaças subentendidas, que pena, amor.

É pouco, é simples, mas virou uma mar de diálogos sem resolução, ou seria um monólogo?

Eu amo muito o pouco que tenho de você (emocionalmente é claro) de todo o resto não tenho nem se quer uma reclamação a fazer, eu só não sei se minha intensidade da conta de sobreviver no raso, quando eu sei que consigo prender a respiração e viver no fundo onde tudo é mais! Mais intenso, romântico, mais amor, mais sexo, mais recíproco, mais respeito.

Eu vou continuar segurando a minha parte da corda, enquanto eu consigo, enquanto meu coração continuar se sobrepondo ao cérebro e esperando um movimento seu, pra perto, pra longe, pra outro país talvez. E vou te perdoar mesmo depois de tudo, mesmo depois que os nossos planos não existirem mais, mesmo que você descumpra as promessas que me fez e que eu fique nessa fantasia que (criamos juntos) sozinha. Porque essa sou eu, minha forma de amar e de me entregar e você é assim.

E se no final de tudo isso você também conseguir dormir em paz, é o que importa. Porque eu vou dormir com saudade, mas sem minha paz, nunca. E felizmente saudade não mata, uma hora passa e recomeçamos a vida outra vez.

Não parece, mas essa é uma carta de amor, pra você e pra mim, que merecemos ser felizes e amados de um jeito que consigamos receber e sentir amor.

Com saudade adiantada, amor e um pouco de tristeza, da sua namorada.

São 00:00 e estou pensando em você.

Texto 07 - pra você.

[divinofloresser]

🧚‍♀️🪄Para este dia especial, o qual se homenageia a importância da MULHER e seus valores, cada uma com um aspecto único e especial, e com suas particularidades, talvez você tenha sido aquela que tem lutado para superar o desprezo, o abandono, a injustiça de está em uma situação forjada por pessoas que nada ajudaram, pois não entendo sinais ou talvez acusações com o fim de me entristecer, assim lhe afundaram mais aínda com comparações horríveis e inadmissíveis principalmente com algo que sempre pra diminuir. Usando palavras até de Deus, para o UNIVERSO entender que você não significa nada se não oferecer, e pior e mais revoltante manipular a vida. Sendo que esse UNIVERSO eu amo partilhar, amo partilhar. Gente, amo passear, amo pessoas sejam elas quem forem, se me fez mal eu abençoou e sigo sem ter que está junto, se me faz bem quero está por perto, mas se eu não puder estar, eu fico com minha companhia, ela é maravilhosa também.

Eu nunca vou entender, me pergunto sempre, como pode isso? É revoltante! Ora eu só entendi, que quem me rejeitou seja quem for porque não me queria por perto! Eu entendi! ...e não preciso mostrar para ninguém quem sou, se Deus já me conhece como a mulher que ELE escolheu para si, por isso me livrou da morte, da violência e de uma vida que me torturava com a infelicidade e enganos.

Sabe minha maior revolta hoje é que eu sei que estou sendo vítima de situações que eu não pedir para está, eu sabendo que não funciona da minha forma ou não estarei em um lugar sem ter um convite pessoal para isso, ah sabe hoje não quero falar, ou melhor escrever. Por isso, eu escolhi redigitar esse texto da Psicóloga e Escritora Ivonete Rosa, achei maravilhoso, talvez me ajude, e ajude outras mulheres também neste momento.

E sinto muito dizer que o melhor dia da minha vida, eu ainda não vivi. Não sei quando vou viver, se mereço ou ainda vou viver.... então o que me resta é continuar e entender este processo de reconstrução! Ou não,...

Fiquem com Deus, e sejam agraciadas por Deus neste dia. FELIZ DIA DA MULHER!🌸🦋

(A MULHER QUE SE RECONSTRUIU)!

A mulher que se reconstruiu assusta, é óbvio. Porque ela já comeu o pão que o diabo amassou, mas, hoje, ela escolhe a própria dieta emocional.

A mulher que já foi triturada emocionalmente, e que foi capaz de se refazer, não está preocupada em ter alguém ao lado apenas para prestar contas a quem quer que seja, não mais. Ela é livre, ela quebrou as amarras da busca pela aprovação alheia, ela se pertence.

A mulher que encontrou o próprio caminho, passou a ser guiada pela bússola da própria alma; ela abandonou os caminhos que não lhe seduzem. Ela carrega cicatrizes dos espinhos que pisou ao andar fora do seu propósito, mas ela segue plena, percebendo essas marcas como símbolos de um aprendizado.

A mulher que saiu do fundo do poço entende de humilhação, mas optou pelo perdão aos outros, e, principalmente, a si mesma. Ela aprendeu a se abraçar, a se colocar no colo, e a dizer “não se culpe, você fez o que conseguiu fazer naquela época”.

Ela foi subestimada, criticada e alimentada com migalhas, mas decidiu se levantar do chão, sacudir a poeira e iniciar um novo caminho. Ela experimentou a metamorfose de sair do casulo, ela percebeu suas asas nascendo, ela se deu conta de que o chão não é o seu lugar. Contudo, ela mantém os pés no chão, ela sabe que é fundamental saber onde está pisando.

Se tem uma coisa que essa mulher tem de sobra é orgulho de si mesma, então, ela não vai pensar duas vezes antes de abandonar situações e pessoas que ameacem o sagrado dela. Ela tem clareza do que pode negociar, e daquilo que ela jamais vai abrir mão.

Ela aprendeu que nenhuma companhia compensa se ela tiver que deixar de ser ela mesma. A liberdade de ser quem ela é não caiu do céu, foi conquistada sangrando, e essa conquista não será negociada, que fique claro. Ela não quer guerra com ninguém, ela sabe o que quer, e o que merece.

Ela aprendeu que nenhuma companhia compensa se ela tiver que deixar de ser ela mesma. A liberdade de ser quem ela é não caiu do céu, foi conquistada sangrando, e essa conquista não será negociada, que fique claro. Ela não quer guerra com ninguém, ela sabe o que quer, e o que merece.

(Texto de autoria: @ivoneterosapsi)

[cogumelo-intense]

O dia que o dinheiro chegou

Eu não sinto mais que não sejamos “nós” como já fomos e eu me sinto tão cansada. Será que estarei sendo egoísta em dizer que quero terminar? Será que estou sengo egoísta ao pensar que já não te faço bem como antes e hoje só se resume em uma dependência emocional? Tem dias que sinto vontade de só levantar e sair andando por aí pra ver se me alivia de alguma forma, porque todos os dias que acordo preocupada e sinto como se eu vivesse uma farsa comigo mesmo ao reprimir a cada amanhecer a minha vontade de nem levantar da cama. Eu tenho tentado por mim mesma fazer coisas que me ajudem, porque eu tenho certeza que se eu não tivesse ido até o Dr Felipe, qualquer dia eu simplesmente não acordaria mais, e por escolha minha. Eu juro, tenho tentado muito, mas está mais fácil eu te ver como uma amiga que sou apaixonada, do que enxergar um futuro inteiro ao seu lado, e eu te amo em cada detalhe que você nem se quer imagina, e isso faz doer tanto. 18/10/2022

[adiascinzentos]

Chapter 34 - "Office ride part 6"

"And then... i'm mad, furious, and wanting to punch someone..."

Oito horas em ponto, acordei, após uma explosão de furia emocional, já não me sentia assim faz um bom tempo... full pissed, só tinha furia em mim, foi uma mudança repentina... mas sentir-me sabotada... irrita-me, muito... acordei... mas continuo a ter furia, raiva... mood de quem explodir o mundo...

Well...

Nada como ir correr um pouco para descarregar alguma desta energia... e preparar-me para a ida ao office...

Correr ajudou, ajudou qb...

Mal acabei...tomei um bom banho... nem vontade de mimo havia... estava mesmo envolta nesta onda...

Onze horas, saio de casa, será que as pessoas notam que estou naqueles dias maus e que é perigoso mexerem comigo? as minhas feições... sinto-as intimidadoras... sinto-as com cara de poucos amigos... por outro lado... vou-me tentando controlar...

No office... dia de meetings com clientes... que clientes que irei assumir a pasta brevemente... clientes que querem conhecer-me e ver as minhas valias...

E eu neste mood...

...nada como um chill pill...ou dois...

Fiquei mais de 10 mins no WC, a mancar-me... que irei ter de os enfrentar... e aturar... e que preciso estar minimamente...

"Amigavel e colaborativa"...

A vontade de mandar um foda-se para tudo...

...

...

Sou bipolar.

Por mais controlo que possa criar em mim, se sou apanhada desprevenida, ou levo pancadas emocionais fortes... fico vulneravel a entrar nesta senda de ondulações... no caso... a furia...

Raiva... sempre faz parte de mim, representa o meu lado de revolta, é dos sentimentos que mais reprimo... por ser dos mais fortes que tenho, a raiva move-me, a raiva é um dos meus traits mais brutais... consegue mudar totalmente o meu dia... dias na verdade... transforma-me em alguem que a qualquer momento... explode, e começa a disparar para tudo que é lado... como um animal desorientado...

Odeio ser assim, odeio que esta "raiva"... ainda esteja presente dentro de mim, por mais processos que tenha... por mais traumas que ultrapasse... por mais que a tente expulsar...

...

Só a posso reprimir... por um x de tempo... até a chaleira explodir...

As vezes é uma explosão silenciosa, não é tão brutal, é o suficiente para a esvaziar sem tanta onda de choque...

Hoje... ela assumiu-me, e ao assumir-me, só me vai largar... quando esvaziar... nestes casos... é uma luta mental cruel que tenho, porque as pessoas não tem noção do quão ingrata é esta luta que tenho dentro de mim...

...

Odeio ter de tornar-me uma Walker... e chillar-me à força, odeio remeter-me para o meu cantinho emocional...

...

Mas é necessário... dá-me anos de vida, e mais chances para ser melhor, e não deixar a "raiva" manifestar-se...

...

...

...

Os meetings correram bem, eles testaram-me, e embora ainda seja uma fase precoce... gostam mais de mim do que da minha superior... sou mais diplomática, procuro ver o copo no seu todo, ambos os meios, o cheio ou vazio... e procuro aprender, e ao aprender, procuro ser uma mais valia...

...

Os estudos nos PDFs tinham de servir para algo...

Em casa...

Sinto-me exausta, o meu corpo ainda se mexe, reage...

... já a cabeça...

Não estou cá, consequências da luta ingrata...

Por mais que tente...

Ganho sempre.

E perco sempre.

...

Walker mais uma vez... tudo porque faltou-me a luz quando não devia...

Não.

Tudo, porque sou bipolar...

E sendo bipolar, há dias que irei explodir, por mais ou menor motivo, por mais auto-controlo ou falta dele...

As vezes esqueço-me... as vezes tropeço nessa ilusão que ela não é presente...

Mas é, e ela sabe, e por saber, sabe quando deve mostrar-se presente, para relembrar-me...

Vai comigo para a cova...

...

Esta leveza na cama... definitivamente...

Sou uma Walker...

"Como te sentes?"

Sinto que atravessei um caminho de pregos, e esses pregos furaram sem causar ferida...

[crimson-cashew]

As cobranças disfarçadas e o menino que só sabia sumir

Às vezes a gente expressa nossos sentimentos de uma forma que faz os outros se sentirem "atacados". Foi um dos conteúdos que eu vi na faculdade, e pode acabar com um diálogo antes mesmo de começar.

Por exemplo, ao invés de dizer "Sinto sua falta e queria que você viesse me ver", alguns dizem: "Nossa, incrível como você tem tempo pra tudo, mas nunca tira um tempo pra me ver né?"

Isso deixa o outro na defensiva, e prejudica fortemente sua chance de conseguir ser ouvido e/ou compreendido.

Fiquei pensando nisso depois de topar com minha ex colega de quarto no mercado hoje.

*

Fazia um tempo que a gente não se via. Fiquei bem sumido durante uma parte do ano passado. Na verdade, até hoje eu ainda to sumido da vida de algumas pessoas.

Cumprimentei ela, ela comentou que fazia muito tempo, etc. Expliquei que eu tinha ficado um tempo em Rondônia ano passado, quando ela me solta:

"Pois é né... fiquei sabendo até que você tinha se suicidado".

Agora, imagina meu placar de "sobrecarga emocional" pulando pro 100% e minha cabeça fazendo "piiiiiiiii" igual quando coração para.

Fui tomado por uma ansiedade que eu nem sabia como expressar ali. A vontade era de virar as costas, sair correndo e me jogar na frente do primeiro veículo que passasse na rua.

Terminei aquela interação o mais rápido possível e fui pra sessão de suco, no cantinho do mercado, onde geralmente não tem ninguém. E fiquei ali. Só olhando as prateleiras com a mente em branco.

*

Acho que talvez o que ela quis dizer, foi que eu desapareci por tanto tempo, que eu poderia muito bem ter morrido e ela não saberia a diferença. Ou talvez ainda, que ela ficou preocupada com meu sumiço.

Mas caralho. Ela escolheu uma péssima forma de expressar isso.

Puta falta de sensibilidade parceiro, aquilo não era ocasião de levantar um assunto tão delicado.

E a pior parte: eu realmente queria. Passei boa parte do ano passado contemplando a ideia.

Porém, aparentemente a realidade era mais frustrante. Eu não morri, só ignorei todo mundo por meses mesmo.

Questão é que, eu sou realmente péssimo pra manter contato à distância.

*

Não sei qual o meu problema com mensagens, mas na maior parte do tempo, não é um meio de comunicação que parece funcionar pra mim.

Ainda por cima, eu sou bem suscetível a ter um humor depressivo, então não é raro eu estar sem disposição até pra fazer comida, quem dirá mandar mensagem.

Só que ao invés de supor que eu não to bem, parece mais fácil supor que eu estou sendo um belo de um filho da puta... o que até faz sentido.

Afinal, se eu fosse de fato um belo de um filho da puta, é assim que eu agiria.

E às vezes é exatamente como eu me sinto: um belo de um filho da puta. Um arrombado sem a menor consideração pelos outros. Que some sem dar satisfação. Que desaparece da vida das pessoas e, com sorte, volta depois como se nada tivesse acontecido.

Não é como se eu fizesse de propósito, sabe. Não é como se eu quisesse deixar as pessoas magoadas. Mas também não é como se eu não entendesse.

Queria ter uma explicação satisfatória, mas parece que eu simplesmente sou assim mesmo, e não consigo ser melhor.

Aí eu fico nesse impasse, sabendo que eu não consigo fazer nada a respeito, enquanto as pessoas vão ficando distantes. Eu vou ficando distante. Mesmo que sem querer.

E será que importa? Quando todo mundo te vê como um belo de um filho da puta, faz diferença se você realmente é ou não?

-Thelios

[look-at-my-eyessss]

Quando entro em fase de calmaria; eu, inconscientemente, crio uma necessidade de buscar por essa agitação emocional.

Tenho essa dificuldade em aceitar a estabilidade, mesmo buscando por ela. Mesmo acreditando, de verdade, que a mereço.

Estou encarando isso, tentando pesar e concluir se é algo que devo mudar…

Embora me sinta meio perdida sobre tudo, para mim, é muito evidente o que eu busco da vida: quero evoluir. Sinto, realmente sinto, que pra isso é que estou aqui.

Faço isso no meu ritmo, descobrindo ou forjando meu caminho, dia após dia; sobretudo, com os meus “erros”.

A questão é: se os meus desvios me levam a algum lugar de aprendizado e de crescimento, se me fazem amadurecer e me tornar mais forte… se, mesmo me causando algumas dores momentâneas, as quais eu sobrevivo bem, e que sempre me reaproximam do meu propósito… SE é assim, esses desvios são mesmo erros? Eles não valem a pena?

No fim das contas, continuarei sendo eu, porque é o que sou. Percebo agora a dádiva que é sabê-lo ser!

Vou oferecer tudo o que sou, sempre. Vou sentir profundamente, sempre. Independentemente de tudo.

Não desejarei pouco; não pertencerei pela metade; não acreditarei e nem esperarei com pouca fé. Mas não criarei amarras.

Serei luz, serei escuta, serei amor e serei gentileza, e fortalecerei. Porque é sobre mim.

Até pode parecer loucura neste mundo; mas, o que alguns enxergarão como fraqueza, eu realmente reconheço como minha força.

Quanto a mim, me aceito em minha totalidade. Valido o meu pensar e o meu sentir, que, basicamente, formam uma unidade. Serei paciente, respeitosa e gentil com a linda alma que sou. E este é o meu presente para mim mesma: permanecer inteira.

Não permitirei que nada, nem ninguém (muito menos eu), me tire de mim.

Nenhum preço é caro, para estar em paz com a minha forma de existir, de ocupar o meu espaço no mundo. O saldo é (e será sempre) positivo.

(Nota: Das coisas que, durante o dia, nem me dou conta de estar sentindo; mas me fazem acordar às duas e tanto da madrugada, com o cérebro ligadasso. Estranhamente, o sentimento não é desconfortável, só exigiu minha tomada de consciência a respeito dele… e que bom que verbalizei! Agora posso voltar para o meu sono sagrado. 😂😴)

[acaixadonada]

Saber se posicionar; recomeçar.

Hoje me dei conta de que me tornei a "rainha dos recomeços". Diacho, isso virou hábito. Deu errado? Vou recomeçar. Não tenho medo de tentar novamente, de tentar coisas novas, de admitir que errei e pedir desculpas e isso é bom. Resiliência é importante, mas e quando passa do limite da resiliência? Nem sempre haverá um amanhã, nem sempre será possível tentar outra vez..

Da água para o vinho: Finalmente aprendi a me posicionar e colocar as cartas na mesa. Isso poupa tempo, poupa pessoas. Interessante que até semana passada comportamentos que me pareciam "normais", que eram naturais para mim, hoje me parecem absurdos. Ainda bem! Eu queria mesmo mudança! Passei a ter preguiça de fazer o que antes eu fazia e me trazia problemas. Pasme, me choquei! hahahaha

Isso não quer dizer que a mudança tem que parar por aqui. Entendi que precisava mudar de postura, entendi que preciso me comunicar melhor, silenciar antes de mandar qualquer mensagem e que... nem tudo precisa de reação, e de resposta.

Ok, mas e quando você percebe que precisa mudar o que você faz a respeito disso? Você procura aprender a partir daquilo ou se faz de cego/a e permanece no mesmo caminho? Chega um momento que cansa escolher as mesmas escolhas e "ser bobo" (para não usar outra palavra)

Me dei conta que estava num estado imaturo, não possuia inteligência emocional e tinha habilidades péssimas de comunicação. O que fiz a respeito? Voltei a estudar o material do curso de inteligência emocional que paguei para fazer. E refiz, porque nem sempre nas duas primeiras tentativas você absorve tudo o que precisa. Habilidades de comunicação? Estou fazendo um curso para aprender. E aí? Entendeu? Não podemos nos acomodar, fingir que não estamos vendo que a responsabilidade de mudança é nossa. E a boa e velha frase do "não posso pagar" não é desculpa aceitável já alguns bons anos, principalmente depois que a internet e os cursos gratuitos ganharam popularidade. E aí, como você tem passado seu tempo: se desconstruindo para se contruir melhor, mais sábio e mais forte? Ou continua ignorando o que precisa mudar, e usando seu tempo com conteúdo que não agrega em nada na sua vida?

Poisé... os ultimos 6 dias tem sido de revelação para mim. /\ Os escritos acima só confirmam. Tenho visto o retorno do investimento pesado que tenho feito em mim... estou vendo o retorno com meus olhos. Tudo começa em nós mesmos, não tem outro jeito. Não adianta fugir de si, você vai onde você for. "Non capito!", pois já não é problema meu. Mas quem parou de fugir de si mesmo entende muito bem o que eu escrevi.

E quanto mais eu leio, menos eu sei, ainda bem! Não dá para se acomodar... e estou feliz em ver se materializar tudo o que tenho alimentado na minha mente. Deus e a vida estão me trazendo muitas coisas boas... é delicioso ver o retorno do nosso trabalho, do nosso investimento depois de ter sofrido para conseguir a cura interior viu!? Doeu, mas valeu cada minuto. Eu faria tudo outra vez. A única coisa que mudaria: Não ter machucado quem machuquei no processo. Mas eu sei que na hora certa Deus vai me colocar frente a frente com essa pessoa para me desculpar pessoalmente. E assim seguimos! Não pare de aprender! Não se acomode! Evolua, invista em você e no seu crescimento! Invista nos seus relacionamentos, estes também importam.

E um ótimo dia para todos nós!

XX, Louise.

Aliás, esse vai ser o nome da minha filha, se um dia tiver uma... De tanto que deram de me chamar de Louise. Acabei gostando do nome! Tô quase trocando meu nome por Louise. Pior, até no meu ambiente de trabalho quem não é Luiza acaba sendo chamada de Luiza. Bem... alguma coisa certa eu devo ter feito para o meu nome virar referência, não é!? Será!?

Enfim. xx, Luiza/Louisa/Louise/poucoimportaonome,oqueimportaéamensagem.Deu!

[berealit]

March 24, 2024.

E mais uma vez tinha seu sono sendo sacrificado, precisava urgentemente acabar com essa mania de se dispor a virar noites a troco de, algumas vezes, nada. Saiu do dormitório com cautela, para não acabar acordando suas colegas, seriam cinco vozes ao pé de sua orelha caso elas acordassem, afinal; seus passos ganharam rumo para a loja de conveniência mais próxima do campus, o trajeto foi regado por música alta em seus fones de ouvido, o som alto da bateria ressoando naquele pequeno objeto provocava na garota a reação involuntária de balançar a cabeça no ritmo que escutava e, claro, suas mãos se movimentavam no exato ritmo das baquetas.

Ao entrar no estabelecimento, a garota apenas fez uma breve reverência desejando boa noite para a atendente antes de partir rumo ao freezer, buscou um copo com gelo e um suco de melão, uma de suas frutas favoritas, pegou também um kimbap, alguns chicletes e finalizou sua compra no caixa. Aquela cena digna de gravações de tiktok a fez querer rir. Eloise era assim, ria muito fácil, assim como se fechava com a mesma facilidade. Cumprimentou a moça do caixa na saída, fazendo a indagação que mais queria, se poderia comer ali mesmo e até mesmo realizar suas gravações. A companhia seria bem-vinda naquele horário da madrugada de acordo a mulher, então, se sentou a mesa antes de organizar suas compras para seu lanche da madrugada e colocar em dia seu hábito favorito.

— Gravação do dia vinte e quatro de março de dois mil e vinte e quatro. A data é bonita, certo? Vinte e quatro duas vezes, no próximo mês será ainda melhor, já que será mês quatro. Meu aniversário está bem próximo, por sinal.

Colocou o canudo no copo, levando-o até a boca para sorver um gole sa bebida docinha que tanto amava, o que a fez suspirar. Amava o sabor de melão.

— Será meu segundo ano comemorando meu aniversário longe de meus pais e, apesar de comemorar com minha avó em Busan, nada se compara ao abraço dos meus pais... É um dia como qualquer outro, eu sei, mas é quando tenho a oportunidade de me reunir com eles confortavelmente.

Respirou fundo, mordendo um pedaço do kimbap antes de recostar na cadeira, as vezes batia saudades de casa e aquilo era algo que não tinha muito controle, apenas poderia trabalhar em aceitar a situação.

— Sinto saudades de casa, mas ao mesmo tempo não sei dizer ao certo o que seria casa quando não tenho raízes realmente firmadas. Veja bem... Por mais que no meu cotidiano eu pareça prática para um caralho, no fundo sou sentimental e complexa e gostaria de ter apego emocional à algum lugar, tipo aquelas cenas de filme onde o protagonista tem um local favorito onde se sente em paz. Acho que, se eu pudesse definir meus fones de ouvido como um lugar, este seria o meu, já que entro no meu próprio mundo.

As vezes a divagação incansável a pegava despercebida. Tagarelou pelos cotovelos na última semana para o gravador portátil, de forma que sequer sabia o que dizer no atual momento, mesmo sendo falante, já que havia despejado todas as suas palavras incansavelmente por horas a fio. Fez um bico manhoso nos lábios enquanto encarava a rua, seus fones tocavam música no volume máximo e estavam descansando ao redor de seu pescoço, mas ainda era audível o bastante para ser captado pelo gravador.

— Oh! A trilha sonora de hoje é The Warning. Elas fizeram história com o álbum ERROR. E por falar em rock, sinto que preciso presenciar um ainda! Seria realmente uma puta experiência. E por falar em experiência, tenho falado mais palavrões do que o habitual. Minha amiga diz que estou mais respondona também, estaria eu me tornando uma jovem rebelde? Oh, no...

Resmungou, liberando uma risada divertida em seguida antes de beber do suco mais uma vez. Era realmente engraçado se ver xingando tanto, apesar de ser boca suja, não era algo tão usual quanto parecia. Balançou a cabeça de um lado para o outro ao som de "23".

— Essa semana obtive resultado das minhas primeiras provas, tirei notas muito melhores do que eu esperava e com isso, renovo minha carteirinha de aluna aplicada. Estou quase finalizando meu novo drama favorito e pude ver de pertinho no dia vinte e três o trabalho de um amigo. O moleque é incrível, não sou a pessoa mais indicada para falar sobre arte, mas ele definitivamente é talentoso e merece todo o sucesso que tem conquistado. Foi uma semana produtiva...

Levou ambas as mãos até as próprias bochechas, apertando-as. Costumava fazer isso quando sentia suas mãos frias, visto que seu rosto estava sempre bem morno, então era uma pequena ajuda para aquece-las.

— Estou pensando em dar aulas particulares, tutoria, ou aulas de reforço, ainda não sei como chamam isso aqui. Acho que pode ser um bom ponto de partida. Trabalhar é algo que sinto bastante falta de fazer e, também é necessário. As meninas e eu tomamos a decisão definitiva de nos mudarmos para um local onde possamos ter quartos individuais, então teremos mais espaço. Será um gasto bem alto que não tínhamos, eu sei. Mas será mais confortável e, nos dará mais privacidade.

Comeu o último pedaço do kimbap e nem ao menos se sentou novamente, apenas recolheu o que ainda lhe servia dentro da sacola ou em mãos e se despediu da atendente, caminhando para a rua novamente. Eram cerca de quatro horas da manhã, estava começando a ficar com sono.

— Vou gravar só até chegar no campus. Devo admitir que estou um tanto feliz, tenho tido minhas conquistas e por menores que possam parecer isso é um passo incrível; cada pequena evolução é importante na composição de quem quer que seja. O sono tá começando a falar mais alto, então vou encerrar por aqui antes que eu comece a tagarelar coisas sem sentido.

O sono estava começando a afetar sua linha de raciocínio, agradeceu mentalmente por já estar chegando ao dormitório, então acelerou seus passos. Precisava descansar o quanto antes, estava exausta, ainda mais depois daquela tarde. Havia saído com as meninas para dançar um pouco e seu corpo não estava tão acostumado a tamanho esforço. Então, ao abrir a porta do dormitório, apenas escovou os dentes e trocou suas vestes, iria finalmente descansar e colocar seu sono em dia.

ⓒ 𝟤𝟣𝗌𝗍 𝖢𝖤𝖭𝖳𝖴𝖱𝖸 𝖦𝖨𝖱𝖫'𝗌 𝖵𝖮𝖨𝖢𝖤 𝖱𝖤𝖢 ● ──┈ ���부미의 마음속에 무슨 일이 있는 걸까요? 한번 알아봅시다!고부미 씨의 머릿속에 무슨 일이 일어나고 있는지 생각해 본 적이 있나요? 한번 알아봅시다!~~ ㅋㅋㅋ

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[apolua]

Terapia só funciona para quem está aberto a trabalhar seus problemas de fato. Outro fator que ajuda bastante é a confiança em seu terapeuta. Eu era muito cética com psicoterapias, mas a necessidade bateu na porta e eu realmente dei uma oportunidade, me permiti e confiei na minha psicóloga. Ela fez uma análise do meu perfil e com base no que conto a ela, no que eu quero e decido para mim, ela faz suas sugestões de acordo com a bagagem dela e o que ela acha ser melhor para mim, mas só funciona se eu realmente quiser aquilo e se eu executar.

Ela já percebeu que o sentimento que mais me machuca atualmente é o de rejeição, que sinto que fui substituída rapidamente, que fui preterida mesmo tendo toda uma história em detrimento a algo novo, é o que eu sinto. Ela sabe que tenho dificuldade de lidar com a impermanência das coisas, que não consigo me soltar facilmente para o novo. Então ela trabalha muito isso nas nossas conversas, me manda textos sobre, vídeos, indica filmes, documentários, passa tarefas para eu fazer e me sugere mudanças e novos hábitos, tudo tem me ajudado de verdade, apesar de ser um processo. Há dias bem ruins e tristes e outros que melhoram.

Ela sabe que eu gosto de repetição, então ela sempre me lembra que há pessoas que sentem uma necessidade maior em estar sempre em uma relação, que se sentem mais seguras, que estabelecer laços afetivos e românticos podem preencher nelas espaços vazios de algo. Enquanto pessoas como eu conseguem ficar anos sem isso e está tudo bem. Que há pessoas que são mais intensas e se entregam mais facilmente em novas relações por consequência de seus processos de vida, mas outras como eu são mais cautelosas, que preferem coisas lentas e está tudo bem. Que eu não preciso me sentir mal por não ser do mesmo jeito, o meu ritmo não é esse e na hora certa vai acontecer, como um dia já aconteceu. Tudo tem o momento certo e a pessoa certa.

Entendi que todo mundo precisa de terapia para lidar melhor com tantas questões emocionais que passamos a vida toda repetindo achando que é normal, que faz parte de nossa personalidade, sendo que na verdade é um problema psicológico/emocional mal resolvido, provavelmente vindo da nossa infância.

Não me culpo tanto mais. Compreendo que meu processo é diferente. Que as pessoas são diferentes. Sei que em algum momento ao longo desse caminho que estou seguindo eu irei sentir todo aquele contentamento com minha vida novamente. Que tudo fará sentido ou não existirá mais a necessidade de ter um sentido, só será. Que irei amar de novo, sem culpa e ressentimentos, porque estou disposta a não aceitar menos do que mereço.

Entendo que certas coisas simplesmente acontecem, poderia ter sido ao contrário, me coloco no mesmo lugar do outro, por isso não quero empatar a vida de ninguém mais. Deixar ir é prova de amor a mim e a ela. Ninguém deve ser coagido a ficar. O que é meu me encontrará.

[girassol-em-queda]

Eu dormi tão tarde ontem e hoje novamente eu estou tão cansada mas não consigo dormir, a mente não desliga! E eu fico pensando sobre tudo e o que eu ando fazendo como tenho tomado minhas decisões e isso está certo na minha vida! E toda vez que eu tento sair disso eu me vejo voltando pra trás não importa o que eu estou recebendo de você! E eu não consigo mais lidar com a minha mente! Eu já entendi que esse sentimento existe mas não é você, não pode ser você e eu fico com alergia emocional quando você vem, nossa como eu fico péssima depois de você, e toda essa intensidade que não se vê todo dia, e a maneira que você me trata dizendo que me ama e agindo totalmente ao contrário segundos depois, essa montanha russa com você e eu tenho tanto apego que mesmo me machucando muito eu não consigo soltar a corda. Eu não tô cortando laços e quando você está longe eu sinto muita saudade mas quando está perto lembro do porque me afasto, e mesmo depois de meses ontem ter sido incrível com você por algum motivo eu estou triste, quer dizer mil motivos infinitos motivos de tudo que você já me disse cada frase, e eu não posso contar eu não posso me abrir pra ninguém! Porque que loucura né por que me mantenho nisso sendo péssimo eu tenho noção disso queria que você também tivesse, quando me diz coisas absurdas sobre mim e aí eu não sei cessar eu não sei partir. Por que sempre penso que ainda pode melhorar pode mudar mas nunca muda! E o erro tá sendo eu continuar seus eu te amos são rasos! E eu me pego pensando se é trauma ou intuição gritando ou se eu tô ficando louca, sabe de imaginar de dizer que você fez algo que você faz algo! E você sempre diz que não, e você me convence de que não! De que nunca! Mas tem algo nessa relação que eu não sei dizer por que me prende a você! Poderia dizer que se assemelha a síndrome de estolcomo sem a parte do sequestro! Mas o malfeitor existe e eu sempre acho que estou apaixonada por ele! Eu só conheci vilões na minha vida! Aprendi que amor era isso, eu sei que não é! Não quero mais viver assim! Não sei mais quanto tempo apesar de ter aguentado tanto e é natal quase e eu não quero passar triste apesar de desde 2020 passar sempre chorando e ouvindo coisas pessimas, as vezes me pergunto o que estou pagando aqui quem eu fui pra ter tanta tristeza instalada e isso se torna um vício um ciclo sem fim. Sem parar espirais e espirais e toda vez troca os personagens mas não a história, e será que eu sou a única louca aqui, eu tenho que cortar o laço e to sempre esperando a gota d’água que acontece todo dia mas eu sempre finjo que não foi. E sempre escondo toda a sujeira embaixo do tapete de casal feliz! Eu não quero acho que admitir que eu falhei de novo sabe e eu coloquei dentro de casa eu coloquei no convívio com a Manu eu fiz tudo que podia por você e sei que você também fez muito por mim! Eu não vou ser hipocrita você não é de todo ruim! Mas você é tão bruto e tão insensível eu não quero assim e eu te pedi tantas e tantas e quantas vezes pra mudar mas não acontece! Eu tô errando demais em permitir por que eu não consigo sair dessa situação? Eu não quero ou eu não consigo, ou os dois juntos! Sei que tem várias pessoas mas eu não quero! Quero aquilo que não posso ter vindo de você! Por que eu insisto tanto? Por que me permite insistir tanto?

[lifesinmosaic]

[AFETOS DOLOROSOS]

Bom, eu tenho uma relação de 1 ano e meio, no início foi uma paixão que me catapultou, me tomou pelos braços, meu imaginário, meu corpo reverberava ao calor do seu corpo. Ele carregava uma separação de uma relação que durou 11 anos. No início havia e ainda há muita dedicação dele em construir uma relação comigo, sempre demonstrou ser participativo e muito íntegro comigo. Tivemos inúmeros desafios, amigos meus promovendo piadas maldosas, ex-mulher sendo escrota e outros pares de percalços. Contudo atravessamos as fronteiras. A sensação que sinto é que mesmo que a gente compartilhe uma rotina muito intensa, passando 4 a 5 dias na semana, sempre um na casa do outro, cozinhando, limpando, indo ao mercado, promovendo atividades juntos ao pequeno sinto que é um grandissímo tabu fazer referência a pauta do casamento/morar junto. Me sinto desenganada. Será que estou errada em criar essa imagem de futuro? Por que me sinto tão sozinha e culpada em desejar estar com ele? Não é só minha projeção falando alto é um dia a dia que me convida a criar essas fantasias. Ele me disse: "não posso nem imaginar, ainda estou num modo de sobrevivência emocional". Então por que me deu tanta abertura? Por que me colocar no centro da sua convivência familiar e não me chamar de família? Dói muito para você e para mim também. Eu preciso fazer o que ensaiei meses atrás, recolhimento e foco nas minhas coisas. Eu amo passar tempo com você Pedro. Amo dormir e acordar contigo mas eu não posso me colocar numa situação que eu sei que irei criar expectativas. Sou uma mulher construindo uma carreira e plantando a sementinha da minha família que ainda não sei qual será a configuração mas eu estou determinada a construir. Te desejo todo bem, amor, carinho, colo do universo. Sinto um profundo sentimento de cuidado e amor por você. Mas nem minha presença, nem meu amor irão curar o seu luto. Espero que você encontre recursos para lidar com suas dores, porque quem protege nossos caminhos estão prontos a aliviar nossa mochilinha e suaviziar a jornada. Espero que a gente se encontre apesar de todas as quinas dolorosas que fomos acumulando durante a vida. Mas acima de tudo possamos ser gratos pelos encontros que geram vida, do chão árido que brotam novos sentimentos, dos afetos que conseguem romper a dureza dos nossos traumas. Gosto de imaginar que a esperança é como um pássaro, um ser que aprendeu a navegar em meio as flutações da brisa do vento. É possível experimentar outros território emocionais.

Sigo guardando os sentimentos que nos unem, e você está nas minhas rezas. Te amo.

[cherrxthings]

atualmente, estou vivendo um momento muito estranho da minha vida... não sei por isso em palavras, mas estou cercado de uma incerteza que me deixa tão ansioso, não quero soar egoista, mas, é muito dificil lidar com toda essa situação, minha mãe esta gravida, a cada dia a mais me sinto mais pressionado e bombardeado pela sensação de ter 18 anos e ter que lidar com a fase adulta e a pressão dos meus pais para ser alguém na vida, meus vicios que as vezes não sei como compreende-los. sabe, eu tenho muito medo de fracassar na vida, de não conseguir alcançar minhas expectativas, eu só quero viver feliz! talvez ser uma pessoa ansiosa faça esses mini problemas, parecer uma montanha-russa de emoções, e que eu sou muito jovem, e ainda tenho muitas coisas parar viver... contudo, dentro de mim existe luma certa demostivação na qual não sei explicar de onde vem, sinto como se eu não tivesse capacidade ou coragem para experimentar novas coisas e desbloquear novas fases da minha vida. meus traumas do passado ainda estão me corroendo bastante, está sendo muito díficl lidar com uma certa "desilusão amorosa`", bom, ainda dói bastante, e certas coisas ainda me remetem muito a este trauma. mas atualmente, estou sendo cercado por um sentimento que eu nunca tinha parado pra pensar... o meu futuro. isso mesmo! quem diria que isso seria algo que fosse me martirizar tanto, igual nos ultimos dias. quando mais novo, sempre acreditei que de algum jeito, eu teria uma boa vida, e um bom emprego. com essa nova fase, isso tem algo que eu tenho martelado muito na cabeça, o que será do meu futuro? eu queria ser alguém influente na midia, mas não faço a mínima idéia de como fazer isso acontecer........ queria muito ser modelo, este é o sonho da minha vida. desfilar nas maiores passarelas de moda, usando os looks mais caros, sendo glamourizado e amado pela critica... infelizmente sonhos assim estão muito fora da minha realidade, ou talvez da minha ansiedade que acaba gerando uma certa insegurança, e acaba me impedindo de avançar na vida. escutamos por horas aquele velho discurso de que "relaxa, ta tudo bem, tudo tem seu tempo." realmente, mas a pressão imposta pela sociedade de que devemos ser alguém na vida a qualquer custo, acaba me gerando um certo desconforto no qual eu ainda não sei lidar. as vezes só queria ter nascido de alguma familia rica, com meu futuro garantido, sem precisar me preocupar com outras coisas, acho que as coisas seriam tão mais fáceis. não quero as coisas de mão beijada, ou a vida de uma maneira fácil, pois tudo que é digno, vem do nosso esforço e suor, bom, é pelo menos o que a maioria das pessoas dizem. mas eu queria poder me proporcionar o minímo, sem passar por esse sofrimento emocional massivo, e sem essa insegurança que me gera frustrações diárias e de uma forma bem direta, esse sentimento depressivo, que vem tirando a minha paciência.