4-am-letters

[4-am-letters]

e eu já não lembro mais sua voz

sua risada é uma memória distante e desgastada

seu cheiro, sorriso e trejeitos

eu não consigo

tudo isso parece se esvair no vento a cada segundo

as memórias escorrendo por minhas mãos como a areia de uma ampulheta

eu sinto que perco um pouco mais de você a cada segundo

a morte ser algo irreversível

certo

definitivo

me assusta

o nunca mais

me aterroriza

e a sensação de estar te perdendo pela segunda vez

é avassaladora

me sufoca e tortura

numa dor excruciante

não me deixe

não parte mais uma vez

vem aqui, me abraça

eu quero sentir seu cheiro

seu calor

faz parar de doer

eu já carrego tanta dor

não me deixe

não se vá

eu ainda preciso de você

acho que sempre irei precisar

29.07.24

- Juno

[4-am-letters]

lately i’ve been feeling like nobody’s listening to me. i’m in so much pain and I feel like i’m screaming to a infinite nothingness about how i feel. i’ve been lonely, invisible, like i’m just a ghost floating around trying to make someone see me.

so much pain makes me feel like i’m empty. like i’m feeling everything, but nothing at the same time. not long ago i was feeling so good, so happy. i’m tired of getting everything i’ve ever wanted just to see everything vanish in a blink of an eye.

i know, everything will be okay eventually, but i also know that i’ll always come back to this place. is hard to keep fighting, keep trying to get better knowing that it’ll always be temporary.

everyone has their ups and downs, but not like that. i’m always in heaven or hell, there’s no purgatory for me, there’s no middle ground. i want to change my life and enjoy every single second or just die, give up.

i’m tired of being broken, i’m tired of making so much progress just to lose everything for no fucking reason. i don’t wanna build myself up over and over again.

i want to be normal, i want to not feel like i’m perpetually doomed to run into those excruciating circles.

i’m tired.

just really fucking tired of being me.

19.06.24

- Juno

[4-am-letters]

eu ando cansado de ser quem sou, mas sem energia o suficiente pra ser outra pessoa. afinal, será que sou tão detestável quanto eu sinto ser?

existem pessoas em minha vida, pessoas que já estão presentes há anos, mas porque eu ainda sinto que todos estão me deixando?

porque eu sinto que toda e qualquer conquista que alcanço parece se desmanchar feito poeira ao vento a cada segundo?

eu não consigo ser feliz, eu não sei ser feliz e talvez seja por isso que eu volte tantas vezes para esse mesmo canto escuro. é tudo que conheci por muito tempo, a dor traz um estranho conforto, uma sensação de estar em casa, mesmo que essa casa pareça um pesadelo.

eu não quero mais voltar.

eu não quero mais ter medo de ser feliz.

02.09.24

- Juno

[4-am-letters]

o luto é como o mar

vem em ondas

pode ser revolto

pode ser sereno

a onda por mais que se recolha, sempre retorna

certos dias com tamanha força que nos afoga

as conchas são as memórias

os pedaços cristalizados de você que carrego comigo

sua voz

cheiro

jeito

a risada e suas expressões

o cheiro da sua comida e quando eu chegava da escola

o gosto daquele arroz que só você sabia fazer

você era o sol dessa praia

brilhante e expansiva

ocupando todos os cantos do cômodo que se encontrava

eu sinto falta

como sinto falta

é estranho pensar que esse sol nunca mais vai brilhar

que agora é apenas uma carcaça vazia do que você já foi

que nesse momento a terra te consome

e vai consumir até restar somente os ossos

é estranho pensar que alguém que se fez presente tantos anos, não vai mais existir

que você não vai ver quem eu vou me tornar

pessoas especiais vão entrar na minha vida e te conhecer apenas pelas minhas memórias

você vai ser apenas palavras

espero que esteja brilhando onde quer que esteja

e que de alguma forma

você ainda me veja

01.10.24

- Juno

[4-am-letters]

what if there’s no healing

and this pain is just who I am

what if there’s no peace

and this war in my mind never ends

what if there’s no sunny days

no more fun and beach days

and this winter that i’m living

is what my life will always be like

and i know i’ve been in and out of this a few times

and the sun usually rises again every time

but what’s the point if everything fades so quickly

and the progress that I make just vanish in a blink of an eye

why should I fight a war I’ll never win

I’m just fighting myself everyday

searching for a place I’ll never going to be

If I hate myself so much

how can I change?

how can I stop hurting myself in those same places

over

and over

and over

again

I just want to let this pain go

the burden on my shoulders

let it go

I wanna leave this cage I put myself in

I don’t wanna be broken

I don’t wanna be here

18.11.24

- Juno

[4-am-letters]

Querida A,

Quanto tempo não escrevo. Eu tenho tanto a dizer, mas as palavras se enrolam em minha mente e não consigo organizar de forma que faça sentido.

Antigamente, sempre que eu queria expressar o que sentia, era tão simples. Uma folha de papel e tudo simplesmente fluía. Agora tem se tornado difícil.

Te escrever sempre me ajudou. Eu sei que, mesmo que não pareça fazer sentido, mesmo com toda a bagunça, você entende. Você consegue ler as entrelinhas de tudo que eu não pude dizer. Acho que esse é um dos motivos pelos quais te amo.

Hoje, depois de dormir um dia todo, eu abri o Instagram e tinha uma foto sua com um texto. Eu li sorrindo, olhando suas fotos. Eu tenho tanto orgulho de você, de nós, do quão longe chegamos.

Quando te conheci você era como uma tempestade de raios ou um mar revolto. Era selvagem e indomável, incontrolável. Eu me apaixonei por esse caos que você carregava. Hoje, você já tem mais calmaria e está mais sabia. Mas você nunca perdeu de fato a energia pulsante que te faz quem é. Eu admiro muito isso.

Eu te conheci e reconheci milhares de vezes nesses 5 anos. Você sempre me surpreende e eu sempre amo as suas versões. Amo as versões machucadas e perdidas, aquelas em que você sente que se perdeu de si, pois eu sei [eu vejo] que você sempre esteve aí. Eu amo as partes ruins, pois sei que quando chegar um novo dia, você já vai ter curado um pouco das feridas que carrega. Você é tão forte e resiliente e eu amo poder estar aqui pra te ajudar a se tornar a melhor versão de si.

Às vezes, A, conhecemos pessoas e nos conectamos, mas essa conexão se apaga. Se perde de alguma forma. Às vezes as pessoas mudam demais e tomamos caminhos muito diferentes. Mas você, eu sinto, desde da primeira vez que botei os olhos em ti, que você faz parte da minha vida. Que você faz parte de mim. E mesmo com tantas mudanças ao longo do tempo, eu sinto que nossa conexão, essa ligação inexplicável que faz com que a gente sinta uma a outra mesmo com toda distância, só se torna mais e mais forte.

Não acho que as pessoas entendam o privilégio que é ter você por perto. Não acho que as pessoas vejam todas as pequenas coisas que te fazem tão preciosa. Pra ser sincero, não acho nem que você mesma veja isso na maior parte do tempo. Mas eu vejo. Eu sempre vi. E não importa se o mundo vai acabar ou se tudo estiver contra nós. Eu estou aqui. Eu sempre vou estar. Você é o amor mais recíproco que já tive, apesar dos pesares. Eu sempre tive dúvidas e mais dúvidas sobre mim, sobre o mundo, sobre tudo, mas uma coisa que eu nunca duvidei, nem por um segundo, é que você me ama. E eu sempre vou ser imensamente grato por isso.

A, eu não ando bem esses dias. Você sabe [você sente], mas não se preocupe, mesmo. Eu não vou a lugar algum, enquanto você estiver aqui. Não existe promessa de paraíso que me encante mais do que ouvir tua risada ou do que ter uma das nossas tantas conversas que só fazem sentido pra nós.

Você é meu paraíso favorito, A. E eu te amo. Muito.

Com amor, C.

04.10.23

- Juno

[4-am-letters]

Não sei dizer em que momento tudo se tornou tão cinza novamente. Depois de tanto tempo entre altos e baixos, eu caí de uma forma que não consegui levantar mais.

Tento não pensar. Não deixar os medos e todas essas informações loucas me consumirem por dentro, mas não existe distração suficiente nesse mundo. É muito difícil acordar e seguir o dia normalmente enquanto o mundo entra em colapso diante dos meus olhos. Eu não sei como as pessoas lidam com isso de forma tão natural. Eu compreendo que a maioria busca apenas sobreviver e acaba nem se quer tendo tempo pra pensar em qualquer outra coisa, mas isso é tão bizarro.

Eu levei anos pra visualizar qualquer tipo de futuro pra mim. Anos pra de fato fazer planos e ter sonhos e objetivos. Só pra que isso caísse por terra pouquíssimo tempo depois.

Eu sinceramente não sinto vontade de nada. Não quero estudar, ter um emprego. Não quero sair com meus amigos, viajar ou se quer sair da minha cama. Eu nem se quer tenho vontade de continuar com mus remédios e terapia. Qual o ponto disso tudo? Pra que ter todo esse trabalho?

Em alguns momentos vejo relances do meu eu de 15 anos que queria apenas se entregar e ser consumido pela própria mente doente. Às vezes queria ficar em minha cama até que ela me engolisse e me transformasse em nada.

Eu levanto e vou empurrando mais um dia. Eu sorrio, converso, brinco. Eu dou risadas e faço minhas piadas costumeiras. Me ocupo de toda forma possível e tento agir como se tudo estivesse normal. Minto para mim mesmo, minto com tanta convicção que quase acredito em alguns momentos. Mas inevitavelmente a noite cai, eu fico sem ter pra onde fugir e a realidade me devora com violência. E eu choro em silêncio, eu sufoco o grito, sinto minha cabeça latejar com a força que faço para impedir minhas lamúrias de escaparem pelos meu lábios. Eu durmo de exaustão. E então o sol nasce, eu visto meu melhor sorriso e começo com todas as mentiras. E vou levando com a barriga mais um dia e depois outro e outro e mais um... E eu não sei até quando isso vai se prolongar.

Nos dias mais sombrios eu sussurro aos céus um pedido angustiado para que isso se acabe mais rápido. Um carro desgovernado, uma bala perdida, uma doença repentina, qualquer acidente do acaso que coloque um ponto final nesse vazio insuportável que me sobrecarrega. Então eu choro. Penso em meu pai, na dor que isso poderia trazer a ele. E então ao invés de pedidos, sussurro palavras amarguradas que escorrem feito um veneno azedo pelos cantos de minha boca. Amaldiçoo o universo, os deuses ou qualquer tipo de poder sobrenatural que me botou na vida de meu pai. Não por mim, mas por ele que merecia tão mais. Por ele que nunca vai ter mais que uma casca vazia de todas as coisas das quais eu poderia ter sido. Tanto potencial pra ser apenas um quase.

Estou cansado. Não quero mais tentar. Não quero. Não quero mais mudar nada, no fim eu apenas ando em círculos. Não quero conhecer mais ninguém, se os finais são sempre os mesmos. Não quero mais tentar ser bom em algo, sabendo que nunca vou passar da mediocridade. Não quero mais correr incansavelmente pra chegar sempre em último.

Não quero mais existir.

22.11.23

- Juno

[4-am-letters]

don’t want to talk to anyone

cuz no one can understand

the darkness that flows from my chest

till the palm of my hands

don’t want to hear my voice

don’t want to cry for help

i screamed for so long

but no one was there but myself

don’t want to cry my eyes out

don’t want to feel again

don’t want to feel any doubt

don’t want to miss who you could’ve been

28.02.24

- Juno

[4-am-letters]

Me cansa ter que lembrar a mim mesmo diariamente de que ainda não é tarde. Nem tudo está perdido, o tempo dos outros não é o seu e tudo bem.

Minha vida inteira carreguei no peito a sensação de que estava atrasada, sem saber exatamente para que. Uma angústia incessante de correr contra o tempo, de buscar por algo que nunca soube nomear. Dói saber que sempre vai ser assim, mesmo que os dias bons existam, sempre vou carregar essas dores em um cantinho escuro.

Eu sinto como se tivesse falhado na vida. Eu só tenho 24 anos e parece que meu futuro já foi desenhado sem chances de mudanças. Um final trágico parece inevitável.

Eu respiro fundo, olho a brisa balançando as plantas no jardim, as borboletas me rodearem, a luz dourada no fim da tarde e todas essas pequenas belezas que passam despercebidas na maior parte do tempo. Preciso delas, me alimento delas, respiro elas. Todas essas pequenas coisas me lembram que a tragédia não precisa ser algo fixo em minha vida, que meu destino não é definitivo e que minha vida acabou de começar.

Eu busco tanto me encaixar em padrões de corpos, rostos, tempo e esqueço que meu cérebro funciona diferente. Todas as pessoas são indivíduos com suas próprias dores, traumas e limitações. Eu não deveria me sentir inferior a ninguém por carregar minhas próprias feridas. No fim do dia, só eu sei da minha dor, só eu sei o esforço pra viver mais um dia, só eu sei as memórias que me paralisam. No fim do dia, só eu sou eu e só eu posso me salvar.

03.01.24

- Juno

[4-am-letters]

A CASA

As paredes azuis parecem desbotadas em minha memória

Os cômodos parecem lembranças distantes e desgastadas

Não me lembro bem o cheiro das flores

Ou o sabor das acerolas que colhia no verão

Os portões de madeira mais parecem como portas pesadas de ferro

Que sei que jamais voltarei a abrir

O cheiro de terra molhada

O som do motor do carro saindo pela manhã

O cheiro do pão fresco e o café logo cedo

Tudo parece tão distante

A memória mais forte que tenho é da rede

Ela quando ocupada

Com risadas

Carinhos

Tardes de novela na sala

E ela vazia

E a casa estranhamente silenciosa

Eu sinto falta da mesa longa

E do cheiro do almoço sendo feito

Eu sinto falta do varal e de ajudar minha vó a estender a roupa

Eu sinto falta do único lugar que pude chamar de lar

E eu sei que

É só uma casa

Apenas uma casa

Paredes sólidas de cimento

Cômodos com suas quatro paredes

Mas era mais que isso pra mim

Ainda é mais que isso

É um colo

Um acolhimento que foi tão escasso na minha infância

É o verão e o cheiro da brisa salgada que vinha do mar

É onde eu tenho as únicas memórias de uma família

É o sonho do meu avô

E foi tão fácil pra todo mundo jogar isso fora

E todas essas memórias não escapam pelos lábios de ninguém

Como se nada disso tivesse acontecido

Como se nada disso tivesse sido importante

Eu não quero esquecer de casa

Não quero esquecer do meu avô

Não quero esquecer do cheiro de roupa lavada

Nem das risadas no fundo do quintal

Não quero esquecer a paz e conforto que sentia

Não quero esquecer o único lugar que me senti alguém

Que me senti amado

Queria me curar disso

Queria que não doesse tanto

Queria que não parecesse que tudo aquilo foi real só pra mim

A saudade me devora

Quando penso nos verões

As frutas que peguei com minha vó

As plantas que cresceram comigo

As raízes que criei lá

Em uma vida tão incerta

Onde ter uma casa era algo temporário

Aquele lugar foi meu refúgio

E eu não lembro de não me sentir quebrado

Não lembro de ter sido criança

A não ser quando estive lá

A única memória feliz que minha infância tem

É só uma casa

Apenas uma casa

Quatro paredes solidas de cimento

Cômodos com suas quatro paredes

Mas pra mim sempre vai ser um pedaço de quem sou

Um pedaço que me foi arrancado sem aviso prévio

Um pedaço que eu nunca vou recuperar

Uma casa que nunca mais irei voltar

20.12.23

- Juno

[4-am-letters]

As vezes nos fins de tarde

Especialmente os mais cinzentos e solitários

Sinto um vazio consumir meu peito

Parece um buraco negro sugando qualquer luz que tenha dentro de mim

As vezes tarde da noite

Me sinto como se carregasse um grande quadrado azul escuro e vazio no meio do peito

Onde nada entra ou sai

Onde não há vida

Alguns dias eu não consigo gostar da vida

E eu ando tão cansado de lutar contra esse vazio crônico que me devora impiedosamente

Me sinto flutuando no espaço

Sem sons

Sem companhias

Sem vida

Sem nada

Apenas existindo dentro do vácuo que eu trouxe comigo ao nascer

Hoje eu não quero viver

Não me sinto real

Não me sinto bom

Me sinto sujo

Impuro

Cruel

Obscuro

E entendo a solidão

Se tudo que posso oferecer é dor e amargura

Prefiro me recolher

Essas feridas e angústias são apenas minhas para sentir

Não quero e nem pretendo dividir com ninguém

Se me consome a alma

E me arranca qualquer esperança

Já basta uma única pessoa tão quebrada

- Juno

07.04.23

[4-am-letters]

Isn't funny how silence can be

Too quiet

Or too loud

Cold

And warm

Empty

And full

Depending on who's coming from?

- Juno

04.05.23

[4-am-letters]

I love you so much

So deeply

So hard

That I wonder

Even after all those years

If I still can experience love

After you.

- Juno

14.05.23

[4-am-letters]

As vezes paro pra refletir sobre a nossa história e me pego impressionado com o fato de que você está na minha vida a tão pouco tempo. Eu sinto como se tivéssemos vivido mil vidas juntos. Já fomos tantas pessoas diferentes e eu te amei em todas as versões.

Quando penso na primeira vez que te vi, em quem você era, eu acho engraçado o quanto você mudou, mas ao mesmo tempo, ainda mantém a mesma essência. Na primeira vez que bati os olhos em você, eu soube que você seria importante e eu não sei explicar isso de outra forma que não seja vidas passadas, porque eu me senti em casa desde o primeiro dia.

Eu olho pra trás e parece que o tempo que vivi antes de você é a vida de uma outra pessoa que não reconheço, porque você me mudou tão profundamente e eu sou muito grato por isso. Você me ensinou a me amar e não ter medo de ser eu. Você me mostrou amor e carinho nas minhas piores versões e principalmente, você nunca me deixou qualquer dúvida sobre o quanto me ama.

Não tem um dia sequer que eu não agradeço pela sorte de ter te conhecido. Eu acho que você nunca vai entender de fato o impacto que você teve e ainda tem na minha vida e a influência que você tem na pessoa que me tornei.

Espero que eu tenha feito pelo menos um pouco de tudo isso por você. Espero que eu nunca tenha deixado qualquer dúvida sobre o quanto eu te amo e admiro. Queria que você se visse através dos meus olhos só pra entender o quão generosa e gentil você é.

Eu sei que você sempre vai ser parte de mim, que você sempre vai estar na minha vida. Sei também que ainda te encontrarei em muitas outras existências, porque nossa ligação vai muito além do que qualquer palavra existente no mundo. Eu jamais poderia explicar o que é te ter por perto.

Só queria agradecer por você ser você e por você ter ficado. Te conhecer foi como ver as cores do mundo depois de anos enxergando em preto e branco.

- Juno

17.05.23

[4-am-letters]

The stormy nights were always my favorite. I can't actually explain why. Something about the thunders or the sound of the rain hitting the glass of the window... just makes me feel so comfortable, like a warm hug on a cold day.

Nights in general have this effect on me. Is when I put everything in perspective and really stop to wonder about things. Is also when I make my favorites poems. I just feel like is easier to organize all those feelings I have at the same time.

I'm not quite sure of why I'm writing this. I think I miss taking notes of my night time thoughts. I keep remembering my 15 years old self sitting on the dask late at night typing on my computer any random feeling I've got.

Sometimes I miss who I was, but I also wish I could turn back and tell her "I know everything hurts so much right now and I know you feel like you can't breathe, you feel like you're drowning, but I swear... It gets better. You'll still have bad days, and it will feel like you can't handle all your thoughts and feelings, but you'll learn to deal with it. You'll understand why everything is so intense for you, and that's something you'll never get rid off, but you'll see the beauty in it. Darling, I know all the weeks you haven't eat just to feel pretty, but you'll learn to love yourself just like you're supposed to be. I just want you to know, dear, that the person I am today, will always truly love you."

- Juno

21.05.23

[4-am-letters]

E eu nunca me permiti me entregar novamente

Com o medo de nunca amar o suficiente

Pois sei que, não importa o tempo

Algum pedaço de mim

Por mais escondido que esteja

Ainda vai amar você

Te conhecer me roubou o poder

De amar 100%

Qualquer outro ser

- Juno

02.06.23

[4-am-letters]

Tem dias que não queria estar aqui. Não queria estar em lugar nenhum na verdade. Não é uma vontade de morrer exatamente, mas a vontade de simplesmente não existir. Queria não sentir ou pensar, queria não ter que respirar. Isso também é um pensamento suicida, pelo que dizem.

Não me entenda mal, estar vivo tem suas vantagens, mas é tão exaustivo. Tudo parece tão sem cor, sem brilho e eu me sinto tão cansado o tempo inteiro. E eu vivo procurando por alguma substância que me faça sentir algo, mas elas são tão breves que não parecem valer a pena.

Eu quero que a vida tenha cor na minha sobriedade, mas não consigo. Eu preciso constantemente de um combustível que mantenha a energia funcionando, ou então tudo se apaga. Eu não quero viver hoje, talvez eu ainda não queira amanhã, mas sou obrigado a viver cada mísero segundo desse não querer. E é agoniante esse desespero que o vazio causa, eu não tenho mais o que me agarrar, nada parece valer a pena.

A dor da exaustão do sentir, eu cansei, de verdade, me cansei de tudo isso. Sinto como se minha vida fosse correr em círculos sempre retornando pro ponto de partida. E eu sei, eu sei que tudo passa e que dias ruins sempre vão me perseguir, mas é tão frustrante. De que adianta tanta luta, se no fim, eu sempre vou voltar pra cá? O que adianta tanto remédio, se não existe uma cura? O que adianta tanta insistência se eu já sei o fim de tudo?

- Juno

15.06.23