Tumgik
#eu só respondo de noite então to com sono de novo
imagines-1d-zayn · 4 years
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Imagine - Harry Styles.
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Oi, gente! 
Eu vi esse pedido perdido na minha caixa de entrada, e eu resolvi fazer. Eu nem sei se a pessoa que pediu ainda está por aqui, ou se ela vai ler. Mas não custa tentar, não é?! Espero que vocês gostem. Beijooos. 🙃
Pedido:  Faz um q eles namoram a distância e se esforçam pra dar certo. Bem fofo, pode ser xom o Nini ou Styles Por favor - por: @heyluna​
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- Eu estou morrendo de saudades de você. – Eu disse fazendo beicinho e o vi sorrir.
- Eu sei, linda, eu também estou com saudades.
Namorar à distância é um desafio, e pode ser muito desgastante, tanto para o relacionamento, quanto para as pessoas envolvidas. Eu não esperava que um dia isso fosse acontecer comigo, afinal eu não conhecia muitas pessoas, muito menos que morassem em outro país.
Em uma das minhas férias da faculdade, eu viajei para Nova Iorque para visitar Alice, minha amiga de infância. Ela é uma dançaria incrível, e iria fazer sua primeira apresentação com o Free Dance, o balé mais famoso do país. Claro que eu iria prestigiá-la.
E foi quando eu o conheci.
Harry Styles era um dos famosos que estavam na plateia. Nos sentamos lado a lado, e acabamos conversando por alguns instantes. Depois da apresentação, fomos para a casa do coreógrafo. E Harry estava lá. Conversamos quase que o tempo todo, e no final da noite ele me beijou. Passei boa parte das minhas férias me encontrando com ele, e começamos a nos envolver. Nos víamos com frequência, principalmente porque ele sempre vem para Chicago.
Nós dois estávamos dispostos a fazer isso dar certo. Preferimos lidar com a distância e o fuso horário, do que ficarmos separados. E está dando certo, até o momento, pelo menos.
- Como estão as aulas? – Ele perguntou logo depois de tomar um gole do seu chá, que eu sabia que era de erva-doce.
- Cansativas. – Suspirei. – Não vejo a hora de acabar. – Ele concorda com a cabeça.
- Eu imagino. Mas logo vai acabar, faltam menos de dois meses.
- O que significa que faltam menos de dois menos para eu ver você. – Ele sorri.
- Eu estou contando os minutos.
Sinto meu coração bater quentinho no meu peito. Eu estava contando os segundos para ver ele, para poder abraçar e beijar ele.
- Eu vi você no programa da Ellen hoje cedo. Você estava lindo, e eu gostei da sua participação. – Ele sorri mostrando as covinhas que eu tanto amo.
- Você gostou mesmo?
- É claro que sim. O quadro com o entregador de pizza foi muito engraçado, eu ri bastante. – Ele ri fraquinho, provavelmente motivado pela minha empolgação.
- Foi divertido fazer. – Ele coça os olhos e eu confiro a hora no meu computador.
- Ei, vai dormir. Já passa da meia noite ai em Londres, e você tem que descansar um pouco. – Ele nega com a cabeça.
- Eu prometi que ficaria com você até você terminar seu trabalho. É o que eu faria se estivesse ai do seu lado, pelo menos. – Sorrio para ele.
- Mas se você estivesse aqui seriam 6 horas da tarde, e não meia noite. – Ele levanta os ombros e boceja.
- Eu sei, mas eu queria ficar com você. Eu amo ver você concentrada, estudando. – Sorrio tímida.
- É sério, vai dormir. Você está trabalhando bastante, e tem que aproveitar esses momentos de paz para descansar. Eu vou ficar bem sozinha. – Rio fraco.
- Tudo bem, eu vou. Amanhã cedo eu tenho que ir para a gravadora, mas eu te ligo no horário do seu almoço.
- Combinado! – Ele se ajeita na cama. – Boa noite, durma bem, e sonhe comigo.
- Eu sempre sonho você. – Ele sorri e eu faço o mesmo. – Não fique acordada até tarde.
- Eu prometo! – Ele concorda com a cabeça.
- Boa noite, durma bem. Eu te amo.
- Eu também te amo.
Encerramos a chamada de vídeo e eu volto a focar no trabalho que eu tinha que finalizar. Eu consegui fazer muito mais rápido do eu previa, e pela primeira vez em meses eu consegui dormir antes das 23h.
Quando meu despertador tocou, eu sentia que eu tinha descansado o suficiente e me sentia disposta. Assim que peguei meu celular, uma mensagem do Harry apareceu na tela:
“Desculpa não ter aguentado ficar acordado ontem. Espero que tenha conseguido terminar seu trabalho. Depois, me conta como foi sua apresentação. Tenha um bom dia. Te amo, H.”.
O respondo rapidamente, e corro para me arrumar. Tomo café e caminho devagar pelas duas quadras que era a distância entre minha casa e o campus.
Assim que minha aula acaba, mando uma mensagem para o Harry contando que minha apresentação tinha sido boa e que aparentemente o professor tinha gostado. Caminho junto com as minhas colegas de turma, Jess e Ella, até um restaurante de comida italiana que fica na mesma quadra do campus.
Meu telefone toca, e o nome e uma foto do Harry brilham na tela. Eu amava aquela foto, e tinha tirado da última vez que nos vimos.
- Alô?
- Quer dizer que minha namorada é uma nerd? – Solto uma risada baixa. – Gabaritou mais um trabalho? – Eu sabia que ele estava sorrindo.
- Eu não disse que tirei dez, apenas que o professor pareceu ter gostado. – Levanto os ombros.
- Eu tenho certeza que ele gostou. Não tem como não gostar de alguma coisa que você faça.
- Você é suspeito para falar isso. – Ele ri.
- É, eu sou. – Escuto ele fechar alguma porta. Provavelmente estava chegando da gravadora agora. – Você não foi dormir muito tarde, foi?
- Eu fui dormir antes das onze horas. – Ele fica em silêncio do outro lado da linha. – Harry?
- Eu estava conferindo se liguei para a pessoa certa. Minha namorada nunca dorme antes das 2 horas da manhã quando tem um trabalho para fazer. – Rio.
- É que eu consegui terminar o trabalho bem rápido, foi bem mais fácil do que pensei que seria. Então, aproveitei para descansar. Eu estou completamente disposta hoje, e até um pouco elétrica. – Ele ri.
- Se eu estivesse ai, iria te cansar rapidinho. – Solto uma risada alta, surpresa com o seu comentário. – Mas isso é ótimo. Parece que nós dois tivemos uma boa noite de sono.
- Que bom. – Concordo e vejo o garçom caminhando até a mesa em que eu estava com uma bandeja e alguns pratos em cima dela. – Babe, eu tenho que desligar. Estou almoçando com as meninas, e nossa comida acabou de chegar. Eu te ligo mais tarde.
- Tudo bem, bom almoço para vocês. Beijos.
Encerro a ligação e passo o restante do almoço entretida com vários assuntos com as meninas.
O resto da semana é preenchido por aulas e trabalho que tenho que correr contra o tempo para fazer. Não converso com o Harry durante o restante da semana, e mal trocamos mensagens. Apenas o vejo em programas de TV e entrevistas em rádios.
É nesses momentos que eu sinto o peso do relacionamento à distância. A maior parte do tempo ele estava ocupado com suas coisas, sua carreira e tudo que estava envolvido em ser um astro da música. E uma diferença de 6 horas nos nossos relógios faz diferença, e dificulta muito.
Apenas quatro semanas, (S/A). Apenas quatro semanas.
O final do semestre estava exaustivo, e eu me focava apenas nas minhas últimas provas do ano. A cada prova que eu fazia, ou a cada trabalho que eu entregava, mais perto eu estava de me formar. Esse era o meu consolo.
- Quer ir almoçar com a gente, (S/A)? – Ella perguntou enquanto saíamos da sala.
- Hum, acho que hoje não. Eu vou aproveitar para ir para casa e tentar descansar. Eu virei a noite estudando para essa prova. – Ela concorda com a cabeça.
- Tudo bem então. Bom descanso para você.
Agradeço e sigo em direção a minha casa. O porteiro sorri para mim quando eu passo, e eu faço o mesmo para ele. Bocejo três vezes durante o tempo que o elevador demora para chegar no meu andar, e repito para mim mesma que eu vou ao menos tirar o jeans antes de deitar.
Assim que abro a porta de casa, sinto o perfume forte e amadeirado que o Harry sempre usa. Levanto os olhos e o vejo parado na sala sorrindo para mim. Pisco algumas vezes, e demoro alguns segundos para me certificar que não estou apenas delirando de sono.
- Harry! – Corro até ele, e pulo no seu colo.
Ele me recebe de braços abertos e me abraça apertado. Aspiro seu perfume mais uma vez e sinto meu coração disparar.
- Meu Deus, eu estou com muitas saudades. – Olho para ele e vejo seus olhos verdes brilhando.
- Eu também, babe. Eu também.
Ele finalmente me beija, e eu sinto meu estômago revirar. Só eu sabia como eu senti falta dele, e eu mal podia acreditar que ele está aqui mesmo.
- Você já almoçou? – Ele pergunta olhando para mim e faz um carinho na minha bochecha.
- Não...
- Ótimo, porque eu comprei comida japonesa. – Ele sorri e caminha comigo ainda no seu colo até a cozinha. Ele me coloca sentada em cima da pia, enquanto ele abre as embalagens da comida.
- O que você está fazendo aqui?
Ele para o que está fazendo e caminha até mim, e se encaixa entre as minhas pernas. Ele acaricia meu rosto e me beija de novo. Dessa vez, muito mais devagar.
- Nós estamos completando oito meses de namoro hoje. – Sorrio. – Eu quis fazer uma surpresa.
- Mas eu ia para Londres em duas semanas.
- Correção, você vai, não “ia”. – Sorrio. – Mas não seria mesma coisa. Não teria outro lugar para eu estar hoje, se não aqui com você. – Ele me beija mais uma vez. – Além disso, são duas semanas a mais que teremos para ficar juntos. – Ele sorri e mostra suas covinhas.
- Duas semanas? Você vai ficar aqui? – Ele concorda com a cabeça.
- Eu só volto para Londres com você.
Sorrio largo e o beijo mais uma vez. Sua mão entra por debaixo da minha blusa, e ele aperta minha cintura, me puxando para mais perto dele.
- Eu te amo. – Digo baixinho. Ele encosta sua testa na minha e sorri.
- Eu te amo, (S/A), muito!
Ele se afasta de mim e termina de desembalar a nossa comida, e sentamos juntos para almoçar. É, parece que esse namoro à distância realmente funciona.
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hot-1d-imagine · 6 years
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Pedido: Vc pode fazer uma do Harry, ele tem uma tara bela bunda dela e ela só anda de calcinha(ela é virgem)dai ele tem um sonho erótico com ela e ele faz um oral nela dormindo dai rola a primeira vez do casal. Quero beeem detalhado - holyhairdostudentrascal
*Aqui nesse link http://hot-1d-imagine.tumblr.com/tagged/meusimagine vocês podem ver todos os imagines já postados*
Imagine Hot Harry
Eu depois que eu entrei na faculdade tive que dividir o apartamento com um companheiro de quarto, Harry, precisei de ajuda para pagar as contas e assim comecei a entrevistar os possíveis moradores e então eu encontrei Harry que era um cara incrível, engraçado e fazia faculdade na mesma instituição que a minha e agora já fazem um ano que estamos morando juntos.
Durante esse tempo descobrir que ele tem a mesma mania que a minha, por exemplo Harry anda de cueca pela casa e eu também tenho a mesma mania, eu ando de calcinha pela casa, Harry nunca reclamou e eu nunca reclamei da maneira dele. Mas temos regras, eu deixei bastante claro que eu não quero que ele traga nenhuma garota aqui pra casa, se ele quiser fazer sexo que vá para um motel, meu apartamento não é bordel.
Hoje é sábado e não estou com nenhuma vontade de sair de casa, acordo vou tomar um banho visto uma regata branca e nem coloco sutiã, e saio do quarto apenas de blusa e calcinha. Ando pelo corredor e desço as escadas, encontro Harry largado no sofá apenas com uma cueca boxer preta, ele encara fixamente.
- Bom dia – Falo coçando meus olhos.
- Bom dia – Ele responde com uma voz rouca. Caminho até a cozinha preparo meu cereal de chocolate e ponho o leite e pego a colher, volto pra sala e percebo que Harry colocou uma almofada na frente de sua cueca, será que ele ficou com vergonha? Que estranho.
POV Harry
Puta. Que. Pariu.
( S/n) está querendo me matar com certeza, fica andando com aquela calcinha pequena que fica enterrada na sua linda bunda, e eu posso perceber que ela está sem sutiã, meu pau fica duro na hora, ela passa por mim e vai pra cozinha, eu rapidamente coloco uma almofada tampando minha ereção. Ela volta minutos depois e se senta ao meu lado.
Desde que eu vim morar com ela e a vi andando pela casa apenas de calcinha, eu criei uma tara pela bunda dela, tinha sonhos eróticos toda noite com ela rebolando no meu colo enquanto meu pau estava dentro dela. Seguro um gemido e tento prestar atenção na televisão.
- Vai sair hoje, Harry? – Ela pergunta e eu a encaro, os mamilos dela chamam minha atenção mas mantenho firme meus olhos nos dela.
- Hoje não, gatinha, estou cansado demais – Respondo e ela sorri.
Passamos o dia juntos assistindo várias séries, rimos e vi ela chorando quando um personagem favorito dela morreu, a abracei. Já era a noite quando (S/n) subiu pra tomar seu banho e eu fui arrumar nossa bagunça. Quando terminei, subi as escadas e passei pela porta do quarto dela, que estava um pouco aberta, e a vi completamente nua enquanto passava creme nas pernas. Fico vidrado na cena, mas rapidamente volto ao normal e corro para meu quarto. Hoje passei o dia de pau duro, assim eu não vou sobreviver mesmo, o desejo está tomando meus sentidos.
Depois de algumas horas, já estou de banho tomado e pronto para dormir, me deito e rapidamente pego no sono.
- Ah Harry, mete com mais força – Escuto (S/n) gemer enquanto eu a penetro com força, seguro suas pernas para continuarem abertas e vejo meu pênis entrar na intimidade molhadinha dela.
- Vou gozar, (S/n) – Falo e sinto ela me apertando e chegando ao orgasmo.
Me sento rapidamente na cama e percebo que tudo foi um sonho, e eu nem cheguei a gozar.
Porra.
Me levanto e noto que eu estou com uma ereção enorme e dolorida. Bufo de raiva e parece que dessa vez o desejo toma conta de mim, eu olho pro relógio e são uma hora da manhã, saio do meu quarto e devagar abro a porta do quarto de (S/n) percebo que ela está sonhando com alguma coisa, um sonho erótico certeza pois está esfregando suas pernas uma na outra bem devagar. Tranco a porta e caminho até a cama, puxo o lençol de sua cintura e para minha surpresa ela está sem calcinha. Eu vou morrer de tesão. Abro lentamente as pernas dela e de longe já percebo o quão molhada ela está. Me abaixo e meu rosto fica próximo a intimidade dela, ela solta um gemido suave e eu aproveito, começo com uma lambida e seu sabor toma meu paladar fazendo eu ficar mais louco do que já estou, sugo o clitóris dela devagar e continuo a chupar toda a sua vagina em seguida, (S/n) se mexe e começa a gemer mais alto, isso me motiva a continuar, eu já estou viciado no sabor dela.
POV (S/N)
Acordo sentindo um prazer enorme, solto vários gemidos e estou atordoada sem saber o que está acontecendo até que eu sinto que estou sendo chupada, olho pra baixo e a visão do Harry me fazendo um oral é tão prazerosa que eu chego no meu ápice na hora, meus dedos agarram os cabelos dele e eu grito de prazer.
- Harry, continua – Falo manhosa e ele continua, ele penetra dois dedos de uma vez na minha vagina e eu grito e chego a outro orgasmo. Esse homem vai me matar.
- Porra (S/n) estou tão duro por você, baby, me deixa te comer agora – Ele diz e retira a Boxer dele livrando o seu membro rígido e grande.
- Harry... Eu sou virgem – Confesso e ele me encara perplexo. Fico corada diante do olhar dele e aos poucos vou notando um sorriso sacana no seu rosto.
- Acho que fiquei mais excitado agora – Harry fala e beija meu rosto e por fim minha boca, sua língua é exigente e pede espaço, começamos a nos beijar com vontade, minhas mãos acariciam as costas largas dele e o puxo pra mim, sinto a ponta do membro dele tocar a entrada da minha intimidade.
- Me come, Harry – Falo com a voz rouca de desejo e Harry solta um gemido.
- Não se preocupe, princesa, eu vou ser cuidadoso com você – Ele diz e em seguida vai enfiando seu pênis devagar dentro de mim até entrar todo. Doeu como um inferno, mas estou tão focada nos olhos verdes dele que parece que ele me anestesiou. Harry começa e me penetrar mas para só pra tirar minha blusa, fico totalmente nua diante dele. Ele encara meus seios e desce seu rosto até sua boca ficar próxima ao meu mamilo, ele suga um e circula o bico com a língua quente, eu vou gozar só com isso.
Harry volta com os movimentos de entra e sai, meu prazer começa a voltar ao sentir a maneira sensual com qual ele se move em cima de mim.
- Vira de costas e empina essa bunda maravilhosa pra mim, quero te foder olhando pra ela – Harry manda e eu faço, ele me dá um tapa estalado e eu solto um gemido e sinto ele me penetrar de novo, parece que ele foi mais fundo dessa vez.
- Ah Harry, mete com mais força – Falo gemendo e parece que ativou alguma coisa dentro dele, Harry começa a me penetrar bruto e rápido, sinto o líquido da minha excitação escorrer por minhas pernas. Ele faz um rabo de cavalo no meu cabelo e o puxa me fazendo ficar toda empinada. Suas estocadas me levam a loucura, sinto meu orgasmo chegar e minha intimidade começa a apertá-lo.
- Oh (S/n) sua boceta é tão apertada, ah porra, vou gozar, vem pra mim, Baby – Ele pede com a boca colada no meu ouvido, sua voz rouca e ofegante me excitam e eu gozo com força soltando um grito enquanto rebolo no pau dele. Harry solta um grunhido e sinto os jatos quentes de sêmen me preencher inteira e escorrer pelas minhas pernas. Ele gozou muito.
- Ah (S/n) nunca soltei tanta porra assim, isso que dá ficar quase um ano de pau duro por você – Ele diz e eu dou uma risada e me deito na cama e ele deita ao meu lado.
- Todos esses orgasmos que você me deu hoje compensaram as noites em que eu me tocava pensando em você – Digo subindo em cima dele e beijando o pescoço dele e o chupando.
- Quer ser fodida mais uma vez, baby? – Ele pergunta e eu assinto.
- O resto da noite toda se você conseguir – Falo o desafiando.
- Vou te deixar sem andar amanhã, gatinha – Harry me responde e avança pra cima de mim.
Espero que tenham gostado, se sim, deixem uma ask me contando, irei amar te responder.
*Os favoritos são muito importantes, então se gostou, deixa seu fav lindo aí ;D*
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souslelit · 5 years
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// isla //
love, hate and other things I can’t have
Angra entra no meu quarto e fecha a porta atrás de si. 
– Hoje foi… melhor. 
– Mas não foi perfeito. – Rebato, puxando a saia do meu vestido e sentando na cama. Minha irmã faz o mesmo e se junta a mim. – Tem que ser perfeito. 
Olho para as sombras no chão criadas pelo sol do início da manhã. Amo meu quarto nesse horário, quando tudo é tomado por um dourado frio. É minha cor favorita, e na maioria das vezes só eu estou acordada para ver. Preciso me lembrar de acordar cedo mais vezes para aproveitar esse momento. 
Não que hoje eu esteja aproveitando.
– Isla, pare. – Minha irmã segura minha mão e faz com que eu me vire para ela. Seus encantadores olhos escuros como piche sorriem para mim. – Olhe pelo lado bom: dessa vez você não fez careta. 
– Eu não faço careta! – Exclamo, em choque, e me levanto da cama. Meu vestido vem comigo, o tecido azul esvoaçando ao meu redor enquanto me movo. 
– Faz sim. Um pouquinho. 
Não sei como lidar com a inocência de Angra às vezes. Mesmo tendo alcançado a maioridade há duas semanas, para mim ela ainda era a criança que crescera comigo; e, em alguns momentos, eu acho que ela também se via assim. Principalmente quando eu a pegava passando a mão pela cabeça recém raspada, como se ainda não tivesse se acostumado.
Eu não tive muito tempo para me acostumar com a cabeça raspada. Estava muito preocupada em me acostumar com a coroa sobre ela. 
– Você vai comigo amanhã, não vai? – Aproximo-me da menina para perguntar. Tento manter a postura de regente e não de irmã mais velha. 
– Claro que não! – Ela responde, balançando a cabeça. – Não é tradicional.
– Tradição é pressão de gente que já morreu. – Agora me abaixo e abandono a postura real. – Preciso de você, Angra, por favor. Quem é que vai me impedir de fazer careta?
Minha irmã pensa antes de responder.
– Realmente. 
Rimos juntas e eu volto a me sentar na cama. O sol avança pelo quarto, e o dourado pálido vira um branco que machuca os olhos. 
– Mas dá mesmo para ver quando eu fico…
– Dá. – Angra é honesta. – Mas só porque eu te conheço muito bem, Isla. 
Ela se levanta e estende a mão para mim. Eu aceito e me levanto, espantada com o quanto minha irmã cresceu no último inverno. Já está da minha altura. 
– Você vai se sair bem. – Ela encosta sua testa na minha. – E eu vou estar lá com você o tempo todo. 
Sorrio e abraço a menina. Consigo sentir o espanto em seus ombros quando eu a aperto contra mim. 
– Obrigada. – Digo. E então Angra sai do quarto. 
Basta eu ficar sozinha para relembrar tudo que aconteceu de manhã. Os oficiais de minha mãe fazendo milhões de perguntas que eu não sabia como responder, as dicas que não eram bem dicas, o aviso terrível: "se você se esquecer disso amanhã, não teremos acordo nenhum".
Haviam tantas coisas que eu não podia esquecer, e mais coisas que eu sequer podia deixar transparecer. E precisava aprender tudo esta noite. 
Uma lágrima escorre do meu olho antes que eu possa impedi-la, mas eu a limpo imediatamente. 
Não posso deixar que me vejam assim. Não posso. 
Caminho em passos largos até minha penteadeira para checar se minha maquiagem foi comprometida, mas está tudo ali: pele perfeita, delineado impecável, cabelo milimetricamente no lugar. Aproveito para puxar mais cachos e deixar o penteado mais arrumado.
Eu preciso pensar em outra coisa, urgentemente. 
Ajeito o vestido e saio do quarto. Do lado de fora, encontro dois guardas praticamente idênticos: pele escura como a minha, cabelo ajeitado em um coque alto, as mesmas tatuagens nos braços. Sou quase da altura do homem da direita, mas o da esquerda é quase trinta centímetros maior do que eu. 
– Jax, Talin. – Cumprimento, e ambos respondem com um aceno de cabeça. – Irei até a biblioteca.
– Te acompanho, Majestade. – Talin é rápido em se oferecer, prontificando-se em ficar atrás de mim no corredor. 
– Eu também, Majestade. – Jax diz, começando a trocar de posição. 
– Não é necessário. – Digo, estendendo a mão, com um pouco mais de alarme do que eu deveria. Dou uma olhada pra Talin e seus olhos se abrem um pouco mais, pedindo para eu me acalmar. 
– Como quiser, Majestade. – Jax volta a posição na frente da minha porta e ali permanece. Ele não pareceu notar minha interação com Talin.
Sigo caminho até a biblioteca, subindo dois lances de escada e depois virando no largo corredor do quarto andar. Ouço os passos pesados de Talin atrás de mim mas não troco mais nenhum olhar com ele. Continuo até a última porta do corredor, que dá acesso a nossa vasta coleção de livros. 
Não estou procurando livro algum, na verdade.
– Cheque se não há mais ninguém aqui, por favor. – Digo bem baixinho para que só o guarda possa ouvir, assim que estamos dentro da biblioteca. Troco olhares com ele de novo e dessa vez há uma faísca.
– Sim, Majestade.
Observo Talin se afastar e eu cruzo o piso de porcelana negra em direção à estante de biografias. Também checo a biblioteca e seu vasto ambiente  de pé direito alto e teto abobadado por algum oficial ou talvez até minha irmã, mas não vejo ninguém. 
– Apenas nós dois. – o guarda diz ao se aproximar novamente. Está praticamente correndo e não usa o pronome apropriado.
Sorrio e viro-me para a estante de livros. Puxo um deles, vermelho com a lombada vazia, até quase retirá-lo da estante.
Imediatamente um espaço do tamanho de uma porta se abre dentre as fileiras de livros, revelando um espaço escuro, todo feito de pedras. Pego na mão do guarda e o puxo para dentro, empurrando a porta atrás de mim.
O corpo de Talin está grudado contra o meu agora, e de frente para mim, sua cabeça quase a um palmo sobre a minha. Eu seguro suas bochechas com as duas mãos e o puxo para mais perto, fazendo sua boca encontrar a minha. 
Eu o beijo com força e urgência, meus dedos colados no cabelo em sua nuca, puxando-o para mais perto do que seria humanamente possível, e Talin responde com igual urgência, até o momento em que seus braços fortes se cruzam sob minha cintura. 
Eu me sinto derreter sobre seu corpo e perder todo o controle dos meus sentidos. 
Pulo no colo do guarda e ele cambaleia até a parede sem me soltar e sem parar de me beijar. Seus lábios passeiam pelos meus, mas depois descem pelo meu queixo e depois meu pescoço e minhas clavículas. 
Desço do colo dele e vou até o pequeno divã colocado bem no centro do quartinho secreto. Algum ancestral deve tê-lo criado para ler em paz, mas eu havia encontrado um uso muito melhor. 
Bem na frente do divã, na parede oposta do quarto, há uma única janela e um espelho, nossas únicas fontes de iluminação. O sol da manhã bate no rosto de Talin nos pontos em que eu mais gosto: o alto das bochechas, a testa, a ponta redonda do nariz. Fico pensando nas vezes em que admirei o rosto do homem, esperando pelo nosso próximo encontro.
Deito-me no divã e espero Talin se juntar a mim. Ele vem rapidamente, encobrindo a luz, e continua a me beijar e me acariciar, usando os lábios para traçar o caminho até meu decote e depois de volta até meus lábios e depois de volta mais uma vez.
Quando seus olhos se encontram com os meus da terceira vez, eu seguro seu rosto para que possamos nos ver. 
– Oi. – Ele diz, sem ar. Também gosto muito da sua voz rouca.
– Oi. – Respondo, rindo. Ele sorri também, e esse sorriso. O homem pisca seus longos cílios retos para mim e eu beijo sua boca, sem conseguir evitar. 
Deixo de segurar seu rosto para pegar suas mãos, que estavam presas nos meus quadris, e levá-las até as alças do meu vestido.
Ele tira as alças dos meus ombros e volta a me beijar, com mais calma dessa vez, e traçando caminhos mais longos.
Levanto-me do divã e subo no colo do guarda, retribuindo os carinhos. Beijo seu pescoço e seus ombros nus, até o momento que sou surpreendida pela imagem de nós dois no espelho do quarto.
Existe uma parte trincada no canto inferior esquerdo do espelho que se estende até a metade dele. O vidro é comprido, então a parte trincada deforma a imagem. 
Eu me vejo no colo de Talin, eu de frente e ele de costas, nós dois de troncos nus. Ele perdido em beijos, e eu estática olhando para nossos reflexos.
Sinto as coisas diminuindo de velocidade e parando dentro de mim no segundo em que vejo aquela imagem, como se eu tivesse saído do meu corpo para observar a situação. Mas tudo para só para depois avançar rápido demais.
Eu vejo tudo naquele espelho. As responsabilidades, a reunião de amanhã. Meus pais e Angra. E tudo isso nunca cruzaria com essa vida paralela que eu vivo toda vez que estou com Talin.
Pisco várias vezes, repelindo as lágrimas, e me afasto do homem. Tiro as mãos de suas costas e as uso para puxar as alças do vestido para cima.
– Isla? Está tudo bem? – Talin está atônito. Seus olhos vão da minha boca até meus ombros e depois minhas mãos e então para minha boca de novo. Posso jurar que o vi estendendo sua mão em direção à minha perna, mas ele se detém. – Fiz algo errado?
– Não, não é nada. – Falo rápido demais, e não consigo encará-lo. 
– Você sabe… – O guarda se levanta e em seguida se ajoelha na minha frente. – Você sabe que eu amo você, não é? Não faria nada para te machucar. 
– Não diga isso, Talin.
Uma lágrima escapa antes que eu possa contê-la, mas eu já estou fora do divã quando isso acontece. Puxo minha saia para correr até a saída e não olho para trás para ver se o homem está me seguindo. 
Na verdade, rezo para que ninguém mais me veja até o caminho para o meu quarto, onde eu posso ficar sozinha. 
Esse pensamento me perturba mais do que qualquer coisa que passou pela minha cabeça na biblioteca. Porque eu só conseguia me ver com Talin e, se não fosse com ele, a outra opção era sozinha. 
***
Passo o resto do dia revisando anotações da conferência, em parte para treinar e em parte para me distrair. Da mesma forma que sei que Talin está do lado de fora do meu quarto, me protegendo apesar de tudo, sei que não posso sair enquanto não tenha todas aquelas informações na ponta da língua.
E, sinceramente, é muita coisa para se pensar. 
Não saio para comer, e varo a noite estudando. Pego no sono quando já está quase amanhecendo. Quando Angra vem me acordar, já está desperta e completamente vestida da forma correta, para minha surpresa.
– Isla. Levante. 
Resmungo, mas obedeço. Minha roupa já está separada na cadeira em frente a penteadeira, e eu a visto quase que no automático. Minha irmã me ajuda a arrumar meus cabelos e prender a coroa neles.
– Não quero ir. – Digo baixinho, porque gostaria que só eu ouvisse, mas minha irmã está perto demais. Seus olhos encontram os meus no espelho da penteadeira, e eu noto que sua cabeça está superior a minha porque estou sentada, mas não posso evitar sentir que, depois do turbilhão de emoções de ontem, ela merece ser superior. 
Eu estou quase me desmanchando porque não sei lidar com as responsabilidades e com o amor. Angra está mais tranquila do que eu jamais a vi. 
– Se você for, prometo que assaltaremos a cozinha depois. – Minha irmã se afasta de mim para indicar que acabou, mas continua me olhando. – Independente do resultado.
Quando eu saio do quarto, evito olhar para Talin, mas sinto seus olhos sobre mim. Sinto seu corpo me protegendo quando desço escadas, subo escadas e abro portas, e espero que ele entenda que é isso que nos mantém afastados, mesmo que tudo que eu quisesse nesse momento fosse estar com ele.
Entro na sala de reunião com Angra ao meu lado direito e Talin ao meu lado esquerdo. Todos os Generais já estão presentes: alguns enfezados por acordarem cedo, outros enfezados por eu ser jovem, outros enfezados simplesmente porque é assim que as coisas são. Empino o nariz e cruzo a sala até o trono.
– Bom dia, senhores. – pronuncio, em alto e bom som. – Agora daremos início à Conferência Oficial dos Clãs. Obrigada por aguardarem nosso período de luto, – coloco a mão sobre a de Angra quando menciono meus pais, – e posso afirmar que agora poderemos voltar a fazer acordos. Vamos começar?
– Majestade, o que essa criança faz aqui? – um General vestido de vermelho e de longas tranças no cabelo dispara assim que acabo meu pronunciamento. Ele aponta para minha irmã com fogo nos olhos.
Engulo em seco. 
– Essa, General, é a Princesa Angra, minha irmã, que se tornou imprescindível nas discussões políticas do Reino desde que se tornou uma mulher e passou pelos ritos de passagem. 
Há mais alguns segundos de silêncio antes da discussão começar de fato. O resto dos Generais parece respeitar minha irmã, e as perguntas e assuntos no geral são todos casos que eu já havia treinado. 
Mas então vieram perguntas novas, sobre assuntos que eu li nos jornais, mas não sabia responder. Só conseguia pensar no fato de que minha mãe saberia, e talvez Angra também, mas ela fora aconselhada a se manter em silêncio.
– Majestade? O que fará quanto a isso? – A General de armadura de cobre me chama, mais alto dessa vez, achando que não a ouvi de primeira. Meus olhos se enchem de lágrimas porque eu quero mais tempo de pensar, porque eu estudei o que responder nessa situação, mas não me lembro. 
Franzo meu nariz levemente tentando reverter as lágrimas, mas me lembro de Angra falando sobre minha careta. Com a maior sutileza possível, levo minha mão até a de minha irmã e a aperto, e noto os nós dos meus dedos ficando brancos.
– Francamente, General, não tenho essa resposta. Podemos descobrir juntas.
A sala fica em silêncio por 3 segundos inteiros. Cada um parece durar um ano.
– Com o perdão da sua Majestade, – a General se levanta, – mas a senhorita só pode estar de brincadeira com o meu Clã. Como ousa não propor algo a nosso favor nesse acordo? 
– Estou propondo… propondo nossa união a fa… favor… – começo.
– A senhorita claramente não está pronta para assumir essas responsabilidade, Majestade. – uma General que não havia se pronunciado até agora dirige sua palavra a mim, sua voz firme fazendo com que todos voltem sua atenção a ela. – Talvez seja melhor acabarmos a discussão por enquanto.
– Senhores, por favor. – Engulo em seco e me levanto do trono. Faço como minha mãe me ensinava: mordo o lado direito da língua, empino o nariz, jogo o vestido para trás e me direciono ao centro da sala.
Não deixarei que vejam meu medo. Não deixarei que vejam minha raiva.
– Essa é minha primeira Conferência Oficial, diferente de todos vocês. – inicio, olhando para cada um dos Generais, mas demoro mais em Angra. Ela balança a cabeça positivamente, mas vejo suas mãos cruzadas sobre o vestido, brancas como as minhas alguns minutos atrás.  – Gostaria que me dessem uma chance de aprendermos juntos o que fazer sem o Rei Avi e a Rainha Lirio aqui. Agora que sou Rainha, proponho um novo formato de liderança, mas para que isso aconteça sem problemas, precisarei da ajuda de todos os Clãs. Precisarei da ajuda de vocês. 
Mais silêncio. Não aguento o silêncio.
– Bonito discurso, Majestade. – o General vestido de vermelho diz, finalmente, levantando-se também. Noto que sou mais alta que ele, mas sua voz e seu olhar ameaçador o tornam bem maior. – A senhorita claramente é filha de seu pai, mas nunca será sua mãe. Desculpe-me, mas meu Clã não fará parte do acordo. 
Ele caminha para fora da sala, e outros três Generais o seguem.
Um silêncio atordoador se segue. Sem quatro dos dez Clãs, o Acordo praticamente não existe mais. Minha vontade é de chorar, gritar, sair correndo da sala, ou todos os três juntos, mas ao invés disso eu só olho para os Generais restantes, esperando uma decisão. Esperando para ouvir a resposta que eu já sei.
– Perdão, Majestade. Te desejo todo o sucesso. – A General de armadura se levanta e leva cinco junto com ela. De uma vez. 
Respondo com um aceno de cabeça. Na sala só restam eu, Angra, Talin e a General da voz firme. Ela se levanta e se aproxima de mim, e consigo notar que, apesar da voz firme, seus olhos são castanho-escuros, da mesma cor do chocolate da minha pele, e parecem me abraçar. 
– A senhorita se saiu muito bem, Majestade. – Ela diz. – É uma pena que as coisas tenham sido dessa forma, mas não pense que é definitivo.
Ela sai sem esperar minha resposta. 
Não vejo quando Talin e Angra se juntam a mim, pois estou ocupada analisando a sensação quente das lágrimas descendo pelas minhas bochechas.
– Talin, quer se juntar a mim e a Rainha Isla no nosso furto de sorvete? – minha irmã limpa meu rosto suavemente. 
– Se a Rainha Isla permitir, – o Guarda diz, baixinho.
– Eu ia adorar.
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jkappameme · 6 years
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Acompanhante de Aluguel (Longfic 12/15)
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Jeon Jungkook Autora: Agness Saints Gênero: Comédia, Romance Sinopse: Parecia piada, quatro anos de um relacionamento frustrante havia chegado ao fim, mas Haneul ainda te atrapalhava a vida. Se ele não tivesse arranjado um namoro relâmpago, você não precisaria demonstrar que está bem também, que não ficou para trás. Você não precisaria, principalmente, contratar aquele maldito acompanhante de aluguel.
Moreno. 1,80 de altura. Porte atlético. Bonito. Inteligente. Educado. Agradável. Sabe estabelecer uma conversa. Sem compromisso emocional, apenas financeiro. Valor sob consulta. Interessados: [51] 5782-4158
Esquece o “parecia”, a vida é mesmo uma piada pronta. Contagem de palavras: 11.576 Avisos: +16.  A história faz parte da série puerlistae au. Parte: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 Playlist. | Playlist 2. | Playlist 3.
— Dumb, dumb, dumb, dumb, dumb, dumb.
Salto na cama de maneira súbita, meu corpo tencionando pelo susto e meus olhos varrendo o dormitório por puro instinto. Tento achar sentido nos meus pensamentos e atos; levo dez segundos para me encontrar. Outros cinco para entender que o que toca estridente é meu celular. A luz do sol entra pelas frestas da cortina sem cerimônia alguma e — numa conclusão esquisita e extremamente grogue — percebo que me deitei ao contrário na cama noite passada.
Tento esticar minhas pernas, mas desisto ao sentir meus músculos das coxas doerem pelo movimento mínimo. Meus olhos ainda pesados de sono lutam para se manterem abertos e, com minha lucidez frágil e torta, cogito ignorar quem quer que esteja me ligando. Arrancada de um sonho esquisito envolvendo borboletas, eu ainda me sinto perdida no momento. Meu corpo voltando a se acomodar entre as cobertas de forma genuína, o farfalhar do lençol soando calmo no meio de todo o caos que Red Velvet traz ao ambiente. Sentindo meu rosto se encostar ao colchão outra vez, meu coração se desacelera aos poucos e todo meu ritmo começa involuntariamente a seguir meu plano recém-criado.
Talvez não seja tão importante assim, não é?
O celular para de tocar e eu fecho os olhos com facilidade, quase os ouvindo me agradecer pela bondade. Sinto meu travesseiro em meus pés e a parede gelada acalentar minha bochecha quando mudo de posição. Meu corpo se acalmando do sobressalto recente lentamente, como uma cantiga de ninar.  
É um momento de paz.
Mas que se encerra tão rápido quanto começou.
—Dumb, dumb, dumb, dumb, dumb, dumb.
Meu celular volta a tocar irritante e, outra vez, meu corpo reage ao susto. Quando me sento de supetão no colchão, eu estou atordoada e frouxa. Ainda. O quarto girando lentamente ao meu redor. Num segundo de sentido turvo, questiono-me se essa tontura toda é o efeito prolongado da bebida ou se já é o início da ressaca. Em uma busca conturbada feita somente com os olhos, encontro o aparelho repousando sobre a cama arrumada de Sorn, percebendo só agora que estou completamente sozinha por aqui.
Aos tropeços, alcanço o celular que ainda toca. Minhas pernas doendo pelo esforço e meus ombros ganhando um peso a mais quando encontro o nome na tela. Não é como se eu pensasse que poderia ser outra pessoa, mas encontrar o nome de minha mãe ali e ter certeza faz com que eu bote em duvida todas as escolhas que eu já tomei na vida. Inclusive nascer. Sento-me no chão mesmo, as costas apoiadas à cama de Sorn e minhas pernas esticadas pelo carpete do quarto. Vagando por um instante na ideia de que eu poderia simplesmente ter silenciado o aparelho pelo restante do ano.  
— Hmm, bom dia.
— Bom dia? — A voz estridente de minha mãe me faz dar outro pulo. — Já passou da uma da tarde!
Quero rosnar, mas me limito em ronronar em resposta. Minha cabeça doendo nas têmporas e um arrependimento crescendo no peito. Eu não deveria ter bebido tanto assim ontem. E, de fato, ter atendido a ligação também.
— Quero saber quando vem para casa. — Parece agitada e um tanto irritada também. Talvez seja comigo. Os sons secundários de sua ligação me fazem pensar que ela procura por algo nas gavetas da sala. É um abre e fecha maldito. — Hoje ou amanhã?  
Sinto meu estômago reagir em ânsia. A pergunta parece complexa demais para o ninho de informações que rondam meu cérebro. E sinto que nem as palavras mais básicas conseguiriam fazer sentido de maneira rápida. Respiro fundo, fechando os olhos com a intenção de descansar uns segundos. Mas os abrindo logo em seguida quando percebo a tontura tomando conta de mim. De repente, todo o plano de voltar a dormir depois disso vai por água abaixo.
— Ainda não sei. — Falo, aérea. — Acho que semana que vem.
Um fechar de gaveta explode do outro lado da ligação, é raivoso e irritante.
— Semana que vem? Como? Não podemos chegar em Busan separados, precisamos chegar juntos!
Busan.
Fim de semana.
Encontro de famílias.
Puta que pariu.
E é então que todas as minhas decisões da noite anterior me atingem como um cometa. A lembrança súbita do encontro de famílias faz meu estômago rodar dentro de mim de novo. Dessa vez de uma forma mais agitada e violenta. Completamente emocional. E quero vomitar. Quero e preciso. Sinto meu maxilar travar, um choque perto das têmporas e um amargor na ponta da língua. Penso mesmo em correr até o banheiro, mas meu corpo não comanda. Minhas pernas continuam a doer e minha tontura agora funciona como uma espécie de karma imbecil. Tudo ainda gira, tudo ainda é amargor no paladar. E aos poucos vou sentindo meu corpo derreter sobre o chão, se esparramando como ramas de batata.
Eu sei que peguei o caminho certo ontem à noite, como sei também que toda a responsabilidade que botei na minha eu do futuro, na minha eu de agora, é pesada e intricada. É uma dualidade de sentimentos que faz com que eu me sinta assombrada. Talvez eu me sinta tentada a encontrar outra opção, talvez eu me sinta tentada a desejar que eu tivesse tomado coragem de decidir isso mais cedo, me dando assim tempo o suficiente para buscar alternativas. Mas não me sinto tentada a voltar no tempo e pedir esse favor a Jungkook. Porque não me arrependo; não me arrependo da decisão de deixá-lo fora disso.
Respiro fundo, sentindo minhas costas se apertarem contra o chão.
Entretanto, por mais que eu esteja certa do que decidi, eu ainda preciso lidar com as consequências. Eu ainda preciso lidar com tudo isso aqui. E essa é, de longe, a pior parte. A que me chateia e me faz tontear.
A eu que precisa lidar com isso não é mais a do futuro, é a do presente.
— Já falou com Jungkook? — Minha mãe parece adivinhar; vindo cheia de malícia e pedras na mão. E não respondo. — _____, já é quinta-feira! Nós vamos de qualquer forma, então você trate de-
— Ele tá ocupado com o curso de verão, — falo me sentindo subitamente pesada, interrompendo-a. — Não consegui falar com ele ainda. Mas vou conversar. Vou conversar hoje, ok?
Por um curto momento — tão curto quanto o tempo em que se leva para um raio começar e terminar no céu —, eu me vejo em duvida. Uma duvida intensa e genuína. Eu me boto em cima do muro.
Eu conto a verdade ou eu permaneço nessa teia de mentiras?
A angústia me alcançando a garganta com maestria e me fazendo recuar abruptamente. Não existe a menor possibilidade de uma verdade sair pela minha boca. Não agora. E talvez não nos próximos dez anos.
— Como não conseguiu falar com ele ainda? — Solta raivosa, logo repetindo: — Hoje já é quinta-feira!
— Eu sei, eu sei... — Fecho os olhos com força, sentindo minha cabeça latejar de dor. — Vou conversar hoje.
Há um silêncio. Um silêncio absoluto.
— Vou ligar mais tarde de novo. — Avisa. E sinto pelo seu tom de voz que é uma ameaça. Pura e simples. — Mas quero que você venha pra cá amanhã antes do almoço.
Sinto um amargor na língua outra vez, meu maxilar travando e eu me sentindo zonza de novo. Não sei o que fazer agora. Física e psicologicamente. Eu me sinto em um universo paralelo esquisito e sem cabimento. E isso me deixa um tanto frustrada também. Eu já me senti assim tantas vezes nessa situação de merda... Eu deveria estar acostumada, não deveria? Mas as coisas parecem diferentes. Iguais, mas diferentes. O problema é o mesmo, sempre é, mas eu me sinto agora no meio do fogo cruzado. Em uma rua bifurcada, na beira do precipício sendo perseguida por lobos. Pulo ou fico? Eu sinto que agora as coisas se tornaram mais extremas e urgentes, enquanto eu sou só uma mistura imbecil de indecisão e covardia.  
As gavetas do outro lado da linha voltam a serem exploradas, nesse meio tempo, ouço o barulho da porta se abrindo desse lado aqui. De canto dos olhos, vejo Sorn me olhar curiosa quando entra no dormitório. Torno-me, então, subitamente consciente dos meus cabelos desgrenhados, maquiagem borrada, roupa da noite anterior e meu corpo cobrindo metade do tapete entre as camas. Penso em sair do lugar outra vez, mas nem sequer me forço a fazer isso.
Solto um suspiro rendido.
— Tudo bem. — A frase saindo solta no ar, desconexa. — Preciso ir agora.
— Hm. — Chia em resposta. — Trate de falar com ele.
No instante seguinte, a ligação se encerra. E sinto-me ainda mais vazia. A certeza de que esse tormento só acabará quando eu contar a verdade me toma de novo e em cheio. Mas a ideia é tão utópica... Não consigo ver um futuro em que eu consiga ganhar coragem e contar. Não parece existir a possibilidade de isso acontecer. É algo tão irreal que parece um sonho ou um devaneio fantasioso. Eu queria que fosse possível, queria que as coisas pudessem ser diferentes dentro de mim. Menos insegurança, mais coragem. Mas quanto mais eu insisto em pensar nessa pedra gigantesca em cima dos meus ombros, mais certeza eu tenho de que nem em outra vida eu conseguiria cumprir a tarefa de confessar.
— Tá tudo bem?
Minha visão do teto é bloqueada por Sorn. Seus pés moldurando minha cabeça no chão e suas pernas parecendo mais longas que o normal vendo desse ângulo. Seu cabelo curto cai sobre a testa vincada em confusão e ela tem uma aura quase celestial com o sol batendo ao corpo.
Penso sobre a pergunta. As palavras ainda parecem desconexas por conta da tontura e da possível ressaca. Ou ainda é o efeito da bebida?
Eu realmente não sei.
— Acho que sim. — Minha voz é rouca. — Por quê?
Ela abre um sorriso como se soubesse de algo.
— Você chegou ontem derrubando metade do quarto, — começa e meu rosto se enruga em uma careta constrangida. — Grunhiu todas as respostas das perguntas que eu te fiz e agora tá jogada no chão.
Olho para ela com mais atenção, me sentindo de repente assustada. Percebo que poderia lhe contar todas as coisas, das menores até as grandes, até agora. Me pergunto se essa seria a hora certa. Como me pergunto também se existe momento para isso. Contar para ela parece fácil demais, as palavras rolando pela minha língua e sendo soltas no ar. É fácil e prático, é objetivo. Sorn já sabe sobre boa parte do que me aconteceu, não é? Seria complementar, aumentar um pouquinho a história.
Mas não consigo. De novo.
Eu ligo esse momento ao fato anterior, a ideia de contar toda a verdade aos meus pais, e me sinto empacar. É um tormento sem fim, um vendaval que me joga de um lado para o outro. E isso me pega em cheio, porque Sorn é minha melhor amiga e queria ter coragem para me abrir com ela.
— To com dor no corpo. — Falo qualquer coisa quando ela me ajuda a levantar.
— Tem remédio no banheiro, — aponta para trás. — Quer que eu pegue?
Nego de súbito, passando por ela e indo até lá. Meu corpo se arrastando até o pequeno espaço gelado enquanto ouço o barulho das cortinas sendo abertas. O reflexo no espelho do banheiro mostrando um dormitório claro e pacato assim que paro em frente à porta.
Não sei o que viria depois, não sei o que aconteceria se eu contasse sobre o contrato ou sobre um possível término de namoro com Jungkook aos meus pais. Mas sei que as coisas mudariam, não entre eu e eles, mas em mim. Mudariam aqui dentro. E eu queria poder um dia fazer isso, me libertar de verdade.
Antes que eu possa abrir o armário do banheiro e me embaralhar em cremes, remédios e fios-dentais, meu celular apita indicando novas mensagens. Cambaleio no lugar e caio sentada sobre a privada, Sorn derrubando algo no chão e reclamando ao fundo. Quando meus olhos param sobre meu celular em meio as minhas mãos então, meu coração se acelera em resposta imediata.
Caramba, é como se ele soubesse...
 [13:37] jungkook: ei
[13:37] jungkook: já almoçou?
 Pisco algumas vezes enquanto olho para a tela, sentindo-me nervosa. De repente, ridiculamente nervosa. A noite passada foi regada de sentimentos pesados e decisões tomadas sem planejamento prévio, um completo desastre emocional, não existe a menor possibilidade de negar essa lembrança. Mas ainda existiu nós dois. Por mais que tenha me rendido angustia e aflição, ainda existiu eu e Jungkook.
E ele continua sendo a única coisa boa de toda essa baderna.
 [13:38] eu: é quase duas
[13:38] jungkook: e?
[13:38] eu: ainda não
[13:38] eu: e você?
[13:38] jungkook: também não
 Não consigo não me sentir surpresa por vê-lo ali, não só por vir mais cedo do que pensava que viria, mas por vir justamente agora. É como se ele soubesse sobre a ligação de minha mãe, como se ele soubesse que preciso me lembrar de que a decisão que tomei ontem foi a melhor que fiz.
Meus pés se enroscam no tapete sem que eu perceba e suspiro arrastado em seguida. A sensação de um calor subindo pelo meu peito e esticando minhas bochechas em um sorriso me alcança, me sinto uma verdadeira adolescente. Olho para Sorn de relance num impulso sóbrio, mas ela nem sequer parece prestar atenção no que faço.
 [13:39] jungkook: tá afim de comer?
[13:39] eu: agora?
[13:39] jungkook: daqui uns 40 min
[13:39] eu: onde?
[13:40] jungkook: naquele lugar que a gente comeu aquela vez
[13:40] eu: pode ser
[13:39] jungkook: vou pagar um almoço digno pra gente
[13:40] eu: hahaha
[13:40] eu: digno?
[13:40] jungkook: lámen
 Olho para a tela em silêncio, ainda sorrindo. E isso é um caos completo, sei disso. Porque entendo que minha situação não é a mais confortável do mundo; que ela, na verdade, é a pior em que já estive, mas não consigo me sentir medíocre como antes. Pelo menos, não agora. Pego-me, na realidade, genuinamente aliviada por ter tomado o caminho que tomei. Sinto que esse foi meu único e grande acerto. Porque mesmo que a situação não seja perfeita, mesmo que para meus pais eu e Jungkook já somos de fato um casal, a minha decisão de deixá-lo de fora disso nos deu a oportunidade de sermos só nós dois. Aos poucos, no nosso tempo. Porque não quero que as coisas sejam forçadas entre nós, eu quero algo de verdade, sem interrupções ou opiniões alheias.
Eu quero eu e Jungkook, sós.  
Não há muito o quê pensar agora. Quer dizer, não é como se eu conseguisse pensar em algo bem elaborado e complexo. Também não consigo me prender em detalhes minuciosos. Quiçá em detalhes num geral. Sei que o dia está ensolarado com uma brisa mínima que nos refresca, como sei também que estou usando um vestido. Mas não consigo lembrar se vi alguém pelo caminho até aqui, não consigo me lembrar se o sino tocou ou não quando entrei nessa loja de conveniência; como acabei escolhendo essa roupa, muito menos. Só me lembro do agora, dos meus dedos entrelaçados sobre a mesa e eu me sentir tão ansiosa a ponto de acreditar que posso cair dura no chão a qualquer instante.
Sobre o som dos meus pés batendo contra o ferro do banco, meu coração dança no peito. É a primeira vez que estou vendo Jungkook de maneira sincera e aberta. É a primeira vez que não estou escondendo algo. É a primeira vez que estou livre para me concentrar em nós dois, sem medo e um pedido impertinente para atrapalhar as sensações de um sentimento novo e inusitado.
E isso me deixa a beira de um ataque de nervos.
Tento pensar sobre a inscrição que fiz mais cedo para Psicologia da Justiça Criminal. Como também tento me focar no fato de ter me inscrito não só porque o curso de verão estava na minha lista de coisas a se fazer antes de sair da faculdade, mas porque isso me daria a última semana de férias livre dos meus pais; livre de ter de encarar meu antigo quarto, olhando pras pelúcias que Haneul me deu e tendo que responder perguntas sobre meu estado civil.
Mas não consigo pensar nisso de maneira mais intensa, nem sequer por muito tempo. Porque enquanto meus olhos rodeiam a vitrine da loja de conveniência em nervosismo, eu o vejo. Os cabelos escuros caídos sobre a testa, brincos mais espessos e maiores nas orelhas e um sorriso contido quando me nota.
Jungkook parece refrescante e suave quando passa pela porta. O sino de fato toca, mas eu não consigo nem mais me lembrar do som feito. Seu perfume tropical já me alcançando o nariz, dançando livre e fresco. É como se o aroma fosse feito exclusivamente para o dia de hoje, para agora. E realmente não consigo pensar em nada além dele e de todos os seus detalhes...
Vejo seu corpo deslizar entre prateleiras até me alcançar e, num movimento desengonçado e súbito, meu corpo resvala pelo banco de forma vergonhosa.
— Pensava que não tinha aula.
Falo sem pensar, endireitando-me no lugar e apontando para a mochila caída em um de seus ombros.
— E não tive, fui revisar um projeto.
Abro a boca para perguntar mais detalhes por puro impulso, mas a fecho logo em seguida. Porque estou nervosa e não é como se eu conseguisse disfarçar. O que vem agora exatamente? Nós somos péssimos em lidar com isso quando sóbrios e pioramos quando estamos à luz do dia. O cumprimento da noite passada me vem à cabeça, então. Dois beijos desengonçados no rosto. Deveria ser igual agora? Mesmo depois de falarmos tudo o que falamos?
Dentro de mim acontece um rebuliço esquisito e minha cabeça é uma imensidão de nada e tudo. Resgato a ideia de perguntá-lo sobre o projeto, mas é tão supérflua que mais parece uma fumaça desaparecendo com o vento. Jungkook dá um passo à frente e eu o respondo com outro num impulso, sentindo-me elétrica de repente. Nós nos olhamos por um tempo, esquisitos. De maneira desconexa me questiono se ele consegue ver o chupão que deixou no meu pescoço ontem à noite. Sem pensar, recuo alguns centímetros no mesmo momento em que ele se inclina para mim. Tento consertar depressa, meu coração batendo nos ouvidos e me deixando surda por uns instantes; inclinando-me em sua direção também. Péssimo. Ele já se endireitou de novo.
Argh. Isso é horrível.
— Vamos comer!
Sua voz vem alta, exasperada, e não demoro nem meio segundo para concordar. Vejo-o largar suas coisas embaixo da mesa antes de pararmos em frente à prateleira de lámens. E enquanto focalizo em uma embalagem aleatória, sem prestar atenção de fato, concluo que somos uma bagunça completa. Uma confusão só, um vai e vem sem cabimento. Somos como dois tolos em meio a espertos. Somos fora de órbita num ambiente terrestre demais. De novo.
— Viu que o sistema da universidade tá fora do ar?
Fala de maneira aleatória, fazendo com que eu me vire para ele de prontidão.
— Não vi...
Ele pega um dos lámens de queijo.
— Eles deixaram um aviso no edital, — explica, analisando os ingredientes na parte detrás da embalagem. — As notas, assim como os trabalhos finais pra entregar e pegar, ficaram todos pra semana que vem.
— Então nada vai sair essa semana?
Jungkook nega, me olhando outra vez. Bem, talvez eu possa usar isso como desculpa para não ir para casa esse fim de semana, mesmo que eu possa conferir minhas notas online...
— Até o resultado do curso de verão não conseguiram soltar, o trabalho que eu ia entregar hoje também não deu certo.
Voltamos a ficar em silêncio.
— Não vai para a casa esse fim de semana então? — Pergunto depois de um tempo, escolhendo um sabor sem pensar demais. — Sabe, por conta do trabalho...
— Eu vou, — responde, enquanto o sigo até a máquina de água quente. — Mas vou voltar na segunda. Já ia fazer isso antes pra resolver as coisas do dormitório, então meus planos não mudaram muito.
Balanço a cabeça em afirmativa.
Depois de despejarmos água nos copos plásticos, voltamos para nossa mesa ao fundo. Sentados um de frente pro outro, nossos joelhos se encostando volta e meia pelo pouco espaço e nossas mãos lado a lado. A primeira vez que viemos aqui Jungkook decidia que trinta e cinco encontros era um número bom para cobrir o valor do seu novo notebook; e a lembrança me faz querer rir em nervosismo, porque o antes e depois é discrepância pura.
— Já conversou com a sua mãe?
Olho-o por alguns instantes, perdida na pergunta inusitada solta no meio dos meus devaneios. Sou pega desprevenida e o riso que antes eu pensava em dar morre na garganta. Meu corpo sucumbe no assento e me sinto esquisita. Eu tinha esquecido sobre isso. Apesar de ser uma preocupação séria e urgente, ela parecia simplesmente não existir por agora.
— Ela ligou mais cedo... — Falo, vendo-o misturar os temperos ao seu macarrão. — Falei que não tinha conversado com você ainda, ela falou que vai me ligar mais tarde.
Jungkook me olha por um tempo e logo assente, parecendo entender algo que não foi verbalizado.
— Um dos meus projetos desse semestre recebeu destaque na turma e vai servir como modelo na disciplina. — Solta de repente, seus olhos fixos na mistura que faço em meu lámen agora. — Precisava fazer umas correções que o professor pediu, fui hoje de manhã fazer.
A mudança brusca de assunto me faz pensar. Talvez ele ache que eu não queira falar sobre meu mais novo e velho problema. E não sei como me sentir sobre. Porque sei que o problema existe, mesmo sendo ignorado por ser angústia e confusão, sei que ele ocupa uma boa parte da minha vida.
Fico o olhando por mais tempo, dialogando nos pensamentos sobre o que falar agora exatamente. Parabenizá-lo ou não. Mudar de assunto ou resgatar. Uma luta de palavras e sentimentos controversos.
— Jungkook, — começo de forma abrupta, fazendo-o me olhar de imediato. — Eu acho que eu vou ter que matar alguém da sua família.
Sua expressão é nada, nossos olhos cravados um no outro.
— Ok... Isso é novo. — Sua voz vem confusa. — E um tanto extremo e macabro também.
Ergo os braços em desespero quando percebo a colocação da frase, tentando arrumar o que falei logo em seguida:
— Não literalmente!
— Que bom que especificou...
Solto um suspiro longo, percebendo que não tem como fugir por muito tempo desse assunto. Quer dizer, isso também o envolve, não é? Uma frase solta, um pedido inconsequente e ele estaria afundado até os ouvidos. Não é também como se eu conseguisse não contar, acontece algo que me espreme até que eu conte tudo para ele. Remexo-me no lugar, procurando uma posição mais confortável; pensando agora que a ideia que tive enquanto esperava as aspirinas fazerem efeito talvez não tenha sido a mais genial do mundo.
— Eu preciso de algo trágico pra impedir essa maluquice dos meus pais, entende? — Explico, amuada. — Só consegui pensar nisso. Pensei em você quebrar uma perna, mas não saberia como explicar caso eles vissem você caminhando normal um dia.
Jungkook inclina sua cabeça para o lado e sei que ele quer rir, porque vejo sua boca se espremer enquanto me olha.
— Eu posso me curar tipo o Jacob de Crepúsculo.
— Infelizmente minha mãe não acreditaria nisso. — Apoio meu rosto entre as mãos. Essa situação é ridícula. — E talvez ela ainda veria uma saída, sei lá, um jantar no hospital...
— Pode rolar um jantar no cemitério ainda.
E ele finalmente ri, uma risada alta e bem dada. Mas não consigo o acompanhar, não consigo me permitir rir disso.  
— Isso é horrível!
— Não me olha assim, — ele estala a língua, sua risada diminuindo aos poucos. — Foi você que veio com esse papo de querer matar alguém da minha família.
Encolho-me entre os ombros, vendo-o colocar uma quantia significativa de macarrão na boca finalmente. Faço o mesmo então, tentando pensar em algo mais elaborado do que a típica desculpa para trabalhos não feitos no ensino fundamental. Uma típica desculpa horrorosa e de mal gosto, por sinal. Reconheço isso.
— Não pode ser uma alternativa feliz? — Tenta depois de um tempo. — Sei lá... O nascimento de um bebê?
— Não, — balanço a cabeça, o respondendo enquanto assopro outro amontoado de massa. — Minha mãe só se retrai com tragédia.
Ele assente, a boca já vermelha pela pimenta.
— Você não precisa necessariamente matar alguém que existe, sabe? — Sugere, apoiando os cotovelos na mesa, concentrado no assunto. — Você pode inventar alguém. Eu me sentiria melhor, inclusive.
— Inventar um parente seu?
Pergunto, cogitando a possibilidade. Eu também me sentiria melhor.
— É, tipo um tio em Ilsan. Não tenho tio nenhum em Ilsan, é menos agourento.
— Tio em Ilsan... Tá bem...
Jungkook me vê comer por mais um tempo, parecendo pensar em algo a mais. E de fato pensa, já que em seguida sua voz vem como um estouro:
— Meu tio Hyunsik!
— Tipo o ator?
Há um silêncio. Nós dois nos olhando por um momento até que ele volta a falar:
— Vou precisar mudar o nome, to me sentindo mal por ele agora.
— Não conheço nenhum Hyunsuk.
Ele olha por um tempo para as prateleiras ao nosso lado, os olhos indo e vindo pelos produtos, parecendo tentar se lembrar de algo, buscar na memória alguma informação importante.  
— Eu também não. — Fala finalmente. — Hyunsuk é perfeito.
Seu sorriso grande faz seus olhos encolherem e seu nariz enrugar, como também me faz amolecer sobre o banco nada confortável. Ver Jungkook desse jeito quase faz eu me esquecer do que realmente me atormenta. Quase. Quase me faz esquecer que o problema foi resolvido só por agora. Quase, quase, quase. Porque no instante seguinte tenho a certeza de que meus pais não vão esquecer ou sequer desistir desse encontro entre famílias, que toda essa situação só foi adiada e que ela só tende a agravar. Quanto mais as coisas se desenrolam, quanto mais elas acontecem, pior fica. Em algum momento, eu não vou mais poder usar mentiras como desculpas. E isso é o que mais me preocupa.
— Vai ligar quando pra ela?
Jungkook vem depois de um tempo, enquanto abocanho um punhado de macarrão.
— Não vou, — falo terminando de engolir. Sentindo-me triste pelos pensamentos recentes. — Vou esperar ela me ligar.
— Você não pode esperar ela ligar, tem que ser o contrário. — Rebate cheio de obviedade. — Assim parece que você tá esperando pra mentir.
— Bom... — Ergo as sobrancelhas em um deboche miserável. — Eu to, então...
— Não. — Insiste, colocando os jeotgarak na mesa para dar ênfase ao que fala. — Liga agora ou manda uma mensagem de texto.
— Não vou falar sobre alguém que morreu por mensagem de texto com a minha mãe.
Mas não o olho por muito tempo, porque sei que ele está certo e não quero admitir isso. Nem sequer olhar pro seu rosto bonito e ter que admitir isso.  
— Mensagem de texto foi criada pra isso.
— Mas ela é quase tão ruim quanto você com mensagens de texto.
Não pensei quando falei. Obviamente. E o silêncio súbito entre nós me faz ter certeza que seus olhos me medem com mais intensidade do que antes, porque os sinto queimando por onde passam. E não consigo não me questionar se isso inclui também o chupão que ele deixou em meu pescoço noite passada.
— Isso foi tipo uma indireta pra mim?
Dou de ombros, não sabendo ao certo o porquê quero rir.
( ) Desespero;
( ) Graça;
( ) Os dois juntos.
— É bom você não basear nosso relacionamento num chat do Kakao.
Meu riso morre de novo ao ouvi-lo e dessa vez não consigo não o olhar, porque veio sem malícia ou segunda intenção, veio natural demais para que eu conseguisse ignorar. Nossos olhos se fincam um no outro por um longo tempo, estamos chocados e sem graça pelo assunto ter chegado aonde chegou, porque nunca citamos a palavra relacionamento antes. Nunca. A vergonha é palpável no ar e nas bochechas de Jungkook ganhando uma nova coloração, o tom rosado as atingindo no topo. Somos mesmo uma confusão de tudo e nada, não é?
Abro a boca algumas vezes, mas desisto todas elas. E Jungkook faz o mesmo.
Vamos e voltamos. Voltamos, paramos e ficamos.
E somos esse impasse por não sei quanto tempo exatamente, voltando a comer de forma mais concentrada e silenciosa do que antes. Engato um pensamento sobre a possibilidade das coisas se tornarem sérias, oficiais. Engato e logo desengato, porque antes mesmo que as coisas vinguem em meu cérebro, meu celular explode em Red Velvet pela segunda vez no dia.
— Finge que tá desesperada!
Jungkook solta, elétrico, assim que nos inclinamos sobre a mesa para lermos o nome no display. Mãe. E quero genuinamente sumir. Vomitar e sumir. Ou sumir e vomitar. Tanto faz.
— Mas eu to desesperada!
Pego o aparelho em minhas mãos, a forma como ele vibra parece muito mais intensa do que costuma ser. E sei que preciso atendê-lo. Todo o clima de antes é arruinado, cortando pela metade, jogado ao fogo; todas as minhas inseguranças me atingindo como um trem desgovernado. E, num ato de coragem súbito, eu atendo a ligação sobre os olhos arregalados e urgentes de Jungkook. Não preciso fingir uma voz esganiçada ou um choro entalado na garganta, porque eu já estou assim.
— Mãe, aconteceu uma coisa horrível!
Remexo-me na cadeira, o tecido do meu vestido dançando com o movimento enquanto me espreguiço de forma lenta e displicente. As cortinas estão inteiramente abertas e dão uma visão ampla das árvores ao fundo do prédio dos dormitórios. O vento que passa por entre elas é o suficiente para refrescar o ambiente das altas temperaturas do quase início do verão.
Sorn ainda não voltou da viagem que fez no fim de semana e eu permaneci por aqui. Até porque, de alguma maneira mágica e surreal, as coisas deram certo. Minha mãe pareceu engolir a trágica história sobre o tio Hyunsuk de Ilsan e eu não precisei ir para casa. Não houve perguntas sobre detalhes e nem ligações posteriores; meu desespero parecendo ter sido o suficiente para convencê-la. E, apesar de saber que meu problema está longe de ser aniquilado, eu me senti melhor. Talvez não da maneira como eu queria me sentir realmente, mas, mesmo assim, me senti.
Puxo meu celular para perto do rosto quando o ouço vibrar sobre a escrivaninha. Desde que Jungkook voltou de Busan estamos conversando por mensagens de texto. Assuntos supérfluos e sem fundamento, só com a intenção se conversar. E gosto disso. Gosto de verdade disso.
[15:03] jungkook: to saindo agora pra resolver um negócio
[15:03] jungkook: quer fazer alguma coisa mais tarde?
 Tenho a lembrança vívida de nossos dedos mínimos se enlaçando na volta para os dormitórios na quinta. Como tenho também a recordação de seus lábios alcançando o canto dos meus em um beijo de despedida. É novo e inédito. E somos só nós dois da forma como deveria ser.
Eu e Jungkook. De novo. Sós.
E acabo sorrindo.
Penso por um instante sobre algum lugar que poderíamos ir aqui por perto. Uma loja de conveniência nova, a praça atrás dos dormitórios ou as escadarias do campus. Mas antes que eu possa digitar sobre as minhas ideias, uma nova mensagem aparece em meu visor.
E ela, com toda a certeza, não é de Jungkook.
 [15:05] número desconhecido: não acredito que vc me bloqueou
 Meu coração alcança os ouvidos de forma rápida e intensa. E tudo muda num segundo. Sinto vindo, sinto vindo a angústia, o arrependimento e o amargor na ponta da língua. E não preciso resgatar lembranças ou vasculhar na memória, porque eu simplesmente sei quem é do outro lado da tela.
Ergo-me da cadeira por puro instinto, minhas pernas parecendo pesadas de repente e o quarto mais abafado que o usual.
 [15:05] número desconhecido: precisei comprar a porra de um outro chip por sua causa
 Respiro fundo, fechando os olhos com força. Haneul é mesmo como uma sanguessuga cretina e incansável. Não é como se haja um momento adequado para que sua presença ressurja na minha vida, mas ele sempre parece escolher o pior.
Abro os olhos quando sinto o aparelho sinalizar mais mensagens.  
 [15:06] número desconhecido: eu sei que vc tá lendo
[15:06] número desconhecido: e antes que você me bloqueie de novo
[15:06] número desconhecido: eu quero saber que porra é essa aqui
 Franzo o cenho quando a próxima mensagem é um link extenso do fórum de um dos grupos universidade. E não entendo. Por um minuto inteiro me vejo completamente perdida. Passo a mão na testa e mudo o peso do meu corpo de uma perna para outra. Talvez eu devesse só bloqueá-lo outra vez e esquecer isso, não é?
Talvez eu devesse simplesmente excluí-lo de novo.
Do celular, da caixa de mensagens, da minha vida.
Mas é então que meu celular apita outra vez. E é como um pesadelo desconexo que acontece mais rápido do que eu consiga entender.
 [15:08] número desconhecido: acompanhante de aluguel? sério?
 Antes que eu consiga raciocinar de forma clara, meus dedos deslizam sobre a tela, abrindo o link em uma nova janela. E lá está. Não somente a página de um dos fóruns da universidade como soube que era, nem somente meu coração batendo tão forte no peito que espero explodir. Mas também um anúncio de fevereiro. Um anúncio tão conhecido por mim.  
O anúncio de acompanhante de aluguel.
Um anúncio de Jeon Jungkook.  
Porra.
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Sobre ela.
Ainda lembro do dia em que nos conhecemos. Confesso que achei estranho, pois nunca tinha sentido tal sensação antes. Ela chegou, e ali, naquele exato momento, o meu coração não sabia se palpitava, ou se apertava. Me senti angustiada. Não gostava dessa linha tênue entre uma arritmia e uma parada cardíaca. E então passou, e eu achei que ela iria embora.
Pobre de mim, que não reparei que quando ela chegou, trouxe consigo sua bagagem. Iria ficar. Mas é uma estadia confusa. Digamos que: ela dorme no quarto ao lado. Vez por outra, ela resolve vir dividir a cama comigo. Mas quanto à cama, falaremos sobre isso depois. Sei que, as chegadas dela nunca são as mesmas... Há dias que chega e eu nem percebo, até que sim. Mas há dias que chega anunciando que chegou, pedindo para ser notada. Realmente não a entendo.
Lembro-me de uma vez, quando ela veio, e comecei a chorar. Quem me dera fosse de felicidade. Mas era de confusão. Disse-me alguma coisa no ouvido que me deixou atordoada. Disse e não foi embora, ao contrário,disse e ficou ali, me observando, como se quisesse mesmo assistir como eu reagiria. Reagi mal, pelo visto. Chorei pois o que ela disse, eu não gostaria de ter ouvido. E voltou a sensação de angustia.
Mas não a entendo. Se gosta de me ver angustiada, por que vai e vem ? Por que tanta irregularidade quanto às vezes que vem me visitar? Por que não fica pra sempre, ou se vai de vez? Que prazer tens tanto em abusar de mim? Temos que falar sobre isso. Abuso e anulação. Pois ela começou com isso levianamente, tão sutil que eu sequer notava. A primeira vez, lembro-me que sussurrou no meu ouvido "talvez você nem queira ir", e dei ouvidos a ela. Talvez eu não quisesse mesmo.
Então, tomou conta. Colocou em mim cordas e fez de mim marionete. " Talvez você nem queira ver esse filme" "talvez você nem queira sair com esses amigos" "talvez você nem queira ir na reunião de família". No início eu a deixava me enganar. Mas quando abri meus olhos, passei a retrucá-la: "não. Eu quero ir!" Achei ser o suficiente, afinal estava me impondo. Mas então, ela deu um jeito, queria me manter com ela a todo custo. E começou a torturar-me.
Dizia : "tudo bem, eu entendo que você queira ir, mas ..." e a partir disso, citava coisas ruins, para que me fizesse desistir. "Talvez você nem queira sair com seus amigos" "não. Eu quero ir!" "Tudo bem, eu entendo que você queira ir, mas, e se quando chegar lá alguém disser algo que te ofenda e você comece a chorar na frente de todos? Já pensou nisso?" Não. Eu não pensei. Eu não pensava em nada disso antes dela chegar, mas desde que ela veio, eu comecei a pensar em tudo.
Tudo. Tudo. Tudo.
Há aquelas noites que ela não vem dormir comigo, mas para compensar, quando acordo ela já está a postos na cama, como quem espera o abrir dos meus olhos. "Bom dia" eu digo. "Bom dia pra quem?" ela responde. Então é como se eu já soubesse, que não será fácil. E ali ela se instala e começa a fazer mil perguntas. Mesmo sabendo que detesto conversar de manhã cedo. "O que vamos fazer hoje?" e se digo "não sei" , me diz "pois trate de saber. Que roupa vamos vestir? Vamos sair? E se houver uma briga dentro de casa? E se o seu grande amor aparecer namorando hoje? Vamos, levante-se. Temos tanto a fazer em tão pouco tempo." E mais uma vez me encontro pensando em tudo.
Mas, não a entendo. Há manhãs em que ela vem assim, agitada. Parece que passa um furacão no meu quarto logo quando acordo. Mas há manhãs mas complicadas. "Bom dia", digo. "Bom dia pra quem? Temos tanto o que fazer em tão pouco tempo". Então respondo : "que façamos, então. Vou me levantar, e daí começamos", mas baixinho ela sussurra : "quis dizer que não vamos conseguir" .. e segura meus braços na cama, e eu luto contra ela, e digo "me solte" , mas ela não me larga. E lutamos. Lutamos. Lutamos. E ela vence. Desisto de lutar, e lá estou eu. Deitada. Sem me mover. É uma coisas que mais odeio que ela faça comigo: ela me paralisa.
Me faz acreditar que há tanto, que quero tudo, que preciso de tudo. Mas que sou incapaz. Que não vai dar. O prazo se encerrará. Não sairá bem feito. Ficarei frustrada, triste, desanimada. Me faz acreditar que não há outra saída sequer a que ela me apresenta: desistir. E desisto. Os dias que eu desisto, passo com ela. Nós. No quarto. Silêncio. Não, quem me dera houvesse silêncio. Barulho.
Um barulho que só eu ouço, pois ela sussurra no meu ouvido. Não entendo os sussuros dela, que parecem tão altos para mim mas que outros não conseguem ouvir. E me questiona como vai ser o dia de hoje, e o de amanhã. Se hoje será bom, ruim, razoável, médio. Se amanhã será melhor ou pior do que hoje. Se fiz aquele trabalho para semana que vem. Se vou chorar mais tarde por estar tão cansada. Se vou tirar notas boas no final do semestre, ou se semestre que vem terei bons professores. Falando em professores, ela me pergunta se quero lecionar. Se digo que sim, pergunta se tenho certeza. Não gosto quando ela me enche de perguntas. Me sinto angustiada.
Há dias que ela me toca e : sinto falta de ar, o meu coração dispara, minhas mãos começam a suar. Então a digo : "por favor, me deixe. Não fiz nada de errado" e ela me pergunta : "tem certeza de que não fez?". Ela sabe que não gosto quando pergunto isso. Ela me obriga a viver meus últimos dias, semanas, meses, anos. Buscando meu erro. É isso que ela trouxe na bagagem. E no início eu não entendia, pra quê carregar tanta coisa se vai passar tão pouco tempo. Mas acontece que ela resolveu ficar, e que essas coisas que ela carrega são as coisas pelas quais já passei. Vez ou outra ela pega um episódio específico e diz : "olha o que eu achei. Que tal pensarmos sobre isso hoje? "
E mais uma vez, ela vence. Não sei porque motivos minha mente teima em dar mais ouvidos a ela do que a mim. E, juntas elas ficam ali, remoendo um passado. Querendo descobrir o que fizeram de errado, o que isso resultou, e se farão diferente no futuro. Ou melhor, se haverá uma oportunidade de fazerem no futuro. Querem a todo custo desvendar o futuro. O amanhã. O depois de amanhã. Semana que vem. Mês que vem. Ano que vem. Tempos que para mim, estão tão distantes, mas para ela, precisam ser resolvidos. Pra ontem. Eu disse a vocês: ela me faz pensar em tudo.
Queria entendê-la. Mas não a entendo. Desde que ela chegou, minha vida não foi mais a mesma. Me bagunçou, e revirou tudo que tive tanto trabalho de arrumar. Me fez parar de sair com os amigos, ver a família, conhecer pessoas novas. Na verdade, às vezes ela até faz eu ter medo de situações como essa. Me recordo de um dia, em que estava para sair. Me arrumava em frente ao espelho, e ela veio, com seus passos leves que nem fazem barulho, sentou-se na beira da cama, e disse : "está com uma aparência muito boa. Espero que nada dê errado hoje. Afinal, esperou tanto por esse dia." Ela sabe que esperei. E sabe que esperei por causa dela. Mas eu sei que ela não está sendo sincera. Ela quer que tudo dê errado, só para provar que estava certa. E então, sento ao lado dela na cama, e digo : "tem razão. Esperei muito por esse dia. Não estou pronta para vê-lo dando errado."
Às vezes, me sinto mal por ceder tanto. Por perder todas as batalhas. Mas, nos dias que ela me paralisa, eu percebo como ela é maior e mais forte do que eu. Não tenho poder suficiente para superá-la. Continuarei perdendo a luta. Bom, ao menos, foi isso que ela me disse ainda hoje mais cedo. Afinal, assim que me deitei, ela veio me fazer companhia. (Não sei se gosto dessa companhia). Quando ela me viu escrevendo esse texto, perguntou: "será que no final estará bom o suficiente?" e eu disse: "não sei. Deixe-me escrever e então veremos." Que bom que ela deixou. Mas me tocou levemente e disse "tudo bem". E esse toque fez o meu coração disparar. Não sei. Prefiro os toques que arrepiam a pele, parando pra pensar.
Mas, há algo que aprendi com ela: não podemos ficar felizes com todas as chegadas. Temos o costume de achar que todos que chegam, chegam bem intencionados e cheios de coisas boas para nos dar. Ela me provou que não. Chegou, e ainda chega quase todos os dias. Chegou pra ficar e pergunto todos os dias quando ela pretende ir. Nessas horas quase consigo ver o sorriso dela quando ela responde: "viu? Te ensinei tão certo que já está esperando o dia que vou embora sem sequer saber se esse dia virá." Pra isso ela me ensinou. Esperar. Esperar o que vem, quando sei quando vem. Esperar o que nem sei se vem. Esperar o que sei que vem, mas nem sei quando vem. Esperar o ruim. Esperar o estrago. A dor. Esperar sem sorrir, para não correr o risco de ter o sorriso desfeito.
Não quero ter aprendido com ela. Só quero que ela arrume suas malas e vá. Que não me visite mais, nenhuma hora do dia. Que não me toque, não me abrace, não me paralise. Que não venha me ver, e nem sequer me faça perguntar quando ela vem de novo. Que não me faca escrever sobre ela, e muito menos tarde de noite. Não quero que venha perturbar minhas noites de sono, me mantendo acordada. Nem que me deixe dormir mas me visite nos meus sonhos, fazendo-os virarem pesadelo. Quero ser livre. Sem ela. Pela primeira vez: quero ser abandonada.
E ela me diz : "eu sei. Eu sei. Vai ficar tudo bem."
Estremeço.
Se ela não se foi, não vai ficar tudo bem.
"Pra ficar tudo bem você precisa ir embora. Quando você vai embora?", pergunto.
"Não sei. Que tal esperamos juntas?"
- A.J 👻
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withonedirectionz · 6 years
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Delicate
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Oi gente! Tudo bem com vocês? Mais uma parte de Oxford! Espero que gostem! Beijos ❤
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Phone lights up my nightstand / In the black
- E então... Quais são os planos dessa noite? – Camila pergunta se jogando ao meu lado.
- Ficar em casa, com certeza! – Eu digo e apoio os pés na mesinha de centro.
- Como assim? E o Styles? Não vai levar você para jantar e aquelas coisas que casais fazem...
- Decidimos não sair esse final de semana, obviamente, a ideia foi minha. E como eu sabia que vocês fariam essas caras de que me consideram super louca, eu pedi pizza, comprei sorvete e daqui a pouco vou acessar a Netflix.  – Eu digo com tanta tranquilidade que eu até me assusto com minha calma.
- Tudo bem. Vamos te internar amanhã pela manhã; por que hoje a gente tem que aproveitar a comida. – Camila diz e Brigite apenas concorda.
- Bom, totalmente de acordo. – Eu murmuro tentando me ajeitar no sofá. – Até amanhã, clinica que vai tentar me curar.
- Está tudo bem? – Brig, pergunta e faz uma careta estranha.
- Sei lá, estou meio entediada e com dor nas costas, não consigo nem achar um jeito de me sentar no sofá. – Eu resmungo.
- Bom, talvez, por que você não está sentada e sim jogada no sofá...
- Isso é abstinência do Styles. - Camila berra e eu caio na gargalhada.  
- Você e essa sua mania de achar que tudo tem relação com homem. - Eu digo revirando os olhos e vendo Camila corar. - E, falando em homem, como está nosso querido Derek?  
- Não quero falar sobre isso.  
- Ah, assumam logo, Cami! Por favor! - Brigite diz e nos assustamos com o barulho da campainha.  
- Acho que a pizza chegou. - Cami diz torcendo e depois de nos ajeitarmos no sofá, escolhemos um filme e ficamos até tarde assistindo romances adolescentes.  
Antes de irmos dormir, eu mando uma mensagem a Harry, mas me arrependo em seguida ao ver que o relógio do aparelho em minhas mãos marcava duas horas da manhã. Ele provavelmente já estará dormindo.
Resmungo sozinha sobre o quão sou idiota, mas paro abruptamente quando ouço meu celular apitar.
“Estou indo dormir agora também; fiquei jogando com os caras que magicamente decidiram ficar em casa também. Boa noite. Xx Harry”
O respondo rapidamente e me aconchego sob as cobertas quentinhas do meu quarto.
Deixo um suspiro escapar e minha mente passa a vagar para o exato momento em que vim pra cá e quanta coisa mudou, começando por mim.
A noite de sono é tranquila e depois da semana agitada e a noite de filmes, eu inda acordo cedo no sábado.
Aproveito para tomar um café da manhã tranquilo, organizar meu quarto e separar minhas roupas para ir até a lavanderia.
- Não acredito que você já está acordada. – Camila resmunga na porta do meu quarto enquanto eu termino de arrumar minha cama e caminho até o pequeno armário para separar uma roupa para passar o dia.
- Bem, não consegui dormir de novo. Preferi levantar para organizar minhas coisas. A próxima semana vai ser puxada. – Eu murmuro olhando o calendário que eu havia impresso e colado na minha mesa. “Semana de prova” estava escrito em vermelho e eu sabia que me esconderia dentro do quarto para nunca mais voltar a frequentar a sociedade.
- Ah, eu sei como é. Essa semana também será bem especial para mim. – Ela revira os olhos e caminha em direção ao banheiro.
Depois de separar meu material para estudar e Camila já ter saído do banheiro, vou até o mesmo para tomar um banho e me vestir para sair.
A lavanderia ficava na mesma quadra que nosso apartamento e por isso, antes das nove horas, eu já estava com toda minha roupa dentro de uma das enormes maquinas.  
Quando a ouço apitar, avisando que a roupa já estava seca, eu as tiro da máquina, dobro e coloco dentro da cestinha que eu as carregava.
Volto para o apartamento e termino de organizar o que falta e quando vejo já é hora do almoço.
- (S/A), estamos indo almoçar, quer ir junto? – Brig pergunta escorada na porta.
- Não. Mas se vocês puderem trazer algo para mim, eu ia adorar... – Digo sorrindo com cara de pidona.
- Está bem. – Ela diz rindo e logo em seguida ouço a porta bater.
Abro o notebook contrariada e entro na área virtual onde eu deveria começar as atividades; em meia hora a primeira atividade estava concluída e antes de eu começar a próxima, meu telefone começa a tocar no canto da mesa e o nome de Harry pisca na tela do mesmo.  
- Oi, (S/A), como você está? – Ouço a voz rouca dele depois de dizer oi.
- Eu estou bem. Amarrada na cadeira olhando para a tela do computador e abarrotada de livros ao meu redor. Estou estudando e fazendo minhas atividades do curso. – Estou de olhos fechados e olhando para o teto quando me dou conta de como meu assunto é chato e inconveniente.
- Ah, não posso dizer que isso é legal por que preferia que você estivesse aqui comigo; mas posso te desejar boa sorte, né?!
- É errado eu dizer que também queria estar aí? – Eu murmuro baixinho e o ouço ele suspirar.
- Se você disser isso mais uma vez eu corro para ir te buscar. – Ele diz.
- Bom, sinto muito, não posso repetir, preciso estudar. – Eu digo sorrindo para o nada.
- Está bem. Está bem. Mas, por favor, quando pudermos nos encontrar, você me avisa? Pode ser só um café da manhã ou um jantar... qualquer coisa. – Seu tom era baixo e eu realmente queria a presença ali, mas não podia; havia responsabilidades a serem cumpridas.
- Eu prometo avisa-lo sobre qualquer brecha de tempo que eu tiver. Mas agora, eu realmente preciso voltar para os estudos.
- Tudo bem.... Até mais, (S/A)!
- Até Harry!
Logo que desligamos, as meninas voltaram para casa e eu almocei. As horas se arrastaram e eu já estava quase adormecendo quando a campainha do apartamento tocou e eu saltei na cadeira. Vi Camila correndo pelo corredor e vozes fizeram com que eu ficasse em alerta.
- (S/A), visita para você...
Viro em direção a porta e encontro Harry com um sorriso lindo nos lábios.
- Vim ver como você está...
- Fico feliz em saber. – Sorri e me levanto caminhando em passos lentos até ele; para o beija-lo em seguida.
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ocadernoamarelo · 2 years
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uma música favorita
Escrito em 08 de outubro de 2021
O disco arranhado repetia "eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto" de novo e de novo. O dia já nascia lá fora e fazia aquele frio de madrugada. O cheiro de café inundava o apartamento escuro e um feixe de luz de sol forte entrava por uma rachadura no fumê da janela.
Eu esperava dar a hora de ir comprar um pão quando vi ele saindo com cara de sono do quarto. Ele usava nada mais que uma cueca rasgada e tinha baba seca na bocheca. Ele disse com voz rouca antes de dar um grande bocejo: bom dia...
"Então eu escuto...", a música canta. Respondo "bom dia". A gente se olha e me dá um arrepio gostoso na espinha. Meu corpo todo se aquece mesmo naquele frio. Ele se apoia no balcão e me dá um cheiro de carinho, me olhando com seus olhos de azeitona preta, bem inchados. Ele sorri pra mim. Eu devolvo o carinho e lembro de tudo da noite passada. A garrafa de vinho, o disco de Secos e Molhados, a lasanha requentada e seus beijos. Tudo passou tão rápido que não deu tempo de desligar o disco. Mas ao mesmo tempo o tempo se arrastou como suas mãos pelo meu corpo. Meu coração tava pela boca a noite toda e parecia que eu dividia com ele. E ele ria com prazer e sussurrava na melodia "fala... la la la la... fala".
No meio da noite, silenciosamente fizemos um pacto: aquela seria a nossa música. A música no nosso encontro. Aquilo tudo rolou e foi gostoso e foi romântico. Mas preciso confessar que foi só no dia seguinte, com o disco arranhado, a baba na bochecha e bafo da manhã que aquela música se tornou a música do dia em que eu me apaixonei por ele.
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imagine-hot1d · 7 years
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One shot com Zayn Malik.
Pedido:Oi,faz um do Zayn que ele e a (s/n) estavam em um jantar de negócios e a (s/n) fica provocando ele na frente dos sócios dele sem disfarçar,quando eles voltam para casa Zayn briga com ela e aí rola um hot bem hot no dia seguinte os pais de Zayn que tinha dormido na casa deles para cuidar das crianças diz que escutou e ficam zuando com eles.
.....
–Não,isso não vai dar certo!Precisamos de uma solução rápida e eficaz.– O sócio de Malik gritava,atraindo á atenção de algumas pessoas que estavam perto da nossa mesa.
Já não aguentava mais tanto falatório,encontrava-se um bocado entediada e perdi as contas de quantas taças de vinho já havia ingerido.Certamente o suficiente para deixar-me embriagada,visto que tudo começa a girar e um calor intenso se apropria de todo meu corpo.
–Você está bem?–Zayn sussurra no meu ouvido.–Parece distante...
Comtemplo por breves segundos meu esposo e balanço a cabeça em um sinal de concordância.Malik volta sua atenção para os sócios e não deixo de reparar o quão bonito ele está naquele black-tie.Passo minha mão lentamente por sua mandíbula e o mesmo me lança um sorriso de lado,sem desviar sua atenção dos sócios.Bufo irritada pela falta de atenção mas logo tenho uma ideia.
–Malik...–Digo lentamente e me aproximo mais dele.–Você gostou do meu vestido?
Zayn me lança um olhar confuso,mas acaba por assentir.
–Que bom!Porque vou te confessar uma coisa,não tenho mais nada por debaixo dele.–Sussurro a última parte no seu ouvido e logo Zayn se engasga com sua bebida e começa a tossir.–Você está bem,querido?
A atenção da mesa está em nós dois e nem isso me intimida de continuar meu "jogo" com Malik.Passados poucos segundos Zayn havia recuperado-se e tentava evitar-me,falhando miseravelmente,já que de tempos em tempos pegava o mesmo me olhando de canto de olho.
–Ai!–Suspirei dramaticamente.
–Está tudo bem Mrs.Malik?–Joshua,um dos sócios do meu esposo,perguntou preocupado. –A senhora parece um pouco...perturbada.
–Só um pouco cansada.–Virei-me para o Malik e abri um sorriso lascivo.–Talvez o meu esposo possa me relaxar!
Todos na mesa pareciam perplexos com o que eu avia acabado de falar,o álcool não me fazia pensar bem no que eu estava fazendo,mas comecei a gargalhar da cara de todos os presentes.
–Acho melhor terminarmos outra hora essa reunião.–Malik levanta e logo após me levanta também.–Senhores,tenham uma ótima noite.
–Você vai ter!–Digo,deixando-o mais constrangido e Malik me puxa para fora do restaurante.–Aí Malik!Está me machucando!
O aperto no meu braço se afrouxa,porém Zayn não olha em nenhum momento para mim.Voltamos para casa em silêncio e no momento em que eu entro na nossa casa Zayn  começa o seu discurso.
–Você é louca ou o quê? –Contrai diante de seu tom de voz usado.–Que papelão que você me fez passar,(s/n)!
Zayn passa sua mão pelo seu cabelo sedoso e depois começa a tirar sua gravata.
–Desculpa,tá bom?Eu não sei o que me deu naquele momento,talvez tenha sido o álcool,só me perdoa,eu não queria fazer aquilo com você.
Uso minha voz mais manhosa para convencer o mesmo a não ficar bravo comigo,o que tem êxito,já que o mesmo solta um grunhido antes de vir até mim e me beijar.
–Eu te perdoo,'tá legal?–Balanço lentamente minha cabeça confirmando e Zayn me lança um sorriso de tirar o fôlego.–Agora,eu vou te relaxar e você vai me dar a ótima noite que me prometeu.
Zayn relembra as coisas que falei no restaurante e sem demora volta a colar nossos lábios em um beijo selvagem.Nossas línguas exploram cada lugar de nossas bocas e quase enlouqueço quando Zayn chupa e morde minha boca.
–Vamos para o nosso quarto.
Zayn me pega no colo e aos tropeços e beijos chegamos no nosso quarto.
–Shiiu...–Zayn pedi colocando o dedo em cima dos meus lábios.–Quer acordar a casa toda?
Não respondo apenas agarro ele e puxo para outro beijo,nossas línguas se entrelaçam com desespero e sem cuidado nenhum.Sinto as mãos de Zayn pelo meu corpo e quando chega no decote lateral do vestido ele segura e tira,nos separando e por breves segundos.Não sentia receiosa por estar nua na frente dele,Apenas desejada.
Afastei-me dele e ele me lançou um olhar confuso.Dei de ombros e empurrando-o em direção a cama,fiz que o mesmo sentasse na beira e pedi para que tirasse sua calça enquanto tirava sua blusa. No momento que ele estava só de cueca,me sentei no seu colo e senti ele ofegar quando nossas intimidades se tocaram.
–Você não pode me tocar.–Soprei em seu rosto.
–O que você quer di...
Interrompendo sua pergunta,solto um leve gemido assim que coloco dois dedos na minha intimidade,me masturbando no colo de Zayn. Fecho meus olhos e começo a rebolar nós meus dedos,soltando leves resmungos.Sinto a ereção de Malik crescendo contra minha perna e ele se remexendo inquieto embaixo de mim.
–(S/N)... –Resmunga.–Para de joguinho.
Abri meus olhos e paro os movimentos com meus dedos,tiro os dois dedos melados da minha intimidade e ofereço para Zayn que lambe.
–Isso é só o começo amor!–Dei um selinho nele e deslizei minha mão na sua cueca box massageando sua ereção por cima do box.
–Jesus! –Zayn inclinou sua cabeça para trás e jogou mais o seu quadril em minha direção, a procura de mais contato.–Para de me torturar porra!
Solto uma risadinha diante do seu desespero e colo minha mão dentro da sua cueca,masturbando-o lentamente.Os gemidos de Zayn ecoa pelo quarto me deixando mais excitada e necessitada de seu toque.
–(s/n) eu acho melhor você parar! –Zayn rosnou. –Eu não vou aguentar muito.
–Eu sei daddy.–Meu esposo abre os olhos e posso ver todo o brilho de luxúria presente nele. Tiro sua cueca e abocanho seu membro sentindo o gosto de seu pré gozo por toda sua extensão,desço e começo a lamber suas bolas fazendo seus gemidos se intensificar,sei que ele está perto de gozar,então lambendo lentamente toda sua extensão parando apenas na sua glande e chupando com força sinto seu pênis se enrijecer e em seguida sinto os jatos de gozo na minha boca.–Eu falei que era só o começo.
–Fica de quatro.Agora! –Malik diz sério e recuperando seu fôlego. –Não ouviu?Agora (S/n)!
Me arrumo no meio da cama e me deixo minha bunda o mais empinada que consigo.Sinto Zayn se mexendo e a cama afundando nos meus pés.
–Essa boquinha é maravilhosa,você sabia?–Sinto Zayn me chupando e solto um gemido manhoso.–Me responde! –Sinto um tapa ser depositado na minha nadega.
–Sabia! –Exclamei,sentindo um prazer imenso.
Zayn volta a trabalhar com sua língua e é inevitável soltar gemidos altos,sentia sua língua me penetrar e sua mão massageando meu clitóris.Zayn para todos os seu movimentos,fazendo que um suspiro insatisfeito saía dos meus lábios.
–Abre as pernas. –Me arrumei melhor e fiz o que ele me pediu.Senti ele colando atrás de mim e se curvar sussurrando no meu ouvido. –Vamos acabar com isso de uma vez.
Não esperou nem uma resposta minha,e me penetrou de uma vez.
–Zayn! –Sentia seus movimentos brutos e intenso. –Ah!
Senti ele gozar enquanto gemia roucamente meu nome,como ainda não tinha conseguido o orgasmo,Zayn continuou investindo contra mim com força. Não demorou muito até eu sentir minha vagina se contrair e um prazer enorme se acumular na área e em seguida sentir todo meu corpo formigando pelo orgasmo que eu tinha acabado de ter.
Zayn caiu no do meu lado na cama e eu também me deitei,ambos não dizíamos nada apenas se recuperava-mos do orgasmo.
–Nunca mais me provoque (s/n),nunca mais!
Zayn falou e no mesmo instante caiu num sono profundo.E eu acabei acompanhando ele.
....
Acordei com os raios de sol entrando pela janela,fechei os olhos de novo e me espreguicei preguiçosamente.
–Você está acordado a muito tempo? –Perguntei vendo Malik com um sorriso singelo no seu rosto.
–Um pouco. –Se levantou completamente nú e foi em direção ao banheiro.Antes de chegar no mesmo parou e olhou para mim. –Você fica linda dormindo,já disse isso alguma vez?
E saiu me deixando com um sorriso enorme no rosto.Enquanto meu esposo tomava banho arrumei a roupa que usaria e esperei ele sair para usar o banheiro.
Tomei um banho rápido e aproveitei pra fazer todas as minhas higiene pessoal.
–Estou morto de fome! –Exclamou Zayn entrando na cozinha,mas Parou no meio do caminho subitamente. –Mãe? Pai?
Vi a mãe e o pai do Zayn na cozinha,preparando o café-da-manhã para os meus filhos e assim que perceberam nossa presença olharam um pro outro com um sorriso sapeca.
–Noite boa em filhão.–O pai dele solta uma risadinha sapeca e eu quase desmaio de tanta vergonha. –Não precisa ficar com vergonha (s/n),é só parar de joguinhos com meu filho que tudo se resolve.
Trisha e Yaser começam a rir,deixando a mim e meu parceiro tão envergonhados ao ponto de sermos confundidos com um tomate de tão vermelho que estávamos.Meus filhos ainda eram bebês então apenas riam dos seus avós sem entender o quê estava acontecendo.
–Vocês ouviram? –Zayn pergunta. –Eu quero dizer,tudo...?
Eles começam a rir dele e eu apenas fico encolhida no canto da cozinha querendo desaparecer de lá.
Eles estão quase se mijando de tanto rir de nós,durante esse tempo eles ficavam imitando eu e o Zayn gemendo e falando as coisas que nós falamos.
–Na próxima vez,vê se pelo menos a porta do quarto está fechada!
Zayn saí de casa resmungando que iria comer em qualquer outro lugar,deixando-me sozinha com seus pais e suas piadinhas.
 Mah xx
Oi povinho Lindo!Desculpa pelo hot estar uma porcaria,é porque eu estava meio enferrujada.Mas mesmo assim eu espero que vocês tenham gostado ❤
Eu 'tô querendo postar mais um do Harry, mas se não conseguir postar hoje,é provável que saia amanhã. Beijos dlç 😚
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imperatrizs-world · 4 years
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Hey,
Esse é um conto criado por mim que estava disponível no meu perfil do Wattpad. Resolvi publicar aqui também, espero que gostem...
Contos de Amor e Viagem: Roma
Parte 1
Meu nome é Sophie Ferreira, sou nascida na baixada fluminense, Rio de Janeiro. Tenho 30 anos, solteira, especialista em vinhos, filha de uma mãe solteira e batalhadora sempre tive que lutar pelo meu lugar, tenho um irmão dois anos mais novo, já casado. A cerca de 5 anos moro na Itália a trabalho. Bem, essa sou eu e essa é a história do meu amor italiano.
[2015]
Depois de uma longa viagem, meu carro se aproxima do vinhedo da família Pagano, local do meu novo emprego. Sou Enóloga, profissional responsável por todas as decisões sobre a produção do vinho, desde a análise do solo até a melhor técnica para a colheita das uvas. Por essa razão, fui contratada pelo Sr. Gianni Pagano.
A família Pagano é muito reconhecida nesse meio, seus vinhedos são famosos aqui na Toscana, além de serem referências no ramo. Por isso, fiquei em êxtase quando fui contratada.
Além disso, devo admitir que o fato do Sr. Pagano ser um dos homens mais bonitos que já vi foi mais um ponto de incentivo para enviar meu currículo. Não que eu ache que tenha chances com um homem daquele, mas sonhar não ofende.
O carro para em frente a uma grande propriedade, desço do veículo e sou recebida por uma senhora na faixa etária de 60 anos, seu corpo rechonchudo, com as maçãs do rosto rosada, de vestido azul claro e lenço brancos com flores prendendo os cabelos. Ela sorri e se apresenta como a governanta da casa e pede que a acompanhe pela propriedade até o local onde está o senhor Pagano. Segundo a dona Bella, a senhora que me guia, o Sr. Pagano pediu para que fosse levada ao seu encontro no vinhedo assim que chegasse.
É um dos vinhedos mais lindos que já vi, o cheiro de uva e terra molhada inunda meu nariz e aprecio esses aromas que tanto amo. Logo mais a frente avisto um homem alto, de corpo grande, costas largar, braços fortes, veste uma roupa simples e tem um chapéu na cabeça. Ele se vira e posso constatar o que imaginava de costa, é um homem lindo e o meu novo chefe.
Quando nos aproximamos dele, a Sra. Bella nos apresenta. Seu sotaque italiano forte, seu cheiro masculino e suas mãos firmes e grandes que me cumprimenta em um aperto de mão, me deixam em transe e acendem mil borboletas no meu estômago. Após as apresentações ele dispensa educadamente a Sra. Bella da sua tarefa e guia pelo vinhedo mostrando tudo e conversando sobre o que espera do meu serviço na produção.
Enquanto eu luto uma batalha interna para não atacar esse homem com meus beijos. Pelo visto será um longo ano.
[2016]
• Gianni •
Faz um ano que a bella ragazza Sophie trabalha in meu vinhedo. E faz um ano que il mio cuore non tem sossego. Desde que a vi pela primeira vez soube che questo cuore havia encontrado um novo amore. La mia defunta moglie morreu a quase dez anos e desde então non tive relacionamentos sérios. Un caso ou outros.
Mas quando coloquei mio olhos in questo bella mio cuore e mio alma souberam, é ela. O problema é que io sono un homem de 47 anos já, non sono un ragazzo, por mais que pareça jovem. Já a minha bella é jovem e cheia de vida, quase una ragazza ainda. Viver esse amor seria privar ela de estar com alguém de sua idade que possa lhe fazer mais feliz.
No, non posso ficar com mia bella Sophie. Por isso escondo esse amor, mas a cada dia que passa essa tarefa de tornar mais difícil.
Ainda mais quando vejo outro homem a olhando ou dando em cima dela, il fico louco. Já ameacei cada homem desse vinhedo que ousou colocar seus maledetos olhos in mia donna. Si mia, mesmo que isso nunca aconteça de verdade, mio cuore e mio corpo são de Sophie assim como ela é mia.
Hoje é noite de festa qui. A safra foi boa, o clima ajudou e mia bella fez um ótimo trabalho nos vinhedos, assim como todos os outros trabalhadores dedicados que tenho. Por isso hoje é notte de comemorar.
Mia bella quis se responsabilizar pela decoração do jardim onde a festa acontece e ela fez um ótimo trabalho tudo está bello e iluminado. Não demora e mia bella surge. Esta linda como sempre. Dio mio, assim il não aguento ficar longe di questa donna.
— Meu amigo Gianni, está na hora de você começar a usar um babador ou aprender a disfarçar melhor os seus olhares para a moça — diz meu melhor amigo e advogado dos negócios da família, Eduardo Damasceno.
— Il o que eu posso fazer? Esta mulher está a me enlouquecer a cada dia — respondo virando meu drink.
— hahaha, isso todos já percebemos inclusive os funcionários e produtores da região que foram "sutilmente" avisados que ela não estava disponível — diz meu amigho em tom irônico
— Como se você não fizesse pior com Solange — rebato ele.
— Realmente, mas assumo que amo minha mulher, digo isso para ele todos os dias e você meu amigo? — me pergunta Eduardo.
— Você sabe os meus motivos…. Já sou velho, ela merece alguém melhor — afirmo triste enquanto a olho cumprimentar os convidados.
— Meu amigo, eu já lhe disse a velhice está só na sua cabeça, eu vejo que ela também tem sentimentos por você, mas você nega aos dois esse amor. Mas se quer um conselho, se permita ser feliz novamente ou deixe que outro homem faça ela feliz. Só pare de impedir que qualquer um se aproxime dela quando você se nega de ser o homem que ela precisa — diz Eduardo e sai sem que eu posso respondê-lo.
A verdade é que eu não teria o que responder, ele está certo.
A noite seguiu animada, a festa está ótima, a comida é boa e o vinho também, claro é do meu vinhedo. Estou em uma roda de amigos conversando quando observo um rapaz que não conheço se aproximar de Sophie. Ele beija sua mão e ela sorri. Meu sangue ferve quase que imediatamente e paro de prestar atenção na conversa. Tento manter a calma, mas é quase impossível quando o patife a tira para dançar e ainda põem as mãos em sua cintura.
Na cintura da mia mulher.
Sem me dar conta deixo os senhores que estavam conversando comigo falando sozinhos e atravesso a pista de dança em direção aos dois.
— Acho que você já dançou demais com a mia mulher, ragazzo — digo firmemente para o rapaz que me olha assustado.
— Sr. Pagano, eu não sabia que a Soph era su… — interrompi o rapaz antes que ele terminasse.
— Para você é Sophie e sim, ela está acompanhada — afirmo enquanto para o rapaz.
— Ah, claro, claro… Bem até qualquer hora, Soph.. Sophie — ele se desperte e sai.
— Você pode me explicar que cena ridícula foi essa Gianni? — pergunta emburrada.
— Esse abusado estava tirando uma casquinha de você — respondo.
— Ida? Talvez eu quisesse que ele fizesse mais coisas ainda — declara Sophie sorrindo sapeca, essa provocadora sabe me tirar do sério.
— No me teste, ragazza… — digo enquanto a puxa para dançar.
Ter ela em meus braços assim é maravilhoso. Ela deita sua cabeça em meu peito e eu aproveito do momento para cheirar seus cabelos sedosos. Uma de minhas mãos passeiam por suas costas e enquanto a outra segura sua mão macia.
Dançamos duas músicas e quando a melodia da terceira começa Sophie levanta a cabeça com os olhos cheios de água. Nós conhecemos essa. Ela me disse uma vez que é a nossa música. Quando o refrão chega eu canto o trecho para ela que deixa cair algumas lágrima. Isso corta meu coração e ela resolve sair dos meus braços e entra para a casa.
Eu fico no meio da pista de dança a olhando entrar. Penso em deixá-la ir, mas o meu coração me manda segui-la e é o que faço.
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ayahuascame · 4 years
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Dia 12 de dezembro de 2020, embarquei com três novos amigos, que conheci ao subir no carro, em direção à chácara onde o ritual aconteceria. A viagem durou aproximadamente 2h30. Chegando lá, conhecemos a chácara, que não era muito grande, porém era muito limpa e possuía muita coisa para se ver/descobrir/fazer. Os donos do local nos explicaram que, ali, eles buscavam “fechar o ciclo”, referindo-se ao reaproveitamento de tudo. Por exemplo, nos encorajavam a fazer xixi no mato e cocô nos “banheiros secos”, onde você deveria cobrir o seu cocô com uma serragem e não haveria cheiro, e dentro de dias seu cocô seria um material perfeito para adubar o solo. Sobras de comida? Seriam decompostas na decomposteira, virando o melhor húmus para qualquer plantio. As instalações eram feitas de barro, bambu, tudo o que não fosse concreto. Não era permitido utilizar produtos de higiene que não fossem biodegradáveis, pois contaminariam a água, que era, também, reutilizada. Enfim, a ideia era aquilo que eu sempre sonhei: sustentabilidade e proteção ao meio ambiente, que não deixa de ser eu e você.
 Como chegamos horas antes da cerimônia, nossa estadia consistiu em conhecer os aposentos, aprender mais sobre aquele lugar e o ritual e preparar-nos para ele. A preparação já deveria iniciar nos três dias prévios, que incluiriam evitar relações sexuais, não comer carne (e preferencialmente qualquer derivado animal) e não consumir bebidas alcoólicas ou outras drogas. Na chácara, fomos servidos uma comida vegana, com a indicação de servir-nos pouco, pois a ayahuasca faz a maioria de quem a toma vomitar. Em seguida, tivemos algumas horas para a digestão e descanso.
 O local onde o ritual aconteceria era uma espécie de grande oca (grande mesmo) com um lindo teto em geodésica (busquem o que é no Google, para terem uma ideia). Devido a imprevistos, a cerimônia iniciou-se aproximadamente às 19h00. Para o evento, cada um deveria levar sua “cama” individual de cipó (oferecida gratuitamente no local) ou seu próprio tapete de yoga, um agasalho ou cobertor (pois fazia frio na chácara, à noite, e a medicina também poderia te dar a sensação de frio), um copo para receber o chá e, opcionalmente, quaisquer artigos místicos que você possuísse (pedras, incensos, cachimbos, etc) ou instrumentos musicais.
 O líder, que portava vestes indígenas e um cocar durante o evento, viaja com certa frequência à Amazônia para imergir no dia-a-dia das tribos que praticam o xamanismo e usam a ayahuasca. De início explicou as normas de conduta. O trabalho é algo muito individual, e, assim, não devíamos nos comunicar uns com os outros durante a experiência. Silêncio era a regra principal, exceto pela música cantada e tocada pelo líder durante todo o ritual, que consistia de canções indígenas, algumas em espanhol, e outras, poucas, em português.
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A purga
Quem já consagrou a ayahuasca sabe: a purga é parte do processo. Purgar significa “livrar-se de impurezas; depurar”. Uma boa parte — eu arriscaria uns 60% — de quem bebe o chá passa pela purga e regurgita intensamente alguns minutos após tomar a bebida. Outros, em menor parte, têm diarreia.
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 Explicadas as regras, é iniciado o ritual. Todas as luzes são apagadas, exceto por velas ao tablado, baixinho, em frente ao líder. Todos estamos sentados em nossos tatames numa grande roda. Somos por volta de 40 pessoas, incluindo a equipe. Baldinhos são disponibilizados para a eventual purga. O líder nos convida, um a um, a tomar da primeira dose do chá. Na minha vez, dirijo-me até ele, ajoelho-me ante ao tablado e entrego meu copo com a mão trêmula. Nervos não à flor da pele; contudo, sei que estou embarcando em algo desconhecido. Bebo minha dose. O sabor, muito, mas muito mais tolerável do que eu havia lido. Parecia um xarope. Volto ao meu lugar. Iniciam-se as cantigas pelo líder, ao som do seu violão, que são acompanhadas ocasionalmente por umas 2 ou 3 vozes adicionais de membros da equipe de apoio. Passam-se uns 30 minutos e a purga de alguns começa. Absolutamente nada acontece comigo. Aproximadamente 1h00 após a primeira dose, o líder convida aqueles que acreditam não terem tido o suficiente para se aproximarem para uma segunda toma. Bebo minha segunda dose. Mais uma hora passa e não sinto nada de diferente. Enquanto isso, purgas são ouvidas em toda parte.
 Frustrado. Já se foram quase três horas (em minha cabeça), não é possível que essa viagem seria em vão. Tento fechar os olhos e relaxar. Em alguns minutos, tenho a impressão de ver uma luz verde; um verde diferente, brilhante. Aos poucos, começo a me sentir estranho. Sou tomado por uma sensação de extremo incômodo. Todos os meus sentidos estão aguçados. Tudo ao meu redor me incomoda. Meu estômago está revirando e começo a sentir calafrios, típicos de um pré-vômito. A acústica da “oca” onde estávamos piorou tudo. Era um desses lugares onde qualquer som, dependendo de onde fosse, ganhava um eco que parecia que um microfone estava sendo usado. Isso fez os vômitos terem um volume absurdamente alto, parecia que alguém estava vomitando no meu ouvido. Os cheiros de incenso me incomodavam ao extremo. Aqui, abro um parêntese para falar sobre meu problema com isso.
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Eu tenho pavor de vomitar!
Se tem uma sensação que eu não suporto é a de náusea. De fato, eu prefiro apanhar, sentir dor física, que me sentir enjoado. Participei do ritual achando que a purga era um vômito que se criava e saía em segundos, mas, não. Foram muitos minutos. Muitos minutos horríveis, de agonia, de sensação de incapacidade e descontrole do meu corpo. Me sentia tonto, não sabia o que fazer; acenei para um membro de apoio, mas ele não me viu. Não podia falar com ninguém nem atrapalhar as experiências alheias. Não teria condições de levantar, também. Tudo o que eu queria era que aquilo acabasse para eu voltar para a minha casa!
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Por fim, vomitei. Agarrei meu balde e coloquei tudo para fora. Não foi pouco. Felizmente, todo o mal passou. Contudo, a luz verde brilhante que eu antes vira, que me dava a esperança de entrada na força (como chamam a “viagem” ou estar sob o efeito psicológico da ayahuasca), se foi. Tudo o que eu sentia, então, era sono.
 Para a alegria de todos, finalmente, a fogueira foi acesa no meio da oca. Já haviam se passado aproximadamente três horas desde o início da cerimônia. E eu, o diferentão, como sempre, não sentia absolutamente nada. Consegui a atenção de um membro de apoio e a informei sobre isso. Surpresa, ela me disse que eu poderia, ao pegar minha terceira dose, relatar isto ao líder. E assim o fiz. Tomei a terceira dose. Trinta minutos se passam, e nada. Chamo a atenção de um outro membro da equipe e explico minha situação. “-Tem certeza que não tá sentido nada?”, me indaga. “-Tenho”, respondo. “-Às vezes as pessoas estão na força e nem se dão conta”. “-Certeza absoluta”, replico, frustrado. “-Faz o seguinte, cara: fecha os olhos e relaxa, se entrega. A medicina trabalha de maneiras misteriosas”. E assim o fiz.
 Enquanto isso, todos ali já estavam altíssimos e alguns, inclusive, faziam suas próprias danças ao redor do fogo. Cada um na sua vibe. De repente, sinto meu corpo estranho de novo e sofro por antecipação de saber que a purga viria mais uma vez. Minutos passam e eu volto à mesma agonia anterior - um vômito que não se decide se vem ou não. De repente, ele vem com tudo. Na afobação, peguei meu balde com tanta força (balde este que já estava cheio de vômito meu), que fiz seu conteúdo voar na minha cara e na minha camisa. Não vomitei. Tiro minha camisa e me torno ainda mais diferentão, ali. Minutos depois, com mais calma e todo sujo, vomitei.
 A situação era desfavorável para mim. Como diriam em inglês, I was a hot mess.   Cansado, com sono, frustrado, cheirando a vômito, com a cara acabada, ali estou. Porém, em poucos minutos, finalmente começo a notar algo diferente em minha visão.
 Enxergo uma cobra amarela, com manchas negras, gigante, com vários metros de comprimento, ao redor da fogueira. “-Uhul, estou na força!!”, penso euforicamente. A cobra era muito real. Aperto, coço meus olhos, e a cobra permanece ali. A vontade era de cutucar alguém ao lado e perguntar: “-Você também tá vendo aquela cobra??”. E, assim, aos poucos, a minha viagem começa.
 Fecho meus olhos e, o que vejo, são as cores verde, vermelho, amarelo e laranja em tons muito brilhantes, intensos, ordenadas em uma espécie de mosaico feito de micro-bolinhas (como esses símbolos: ©®), uma ao lado da outra, alinhadas. Ao fundo, o líder segue cantando e tocando músicas indígenas, algumas mais lentas e outras agitadas. Cada batida em seu tambor, cada vibração diferente do seu violão, cada nota variada em sua voz faziam as cores em minha mente se destacarem e dançarem. Acredito que esse seja o efeito que usuários de LSD tem. E, não vou mentir, era mágico.
 Ao abrir os olhos, o ambiente era extremamente caloroso, não apenas pelo fogo. Eu sentia uma aura de irmandade, de amor, mesmo cada um viajando em sua própria mente. Agora, não havia apenas uma, mas várias cobras, e também felinos de todas os tipos (tigres, onças, gatos), circulando, e eu não sentia medo algum. Isso foi algo bem marcante durante minha experiência com a medicina: em momento algum, senti medo. Realmente tive a sensação de estar protegido pela “mãe” ayahuasca, como alguns descrevem.
 Com os olhos fechados, pensamentos vinham à tona. O primeiro deles foi sobre um desentendimento que tive com minha mãe. Fizera algo muito chato com ela dias atrás, e a sensação que tive durante a força foi como se tivesse entrado dentro da cabeça da minha mãe, e vi tudo sob sua perspectiva. É simplesmente impossível descrever com palavras. Só sei que fui tomado por um sentimento de arrependimento pelo que eu disse, e me bateu o desespero. Estava desesperado para sair dali e mandar-lhe uma mensagem dizendo “Mãe, eu te amo. Me desculpa por aquele evento! Vc significa muito para mim!!”. Um textão veio a minha mente. A primeira lição, ali, era de empatia e compaixão. O tapa na cara, meu Deus.
 Contudo, esse aprendizado me fez passar o resto da noite ansioso para o fim da cerimônia, para que eu pudesse enviar tal mensagem, não importava a hora do dia. E se ela morreu exatamente nesse tempo em que estou aqui? E se a primeira coisa que eu vir na tela do meu celular for a de uma amiga, do tipo “Marcus, me ligue imediatamente; aconteceu algo grave”. É, meus amigos, não foi legal. E que alívio saber que tive tempo de enviar a mensagem. De fato, foi a primeira coisa que fiz ao ter acesso novamente ao meu celular.
 De volta ao cenário que me circundava, minha mente “estalou”, ou “a medicina me revelou” que eu estava na ÁFRICA. Sim, é claro, África! Como poderia ser diferente? Felinos, cobras, um local árido (era a impressão do meu horizonte, dado o chão e paredes de barro, na oca onde estávamos), uma fogueira, a batida do tambor, regida pelo líder do ritual. Sim, eu estava no Brasil e na África ao mesmo tempo. No entanto, eu não fazia ideia do porquê. Simplesmente me deleito com a vista. Alguns momentos depois vem a pergunta que eu guardara, para a medicina: “-Por favor, me ajude a decifrar minha própria mente. Por que eu tenho tantos bloqueios sexuais?”. E, sem ouvir vozes nem ver nada, eu “ganhei” a resposta. A resposta era não-aceitação. Sempre que vou me envolver afetivamente/sexualmente com alguém, busco elogios contínuos, sentir-me seguro, ter a certeza absoluta de que a pessoa me aceita como eu sou. Que ela gosta de mim independente das minhas características físicas, ou de como eu me comporto, meus defeitos... A medicina me fez ver, claramente, que eu nunca me aceitei, e por isso busco essa validação no outro. E a não-validação absoluta me faz sentir pequeno e, consequentemente, travado para me expressar sexualmente. Isso explicou muita coisa.
 Eu sempre me achei a-normal. Esquisito, “diferentão”, feio. E, por isso, recorri aos procedimentos estéticos para me encaixar mais no padrão. Para fazer parte de algo, para ser popular. Para ser aceito.
Mas, e a África? Me indago. No momento, também associei à aceitação. Senti que me falta explorar mais esse lado da minha origem. Não que eu rejeite ser negro se me perguntarem, mas também nunca tive a sensação de pertencimento. Nunca sofri grandes preconceitos pela minha cor/aparência, então também nunca me identifiquei como negro no sentido de abraçar a negritude e tornar isso uma de minhas grandes características de definição enquanto cidadão. Será que me falta isso? Será que, ao me encontrar sexualmente com alguém, eu busco a aceitação, no outro, da minha negritude? A resposta, definitivamente é, sim.
Mama África... a minha mãe continua solteira. Procurei fazer conexões com o continente e minha vida. África, das pessoas retintas, sofridas, do passado duro. E como isso me faz pensar na minha própria mãe. A enxerguei criança, menina, inocente, numa casa definida pela pobreza e superpopulação, e a consequente necessidade de carinho e atenção. E isso ficou na minha cabeça. Minha empatia apenas crescia.
Pensamentos parecidos a estes iam e vinham a todo instante. Eu sentado, de joelhos para cima, abraçando-os forte, e a cabeça tombada para a direita. O fogo me mirava. Era maravilhoso. O fogo não era fogo, era lava, magma, que balançava de um lado para o outro como um mini rio, o vermelho/alaranjado mais vivo que se possa imaginar. E as lágrimas escorriam. Lágrimas de dor, arrependimento, e de cura. Eram também lágrimas de gratidão por estar vivendo algo que, realmente, é de outro mundo.
Em dado momento, não mais era o fogo que me mirava, e sim um gato inteiramente preto, ao lado da fogueira, que diria seu olhar amarelo ao meu.
Porém, nem tudo foram flores. Uma parte da náusea da terceira dose se mantinha presente. Em certo momento precisei sair para urinar e, ao me levantar, me sentia como um bêbado de sarjeta. Além disso, tive dificuldade em discernir o que era real ou não. O chão parecia areia movediça, e eu não sabia onde pisar. Tive que pedir a ajuda de um membro da equipe para me guiar pelo braço. Após um tempo, eu cansei de todas aquelas sensações ao mesmo tempo, pois me entendia como incapaz. E um pensamento marcante me surgia: “A pior prisão é a sua própria mente”. E se eu não conseguisse sair daquele estado? Já estava cansado daquelas cores, daqueles animais; só queria que tudo acabasse e eu pudesse voltar para casa e dormir. E aí começou a paranoia. Comecei a imaginar que poderia nunca mais voltar a ser eu mesmo. Como eu trabalharia? Quem cuidaria de mim? E, como vocês sabem, um pensamento negativo puxa o outro. Ali, decidi que nunca mais tomaria o chá.
Volto à oca morrendo de vergonha. “Graças a Deus todo mundo está loucão”, penso. Pois adentra, no local sagrado, um negro de 1,87m sem camisa, cambaleando e cheirando a vômito.
De volta em meu tatame, um novo pensamento aparece em meu painel de controle mental: Bolsonaro. Sim, do nada, ele (não)! A palavra empatia dançava em minha cabeça durante todo o ritual, e eventualmente se cruzou com sua figura. Imaginei um Bolsonarinho criança, o vi, mesmo. E que ela ainda morava dentro do homem que conhecemos. A medicina me fazia refletir: “Mas ele já foi uma criança, pura, como todos nós. Como será que ele se tornou essa pessoa?”. E, em milésimos de segundo, simplesmente compreendi. Entendi que ele não merece o meu ódio. Entendi que todo o ódio que eu e outros emanamos em sua direção, só se converterá em mais ódio. E foi o ódio que o moldou. Pensei o quanto deste chá Bolsonaro precisaria beber. E quantas lágrimas e purga haveria naquele momento. E decidi que o meu ódio ele não mais terá.
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apenasiara-blog · 5 years
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Tumblr media
Chego em casa, olho pra minha cama bagunçada ainda pela noite passada, e n eu n estava com alguém, foram só pesadelos q me causaram insonia, a preguiça matinal me tirou o animo de arruma-la e então já estava lá, pronta pra me receber de volta ao final do dia. Tomo meu banho... me ensaboando e deixando a água cair junto as minhas lagrimas, sem motivo algum, apenas chorava. Passo um creme no corpo, coloco meu pijama de renda e me preparo para mais uma noite em claro. 
Me olho no espelho, e n me vejo refletida, passo a mão pelo meu braço subindo ate a face e paro bem ao canto da bochecha, sinto o rosto molhado ainda pelas lagrimas salgadas, coloco uma musica lenta e danço com meus pensamentos ainda na frente do espelho.
A musica acaba e o q restou foi o silencio do quarto e uma mente que gritava, gritava para ser libertada. Me deito...  sinto meu coração bater bem forte como se quisesse sair de mim, respiro fundo, uma duas três vezes... meu telefone toca, alguém queria saber como eu estava, respondo q estou bem com os olhos cheios de água.
 Já era uma da manha quando ainda estava deitada olhando para a tela do celular. o frio me consumiu, e um dorme com Deus surgiu, era uma e meia da manha e nessa hora so os apaixonados estao acordados, vc foi dormir, acho q a cidade estava dormindo, era duas e meia da manha e nessa hora ate os apaixonados ja haviam dormido, e eu ainda estava lá, eram tres horas da manha, e uma mensagem apitou no celular, acordaste de novo so pra me perguntar se tbm estava sem sono e se queria conversar, eram tres e meia da manha quando peguei no sono com vc me contando historias dos seus sonhos, ai consegui dormir.
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Cap 28 - Aloha Rio
Ponto de vista: Natalie
Amanhã é o dia tão esperado, finalmente vou voltar para o Brasil. Na quarta-feira, descobri que só poderei passar um final de semana com minha família, já que nosso destino será Rio de Janeiro e meus pais moram em São Paulo, pelo menos vou conseguir vê-los e matar um pouco a saudade. Acredite se quiser, mas nunca fui ao Rio, estou muito animada, não muito preparada para o calor que faz lá, principalmente esta época do ano, mas continuo animada, a cidade é muito linda e as praias então nem se fala. 
Bruno entrou em turnê e eu já sinto falta dele, não conseguimos nos encontrar na semana passada, pois ele teve alguns problemas, e como está com a agenda cheia, estamos conversamos muito pouco por mensagens de texto. Ele estava super animado com a tour, é simplesmente contagiante ver a alegria dele quando comenta sobre o assunto. 
Bem, eu sou péssima em arrumar malas a preguiça me domina em um nível muito absurdo. Quando decido que é hora de começar a arrumar as coisas, porque já enrolei tempo demais, fico parada na frente da cama com a mala aberta sobre ela, a encarando como se as roupas fossem sair sozinhas do closet, e se organizar uma a uma dentro da mala, olho para o lado e vejo minha caixinha de som e então decido colocar uma música para que eu entre no clima. Pego meu celular, conecto a caixinha pelo Bluetooth e começo a escolher a playlist e inevitavelmente escolho a playlist dele, a primeira música que coloco é Locked Out Of Heaven que me faz sair dançando pelo quarto igual uma idiota. 
Ao terminar de arrumar tudo, me jogo na cama e é nessa hora que começa a tocar Nothin’ On You, me lembrei daquele dia em que estávamos em sua casa e ele começou a tocar para mim em seu violão, sua voz encantadora e a noite incrível que tivemos. Quando me dei conta, estava relembrando o dia em que nos conhecemos, nunca vou me esquecer de seu olhar percorrendo toda a extensão de meu corpo e ele com um sorriso de canto de boca, me desperto dos pensamentos com meu celular que vibrou anunciando uma mensagem:
“Oi filha, está tudo bem por ai? Estamos ansiosos para te ver novamente! Como seu voo amanhã é bem cedinho, decidi mandar uma mensagem agora para te desejar uma boa viajem e boa sorte em seu novo emprego..  Te amo”
Começo a sorrir involuntariamente enquanto respondo a mensagem da minha mãe, depois de enviada, vou para o banheiro tomo um banho, escovo meus dentes e me deito. Demorei um pouco pra dormir e quando eu finalmente consigo entrar em um sono profundo, meu celular desperta, me levanto faço minha higiene matinal e coloco uma calça jeans branca rasgada, uma sapatilha, uma blusa cor vinho e uma jaqueta jeans por cima, tomo um café bem rápido, checo meus documentos na bolsa e pego um táxi em direção ao aeroporto. Adam ainda não havia chegado, só consegui avistar duas modelos, fui de encontro a elas, fizemos o check in e começamos a conversar sobre nossa viagem, elas estavam bastante animadas, tanto quanto eu. Ouço meu celular tocar na bolsa, peço licença para as meninas e vejo que era o Bruno, dou um sorriso e atendo entusiasmada
-”Oi Bru” digo 
-”Oi meu anjo, como está?”
-”Bastante animada, mal vejo a hora de voltar ao Brasil. E como está indo a tour?”
-”Está tudo lindo, mas para estar perfeito mesmo só se você estivesse aqui comigo” 
-”Olha que eu vou ai e te faço uma surpresa” ele dá uma risada e diz
-”Seria a melhor surpresa do mundo. Nat, desculpa não estar tão presente nessas semanas..”
-”Não se preocupe, você tem seus compromissos ai, eu entendo perfeitamente, não tem que se desculpar” 
-”É” ele diz e dá um suspiro, estava prestes a perguntar se tinha acontecido alguma coisa com ele, estava sentindo sua voz um pouco distante, mas ouço meu voo e então ele diz: “É seu voo né?” sua voz estava com tom de tristeza agora
-”É sim, eu preciso ir. Nos falamos depois ok?”
-”Ok, meu anjo. Boa viajem, aproveita lá e boa sorte” 
-”Obrigada, amor” o “amor” escapou da minha boca, mas não me arrependi de ter falado
-”É a primeira vez que você me chama assim e não de Bru, consegue imaginar minha alegria?”
-”Para de ser bobo” começo a rir “Eu tenho que ir mesmo, até mais tarde. Beijo”
-”Ta bom meu anjo, beijo” desligamos e eu fui encontrar o Adam e as meninas, quando ele me vê faz uma cara de espanto e diz:
-”Achei que tinha me abandonado” começa a rir
-”Só queria te dar um susto” dou uma piscadinha e vamos entrando no avião.
Me ajeito em meu lugar que era próximo a janela, meu coração estava acelerado, quando o avião começa a decolar, me viro para a janela e digo bem baixinho:
-”Até mais Los Angeles”
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osdevaneios · 7 years
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Separo-me de ti nos solstícios de verão, diante da mesa do juiz supremo dos amantes. Para que os juízes me possam julgar, conhecerão primeiro o amor desonesto infinito feito de marés ambulantes de espinhos nas pálpebras onde as ruas são os pontos únicos do furor erótico e onde todos os pontos únicos do amor são ruas estreitíssimas velocíssimas que se percorrem como um fio de prumo sem oscilação.
Ontem antes de ontem antes de amanhã antes de hoje antes deste número-tempo deste número-espaço uma boca feita de lábios alheios beijou. Precipício aberto: ele nada revela que tu já não saibas. Porque este contágio de precipícios foste tu que mo comunicaste maléfico como um pássaro sem bico.
Num silêncio breve vestiu-se a cidade. Muito bom-dia querido moribundo. Sozinho declaraste a terceira grande paz mundial quando abrindo os olhos me deste de comer cronometricamente às mil e tantas horas da manhã de hoje.
Deito-me cedo contigo o meu sono é leve para a liberdade acordas- -me só de pensares nela. As casas e os bichos apoiam-se em ti. Não fujas não te mexas: vou fixar-te para sempre nessa posição.
Que há? Abrem-se fendas no ar que respiro vejo-lhe o fundo. Tens os olhos vasados. Qual de nós os dois quero-Te gritou?
Bebe-me espaçadamente encostada aos muros. Se és poeta que fazes tu? Comes crianças jogas ases sentado és uma estátua de pé a cauda de um cometa.
Mães entretanto vão parindo. Os filhos morrerão ainda? Entregas-te a cálculos. Amas-me demais. Confesso: não sei se sou amada por ti.
Virás quando houver uma fala indestrutível devolvida à boca dos mais vivos. Então virás vivo também. Sempre esperei ver-te ressuscitado. Desiludiste-me.
E iremos com o plural de nós nos leitos menores onde o riso, onde o leito do rio é um filho entre os dois. Que farei de teus braços de meus cabelos benignos que faremos?
Nasci-te da minha pele com algumas fêmeas te deitei por vezes. Conheces-me. Não me tens amor.
Grave esta corda cortada agudo seixo me ataste aos olhos para me afundar.
Só por grande angústia me condenas à morte se de mim te veio a cidade e os minúsculos objectos que já amaste ou que irás amar um dia espero. Ah a cratera o abismo eléctrico!
Por isso o teu novo amor será comigo mais perigoso que este imaculado com mais visco de amor cópula mortal.
Calo-me. Reparei de repente que não estavas aqui. Pus-me a falar a falar. Coisas de mulher desabitada. Sei que um dia desviarei sem ti os passeios rectos esvaziarei os gordos manequins falantes. A razão é uma chapa de ferro ao rubro: se acredito na tua morte começo o suicídio.
Enquanto penetrantemente te espero a luz coalhou. Os pássaros coalharam enquanto te espero. O leite enquanto te espero coalhou. Haverá outro verbo? Submersa, muito distante de qualquer inferno de um paraíso qualquer existo eu. Existirão tais palavras?
É a altura de escrever sobre a espera. A espera tem unhas de fome, bico calado, pernas para que as quer. Senta-se de frente e de lado em qualquer assento. Descai com o sono a cabeça de animal exótico enquanto os olhos se fixam sobre a ponta do meu pé e principiam um movimento de rotação em volta de mim em volta de mim de ti.
Nunca te conheci - assim explico o teu desaparecimento. Ou antes: separei-me de ti no solstício de um verão ultrapassado. As mulheres viajavam pela cidade completamente nuas de corpo e espírito. Os homens mordiam- -se com cio. Imperturbável pertenceste-me. Assim nos separámos.
Não calhasse morrer um de nós primeiro que o outro porque ambos ao mesmo tempo será impossível enquanto não houver relógios que meçam este tempo e as horas fielmente se adiantarem e atrasarem.
Alguma vez pretendi dizer-te o que quer que fosse? Falava por paixão por tibieza por desgosto por claridade por frio por cansaço
nunca por pretender dizer o que quer que fosse.
Não me desculpo. Se já me cai o cabelo se já não sinto os ombros é porque o amor é difícil ou a minha cabeça uma pedra escura que carrego sobre o corpo a horas e desoras ostentando-a como objecto público sagrado purulento. O odor que as pedras têm quando corpos. O apocalipse de tudo quando amamos. O nosso sangue em pó tornado entornado.
O teu amor espreita o meu corpo de longe. De longe por gestos lhe respondo. Tenho raízes nos vulcões ternuras íntimas medos reclu- -sos beijos nos dentes.
A pobreza surge dentro de nós embora cautelosos deitados de manhã e de tarde ou simplesmente de noite despertos. Ambos meu amigo estamos sentados neste momento perfeitamente incautos já. Contemplamos um país e sentamo-nos e vestimo-nos e comemos e admiramos os monumentos e morremos.
Inventei a nossa morte em toda a impossível extensão das palavras. Aterrorizei-me segundos a fio enquanto em corpo nu ouvindo-me ador- -mecias devagar.
Com a precaução de quem tem flores fechadas no peito passeei de noite pela casa. Um fantasma forçou uma porta atrás de mim. Gemendo como um animal estrangulado acordei-te.
Enterro o meu terror como um alfange na terra. Porque é preciso ter medo bastante para correr bastante toda a casa celebrar bastantes missas negras atravessar bastante todas as ruas com demónios privados nas esquinas.
Só o amor tem uma voz e um gesto mesmo no rosto da ideia que me impus da morte. És tu tão único como a noite é um astro.
Sobre a poeira que te cobre o peito deixo o meu cartão de visita o meu nome profissão morada telefone.
Disse-te: Eis-me. E decepei-te a cabeça de um só golpe.
Não queria matar-te. Choro. Eis-me! Eis-me!
Luiza Neto Jorge
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erisb-ka · 7 years
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Felicidade?
              Pode-se dizer que o grande objetivo da população terrestre em suas vidas, é que sejam felizes, tudo o que planejam e o que fazem é pensando em suas próprias felicidade. E você pode me dizer: “Mas quando amamos alguém fazemos coisas até que não nos agrada por ela. ” E eu te respondo: Você só faz esses favores porque essa pessoa te propõe certa felicidade, porque quando ela te agradece e sorrir, tu te sentes bem. Ninguém quer agradar alguém que não gosta.
               O que é mais pregado para adolescentes e crianças é o sofrer antes da felicidade. Estudar, sacrificar noites e dias acordado, ter olheiras, sentir sono constantemente, estar sempre desanimado, tudo para que um dia você possa ter um futuro promissor e ser feliz. Mas, o que é importante? Realmente vale a pena todo esse sacrifício? A felicidade é tão cara assim?
As vezes há pessoas recebem uma notícia que não tem mais tanto tempo de vida, e elas geralmente mudam sua rotina, esclarecem a mente e fazem coisas que nunca passaram de vontades, mas se elas já fossem felizes elas não mudariam nada, porque ninguém corta uma coisa da vida se ela proporciona felicidade.
               No fim das contas, eu não acredito que tenha algo certo para se preocupar, o que existe de pessoas que sorriem quando falam de seus futuros não é pouco, e para essa alegria aumentar só satisfazendo e concretizando o planejado, aí sim! Sua felicidade está no seu futuro, então alegremente você caminha em busca dessa realização. Mas o que tem de pessoas que não sabem os passos que dão é muito maior. Pessoas que almejam serem importantes, que querem ter um bom emprego, ganhar bem, por que? Porque foi o que aprenderam, que esse é o certo e que você deve seguir os passos de alguém bem-sucedido para ser feliz, mas na verdade elas não sabem nem o que estão fazendo, e nem percebem o quão perdidas estão. Já parou para se perguntar o porquê de você fazer o que você faz?
               Porque tu estudas onde estudas? Porque você quer fazer esse curso? O que te faz feliz? Você quer ser o que? O que você é? Você quer fazer medicina? Por que? Porque quer ajudar as pessoas? Então porque quando alguém te pede um conselho você diz: “Agora não posso, estou estudando, alguém tem que se preocupar com o futuro aqui né? ”.
               A questão não é: o que que você deve priorizar? E sim: o que você prioriza? Você só vai descobrir o que quer ser se você sabe o que você é, se tu não te conheces, és uma pessoa frustrada, você vive no automático: acordar, ir à escola, comer, dormir, e amanhã o programa se repete. Acorde! Você não é um robô, você acha mesmo que se esse é o caminho da tua satisfação pessoal se estar aqui te deixa tão mal? Acha que seguir uma direção que te faz chorar, que faz você se sentir deslocado, acha mesmo que vai dar um bom resultado? E você pode me dizer de novo: “Muita gente sofre assim e consegue um bom emprego no final das contas. ” E eu te digo indivíduo: “A felicidade de todos está em um diploma? ”. Teoricamente sim, todos vivem para isso, por quê? Porque nos obrigam!
               Ache a sua essência, se olhe no espelho e ao invés de se preocupar com o que os outros veem, tente enxergar você mesmo, decida um caminho que a cada passo seja uma fonte de energia para algo maior, aproveite cada bom dia, cada voz, cada risada, cada sensação, cada beijo, cada cor, cada cheiro. Erre, chore, aprenda, cresça, e assim, entre vitorias e perdas, você se acha e é feliz. A única pessoa que pode escrever sua história é você mesmo, tu podes morrer cedo ou tarde, não importa, o que vale é que você tenha feito da sua vida algo que te dê orgulho, e cada ser em si carrega, de qualquer que seja a maneira, o dom da capacidade de ser feliz.
Erika Brito,2017
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luanmeutudoo · 7 years
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Capítulo 96
 – Luan 
Passei algumas semanas longe de casa e amanhã já é o aniversário da pi, queria comprar algo para ela, mas ela já tem tanta coisa que eu nem sei. Jade tem ultrassom hoje e eu fiz questão de ir com ela, então chegarei daqui uma hora em São Paulo. Queremos saber como está nosso filho, se ele ou ela está saudável e se da para ver o sexo já. 
il mio amore ❤💏
… Sim, ela foi lá na loja hoje, a barriga dela ta maiorzinha sim, mas creio que ela tenha lhe mandado foto, não? 
Não essa semana 😂😂😂
🙄🙄🙄 vai procurar o que fazer Luan, pelo amor de Deus 😂
Mas mudando de assunto, o que você está fazendo neste exato momento?
Bom, eu estou sentada na varanda olhando o céu como está lindo e tomando meu café maravilhoso 😌
Já já eu tô aí pra você matar a saudade 😌
Quem vê assim até pensa que é só EU que estou com saudade né 🙄
kkkkkkkk quando eu chegar acho que vou na minha mãe
Ok, você precisa saber se teu filho está com saúde 😊 mas quando você entrar por essa porta, será exclusivamente MEU!
Sim senhora 😏 — mando uma foto para ela com a mão na testa como se estivesse batendo continência 
😂😂😂😂😂��😂 você realmente é o rei dos memes
Eu sei 😌
Quando chegamos em São Paulo, vou direto para a casa dos meus pais.
Eu: Cheguei a tempo? – pergunto quando a vejo descendo as escadas.
Jade: Sim, já ia te ligar. – ela ri.
Eu: Deixa só eu dar um beijo na minha mãe. – ela assente e eu vou até o Jardim e a encho de beijos e abraços, — estava com saudades.
Marizete: Eu também filho. Quantos dias de folga?
Eu: Sete, – ela faz que sim. — Vou ficar uns dias aqui contigo. – beijo ela na têmpora, — Agora vou com a ga na ultra. Te amo.
Marizete: Também te amo. – ela diz e eu saio.
Jade: Eu acho que senti ele mexer hoje de manhã. – eu a olho quando coloco o cinto.
Eu: Sério? – ela faz que sim.
Jade: Eu acordei e fiquei conversando com ele, aí eu parei para bocejar e senti, mas não tenho certeza. – ela dá uma risadinha — Pode ter sido meu estômago. 
Eu: Se a pessoa não sabe diferenciar o estômago do filho, é porque a coisa ta feia. – ligo o carro enquanto ela ri alto mas para então eu a olho. — Que foi?
Jade: Ai meu Deus, sente. – põe minha mão na barriga dela e eu sinto um movimento de leve, mas que faz meu coração acelerar.
Eu: Meu Deus, não sei em quê presto atenção. 
Jade: Não tô ficando louca, – ela diz rindo e eu tiro minha mão da barriga dela para poder dirigir. 
Ao chegarmos no consultório da obstetra, ela conversa com a gente, diz que nossas vidas irá mudar, que não será fácil uma criança, para nós dois termos muita paciência. — Eu ainda sinto muito enjoo e desejos, é normal?
Patrícia: É sim! Algumas gestantes não têm os enjoos, e nem os desejos, e em outras se prolonga tudo isso, mas é normal.
Jade: E sono, eu estou dormindo muito, onde encosto durmo. – Patrícia ri.
Patrícia: Também é normal Jade, fica tranquila. Alguma dúvida, - pergunta olhando para mim e eu nego. — Então vamos ver como esse bebê está. 
Quando ela começa à examinar a ga, eu fico tenso, pois não ouço o coraçãozinho do bebê. — Aqui, – sorri e nos olha, — O coração. - é tão rápido que sem perceber o meu coração está no mesmo ritmo. Eu sorrio emocionado e a Jade chora. — Vamos ver se esse bebê vai colaborar com a gente e mostrar o que queremos ver. - fica um instante em silêncio. — Já pensaram em nomes?
Jade: Não. 
Patrícia: Então pensem, porque é menino! – minhas pernas bambeiam e eu aperto mais a mão da Jade. Não ouço o que elas dizem, só sei que estou extremamente feliz em saber que meu primogênito é menino!! Estou querendo gritar para Deus e o mundo.
Os meus olhos se enchem de lágrimas, eu olho para Jade e ela está chorando como louca. Patrícia nos olha com um sorriso orgulhoso e nos parabeniza por nosso primeiro filho. — Eu vou te receitar umas vitaminas Jade, para complementar na sua alimentação. – ela diz após nós já estarmos sentados na mesa dela de novo. — Não tome em jejum viu, e beba bastante água. – ela vai nos dando mais informações e nós finalmente podemos ir para casa.
Jade: Eu sabia que iria ser menino! – diz toda animada quando entramos nos carro. Eu dou risada e fecho minha porta. 
Eu: Confesso que eu não estava achando que seria menino. 
Jade: Por que?
Eu: Pesquisei bastante sobre gravidez e vi que normalmente a grávida de menina, a barriga demora mais para aparecer. – ela dá risada.
Jade: Não é totalmente mentira, porque eu conheço pessoas que tiveram menina e a barriga quase não cresceu.
Eu: Então, fora que não é tudo que se pode acreditar né, – dou partida no carro. 
Jade: Finalmente vou poder começar a comprar as coisinhas dele. – fica em silêncio por um tempo. — Você tem algum nome?
Eu: Não – minto, pensei em tantos nomes, mesmo antes de nós termos a confirmação da gravidez — Pensei muito e nomes para meninas. – sorri
Jade: Eu gosto de Antônio, e você? 
Eu: É um nome bonito. 
Jade: Mas vamos ver outros nomes também. No livro tem uma parte só com os nomes e seus significados. 
Eu: Óia, depois quero ver. – Jade liga o som do carro, e automaticamente se conecta com meu celular que está no porta copos. E então começa à tocar minhas músicas, e músicas que me lembram minha namorada. 
Marizete: Ai mentiraaaaaa! – minha mãe diz toda feliz. — Parabéns Ja, meu Deus. É uma notícia maravilhosa, eu estou tão feliz por vocês. 
Jade: Brigada Mari. – diz sorrindo.
Marizete: Amarildo vai pirar quando saber, e a Bu então. 
Eu: Agora eu vou ir ver minha namorada porque nem passei lá ainda.
Marizete: Sério? 
Eu: Anham, deixei minhas malas na garagem, – dou risada e minha mãe faz careta. — Mais tarde eu volto. – dou um beijo e um abraço forte na minha mãe, e faço o mesmo na ga. 
Quando eu chego em casa, minha namorada está olhando seria para a tela do computador, e quando me vê entrar abre um sorriso.
Susan: Pelo visto a notícia do sexo do bebê te deixou radiante. – diz colocando uns papéis de lado.
Eu: É menino! – ela sorri, mas sei que não é o sorriso verdade de segundos atrás, no entanto eu finjo não perceber.
Susan: Uau, ela estava certa. Parabéns amor! – me aproximo e beijo-a na testa.
Eu: Trabalhando? – ela faz que sim.
Susan: Estou vendo os currículos que a loja recebeu essa semana, e vou ligar para algumas pessoas para irem fazer entrevista lá amanhã. 
Eu: Vou tomar um banho tá? 
Susan: Pega as malas do corredor e fecha a porta amor, – ela diz sem olhar para as malas do lado de fora do apartamento. Eu dou risada e vou até elas e as coloco para dentro fechando a porta. — Tem muita roupa suja?
Eu: Sim, – ela olha para mim e eu dou meu melhor sorriso. — Já estou levando para lavanderia. Só me ajuda separar pra eu não estragar nada. 
Susan: Tá, vou fazer um cartaz escrito o que pode e o que não pode misturar, aí você sempre olha. – da risada e volta sua atenção para o notebook. 
Deixo a mala na lavanderia e vou com a outra para o quarto. Tomo um longo banho, e quando saio fico enrolando um pouco no quarto, estou cansadão, só quero dormir. Passei a noite toda acordado, e no avião não consegui pegar no sono.
Quando eu volto para sala, minha namorada está falando com alguém no celular, mas pela conversa sei que é as pessoas para a entrevista. Ela aponta para cozinha e diz sem emitir som que tem comida quente para mim. Eu faço um coração com a mão e vou até lá. Como tudo e coloco na pia.
Eu: Vou dormir um pouco, – murmuro quando entro na sala e ela está escrevendo algo numa folha. 
Susan: Pode ir amor, se caso eu não estiver aqui quando você acordar, eu fui na loja me encontrar com a Cris. Ela quer analisar os currículos antes. – faço que sim. Beijo minha namorada nos lábios e vou para o quarto. Fecho tudo e capoto por algumas horas.
Ela da risada e uma voz masculina que eu não conheço fala em seguida. Lavo o rosto e escovo os dentes antes de ir até lá. Susan me vê primeiro, então se levanta e sorri para o cara que está sentado de frente para ela. — André esse é meu namorado, Luan, – ele se levanta e vira para mim. — Amor, esse é André, o fotógrafo da loja. – aperto a mão dele e tenho vontade de rir com o espanto dele.
André: Opa, quem diria que a nossa musa estaria namorando com Luan Santana não é mesmo? – ele ri e para não deixá-lo sem graça, eu também dou risada.
Eu: Sim, – olho para minha namorada, — Eu vou lá na minha mãe mais tarde.
Ela faz que sim e André diz que eles já terminaram o assunto deles e que ele precisa ir. Loira o acompanha até a porta e eu vou para a lavanderia. Abro a mala no chão e vou tirando as roupas dela.
Susan: Você não precisa fazer essa cara de bravo, o André é extremamente profissional. 
Eu: Não estava fazendo cara de bravo.
Susan: Ah estava sim, e ele até brincou agora dizendo que viu que você é ciumento, e que ele nem vai mais brincar na tua presença. – eu reviro os olhos e continuo desfazendo a mala.  Minha namorada se junta a mim, e vai colocando na máquina as escuras, enquanto eu deixo as brancas de lado.
Nós ficamos em silêncio por um tempo. — O que você acha sobre eu posar nua? – na hora eu largo as roupas e olho sério pra ela.
Eu: Era isso o que aquele cara disse Susan? Claro que não! Você não vai ficar pelada na frente de um monte de gente, fora de cogitação. 
Susan: O André disse que eu posso receber o convite para posar em breve, porque as fotos de lingerie agradou muito aos caras da playboy. – fica em silêncio. — Mas mesmo que eu quisesse, não aceitaria, em respeito à minha família e não porque você mandou. – reviramos os olhos juntos.
Eu: Você pediu minha opinião e eu dei.
Susan: Não, você foi claro, dizendo que eu – dou ênfase, — não vou, quer dizer, me tornei propriedade sua? – eu não respondo. — Se um dia eu sentir vontade, eu vou. – termina de separar as roupas e sai.
Eu: Não vai mesmo! – murmuro em voz bem alta e a ouço voltar.
Susan: E por que não? Você vai me trancar em casa? – dou uma risada amarga.
Eu: Se for preciso.
Susan: Sabe qual minha vontade, – pergunta sem esperar resposta. — Aceitar o convite quando me fizerem. Você, não, manda, em, mim. – diz pausadamente e sai de novo. Em relação a minha mulher eu sou machista sim! Não quero um monte te homem batendo uma pensando nela! Me dá até náusea só de pensar. Não aceito e nunca vou.
Quando coloco o sabão na máquina eu vou para sala e minha namorada não está mais lá. Então ou até o quarto e ela está olhando uma caixa de madeira com a tampa estampada se tulipas amarelas. Loira olha dentro da caixa e sorri mas ao perceber minha presença fecha e passa o cadeado.
Eu: Que caixa é essa?
Susan: Nenhuma. – entra no closet. — Você vai dormir na sua mãe? – pergunta petulante.
Eu: Acho que vou.
Susan: Hum. – ela passa por mim e eu a seguro pelo cotovelo.
Eu: Se você quiser eu volto. – loira da de ombros. 
Susan: Vai, você ficou muitos dias longe da sua mãe.
Eu: Não sei porque você ficou bravinha. Fala o que quer ouve o que não quer. – minha namorada faz que sim e olha para a minha mão no seu braço e para mim.
Susan: Pode soltar? Ou eu vou ter que gritar? Fazer barraco? – reviro os olhos e largo o braço dela. Susan sai e eu deito na cama, como eu aguento essa mulher? Ô pessoa com o temperamento forte, Deus me livre.
Eu: Loira, – grito do quarto mas ela não responde. Grito mais algumas vezes e minha namorada grita de volta.
Susan: O que você quer? – vou até ela.
Eu: Você pediu minha opinião, e essa é o que eu acho. Não vou mentir pra você falando que eu super apoio porque é mentira. Eu não consigo ver você fotografar pelada cara, é demais. 
Susan: Você tem o pensamento machista Luan, e isso me desaponta.
Eu: Em relação à você eu sou machista sim! Admito que isso é ridículo, que eu deveria pensar diferente, abrir a mente, mas porra, não dá pra imaginar loira, não dá. – ela bate o pé
 Susan: Mas você tem de tentar! Porque eu não vou fazer a sua vontade sempre, eu não nasci pra ser “presa” - faz aspas no ar — sempre fiz o que me dava na telha, – interrompo ela.
Eu: Então, chegamos num ponto bom, você sempre fez o que quisesse, as pessoas não te paravam, por isso você é assim.
Susan: Assim como?? – agora sim ela está bem puta, tipo muito mesmo. — Não tenho culpa de pensar de um jeito aberto, de não ver nada de mais em simples fotos.
Eu: Fotos essas que irão gerar muita dor de cabeça.
Susan: Pra você só se for!
Eu: Sim, é pra mim! Porque não é teus amigos que vão fazer questão de comprar para te “analisar”. Cê não tem noção do quão nojento um homem pode ser quando ele quer.
Susan: Realmente, eu não sei. Mas isso serviu pra eu ver qual seria a tua reação quando eu dissesse para você. 
Eu: O bom de você saber é que estará fora de cogitação esse assunto de posar nua. É não é pronto. – loira me olha de um jeito, que eu sei que se ela tivesse um super poder, seria me desintegrar.
Susan: Eu juro por Deus Luan, que se você não sair da minha frente neste exato momento, eu quebro alguma coisa na tua cabeça. – respira de vagar e eu olho para ela mais um tempo e saio a tempo dela jogar um enfeite. Ele bate perto do meu braço, mais precisamente na parede, eu olho para os cacos no chão e para ela que agora está com uma expressão ainda pior, para não contrariar eu saio do campo de visão dela e me fecho no quarto.
Fico muitos minutos no silêncio do meu quarto, troco de roupa e decidido à não brigar mais, eu saio e encontro os cacos ainda no chão e nada da Susan. Pego minha chave e vou para porta.
Quando chego na casa da minha mãe, estou fervendo de raiva, minha namorada gosta de testar minha paciência, gosta não, ela ama.
Bruna: Que cara é essa?
Eu: Acho melhor você e a Gabi irem ficar com a amiga de vocês, porque a Susan, ela gosta de ver até onde vai minha paciência. – minha irmã faz que sim e pega o celular. Eu cumprimento meus pais e a Jade e me sento perto da minha mãe. 
Marizete: O que aconteceu?
Eu: Não quero falar Xum, eu tô com fome, tem comida? – ela sorri e faz que sim. Eu vou pra cozinha e esquento a comida.
Gabizola 
O que aconteceu pi?
Pergunta pra tua amiga.
É sério, fala.
Vocês vão para lá?
Sim.
Ela vai contar.
Bruna: Pi, – eu reviro os olhos. 
Eu: Eu não vou falar.
Bruna: Ok, mas o que devemos esperar?
Eu: Loira extremamente puta e provavelmente cacos de vidro pelo chão. 
Bruna: Eita porra, foi desse jeito? – faço que sim
Eu: Mas tenho certeza que as ofensas verbais doeram mais do que qualquer outra coisa.
Bruna: Nossa, estou com medo de ir agora. - ela dá uma risadinha e eu pego minha comida no micro-ondas.
Eu: De uma coisa eu sei, a Susan não estará puta com vocês. 
Bruna: Mesmo assim. Su tem o temperamento muito difícil, e as vezes eu não sei lidar.
Eu: Não se sinta especial, eu também não. - sento de novo e mexo na comida antes de colocar uma garfada na boca.
Bruna: Vou ir pegar a Gabi, assim que chegar lá eu te aviso. – assentindo eu pego um pouco de água. Bu sai da cozinha e então eu posso comer sossegado. 
Quando eu termino que volto para sala, meus pais estão vendo o jornal, me junto à eles.
Amarildo: Você está bem? – questiona olhando para mim.
Eu: Anham.
Amarildo: Não parece, você está olhando para esse celular a cada dois segundos, se veio até aqui então porque ainda quer notícias? – solto o ar sem perceber que nesses dois segundos eu segurei a respiração. 
Eu: Temo que Susan possa ter feito alguma coisa contra si.
Amarildo: Não creio que ele o faria. – meu medo é que ela ouça a dor dela e não a razão e acabe fazendo merda. 
Eu: Você precisa conhecê-la do jeito que eu conheço. – ele não diz mais nada.
Piroca 💞
Esta tudo bem pi, a Su está trabalhando, e não tem cacos de vidros pelo apê. 
Vê se ela não está machucada.
Pera aí. — eu espero por vários minutos e isso me agonia. — Sem machucados, totalmente limpa.
Ok, brigado pi.
Presto atenção no jornal e quando acaba eu vou com a minha mãe na cozinha para conversar com ela.
Maeizete: Não gosto quando vocês brigam. E aquilo de “nós vamos conversar mais e tentar resolver como dois adultos?”
Eu: Na hora eu nem penso nisso mãe. 
Marizete: Eu sei filho, mas do que adianta ofender pra depois se arrepender?
Eu: Sempre acontece dos dois falarem coisas que irão ofender, só depois que a gente vê a merda que fez. – ela assente 
Marizete: Amanhã vai falar com ela, porque você não vai poder correr para cá toda vez que brigarem. – dito isso ela sai. Quando eu volto, só está a Jade, e ela está quase dormindo.
Eu: Vai dormir na cama. – toco o ombro dela que se sobressalta olhando-me
Jade: Quero ver a novela. – se ajeita no sofá. Decido ficar com ela para ver a novela. Mas acaba que na metade, ela já está dormindo, então decido levá-la para cima.
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itscamren-yo · 8 years
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Capítulo 26 - As Garotas da Capa
“O canal do Clewer News sabia exatamente sobre o que falar para conseguir bastante visualizações em seus vídeos nos últimos dias, por isso não foi surpresa alguma ver que os repórteres haviam feito um novo vídeo sobre o casal que mais andava aparecendo na mídia nos últimos tempos, Camila Cabello e Lauren Jauregui.
No vídeo falavam sobre a premiação que aconteceria naquele final de semana e todos os famosos que estavam se preparando para o grande acontecimento, além de é claro os bastidores da premiação.
- Um casal que não poderia ficar de fora é Camren, é claro. – Uma foto de Camila e Lauren juntas no tapete vermelho do filme de Ally aparece – Camila e Lauren são uma das apresentações mais esperadas desse American Music Awards, irão apresentar seu single ‘1000 Hands’ com uma orquestra e aparentemente com dançarinos pelo palco.
Um vídeo que Lauren havia postado de uma orquestra tocando a música aparece, seguido da cantora fazendo uma cara divertida enquanto balançava a cabeça de acordo com o ritmo dos instrumentos.
- Questionada por um paparazzo, Lauren deixou bem clara que está ansiosa para a apresentação e que Camila e ela estão trabalhando muito duro para tudo sair perfeito na noite de Domingo. – A apresentadora sorri – Ao que parece o casal está de volta e pronto para arrasar, como sempre. – Pisca em direção a câmera.”
Me viro assustada quando escuto o barulho de algo caindo, mas logo sorrio quando vejo Camila com o cabelo completamente bagunçado e uma cara de sono extremamente adorável, ela tentava procurar seu celular no criado-mudo ao seu lado, mas só conseguia derrubar tudo que estava ali em cima. Para facilitar seu trabalho me aproximei e peguei o aparelho, e cobri sua mão com a minha.
Com diversos exames no dia anterior foi possível descobrir que Camila andava tendo crises de ansiedade e possíveis ataques de pânico por conta de um nível elevado de estresse. Minha namorada agora iria tomar alguns remédios para conter sua ansiedade quando necessário, além de ter um acompanhamento especial em sua turnê e o olhar atento de Sandra sobre ela, apenas para ter certeza que sua agenda ou qualquer coisa do tipo não iria sobrecarrega-la durante aquela sua agenda louca.
- Que horas são?
- Ainda é cedo. – Não era cedo, mas ela não precisava saber disso.
- Por que eu acho que você está mentindo?
- Porque você sabe que eu estou. – Rio baixinho, me curvando e lotando seu pescoço de beijos enquanto acariciava suas costas – Você estava precisando descansar e não precisa se preocupar com horários ainda. – Rola pela cama e bate ao seu lado, pedindo silenciosamente que eu me deite ali.
- Você acordou faz tempo?
- Tempo suficiente para tomar banho, preparar nosso café e tomar ele. – Rio baixinho, acariciando seus cabelos, enquanto ela se encolhia contra meu corpo – Tentei te esperar, mas estava com muita fome. E bem, nós podemos sair para almoçar agora...
- Já é o horário do almoço? – Ergue a cabeça – Ai meu Deus. – Mordo meu lábio inferior ao notar seus olhos em um tom castanho mais claro e completamente inchados – Você deveria ter me chamado, Lo. – Resmunga, se levantando – Nós temos que fotografar hoje e temos que ensaiar para nossa apresentação de Domingo. – Me esparramo na cama, vendo ela ajeitar o moletom em seu corpo, cobrindo sua bunda com o mesmo.
- Nós temos que ficar aqui.
- Lauren estou falando sério. – Sorrio.
- Nosso ensaio vai só mais tarde, babe. – Respondo calmamente – Daqui uma hora temos uma sessão de fotos e entrevista.
- UMA HORA? – Grita categórica – LAUREN EU NEM COMECEI A ME ARRUMAR. – Sorrio quando ela fecha a porta do banheiro.
- Tudo bem, bom dia para você também, babe. – Comento sarcástica, mesmo sabendo que ela não iria ouvir.
- AMOR. – A porta se abre com tudo e eu arregalo os olhos – Esqueci de te dar bom dia. – Coloca apenas a cabeça para fora – Me guarde beijos, porque eu ainda não escovei meus dentes! – Rio e concordo com a cabeça.
- O quê? – Franzo o cenho quando ela continua me encarando.
- Você não disse. – Arregalo os olhos e me levanto, caminhando em sua direção.
- Todos do mundo. – Beijo sua testa – Agora vá tomar um banho, Sra. Cabello.
Sempre existiam épocas do ano em que qualquer artista ficava tão cheio de coisas para fazer que não tinha qualquer ideia da sua agenda, e era exatamente o que estava acontecendo com Camila. Por ter muitas coisas para fazer, ela só estava se recordando do que necessitava ser feito horas antes, se preocupando apenas em fazer o compromisso muito bem feito, enquanto outras pessoas se encarregavam dos outros detalhes.
Mesmo sabendo do diagnóstico de Camila sua gravadora foi bem explicita quando informou que minha namorada deveria seguir sua agenda de compromissos de qualquer maneira, eles deram o dia anterior de descanso e seria apenas aquilo, era uma grande semana e de acordo com eles Camz deveria estar em perfeito estado para realizar todas as atividades. E não havia nada que pudesse ser feito para contraria-los.
Enquanto ela tomava banho separei uma roupa para ela e mandei mensagem para nossas agentes informando que apenas iriamos almoçar e sairíamos a tempo de chegar no horário para as fotos. Então assim fizemos, comemos a comida que eu pedi e colocamos em nossas bolsas o que seria necessário para passarmos o dia fora, isso incluía nossa roupa de ensaio para mais tarde.
Não paramos para quaisquer fotos na saída do apartamento de Camila, apenas entramos em seu carro e eu logo sai dali para que pudéssemos finalmente chegar no estúdio aonde as fotos aconteceriam. Encontramos Owen, Sandra e Keana nos esperando no hall de entrada do prédio, pegamos o elevador e subimos para o oitavo andar aonde toda a equipe do nosso ensaio fotográfico estaria.
Cumprimentamos todo mundo que estava ali e nos sentamos para sermos maquiadas, escolheram nossas roupas, que para a minha surpresa seriam bem simples e nada do que eu realmente esperava. Notei que graças a música e por todos estarem sendo bem pacientes Camila ainda estava bem calma aquele dia, mas talvez também fosse a medicação forte que ainda estava fazendo efeito.
Sai do banheiro após vestir minha roupa e Camila abriu um largo sorriso ao me ver, pedindo para que eu me aproximasse somente para que ela desabotoasse mais um botão da camisa branca. A estilista dobrou as barras da calça e até mesmo refez o laço que eu havia feito no cadarço do All Star preto. Pentearam mais uma vez o meu cabelo assim que me sentei no chão, e o fotografo logo parou na minha frente.
- Hoje vai ser algo mais simples, ok? – Concordo com a cabeça – Quero mostrar o verdadeiro lado de vocês, então sem roupas, maquiagens e até mesmo poses super produzidas, coisas simples, ok?! – Sorrio largo.
- Ok. – Abraço minhas pernas – Mas você quer alguma pose em especial?
- Não, quero você mostrando como você realmente tiraria uma foto. – Mordo meu lábio inferior.
- Se solta, Lo. – Escuto a voz de Camila e rio baixo – Ela não vai sorrir, porque ela é chata.
- Camila. – Resmungo e todo mundo por perto ri, me deixando com as bochechas vermelhas.
- Se não quiser sorrir não tem problema. – O fotografo pisca e eu rio baixo, abraçando uma de minhas pernas e esticando a outra.
Tirei diversas fotos, usando até mesmo um banquinho uma hora para que fotos focando mais em meu rosto fossem tiradas. Na metade do ensaio Camila ficou atrás das telas, observando todas as fotos que apareciam nelas, fazendo questão de traçar comentários idiotas que sempre me arrancavam um sorriso.
Quando Camila foi tirar suas fotos não pude evitar de encarar a tela aonde as fotos apareciam. Seu rosto parecia sereno e relaxado, mas seus olhos demonstravam uma certa tristeza que conseguia me deixar preocupada. Eu, melhor do que ninguém, conseguia ver o quanto Camila estava infeliz com diversos pontos de sua vida, assim como também sabia que não havia nada que poderia ser feito momentaneamente para melhorar.
Após muitas fotos pediram para que eu me sentasse no banquinho e Camila posasse comigo para as fotos, então assim fizemos. Logo nas primeiras fotos eu aparecia envolvendo a cintura dela e seus dedos tocavam meu maxilar enquanto nós nos olhávamos com pequenos sorrisos. Fechei meus olhos assim que nossas testas se encontraram e permaneci da mesma maneira quando Camila deitou sua cabeça em meu ombro.
Tiramos diversas fotos com o banquinho, então trocamos de roupas para tirarmos fotos no chão. De uma maneira confortável e imperceptível acabamos nos soltando, tirando fotos espontâneas e de certa maneira intimas, e –modéstia parte- uma mais bonita que a outra.
- Nós vamos gravar, tudo bem para vocês? – Assentimos e Camila puxa sua cadeira para mais perto da minha, fazendo questão de ajeitar meu cabelo novamente – Obrigada por concederem essa entrevista para nós, meninas.
- Obrigada vocês pelo interesse. – Camila sorri cordial.
- Bem, acho melhor começarmos, vocês são pessoas muito ocupadas e não temos muito tempo sobrando. – Rio baixo e concordo com a cabeça, deixando minha mão sobre o colo de Camila – Como vocês se conheceram?
- Camila me citou em uma entrevista e eu pesquisei sobre ela, então acabamos nos encontrando em uma premiação. – Explico resumidamente – Tentei puxar assunto com ela antes dela se apresentar, mas não tínhamos muito tempo, então nos encontramos na after-party e nos tornamos grandes amigas.
- Foi difícil o primeiro beijo? – Nos encaramos.
- A situação foi complicada, para ser honesta. – Comento sincera – Nós estávamos brigando por algum motivo e Camila estava brava comigo, muito brava. – Minha namorada começa a rir, escondendo o rosto.
- Eu estava com ciúmes. – Confessa e eu sorrio de canto, mexendo as sobrancelhas – Então eu disse que não queria ser apenas amiga dela, mas não sabia se ela sentia-se da mesma maneira, então tentei ir embora e ela me segurou... – Morde o lábio inferior, ela estava com vergonha de contar aquilo, o que me faz rir – E então nós nos beijamos. – A mulher sorri, riscando a folha.
- Em questão profissional, como vocês conciliam o trabalho e o relacionamento?
- Nós sempre tentamos estar juntas o máximo possível, o que acaba sendo difícil por conta de nossas agendas. – Camila comenta, cruzando as pernas – Mas em folgas e coisas dos tipos sempre viajamos uma para ver a outra, ultimamente estamos trabalhando juntas então não temos mais esse problema em estarmos juntas. – Coço meu pescoço, levemente nervosa com o rumo das perguntas.
- Vocês têm agendas muito lotadas, então na hora de aproveitar o tempo juntas, qual o melhor plano?
- Veja bem, nós não podemos fazer muitas coisas fora de casa sem um grande tumulto acontecer. – Camila se encarrega de explicar – E gostamos bastante de apenas aproveitar a companhia uma da outra, então fazemos maratonas de séries, a Lauren gosta bastante de cozinhar...
- Camila é uma ótima assistente. – Brinco e minha namorada ri – Gostamos de ouvir músicas e até mesmo compor juntas, ou então, simplesmente dormimos a tarde toda por estarmos tão cansadas de nossas rotinas. – Minha namorada começa a rir, concordando com a cabeça.
Eu tinha certeza que aquela pergunta daria o que falar, muitas pessoas acreditam que por sermos famosas fazemos coisas nada convencionais e nos divertimos de maneiras que é impossível para uma “pessoa comum”, quando na verdade, sentimos prazer fazendo o que todo mundo pode fazer.
- Sendo tão conhecidas assim como lidam com o assédio dos fãs e da mídia, em momentos que deveriam ser pessoais? – Paramos por alguns instantes para pensar naquela pergunta.
- Veja bem, não existe muita coisa que possa ser feito, honestamente. – Rimos baixinho, nos encarando – Somos extremamente gratas por tudo o que temos, conversar, tirar fotos e dar autógrafos é o mínimo que podemos fazer para demonstrar nossa gratidão por nossos fãs, independente do momento. – Camila sorri de canto, ela é apaixonada pelos fãs.
- Mas sempre acabamos pedindo para eles postarem horas depois qualquer coisa que tenham nossa, apenas para que possamos aproveitar melhor nossa programação do dia. – A mulher concorda com a cabeça.
- Alguma vez tiveram problemas pelo que publicaram de vocês? – Comprimo os lábios.
Oh nós já tivemos muitos problemas por conta de diversas publicações, mas ninguém podia saber sobre as consequências das fotos que vazaram ou qualquer coisa do tipo, por isso mesmo tínhamos que mudar a direção daquelas perguntas.
- Nossas fotos no Coachella. – Camila responde antes que eu possa dizer qualquer coisa ou dar qualquer sinal – Ficaram realmente chocados com nossas fotos e o que um casal realmente faz. – A mulher ri com a sinceridade de Camila e eu esboço um sorriso – Acho que foi a primeira vez que lemos muitas coisas ruins e negativas sobre nós.
- Em termos de atualidade, como vocês analisam a situação dos homossexuais na indústria?
- Bem, eu acho que hoje em dia as coisas estão caminhando para serem melhores. – Dou minha opinião – Mas ainda acredito que exista um preconceito gigantesco, além de é claro existir muitos homens que sexualizam demais relacionamento entre duas mulheres como nós. Mas Camila e eu lutamos muito para que todos sejam aceitos como são, e apoiamos demais toda forma de amor, então cada dia é uma nova batalha que estamos dispostas a vencer.
Pergunta rotineiras, como sempre, começaram a serem feitas. Fizeram perguntas sobre novas músicas, clipes e até mesmo projetos na televisão de nós duas juntas. Também perguntaram sobre moda, sonhos e estilo de vida saudável. Rapidamente respondemos todas elas, fazendo até mesmo uma “rodada relâmpago” aonde tínhamos que dizer o que era mais o ‘jeito’ de uma do que da outra.
- Bem, nossa última pergunta é: Qual o segredo do amor para vocês?
Camila virou o rosto e olhou no fundo dos meus olhos, entrelaçando –mais uma vez- nossas mãos. Era como se minha namorada procurasse a resposta através dos meus olhos. Suspirei apaixonada e beijei sua mão, finalmente olhando para a mulher que nos entrevistava naquele momento.
- Acredito que seja o nosso companheirismo, somos melhores amigas antes de sermos namoradas, conversamos bastante e procuramos ouvir muito o que a outra tem a dizer sobre qualquer coisa. – Olho para Camila, esperando sua resposta.
- Já para mim seria o zelo que temos uma pela outra, prezamos muito o bem-estar de quem amamos e isso reflete em nosso relacionamento em todos os aspectos, a última coisa que queremos é ferir os sentimentos uma da outra e acho que isso faz tudo dar tão certo. – Sorrio, concordando com a cabeça.
- Muito obrigada, meninas. – Assentimos e nos levantamos para nos despedir da mulher.
Fizemos questão de nos despedir de todos que estavam ali, tiramos fotos com quem pediu e até mesmo assinamos algumas coisas. Owen, Paul e nossas agentes logo entraram no elevador conosco, tudo por saberem que iriamos caminhar pela rua naquele dia, precisavam de novas fotos nossas estampadas em alguns lugares e por isso estacionaram nosso carro um pouco longe.
Durante toda a nossa caminhada fomos fotografadas por diversos paparazzis, Camila permaneceu de cabeça baixa e de braços entrelaçados com os meus, toda empacotada em sua roupa quentinha, andava um frio insuportável em New York. Entramos no carro e não demoramos absolutamente nada para sair de lá, o dia ainda seria longo.
(...)
Empurro a porta do prédio e sinto Camila entrelaçar melhor nossas mãos, caminhamos em direção ao elevador, apertando o botão do andar ao qual necessitávamos estar. Tínhamos uma reunião importante antes de embarcar para Los Angeles no meu jatinho particular, e quando chegássemos lá tínhamos que ensaiar no palco principal da premiação.
Olho o local ao meu redor e encaro fixamente minha namorada, Camila estava sentada no encosto do sofá, suas pernas balançavam em um ritmo calmo e um bico adorável estava presente em seus lábios. A touca e luvas cinza de lã, a jaqueta marrom, a legging preta e as botas de cano alto na mesma cor deixavam toda aquela cena ainda mais adorável. Sem conter tirei uma foto sua para postar em meu snap.
Fomos chamadas por Keana e Sandra minutos depois, entrando em uma outra sala com empresários. Veríamos nossos últimos compromissos para promover o single de Camila, já que havia deixado bem claro que seria melhor caso nós parássemos com aquelas divulgações praticamente todos os dias.
- Bem, acho que finalmente nos acertamos. – O empresário diz e eu encaro o relógio da parede.
- Sim. – Respondo apressadamente – Agora que tudo foi esclarecido, nós temos uma apresentação para nos prepararmos...
- Na verdade, ainda vamos falar com Camila sobre as apresentações do Jingle Ball...
- Que apresentações? – Franzo o cenho – Camila vai cantar no Jingle Ball?
- Na próxima semana, antes do Natal. – Um dos empresários diz tranquilamente – Por isso ela estava ensaiando todos esses dias, ou você acha que ela estava fazendo os ensaios atoa, Sra. Jauregui?! – Questiona sarcasticamente.
- Camila precisa descansar, ela está tomando medicamentos fortes e...
- Lauren. – Minha namorada me repreende.
- Nós já assinamos com o evento, Sra. Jauregui. – Me ignora – E isso não diz respeito a você.
- Diz quando Camila é minha namorada. – Respondo irritada – Ela não vai fazer essas apresentações sendo que ela necessita descansar, foi uma ordem da médica! – Trinco meu maxilar.
- Ela tem que cumprir a agenda. – Camila suspira.
- Não falem de mim como se eu não estivesse aqui. – Responde irritada – Eu sou grandinha já o suficiente para dizer o que quero ou não. – Comprimo meus lábios – Mesmo sabendo o que a Dra. Bailey disse, eu tenho um compromisso para com meus fãs e não pretendo desaponta-los, Lauren. – Suspira exausta e eu cruzo os braços ao observar o sorriso sacana do empresário.
- E se eu me apresentar no lugar dela? – Keana ergue a cabeça surpresa com minha proposta e todos os franzem o cenho – Posso encaminhar todo o dinheiro da minha apresentação para vocês, como se fosse Camila fazendo o show, uso a banda dela que já tem conhecimento das minhas músicas e assim Camila pode finalmente ficar de repouso. – Todos permaneceram em silencio.
- Lauren isso é um absurdo. – Minha namorada se levanta, horrorizada – Eu não posso deixar você fazer isso! – Ignoro Camila e encaro os empresários, que sussurravam entre si.
- Então? – Questiono mais uma vez.
- É uma proposta tentadora, Sra. Jauregui. – Sorri de canto, cruzando os braços – Até a noite daremos uma resposta para você – Odiava o tom que ele usava para falar comigo, como se eu tivesse qualquer dificuldade em compreender coisas simples – Duvido muito que isso se concretize, mas já que a senhorita quer tanto isso, não vejo porque não.
Conversei com Keana, meu advogado e mais o representante da minha gravadora para fazerem de tudo o que fossem ao alcance deles para que essa mudança fosse feita, mas todos me alertaram que seria algo bem difícil já que existia muita burocracia envolvendo tudo e era bem provável que Camila não aprovasse, dado ao fato que ela estava esbravejando por perto, indignada com a minha atitude.
Eu estava cega de pavor, não podia suportar a ideia de ver Camila mal da mesma maneira que havia ficado nos últimos dias, então brigaria e faria o possível mais o impossível para conseguir o que eu tanto queria naquele momento, nem que para isso eu precisasse discutir com minha própria namorada sobre o assunto.
Saímos do cômodo discutindo aos sussurros, continuamos nossa discussão dentro do elevador com nossos seguranças e nossas agentes presenciando todos nossos argumentos para aquilo que havíamos discutido no cômodo com os representantes de nossas gravadoras. Antes que chegássemos no térreo Sandra parou o elevador e Keana ordenou no mesmo momento que nos recompuséssemos para as fotos que iriam ser tiradas nossas conforme caminhássemos para o carro.
Como da primeira vez que saímos de uma reunião com aqueles homens, fomos bombardeadas de flashes conforme andávamos apressadamente para o carro, ouvindo todos aqueles homens gritarem para nós enquanto tentavam inutilmente tirar alguma palavra de nós.
- Essa discussão não está finalizada, Lauren Michelle.
- Tudo bem, Karla Camila, em momento algum disse que tinha terminado de discutir com você.
- Ótimo.
- Ótimo.
Escuto a risada baixa de Owen e Paul, cruzo meus braços e o automóvel não demora absolutamente nada para começar a se movimentar, ainda tínhamos um longo dia pela frente.
(...)
Empurro a porta do carro e abro um largo sorriso enquanto acenava para a multidão atrás das barras de segurança, me viro e ajudo Camila a descer do carro alto e os gritos ficam mais altos ainda. Podia sentir meus tímpanos pedirem por socorro já que a cada passo ao lado de minha namorada os gritos ficavam mais ensurdecedores, Keana nos guiou entre as pessoas e logo paramos para a primeira foto da noite, antes de entrarmos no tapete vermelho.
Ajeitei meu vestido e parei ao lado de Camila, deixando minha mão em sua cintura e sentindo seu corpo vir para mais perto do meu. Subimos nossos rostos e posamos para todas as fotos que estavam tirando de nós, berravam nossos nomes e pediam para que fizéssemos determinadas poses que não estávamos com nem um pouco de vontade de fazer.
- Você está linda. – Sussurro e Camila vira seu rosto para mim – Mesmo estando brava comigo.
- Você também está linda. – Vira parcialmente seu corpo e beija minha bochecha, me arrancando um sorriso triunfante.
- Podem andar, meninas. – Sandra dá um sinal com a mão e prontamente começamos a fazer isso – Tirem algumas separadas.
- Tudo bem. – Camz da alguns passos a mais e eu ajeito meu vestido, deixando minha mão parada em minha cintura enquanto encarava seriamente o horizonte a minha frente.
Não pude evitar de olhar a minha direita, Camila estava maravilhosa com aquele vestido preto que continha uma abertura lateral, o decote maravilhoso e o fato do vestido ser de alcinhas dava um ar sexy e discreto. Sua maquiagem estava suave e seu cabelo levemente enrolado. Minha namorada estava perfeita.
Tiramos muitas fotos sozinhas, mas logo nos aproximamos novamente para tirar mais algumas juntas, fazendo questão de caminharmos lado a lado para darmos entrevistas para boa parte dos repórteres que estavam postos prontos para fazerem milhares de perguntas. O combinado éramos fazer entrevistas separadas e então entrevistas juntas para alguns apresentadores mais conhecidos.
As perguntas que faziam para mim eram todas relacionadas a Camila, nenhuma sobre meus planos futuros ou até mesmo sobre os boatos da minha possível pausa definitiva na carreira por um ano. Nada. Perguntavam o que eu mais gostava da minha namorada, se eu achava que ela ir bem na premiação de hoje e coisas do tipo, apenas o último repórter que me entrevistou sozinha ousou perguntar sobre planos futuros e nem tive tempo de responder já que nosso tempo tinha acabado.
Quando parei ao lado de Camila recebi um rápido selinho conforme éramos empurradas levemente para o lado para que déssemos uma entrevista para os repórteres que estavam entrevistando os artistas que iriam se apresentar essa noite.
- Olá meninas. – Sorrimos e apertamos as mãos dos apresentadores.
- Vocês estão maravilhosas, e combinando, se arrumaram juntas?
- Sim, em quartos diferentes, mas pelas mesmas pessoas. – Camila passa a mão pelo cabelo, tirando a franja de seu olho – Temos um time incrível por de trás de toda a nossa produção dessa noite.
- E quais os pensamentos para essa noite?
- Estamos animadas e ansiosas para os resultados da premiação. – Comento sincera.
- Um pouco nervosas com a apresentação. – Camila confessa e eu assinto, acariciando suas costas.
- Em um dos ensaios houve um problema na saída do estúdio com você, Camila, agora está tudo bem? – A mulher questiona interessada.
- Oh... – Ri nervosamente, me procurando com os olhos – Eu só não estava em um bom dia, e ter uma quantidade de fotógrafos como aquela pode ser bem assustador. – Volto a acariciar suas costas, sem tirar meus olhos de seu lindo rosto.
- Então tudo perfeito para hoje? – Noto Camila esfregar uma mão na outra, em um claro sinal de nervosismo.
- Com toda certeza, ensaiamos bastante e tudo vai dar certo. – Puxo Camila para mais perto de mim e ela prontamente respira fundo.
- POR QUE VOCÊS ESTÃO TÃO OBSCECADAS COMIGO? – Braços nos envolvem e eu dou risada ao observar Ally – Meu Deus, vocês estão maravilhosas, estou apaixonada. – Camila abraça-a.
- Você não está nada mal. – Brinca divertida, já relaxando por ver alguém conhecido por perto.
- Allyson você está ansiosa para ver a apresentação das meninas?
- Pode ter certeza que eu estou! – Ri divertida – E estou muito animada para vê-las levando todos os prêmios para casa, sei o quanto trabalham duro e o quanto merecem todo o reconhecimento do mundo. – Camila e eu sorrimos largo e logo esmagamos a pequena em um abraço.
Os repórteres tentaram fazer mais algumas perguntas, mas acabaram desistindo de nos entrevistar quando notaram que Camila e Ally estavam ocupadas demais rindo e conversando entre si, acabamos nos afastando deles e caminhando em direção a entrada do auditório, sendo acompanhadas por nossos seguranças e todos de nossas equipes.
Não foi difícil encontrar Dinah lá dentro, muito menos Normani, nos abraçamos e logos sentamos todas juntas, como sempre acontecia quando nós cinco íamos para premiações. A premiação começou minutos depois, a câmera até mesmo focou na primeira fileira aonde estamos e chegamos até mesmo a acenar.
Notei minha namorada tensa conforme as categorias passavam e pude vê-la ficar tensa quando minha agente apareceu para informar que nós iriamos nos apresentar dentre algns minutos e que era necessário que fossemos nos arrumar. Chegando no backstage não demorou muito para que nos levassem para o camarim, prontamente retiramos nossos vestidos e pegamos as roupas brancas que iriamos vestir para nossas apresentações, nos sentando para termos nossos cabelos ajeitados.
Conforme caminhávamos pelos corredores após estarmos devidamente prontas podia notar a respiração de minha namorada ficar cada vez mais pesada e sua expressão mais e mais tensa. Sabia que Camila estava ficando ansiosa em relação a apresentação, principalmente após aquela repórter nos recordar do incidente de dias atrás e da gigantesca quantidade de pessoas que estariam nos vendo em casa.
- Camz? – Ela sobe o olhar – Vai dar tudo certo, não tem com o que se preocupar.
- Eu só... – Respira fundo – Só não consigo controlar esse sentimento de ansiedade, sabe?! E eu odeio isso, queria não me sentir assim, é algo que eu faço sempre e não deveria mais sentir medo do que vão pensar sobre mim enquanto eu canto.
- Então não pense. – Seguro suas mãos – Pense em nós, no que a música significa para você e pense em todos aqueles que estão longe de você e você queria que estivessem perto. – Sorrio de canto – Não pense nesse sentimento, pense nos outros, talvez isso ajude. – Envolvo seu corpo com meus braços.
- Podemos ficar assim por mais um tempo? – Olho sobre o seu ombro e noto Sandra nos encarando com uma expressão aflita.
- O tempo que você precisar. – Ela suspira, se encolhendo ainda mais em meus braços.
- Obrigada.
- Não precisa me agradecer. – Acaricio suas costas.
Permanecemos em silencio enquanto todos ao nosso redor falavam ou davam ordens para que a premiação continuasse a todo vapor, havia instigado minha namorada a fazer as respirações que havíamos aprendido para que ela se sentisse mais relaxada e aos poucos senti o corpo de Camila ficar menos rígido, mas ainda assim tenso.
Tivemos que nos separar e ir para cantos diferentes do palco, já que iriamos nos encontrar no centro do palco. Conseguia enxergar Camila, que respirava fundo diversas vezes enquanto passava o microfone de uma mão para a outra; consegui observar o telão que iria subir enquanto caminhávamos pelo palco, já que a orquestra se posicionava atrás do telão transparente e ajeitava os instrumentos para que finalmente pudéssemos nos apresentar.
Quem anunciou nossa apresentação foi Normani, extremamente entusiasmada, assim como todos que nos aplaudiram. Assim que os telões começaram a reproduzir uma chuva por todo o ambiente a orquestra começou a tocar e após cinco segundos depois Camila começou a cantar, aparecendo no palco ao som dos gritos de toda a plateia. Quando apareci cantando os gritos voltaram a ficarem altos.
Com a mão que não segurava o microfone segurei a mão da minha namorada, olhando no fundo de seus olhos para aproveitar mais aquele momento, a orquestra tocava maravilhosamente enquanto cantávamos com todo o sentimento existente em nós. Quase no final da música fiz Camila dar uma volta enquanto cantava e prontamente abracei-a por trás, ouvindo as últimas notas dos instrumentos e as últimas palavras da música.
Antes da música acabar Camila ficou de frente para mim e acariciou meu rosto, cantando a última frase da música, arrancando aplausos ensurdecedores do público enquanto ainda nos encarávamos estáticas. Sorrimos uma para a outra e então seguramos nossas mãos, indo um pouco para trás para pedir uma nova salva de palmas para a orquestra maravilhosa.
- ISSO FOI INCRÍVEL. – Normani berra assim que nós descemos do palco, o que nos arranca uma risada – Eu estou tão orgulhosa. – Nos abraça.
- Obrigada, Mani. – Sussurramos baixinho.
- Você foi ótima. – Pisco para a minha namorada, abraçando sua cintura para tirarmos uma foto com um dos fotógrafos da premiação – Estou orgulhosa.
- Você estava maravilhosa. – Murmura, me olhando no fundo dos olhos – E estou feliz de não ter que fazer isso sozinha. – Acaricio suas costas.
- Se você não gostou de fazer isso sozinha poderíamos fazer um girlgroup, o que acha? Podemos chamar as meninas. – Brinco e ela começa a rir.
- Essa é uma ótima ideia. – Normani berra.
- Vocês seriam como as Spice Girls? – O fotografo brinca e nós rimos, concordando com a cabeça – Qual Spice a Camila seria então?
- Baby Spice, porque ela é meu bebê. – Ela revira os olhos e me abraça, rindo.
- Eu não sei qual eu seria, provavelmente a Scary Spice, porque eu vim para o mundo para causar impacto. – Normani brinca e nós começamos a rir, abraçando-a para tirar uma foto com ela.
- Lauren seria a Posh Spice, por motivos óbvios. – Camila comenta com um sorriso sarcástico.
- Dinah seria a Sporty.
- Isso deixaria a Ally como Ginger Spice? – Franzo o cenho – Gente isso não faz sentido, a Ally não é ruiva. – O fotografo começa a rir e nós sorrimos sem graça, havíamos levado aquilo sério demais.
Normani nos acompanhou de volta para nosso camarim, aonde escolheu quais roupas deveríamos usar agora, retocaram nossas maquiagens e não demoramos muito para voltarmos para nossos lugares no auditório. Assim que sentamos começaram a anunciar a categoria que Dinah concorria contra nós, ‘Videoclipe do Ano’, anunciaram quem estava concorrendo e então anunciaram o grande vencedor: Dinah Jane Hansen com All In My Head.
Nossa amiga nos esmagou em um abraço e nós sorrimos largo, parabenizando Dinah por mais um prêmio da noite. Obvio que Camila e eu queríamos ter ganhado aquele prêmio, mas se fossemos perder não nos importávamos de perder para uma artista talentosa como Dinah e principalmente para um videoclipe do qual fazíamos parte.
- Oh isso é incrível. – Dinah ergue o prêmio animada – Eu queria agradecer a todos os envolvidos com esse vídeo, principalmente o diretor que teve uma visão incrível, e é claro que eu gostaria de agradecer Lauren, Camila, Normani e Ally, minhas melhores amigas por fazerem parte do vídeo e por tornarem meu trabalho mais divertido. – Nós começamos a lançar beijos e berrar seu nome, o que arrancou risadas dela - Mas meu maior obrigada vai para meus fãs, vocês são incríveis e eu amo vocês. – Ergue o prêmio e sorri, lançando um beijo para a câmera enquanto todos aplaudiam.
Nos sentamos novamente e eu prontamente entrelacei minha mão com a de Camila, deixando um longo beijo em sua bochecha para me acomodar melhor ao seu lado somente para que fosse possível acompanhar melhor a premiação e aguardar nossas próximas categorias. Podia notar a ansiedade de minha namorada ao esperar nossas categorias, e eu não a culpava, estava da mesma maneira.
Deixei minha mão em sua coxa quando notei que Camila queria mexer em seu celular, provavelmente para falar com sua mãe sobre como a premiação estava, era para Alejandro e Sinuhe estarem lá, mas como Camila pegaria um avião para ir a Miami no dia seguinte eles acharam que seria melhor não irem.
Ciara e Keke Palmer apareceram no palco para anunciar uma das categorias, Camila só largou o celular quando Sandra lhe cutucou para avisar que aquela era uma das nossas categorias. O discurso das duas mulheres não demorou tanto quanto os outros, rapidamente anunciaram quem concorria para ‘Colaboração do Ano’, assim que o vídeo de Camila e eu na cama enquanto ‘1000 Hands’ tocava apareceu no telão os gritos foram absurdos.
- E os vencedores são... – Keke começa a falar.
- LAUREN JAUREGUI E CAMILA CABELLO COM ‘1000 HANDS’! – Berra enquanto todo mundo gritava.
Camila saltou da cadeira dando um gritinho animado e eu abri um largo sorriso, me levantando do assento. Prontamente abracei minha namorada apertado e recebi um selinho rapidamente, nos afastamos e apertamos as mãos das pessoas próximas a nós, abraçando muito rápido nossas amigas que gritavam animadas. Subimos as escadas de mãos dadas e caminhamos em direção as duas apresentadoras que nos esperavam, abraçando as mesmas.
- Isso é simplesmente surreal! – Camila ri, segurando o prêmio, aquele era o primeiro prêmio dela naquela premiação.
- Obrigada. – Me curvo no microfone – Wow... nós queremos agradecer Adam Waldman que nos ajudou a compor essa música incrível, nossa equipe por ajudar com toda a divulgação e...
- E aos nossos fãs, a música não estaria tocando em todos os lugares se não fosse por vocês e todo o trabalho duro que vocês têm pedindo em estações de rádios e tudo mais! – Sorrio, concordando com a cabeça – Também gostaria de agradecer essa linda mulher ao meu lado por aceitar essa parceria e por estar ao meu lado durante toda essa agenda louca. – Abro um sorriso mais largo ainda e sem resistir seguro seu rosto e dou um beijo em sua bochecha, arrancando gritos – Obrigada – Ri me olhando sem graça, entrelaçando nossas mãos e me puxando para longe de microfone.
Assim que saímos do palco abracei Camila, que chorava levemente emocionada com o prêmio em mãos. Não era a minha primeira vez naquela premiação e muito menos meu primeiro prêmio ali, e mesmo sendo incrível ganhar mais uma vez não tinha a mesma emoção como estava sendo para Camila que estava ganhando pela primeira vez.
Em momentos como aqueles sabia que todo o estresse que minha namorada passava com sua equipe e toda a agenda louca sumia de sua mente, ao receber prêmios como aquele Camila sabia que seu trabalho estava sendo apreciado e que todo o seu esforço valia a pena, e isso me deixava feliz, muito feliz.
Tivemos que posar para uma quantidade ainda maior de fotos com os prêmios, o que gerou fotos muito engraçadas, no meio de uma das sessões tivemos que sair apressadas para subir ao palco novamente já que havíamos ganhado ‘Melhor Videoclipe Pop’. Pegamos o novo troféu e dessa vez Camila me deixou falar, e me lembrou de agradecer Hannah por toda a produção incrível do vídeo.
Descemos para tirar novas fotos e observei Camila com um largo sorriso e os olhos brilhando.
- Você está linda. – Murmuro e ela sorri, segurando meu rosto para roubar um beijo.
- Você também está linda, como sempre. – Abraço-a mais uma vez – E obrigada por estar aqui, você torna tudo isso muito mais fácil e divertido.
- Obrigada você por permitir que eu faça parte de tudo isso. – Beijo sua testa – Agora venha, temos que esfregar esse prêmio na cara de trinta mil fotógrafos. – Camila morde o lábio inferior e só então noto o que eu havia dito – Ou podemos fugir para comer. – Ela arregala os olhos.
Sabia que o fato de lidarmos com uma quantidade de pessoas que deixavam Camila desconfortável, fotógrafos principalmente, deixava minha namorada extremamente enjoada e apavorada, por esse motivo eu queria tornar tudo aquilo o mais fácil o possível, nem que se para isso fosse necessário quebrar algumas regras.
- Nós não podemos fazer isso, Lauren. – Coloco o prêmio em cima da mesa e pego o prêmio que Camila segurava – Lauren. – Ri, respirando aceleradamente.
- Ninguém vai dar falta de nós. – Sussurro, a puxando pela mão – Mando uma mensagem para as meninas, estou morrendo de fome. – Camila solta uma gargalhada, começando a andar apressadamente pelos bastidores da premiação.
Apenas aquela noite, iriamos comemorar do nosso jeito.
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