Tumgik
#deixar aqui enquanto eu respondo as coisas
leclerqueensainz · 1 year
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Uma Família de Três (C.L 16)
Parte. V- A culpa, a esperança e o medo.
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⚠️Avisos: Smut (+18), sexo oral (mulher recebendo), angústia, raiva, menção a embriaguez, Charles muito bravo quebrando as coisas. Esse cap pode conter gatilhos!
*lembrando novamente que nesta história, Jules Bianchi morreu em 2019, o que pode alterar a data de alguns acontecimentos*
Aproveitem a leitura!
Quantidade de palavras: 7.907
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18 de setembro de 2018 — Monte Carlo, Mônaco
Calor, é tudo o que eu consigo sentir. Muito calor.
Monte Carlo amanheceu no que eu posso chamar de Chamas do Inferno. Eu estou praticamente derretendo no apartamento de Charles, mesmo que o ar condicionado esteja ligado em 16 °C.
Jogada na cama, enquanto tenho a sensação que cada célula do meu corpo virou lava, que me queima de dentro para fora, escuto a voz suave e desafinada de Charles cantando ’Kids’do Current Joys, no chuveiro. Essa manhã em particular, ele acordou um pouco estranho, não sei dizer se posso considerar bom-humor matinal de fato como algo estranho, ou se estou apenas sendo uma pessoa amarga, mas pelo amor de deus! Quem acorda em um dia que está sendo uma verdadeira amostra grátis do inferno, tão animado?
— Ai que Inferno! — Tento me arrumar na cama, jogando os lençóis e cobertas para o lado vazio de Charles.
Eu odeio o calor, e mesmo que as pessoas na Europa chorem de felicidade quando acordam com raios de sol e passarinhos cantando na janela, eu acordo como se isso fosse presságio de um dia terrível que se seguirá. A chateação toma conta de cada parte do meu corpo e eu me sinto frustrada e menos produtiva durante todo dia.
Cansada de tentar achar uma posição em que eu me sinta mais fresca, eu decido tirar as poucas roupas que visto, sendo elas uma camiseta de Charles e shorts do meu pijama — que já está só pela misericórdia de tão velho-, ficando apenas de calcinha.
Escuto o barulho do chuveiro sendo desligado e em minutos um Charles, com uma toalha envolta na cintura e cabelo molhado, sai pela porta do banheiro. Ele fica parado e me encara com uma sobrancelha arqueada e um sorriso de canto adorna seus lábios. Se fosse qualquer outro dia eu estaria babando pela visão dele desse jeito.
— Pelo visto o dia vai ser melhor ainda do que eu imaginava.
— Só se for para você, Leclerc, porque para mim já começou péssimo. — Digo azeda.
Charles ri baixo e anda lentamente até a beirada da cama.
— Vamos querida, não seja assim. — Ele diz se curvando um pouco para pegar meu tornozelo direito.
— Não sei como você consegue acordar tão feliz com esse clima parecendo que jogaram nossa cama num vulcão.
Solto um suspiro baixo quando suas mãos começam a fazer uma leve pressão até meu pé.
— O dia está lindo, tomei um banho bem agradável para acordar e ao chegar aqui, dou de cara com a minha belíssima namorada jogada em cima da minha cama, fazendo um ‘topless’. — Ele beija o meu calcanhar e eu aperto os olhos aproveitando a sensação. — Tem como ser triste?
— Tem, quando você acorda com a sensação de estar sendo abraçada pelo capeta — Respondo e sinto as vibrações de sua risada silenciosa o meu pé.
Charles coloca minha perna em seu ombro e vai engatinhando na cama, arrastando beijos suaves pela minha pele, me dando arrepios.
— Precisamos melhorar esse seu humor, não é? — Ele diz baixinho, sua voz engrossando alguns tons.
Eu prendo meu lábio inferior entre meus dentes e agarro o lençol abaixo de mim. Sua voz e seu toque me causando diversas sensações diferentes em simultâneo. Seguro um gemido quando sinto os leves arranhões que sua barba rala vai deixando em minha pele macia.
— Não acredito que isso vai ser possível… Charles! — Uma mistura de grito e gemido deixa meus lábios, quando sinto seus dentes cravarem minha carne da coxa, o suficiente para deixar uma marca.
Para aliviar um pouco a dor, Charles põe a língua para fora e a passa lentamente pela pele sensível que ele mordeu.
— Porra… — Eu solto um gemido e jogo a cabeça para trás, totalmente perdida na sensação.
— O que você estava dizendo, meu amor? — Ele pergunta ficando totalmente entre minhas pernas, seu rosto a centímetros do lugar onde queimava por seu toque.
— Você é um desgraçado. — Digo e uma de minhas mãos vão até os seus fios molhados, minhas unhas se arrastam levemente pelo seu couro cabeludo o fazendo soltar suspiros baixos.
— Não seja uma megera, não quando eu estou tão disposto a te fazer gozar na minha boca. — E ele enfia a cara na minha intimidade vestida.
Mesmo com o tecido fino do algodão da calcinha, posso sentir o calor da sua língua molhada se arrastando lentamente por todo o caminho do meu clitóris até a minha abertura. Não conseguindo mais controlar deixo que um gemido alto e vulgar ecoe pelo quarto.
— Charles… — Chamo por ele, implorando para que acabe com a minha tortura.
Meus dedos se emaranham em seu cabelo e puxam os fios lisos, fazendo-o gemer e afundar ainda mais o rosto em mim.
— Eu vou acabar com a sua agonia, ma belle. — Ele diz e suga meu clitóris em sua boca.
— Foda-se! — Eu exclamo e sem controle do meu corpo, que parece estar pegando fogo por razões diferentes, meus quadris saem da cama e vão ao encontro do seu rosto.
— Ah! eu vou, mas antes quero sentir o seu gosto. — Charles aproveita meus quadris erguidos e engancha as mãos uma de cada lado da minha calcinha e a puxa para baixo. Suas unhas curtas arranhando levemente a minha pele por onde passa.
Quando ele finalmente se livra da peça intima a jogando no chão, seus lábios macios vão direto para o meu clitóris agora nu.
— Porra, Charles! — Minha voz soa alta e quebrada.
Eu afundo minha cabeça nos travesseiros macios, sentindo sua língua cobrir cada parte de mim. Charles começa um ritmo implacável com a boca na minha parte mais íntima. Ele alterna entre lambidas, chupões e as vezes posso sentir até mesmo os seus dentes roçarem levemente pelo meu botão sensível, me levando à loucura.
— Seu gosto é tão bom, Mon amour. Tão doce. — Ele geme e sinto as vibrações passarem pela minha intimidade, me causando ainda mais prazer e arrepios.
— Charles, e-eu vou… — Não consigo terminar a minha frase, pois sua língua ágil me invade e começa a fazer movimentos de vai e vem.
As mãos de Charles apertam meu quadril no colchão de uma forma bruta, me fazendo sentir seus dedos afundarem na minha pele e sei que ao decorrer do dia, sentirei suas digitais em mim.
— Vamos, querida. Se solta, vem para mim. Vem na minha boca, me deixe beber cada gota do seu prazer. — Ele exige e é tudo de mais.
Minha cabeça e meu corpo estão cheios de Charles. Sua boca, suas mãos fortes, seu cheiro, seu calor, é tudo demais. Tudo demais para ser suportado, tudo tão bom. E eu explodo.
Minha mente fica em branco enquanto gozo em sua boca. A sensação do orgasmo é tão devastadora e intensa que sinto meu corpo entrar em colapso, tremendo e se contraindo, enquanto minha boca solta os mais eróticos sons.
Quando finalmente desço da minha euforia, ainda com os ouvidos zumbindo pela força do orgasmo, sinto o corpo de Charles agora totalmente em cima de mim. Sua corrente batendo no meu queixo. Abro os meus olhos e o encaro preguiçosamente. Os olhos escuros de desejo e ele tem um sorriso convencido e sujo estampado nos lábios e com os cabelos selvagens pós-foda. Sua boca e queixo brilhando com o líquido do meu prazer e como se não bastasse eu quase gozar novamente só com a visão dele assim, sua língua sai de sua boca e passa pelos lábios, coletando o meu gozo. Porra…
— Seu humor está melhor, querida?
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29 de janeiro de 2023 — Monte Carlo, Mônaco.
Tudo cheira a Charles. Cada pequena molécula presente nesse quarto carrega o cheiro do meu ex, o banheiro, as cortinas, o closet — que mal consegui terminar de ajeitar minhas coisas, pelo cheiro dele estar me intoxicando — mas o pior era a cama. Aquela maldita cama, naquele maldito quarto, com aquele maldito cheiro. Eu estou enlouquecendo.
Há muitas memórias que foram geradas nesse quarto e nessa cama. Aqui foram nutridas esperanças de uma vida inteira ao lado do homem que eu amei, mas que agora por ironia do destino, a única razão pelo qual eu estou pisando novamente nesse cômodo, é devido as escolhas do acaso.
Eu balanço a minha cabeça e rio irônica. Vá se foder universo e suas escolhas filhas da puta! Vá se foder por me fazer acreditar precisar supera-lo e agora me fazer viver sob o mesmo teto que ele novamente! Se há um Deus, eu realmente espero que você esteja rindo muito agora! Divirta-se! Faça com que minha agonia e futura insanidade valha a pena!
Antes que eu possa perder totalmente as estribeiras, ouço o barulho de leves batidas na porta. Me ajeito na cama colando o lençol até a cintura, para cobrir a pele exposta que a camisola de seda deixa.
— Pode entrar, está aberta! — eu exclamo e logo a porta se abre apenas um pouco e a cabeça de Charles aparece.
— Mm… e-eu só queria saber se você conseguiu se instalar e se está confortável. — Ele pergunta desconcertado e se eu não estive a um passo de dar uma de coringa apenas a algum segundos atrás, eu riria do seu constrangimento.
— Eu estou bem, Charles. — Eu respondo tentando soar o mais doce possível. — Obrigado novamente pelo quarto. Você está confortável na sala de jogos? Nós podemos mudar se…
— Não! — Ele grita me assustando. — Desculpa. Eu só queria dizer que não há problema nenhum, você já fez muito se mudando para cá. — Ele entra um pouco mais para dentro do quarto, metade de seu corpo para ser mais exata.
— Nós precisamos soar convincentes para a assistente social, certo? — pergunto meio incerta. — Além disse, Vincenzo não pode ganhar uma família nova dividida. Ele precisa de estabilidade mais do que tudo, nesse momento.
— Sim, sim! Você tem razão, mas mesmo assim, sei que você deixou de muita coisa, então o mínimo que posso fazer é deixar você com o quarto principal. Essa é sua nova casa e quero que você se sinta o mais confortável possível. — Ele sorri e abaixa a cabeça por uns segundos.
Essa é sua nova casa. Por que caralhos isso soa tão bem saindo da boca dele?
— Nós dois renunciámos a algo, essa é a consequência de decidir criar uma criança com seu ou sua Ex. — Eu digo em uma tentativa falha de fazer uma piada, mas o sorriso no lábio de Charles vacila por um momento.
— Certo… — Ele sussurra com um olhar perdido em seus olhos antes de voltar a ficar totalmente em mim deitada em sua cama, que agora pertence me pertence — Sei que minhas roupas ainda estão no closet, mas é que ainda não instalei um armário novo no quarto, então tudo bem se eu tiver que vir pegar algumas coisas aqui durante o dia? Prometo que não vou ser um esquisito e vou sempre bater antes de entrar. — Ele diz rápido demais o que me faz rir.
— Está tudo bem. Você pode vir quando quiser, desde que bata antes, vai que eu estou pelada. — Eu tento, tranquiliza-lo com graça, mas novamente suponho que falhei. Porém, os olhos de Charles mudam para algo intenso e seu olhar viaja para minha parte superior.
A camisola que uso é de seda e um tanto quanto fina, não o suficiente para ser transparente, mas fina ao ponto de marcar meus seios sem a proteção de um sutiã. E é justo meus peitos que tomam a atenção de Charles. Eu me sinto quente sob seu olhar, quase derretendo. E quando ele passa a língua pelos lábios, sinto certas partes minhas apertarem.
Okay, chega!
— Vincenzo conseguiu dormir? — Pergunto tentando tirar a atenção dele dos meus seios.
Com a menção ao nome de Vincenzo, seu olhar se suaviza e volta para o meu rosto. As bochechas de Charles ficam vermelhas por um momento e ele pigarreia antes de dizer:
— Sim, ele pegou no sono rapidamente. Mal comecei a ler a história da ‘raposa morta’, e ele dormiu. Acredito que gastou toda a energia dele brincando no quarto novo, mais cedo. — Charles da de ombros e eu sinto minha sobrancelha franzir.
Ele disse raposa morta?
— Raposa morta? — pergunto confusa e ele sorri e da de ombros.
— Eu sei, é esquisito, mas é o livro favorito dele. Ele disse que a ‘Poposa’ é como Jules. — Meu coração esquenta e dói ao mesmo tempo, com a declaração de Charles.
—Oh! — É o único som que consigo fazer.
— Sim, Oh! — Ele me imita e caímos em um silêncio. Ambos pensando o quanto aquela situação era tragicamente adorável. — Enfim, só queria saber se estava bem e como já vi que está, vou dormir agora. Boa noite, Marie. — Ele se despede.
— Boa noite, Shal. — Eu o chamo do mesmo jeito que Vincenzo o chama, com um sorriso travesso no rosto.
Charles me encara com as covinhas aparecendo e um olhar divertido.
— Até amanhã, princesa. — Ele diz com um tom baixo e rouco e mais uma vez aquele olhar volta para seu rosto. Ele definitivamente não utilizou aquele apelido com a inocência de Vincenzo.
Charles sai e fecha a porta atrás de si rapidamente e eu quase caio de joelhos, agradecendo por ser antes de eu deixar um gemido totalmente constrangedor escapar da minha garganta.
Destino, você é um filho da puta!
30 de janeiro de 2023 — Monte Carlo, Mônaco.
— Então é só eu fazer assim e… Pronto! — Charles exclama feliz quando finalmente termina de arrumar o cabelo de Vincenzo.
— Fiquei bonito, Shal? — Vincenzo pergunta com olhos grandes.
— Você está lindo, campeão! Não é, Marie? — Eles se viram para mim que estou sentada na poltrona em frente aos dois, com charles em pé e Vincenzo sentado em uma das banquetas altas.
— Você está um charme, meu amor! Muito bonito! — Respondo para Vincenzo e suas covinhas surgem em seu rosto, que também cora um pouco.
— Obigado, Princesa! — Ele diz baixinho e puxa a camiseta de Charles para que fique na frente dele.
— Pelo visto alguém ficou envergonhado com o elogio, não é? — Charles cutuca a barriga dele com as pontas dos dedos o fazendo rir alto e eu solto uma risada baixa também.
— Para, Shal! Eu sinto cosguinhas! — Vincenzo diz as palavras erradas com aquela voz de criança e em meio a risos e eu quase explodo de tanta fofura.
— Certo, certo. Vou deixar as cócegas para depois, precisamos ir até o restaurante. Tudo bem? — Charles pergunta para Vincenzo e ele assente.
— Vamos conhecer a vovó e o vovô hoje, né Shal?
— Sim! Hoje é dia de conhecer os pais do seu papai Jules. Você está ansioso? — Charles pergunta e Vincenzo assente animado.
— Então vamos lá! Você está pronta, querida? — Charles se volta para mim e eu aceno me levantando da poltrona e pegando minha bolsa e a mochila do McQueen de Vincenzo que estavam em cima da mesa de centro.
— Ótimo! Então vamos, marquei às 12h com Christine e não quero atrasar. — Charles diz pegando Vincenzo no colo e pegando carteira e a chave do carro.
Andamos para a porta de entrada do apartamento e antes que charles abra a porta eu toco em seu ombro chamando sua atenção. Ele se vira para me encarar e Vincenzo também me olha curioso.
— Você acredita que eles vão reagir bem? — Pergunto me sentindo nervosa.
— Vai ser uma baita surpresa, assim como foi para nós, se não ainda mais intenso para eles. Não é fácil descobrir que tem um neto depois de quase quatro anos da morte do seu filho. — Charles responde e eu sinto meu estômago afundar em ansiedade.
— Vai dar tudo certo, Marie. Fique tranquila. — ele tenta me acalmar segurando firme, mas gentilmente a minha mão, e a ansiedade da lugar a pequenas borboletas em meu estômago.
Eu aceno novamente com a cabeça, me forçando a não parecer que seu toque de conforto me abalou.
— Eu vou proteger você, Princesa! — Diz Vincenzo sem ter muita noção do que realmente está acontecendo.
— Eu sei que você vai, meu amor! — Digo sorrindo com carinho.
[…]
Como se conta a alguém que de repente eles são avós de um filho do seu filho morto? É exatamente essa pergunta que venho me fazendo desde o momento em que entramos no carro de Charles e fomos para o restaurante nos encontrar com Christine e Philippe.
Pensei em diversas formas diferentes de lhes contar toda a história maluca a qual Charles e eu fomos submetidos nas últimas semanas, porém nenhuma parece ser razoável o suficiente para que não faça os pais de Jules sofrer um ataque cardíaco no meio da mesa.
Pensei em ser direta e simplesmente soltar tudo de uma vez, mas a possível imagem deles se engasgando com a comida, me fez desconsiderar isso rapidamente.
Esse assunto não é algo suave para ser dito tão diretamente. É necessário ter cautela e um bom preparo. Mas ai que está: há como estar preparado para uma notícia dessas? Não. Não há. Nenhuma preparação no mundo é o suficiente para evitar o choque de um assunto desses.
Charles se levantou e foi com Vincenzo ao banheiro, pois pelo visto tomar três caixinhas de suco é demais para a bexiga de um garotinho de 3 anos e alguns meses. Eu permaneço sentada à mesa que está em um canto mais afastado do restaurante.
— Com licença, senhorita. — A voz do garçom se faz presente e eu o encaro. — O Sr. e a Sra. Bianchi. — Ele anuncia e eu vejo que Christine e Philippe estão parados um pouco mais atrás dele. — Com licença. — Ele se retira.
Me levanto rapidamente e logo Christine vem em minha direção me dando um abraço apartado.
— Marie, minha querida! Como é bom ver você! — Ela diz esfregando minhas costas e eu retribuo o abraço apertado.
Fazia tanto tempo que eu não havia, e posso jurar que ela não mudou quase nada. Christine permanecia a mesma mulher elegante e adorável a qual eu cresci admirando. Nós nos soltamos, mas suas mãos permanecem nos meus ombros, ela me analisava de cima a baixo com um sorriso amável no rosto e olhos cheios de lágrimas. Não pude deixar de notar a diferença desse abraço com o da última vez, que havia sido no funeral de Jules.
— Christine, é muito bom rever você também. — Eu sorrio para ela o mais honestamente que consigo.
— Philippe, venha aqui! Olhe só para ela! Virou uma mulher muito linda. — Ela diz e se afasta para que seu esposo possa me ver.
Phillippe se aproxima e estende a mão para me cumprimentar, ele sempre foi mais formal e fechado do que a mãe de Jules, entretanto é um homem muito gentil e amoroso.
— Olá, menina! — Ele pega minha mão nas duas dele e aperta forte em um gesto carinhoso. Em seu rosto há um sorriso cansado, mas gentil.
— Também é um prazer revê-lo, Sr. Bianchi. — Digo e ele acena com a cabeça antes de soltar minha mão. — Por favor, sentem-se. Charles foi até o banheiro, mas logo estará de volta. — eu aponto para às duas cadeiras disponíveis que estão ao lado direito da mesa. Charles e eu ficamos acomodados ao lado esquerdo e o garçom nos trouxe uma cadeira para alimentação de crianças que está ao lado da de Charles.
— Como você vai, querida? Já faz muito tempo que não nos vimos, desde… — Christine para por um momento e percebo que seu sorriso cai por um momento.
Phillippe aperta levemente os ombros de Christine, tentando, reconforta-la, o que parece dar certo, pois ela sorri triste e sussurra um “tudo bem” para ele.
— Eu me mudei para a Itália, após sabe… tudo o que aconteceu. — Digo e volto meus olhos para a taça de vinho a minha frente. — Pensei que seria bom recomeçar do zero em outro lugar.
— Claro! E você estava totalmente certa. É sempre bom recomeçar a vida quando se tem a oportunidade. — Phillippe diz e vejo um pequeno lampejo de tristeza passar por seus olhos.
Eu tento imaginar o quão é difícil para ele poder falar de recomeço quando a pessoa quem ele mais amou na vida está morta.
— Você terminou a faculdade, sim? — Christine me pergunta e eu assinto.
— Sim, terminei na Universidade de Milão e hoje trabalho como curadora de artes. — Respondo dando um gole no meu vinho.
— Isso é ótimo! Mas pensei que você quisesse pintar. Lembro dos seus quadros, suas obras sempre foram maravilhosas. — Christine elogia.
— Eu pintava, mas não tive mais vocação depois que Jules… — Eu me interrompo quando percebo o significado das palavras que iriam sair da minha boca.
Olho rapidamente de Christine para Phillipe com meus olhos arregalados, ambos me encaram com um olhar triste, mas um sorriso gentil e reconfortante nos lábios.
— Me desculpem. — Eu me ajeito na cadeira, me sentindo desconfortável.
— Está tudo bem, menina. — Phillippe diz com um tom baixo. — A morte dele mudou algo em todos nós. É difícil aceitar que ele partiu, mas isso é o que é. — Ele e Christine se olham e depois voltam a me encarar.
Os meus olhos ardem com suas palavras. Realmente a morte de Jules mudou algo para cada um de nós, e talvez para pessoas ao redor do mundo inteiro. É difícil para todos os fãs de Fórmula 1 saber que não terão mais o ídolo competindo todo fim de semana de corrida. E para nós, seus amigos e família, é difícil ter que se acostumar com o vazio que ele deixou em nossos corações. É duro acreditar que ele não estará mais fazendo parte de nossas vidas.
— Mas sei que aonde quer que ele esteja, ele sempre estará olhando e torcendo por nós. Um dia de cada vez. — Christine diz e uma lágrima desce pelo seu rosto, que ela logo enxuga com o guardanapo de pano.
— Tenho certeza que sim. — é o que consigo responder para ela.
Ficamos em um silêncio por um momento, talvez apenas refletindo sobre o significado da imporá de Jules em nossas vidas.
— Princesa! Você não sabe o que nós descobrimos… hmm, olá? — A voz de Vincenzo se faz presente chamando a atenção de todos.
Christine e Phillippe encaram Vincenzo com olhos curiosos, o que o deixa tímido e o faz correr em minha direção. Eu afasto a cadeira e o pego colocando-o sentado em meu colo. Vincenzo esconde o rosto em meu pescoço e aperta minha camisa com a mãozinha.
— Vincenzo! Pelo amor de Deus, não me assusta mais desse jeito, eu quase tive um infarto com você correndo e… Oh! Oi! — Charles aparece na frente da mesa com os cabelos despenteados e o rosto preocupado. — Sr. e Sra. Bianchi, peço desculpas, me assustei com esse pequeno diabinho correndo. — Ele diz e cumprimenta Christine com um beijo no rosto e aperta a mão de Phillipe.
— Está tudo bem, querido. — Christine responde e seus olhos saem de Charles de volta para a criança em meu colo.
Charles se senta ao meu lado e sua mão vai protetoralmente até as costas de Vincenzo, fazendo um leve carinho ali.
— Quem é esse menino lindo? — Ela pergunta olhando para Vincenzo.
— Este é Vincenzo. Querido diga olá ao Sr. E Sra. Bianchi. — Sussurro para Vincenzo que enfia o rosto ainda mais no meu pescoço. — Vamos meu amor, é só um olá. — faço carinho em seu cabelo.
Vincenzo reluta por uns segundos, mas logo seu corpinho relaxa em meus braços e devagarinho ele tira o rosto de mim e se vira para seus avós com olhos curiosos, mas relutante.
— Oi. — Ele diz simples e os dois olham para ele o analisando firmemente.
—Oi, querido. Como você está? — Christine pergunta com um sorriso doce em seus lábios.
— Bem e você? — Ele pergunta educado.
— Estou bem, querido. — Ela responde.
Vincenzo olha para Phillippe que permanece calado apenas o observando cautelosamente.
— Não sabia que você tivera um menino. — Ele fala para mim, mas os olhos ainda estão cravados no garotinho no meu colo.
— Eu não tive. — Eu respondo e minhas mãos apertam um pouco mais Vincenzo.
— Então de quem ele é? — Phillippe me pergunta sério.
— Sr. Bianchi… — Charles o chama, mas antes que possa prosseguir o garçom se aproxima da mesa e nos pergunta se já queremos pedir.
Minha garganta parece apertada demais para querer comer qualquer coisa. Mas não tenho tempo de responder, pois Charles pede apenas mais um momento para que os nossos convidados possam verificar o cardápio e o garçom apenas acena com a cabeça e se retira.
O olhar que Phillippe lança sobre mim, é desconfortável, como se ele quisesse ler todos os meus pecados. O que eu nunca havia sentido antes. Ele está desconfiado.
— Nós precisamos falar algo para vocês e não é nada fácil de se compreender. — Charles começa atraindo a atenção dos dois. — Estamos adotando Vincenzo.
Eu engulo em seco e olho para Charles que me lança um rápido olhar antes de voltar para os pais de Jules.
— Isso é ótimo querido! Parabéns para vocês! Não sabia que voltaram! — Christine diz com um sorriso grande estampado em seu rosto.
— Nós não voltamos. — Eu digo insegura. — Na verdade, voltei para Mônaco apenas por Vincenzo, pois ele precisará de nós dois.
Os pais de Jules se entreolham confusos.
— Eu não entendendo, se vocês não estão juntos, por que estão construindo uma família? — ela pergunta confusa.
— Fomos meio que obrigados a isso. — Charles responde. — Não tivemos escolha, a mãe de Vincenzo apenas apareceu e nos reuniu em Nice, nos apresentou a ele e disse que não poderia mais cuidar dele, pois é uma dependente química.
— Meu Deus! Que horror, pobre menininho! — Christine olha para Vincenzo com olhos cheios de compaixão.
— Vocês a conhecem? — Dessa vez Phillippe quem pergunta, me encarando e eu nego com a cabeça.
— Não, nunca a tínhamos visto antes. — Charles responde.
— Então por que ela escolheu vocês para cuidar do menino? Pelo dinheiro? Ou fama de Charles? — Phillippe pergunta encarando Charles.
— Sim e não. — Charles responde. — Há um motivo maior que o dinheiro, pelo menos nós acreditamos que sim, não é? — ele me encara e eu aceno.
Minha garganta está tão seca que eu não consigo falar.
— E qual é o motivo? Se é que me permitem perguntar — Christine pergunta.
Eu e Charles apenas nos encaramos por um instante, nossos olhos conversando sobre como contar a eles toda aquela loucura. Eu respiro fundo e aperto um pouco mais Vincenzo.
— A mãe de Vincenzo queria que cuidássemos dele porque ela confiou em nós.
— Mas você disse que nunca a viram. — Christine interrompe Charles, ainda confusa.
— E nós nunca havíamos visto, mas ela meio que já nos conhecia. — Charles responde rápido.
A conversa está me deixando agoniada, como se algo muito pesado estivesse em cima do meu peito. Eu queria que aquilo acabasse logo de uma vez, como arrancar o band-aid de uma ferida. Charles deve ter percebido que eu estou a beira de um ataque de pânico, pois ele aperta a minha coxa levemente, tentando me reconfortar.
— Shal, você vai contar agora que eles são meus avós? — Vincenzo diz ingenuamente e minha respiração trava.
Há um choque estampado na expressão de todos na mesa. Meu coração parecendo ir explodir dentro do meu peito a qualquer minuto.
Eu não sabia o que dizer, estou totalmente travada sentada naquela cadeira, sem palavras.
— Meu Deus! — Christine põe às duas mãos sobre a boca, com olhos arregalados.
— O que você disse, garoto? — Phillippe pergunta para Vincenzo que olha para ele com um olhar incerto.
— Vocês são papais do meu papai Jules, não são? — Ele pergunta inocente e volta o olhar para mim como se estivesse com medo de ter dito algo errado.
— Do que é que ele está falando?! — Christine pergunta olhando entre mim e Charles.
— Tudo bem, aqui vai… — Charles começa a explicar tudo para os dois, desde as cartas até ao encontro com Cecília. Falou sobre a real causa da morte de Jules e sobre o processo de adoção estar em andamento e Vincenzo estar conosco.
A todo momento Christine chora e Phillippe apenas nos encara desacreditado, totalmente em choque. Mas para ser honesta, eu não os culpo. Se foi horrível para Charles e eu descobrimos tudo aquilo, imagina como não deve estar sendo reviver um inferno para eles. Entretanto, por mais que tenha sido como abrir feridas redescobrir coisas sobre a morte de Jules, também e esperançoso saber que ele havia deixado um pedaço dele para nós.
Quando Charles finalizou a história contando que Vincenzo está sobre nossa tutela provisória, Christine e Phillippe apenas ficaram lá por um tempo. Sentados, estáticos, processando tudo aquilo.
Ha tantas perguntas que rondam suas cabeças que somos capazes de lê-las em seus olhos.
— Sei que não é fácil para nenhum de vocês ouvirem isso, mas é toda a verdade. — Charles diz.
— E-eu não sei… não sei o que dizer. — Phillippe diz e seus olhos estão brilhando com lágrimas que ele se esforça para não deixar escorrer.
Eu apenas fico lá sentada, com minhas próprias lágrimas e garganta dolorida.
[…]
Voltamos para o apartamento cerca de duas horas depois. Depois de muito choro e palavras incompreensíveis, Phillippe se levantou e puxou sua esposa junto a ele para fora do restaurante. Charles tentou ir atrás deles, mas eu o puxei e disse para lhes dar tempo. Aquilo tudo parecia loucura e não me surpreendeu o fato deles terem saído daquele jeito, talvez se eu estivesse no lugar deles teria feito o mesmo.
Acalmar Vincenzo depois de seus avós terem saído, foi um processo mais difícil. O garotinho acreditou que eles não haviam gostado de si e que não o queriam por perto, o que fez meu coração apertar em um nível inimaginável, e eu e Charles o abraçamos fortemente o confortando e dizendo que eles apenas ficaram surpresos, mas que logo iriam nos visitar para conhecê-lo. Tentar explicar toda essa situação e sentimentos tão profundos de adultos para uma criança que nem havia completado 4 anos, era um processo muito mais complexo e intenso do que imaginávamos, então explicamos de uma maneira bem resumida e em palavras que ele fosse capaz de compreender.
Quando chegamos no apartamento, fui à cozinha preparar algo para comermos, pois, nem ao menos conseguimos almoçar depois de todo aquele alvoroço no restaurante.
Charles colocou o filme dos Carros em algum ‘streaming’, na tentativa de acalmar Vincenzo e se sentou ao lado dele que logo agarrou a camiseta dele o mais forte possível com suas mãozinhas, com medo que de que Charles fugisse também. Eu dei tudo de mim para não chorar ali na frente deles e corri para a cozinha.
Depois de algum tempo, enquanto corto os legumes, percebo a presença de Charles no cômodo.
— Ele dormiu. Tentei mantê-lo acordado, mas percebi que ele só se acalmaria se dormisse um pouco, então deixei que ele se entregasse ao sono. — Ele diz suspirando e se sentando na cadeira da mesa de jantar.
— Ele é muito pequeno para entender todos esses problemas de pessoas grandes. Tenho medo dele estar sofrendo e pensando que as pessoas não o querem. — Eu digo aflita
— Ei! Ele vai ficar bem e logo vera que os avós o amam muito. Que tudo isso foi apenas pelo choque. — Eu aceno com a cabeça e internamente rezo para que ele tenha razão.
— Julgo que seria bom se procurássemos um psicólogo para ele. — digo me virando para o fogão e mexendo o molho.
— Pensei nisso também. Não queria fazer isso logo de cara para não assusta-lo, mas pelo jeito que ele estava agarrando minha camiseta, com medo de que eu fugisse, acredito que não teremos outra escolha. — ele esfrega o rosto com a mão e suspira alto.
— É muita coisa para ele lidar, ainda mais sendo tão novo. Primeiro foi ser deixado pela mãe, depois ter que se mudar para um país novo com dois estranhos, e agora a reação negativa dos avós quando o conheceu. — Pego os pratos nos armários.
— Eu mal posso imaginar o que se passa na cabeça dele. Isso não é justo para nenhuma criança. — Charles de levanta e começa a me ajudar a colocar a pôr a mesa.
— Obrigado. — O agradeço quando ele pega os pratos da minha mão para colocá-los na mesa. — E você? Como está se sentindo?
— Impotente. — Charles responde. — Parece que nas últimas semanas, perdi totalmente o controle sobre minha vida. — Eu assinto em concordância.
— Para ser justa, realmente perdemos o controle de nossas vidas nas últimas semanas. — Eu dou risada e ele me acompanha.
— Sei que isso vai soar meio egoísta, mas fico feliz que eu não esteja passando por isso sozinho. Pelo menos tenho você ao meu lado dessa vez. — Ele diz pegando os talheres que eu havia estendido para ele.
Um sentimento amargo sobe pela minha garganta.
— Dessa vez? — Eu pergunto incerta.
— Desculpa, não deveria ter falado nada. Já tivemos emoções demais por hoje, vamos apenas comer em paz. — Ele diz colocando os talheres na mesa sem me encarar.
— Charles… — Eu o chamo. — Sei que eu não estive presente durante o seu processo de luto, mas eu estava passando por isso também. As vezes ainda sinto que estou presa naqueles dias. — Eu me aproximo dele. — Mas depois de tudo que aconteceu entre nós, eu não poderia simplesmente ficar perto de você e saber que… — Eu me interrompo.
— Saber que o quê? — Ele me encara. — Olha, eu não estou cobrando nada de você, Marie. E quando digo que você não esteve comigo após o que aconteceu com Jules, não é para você se sentir mal e nem culpada. É apenas porque foi tudo tão assustador e você é a única pessoa que poderia realmente entender o que eu estive passando. Só penso que talvez teria sido mais fácil se você estivesse aqui. — Ele diz e seus olhos voltam a encarar a mesa.
— E o quê você pensa que mudaria? — Pergunto mais ríspida do que gostaria. — Você terminou comigo meses antes, nós não nos falávamos, nem suportávamos estar no mesmo ambiente. Não acredito que a morte de Jules mudaria a forma como a qual nos sentíamos em relação ao outro.
— Mas isso não é sobre nós! Isso não é sobre o nosso relacionamento amoroso e sim sobre o companheirismo que construímos desde que nos conhecemos. — Ele soa com raiva e isso me deixa nervosa.
— Você tem razão. Isso não era sobre nós! Era sobre você! Sempre foi sobre você! — Eu explodo e ele arregala os olhos surpreso.
— Marie… — Ele tenta dizer, mas eu o interrompo.
— Você não se importou sobre como eu me sentiria se ficasse perto de você, ainda mais depois da morte de Jules! Você apenas se preocupou em não ter ninguém que te confortasse! — lágrimas de raiva começam a descer sobre meu rosto. — Isso nunca foi sobre ser mais fácil para nós, Charles, mas sim sobre ser mais fácil para você. — Eu rio irônica.
— Ei, ei, está tudo bem. Por favor, se acalma! — Ele tenta chegar mais perto de mim e eu me afasto com alguns passos para trás.
— Não me pede para me acalmar, porra! Eu tô cansada dessa merda! Tô cansada de me sentir culpada o tempo todo como se eu fosse a única quem errou, quando, na verdade eu só fui embora para me proteger! — Charles engole em seco e permanece parado.
— Eu não quis…
— Você terminou comigo, Jules morreu e eu fiquei sozinha! Não tinha ninguém, Charles. — Eu aperto minhas mãos em punhos. — Foi difícil para você? Foi e eu sinto muito mesmo, mas você ainda tinha sua família e seus amigos para te ajudarem a se reerguer, porém, o que eu tinha? Nada. Não tinha nada, porque até a porra dos amigos que fiz desde que vim para Mônaco, eram seus amigos primeiro! E eu sei que é foda querer alguém que você supõe que te entende para passar a mão na sua cabeça e dizer que tudo ficará bem, mas eu não podia ser essa pessoa. Não quando eu havia perdido você também!
Os meus soluços ficam altos e eu tento os controlar ao máximo com medo de acordar Vincenzo. Eu não queria que ele presenciasse toda essa cena, pelo menos não depois de tudo o que ele já havia passado hoje mais cedo.
— Eu sinto muito, Marie. — Charles diz com a voz baixa e mais uma vez seus olhos não conseguem me encarar.
Culpa? Vergonha? Eu não sabia, mas pela primeira vez não quero saber também. É a primeira vez que estou colocando meus sentimentos para fora, depois de todos esses anos. Estou me colocando acima de Charles e isso é assustador, mas também é bom para caralho!
Foi anos de toda angústia reprimida, de toda mágoa e dor de abandono, não que eu pense que Charles tivesse a obrigação de permanecer comigo, claro que não. Mas era sobre tudo ao meu redor ter sido sempre sobre ele ou sobre outras pessoas, sobre sempre ter que viver através de sombras de pessoas e ter esquecido de me colocar em primeiro lugar, sobre realmente ter deixado passar muito tempo da minha vida sem me encontrar.
Passei tanto tempo com medo de perder Charles e Jules, por os ter considerado a melhor coisa que já me aconteceu, que quando eu perdi os dois, percebi que nunca havia procurado nada para mim mesma. Não havia amigos, não havia família, não havia desejos e nem sonhos. Absolutamente nada que não os envolvesse.
Eu havia caído tão fundo na ilusão que sempre os teria, que esqueci de amarrar uma corda na superfície para que eu pudesse sair desse buraco caso as coisas dessem errado.
— Eu não queria que você se sentisse dessa forma. Não queria que se sentisse culpada, essa nunca foi minha intenção. — Ele brinca com os anéis em sua mão esquerda e eu solto outra risada irônica.
— Eu acreditaria muito nisso se essa fosse a primeira vez em que você me fez se sentir assim. — Eu digo seca e ele me encara confuso com as sobrancelhas arqueadas.
— O quê? Do que você está falando? — Ele para de brincar com os anéis e vejo que suas mãos se fecham em punhos.
Eu nego com a cabeça e tento desviar o olhar, me sentindo estupida por deixar aquelas palavras saírem da minha boca.
— Do que você está falando, Marie? — Ele pergunta agora incisivo.
Eu respiro fundo e cruzo os braços a frente do corpo.
— Sobre sua vitória em Monza, em 2019. — Respondo sentindo minha garganta arranhar mais fundo. Pelo menos sinto um pouco de alívio pelos soluços terem parado.
— O que isso tem a ver? — Sua voz está baixa e confusa.
— Você me ligou na madrugada, Charles. Você estava bêbado e nós tivemos uma discussão. — Digo o encarando séria. — Você estava bravo e quebrou coisas enquanto dizia não entender o porquê de eu ter te deixado.
Os olhos de Charles se arregalam em confusão e choque. Se eu ainda o conheço bem, ele deve estar dando tudo de si para puxar essa lembrança da memória.
— E-eu eu não lembro de nada disso. — Ele diz e eu aceno.
— Eu imaginei que não se lembraria. Afinal, você estava bêbado e depois esqueceria de tudo. Acontece que eu não estava e que infelizmente não pude esquecer. Suas palavras continuaram me assombrando durante todo esse tempo.
Charles me encara sem expressão.
— O que foi que eu te disse? — Ele pergunta e mesmo com seu rosto em branco, posso sentir o tom de preocupação e medo em sua voz.
— Você apenas confirmou o que eu imaginava. De uma forma diferente, mas mesmo assim confirmou.
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9 de setembro de 2019 — Milão, Itália
2h45 da manhã. Olho novamente para o horário marcado no visor do celular em letras minúsculas, logo abaixo vejo a tela continuar informando que estou recebendo uma ligação de Charles.
Meu coração acelera e eu não tenho certeza se é pelo susto de ter sido acordada de repente ou se é por ele estar me ligando, ainda mais nesse horário. Minha cabeça começa a funcionar a mil milhas por hora com diversos pensamentos dos motivos por trás daquela ligação. O meu estômago afunda com a sensação de medo e isso leva um arrepio por toda a minha espinha. Ele está bem? Aconteceu algo? Alguém mais morreu?
Após a morte de Jules, o pânico foi tão grande que passei a não aceitar mais ligações durante a madrugada, não importa quem fosse, depois das 00h eu não atenderia uma ligação se quer. Mas, é Charles quem está ligando.
O toque do telefone continua ecoando pela escuridão e vazio do quarto, assombrando minha mente e fazendo com que eu sinta meus ossos doerem.
Atenda, Marie! Se aconteceu algo você nunca vai se perdoar. Minha mente grita.
Com os dedos trêmulos deslizo o ícone de telefone na tela para atender.
Há um silêncio. Um silêncio pesado demais do outro lado da linha, o que não ajuda a aquietar meu coração e os pensamentos amargos que sobem através do meu estômago. Engulo a bile e suspiro, rezando a qualquer divindade, que não fosse nada do que eu estou pensando.
— A-alô? — Minha voz soa trêmula.
Ouço uma respiração descompensada através do aparelho pressionado no meu ouvido.
— Oi.— A voz de Charles se faz presente. Fraca e baixa.
Meu coração pula mais forte dentro do meu peito. Puxo todo o ar que consigo para dentro dos meus pulmões.
— Charles? Está tudo b-bem? — Aperto com força o lençol com a mão disponível. Por favor, diga que está tudo bem.
— Eu venci hoje, na verdade, ontem. Em Monza. — Ele responde com as palavras um pouco emboladas. Ele está bêbado?
Meu corpo relaxa, porém, meu peito se aperta ainda mais com o seu tom. A voz de Charles está embargada e melancólica.
— Eu sei, parabéns. — Engulo em seco para controlar a vontade imensurável de chorar que me invade.
— Eu venci em Monza, Marie. Venci em Monza pela Ferrari. E vocês não estavam lá. — A voz dele quebra e ele funga.
Não, não, não.
— Charles, eu-
— Venci sem acreditar que seria possível. Venci por Jules, pelo meu pai e por você. — Meu corpo gela. — E nenhum de vocês estavam lá. — Sua voz soa tão ferida que não posso mais segurar as lágrimas. — Jules e papai eu entendo, mas você? Por que você não estava lá?
A culpa é um sentimento obscuro que vai te consumindo até dilacerar. Ela dói, machuca, destrói, te envergonha e faz com que você queira conseguir voltar no tempo. A culpa te assombra, te faz sentir miserável, apenas pele e ossos ardendo. A angústia que ela causa vai dominando cada célula que compõe o corpo, invadindo o sono e te fazendo ter pesadelos, mas você não consegue acordar, não consegue escapar. Você procura todos os dias por um remédio que cure o remorso que sente, uns vão para álcool e drogas, outros recorrem ao sexo, ou qualquer outra coisa que possa preencher e substituir aquele buraco escuro que os domina. Entretanto, não há nada supérfluo que possa ocupar o lugar daquela ruína interminável de remorso. A verdade é que a única coisa capaz de curar uma pessoa que sofre com a doença da culpa, é o perdão. O perdão divino, ou perdão daqueles que se sentiram feridos, mas principalmente o de si mesmo. Não há autopiedade o suficiente que possa cicatrizar essas feridas, somente o perdão.
E no momento eu me sinto afogada naquele sentimento umbrífero. A culpa de ter fugido consumindo cegamente qualquer raciocínio lógico que meu cérebro tenta me entregar. É como se estivesse sendo engolida pelas águas salgadas em alto mar, a única civilização que eu possa correr para me salvar sendo um perdão que eu nem mesma sabia pelo quê ou de quem.
É algo irracional, pois sei que, querendo ou não, eu não devo nada a Charles. Ele quem terminou comigo meses antes da morte de Jules e no fim, eu fui a única quem ficou sozinha, pelo menos foi o que eu achei há algumas semanas enquanto fazia minha mala.
— Por que você está me ligando, Charles? — consigo dizer em meio a respiração descompensada — Você sabe que eu não poderia estar lá para você, eu não pertenço mais ao seu lado.
— Mas eu queria você lá! Era para você estar lá, Marie! Você não morreu, não é? Então por que eu tenho que te perder também? — ele explode em raiva.
Eu afasto o telefone do ouvido quando escuto seus gritos e barulho de coisas quebrando no fundo. Aperto meus olhos com força e torço para que tudo isso seja apenas mais um dos pesadelos que ando tendo.
— Eu não aguento mais perder todo mundo! Isso é tao injusto, porra! — Ele grita em meio a soluços e aperto fortemente o aparelho em minhas mãos.
— E-eu sinto muito, Charles. — sussurro mais para mim do que para ele.
A linha fica em silêncio por alguns segundos, sem gritos apenas o barulho da respiração pesada dele.
— Onde você está? Eu preciso te ver… por favor.
Não faça isso, ele está bêbado e confuso.
Eu coloco novamente o celular no ouvido e respiro o mais fundo que consigo, tomando o resto de coragem que me sobra.
Não posso dizer a Charles onde estou. Não posso dizer a ele que estamos no mesmo país, a poucos quilômetros de distância. Isso o quebraria ainda mais e faria com que todo o inferno que eu passei — e ainda passo — fosse em vão.
Acabou, Marie. Não há mais nada para vocês.
— Eu estou no Brasil, Charles. — A mentira sai lisa pelos meus lábios.
— O quê? No Brasil? Por que tão longe? — Sua voz falha e eu volto a apertar novamente o lençol.
— Porque eu não podia ficar perto… não depois de tudo. — Respondo.
Uma risada seca e vazia ressoa do outro lado da linha, um som de descrença e de mágoa, que faz com que outro choque passe pela minha espinha.
— Então você fugiu? É isso? — Ele pergunta seco.
— Sim. — respondo baixo. — É melhor assim, Charles. Não havia mais nada para mim em Mônaco.
— Você tinha a mim. — Ele responde rápido.
— Não, eu não tinha. Você terminou comigo, lembra? Você disse ser melhor se fôssemos apenas amigos.
— Porque eu não queria atrapalhar a sua vida! Você estava infeliz com toda a atenção, com todas as mensagens e perseguições! Você me disse que não queria viver na minha sombra!
— Nós dois sabemos que não foi apenas por isso, Charles! — Respondo ríspida. — Passei a minha vida toda na sombra de vocês. Claro que isso me incomodava, mas não foi esse o motivo pelo qual terminamos!
— Então qual foi?! — Ele pergunta com raiva.
— Você se apaixonou por ela!
E o silêncio se fez presente novamente. Meu coração quebrando quando eu finalmente soltei o que segurava a meses.
— V-você se apaixonou por ela, mas não teve coragem para me dizer. — Meus olhos ardem com as lágrimas e minha garganta queima com o gosto amargo das palavras.
— E-eu não… — Ele tenta dizer, mas eu sou rápida em interrompê-lo.
— Acabou, Charles. Não há mais nada de mim para você e vice-versa. A morte de Jules não muda o que já estava feito. — Eu soo firme. — Não há mais nós.
— Marie… — sua voz soa como se ele implorasse. — Por favor, me deixa explicar. Eu e ela nunca — Eu o interrompo novamente.
— Boa noite, Charles. Por favor, não me ligue novamente.
— Marie, espera…
Então eu desligo. Era isso, acabou. Respiro fundo e faço uma nota mental para trocar o meu número de telefone amanhã.
Talvez agora com esse ponto final, eu finalmente possa me libertar e seguir. Essa é uma promessa que faço para mim.
Acabou. Não há mais nós.
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Nota: OLHA EU AQUI DE NOVO! Peço desculpas pela demora e sei que prometi atualizar na semana passada, mas infelizmente não consegui. 😥 Mas o importante é que o cap novo chegou e com ele grandes emoções. Nesse capítulo eu resolvi desenvolver um pouco mais sobre o relacionamento e o passado de Charles e Marie, ainda há muitas coisas que precisarão ser mais desenvolvidas, como os sentimentos dos avós de Vincenzo em relação a essa grande descoberta e é exatamente o que eu pretendo explorar nos próximos capítulos, além de claro, mais do passado dos personagens principais com Jules e a adaptação de Vincenzo a sua nova vida.
Enfimmm, espero que tenham gostado! Me deixem saber! Até e próxima!
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cherrywritter · 5 months
Text
Detetive Demônio
Knights Dome, Complexo Esportivo – Otisburg, Gotham
4 de janeiro – Ano 2023
Noite de folga da Torre Titã. O Estádio Municipal de Gotham estava lotado com torcedores do Wildcats. Meu namorado e nosso amigo Bart pegaram tudo que tinham direito para comer durante o jogo. Eles tinham muita batata, hambúrgueres de todos os tamanhos e sabores, hot-dogs e pipoca com manteiga. Eu, Cassie e Tim olhávamos para eles com nojo e enjoados com a cena. Sei que comia assim as vezes, mas não na frente das pessoas e sempre por necessidade extrema.
Havíamos unido o útil ao agradável nos juntando para assistir uma partida de futebol. Tim e eu sempre corríamos para o estádio quando tínhamos folga para aproveitar a noite. Era nosso vício e nosso passatempo predileto. Vestíamos as camisas e usávamos os bonés do time e hoje todos estavam equipados com o mesmo costume.
- Nunca vi os meninos tão empolgados. – A loira comentou.
- Que homem não gosta de assistir futebol americano, Cassie? É o time da casa. Nada melhor do que assistir vitórias em casa. – Respondo empolgada.
- Não só os homens, não é? – Ela me provocava. O que eu poderia fazer se também adorava um bom jogo de futebol.
- Damian não gosta?
- De pessoas ou de futebol? – Brinco. – Ele prefere passar um tempo com o nosso pai, mas não reclamo. Meu irmão passa muito tempo comigo e precisa sentir nosso pai ao lado dele. É importante para o crescimento dele.
- Parece nossa vida em Themyscira, mas acredito que iria gostar de passar um tempo por lá e ficar desligada de tudo.
- Férias em uma terra unicamente de mulheres, será que me adapto? – Rio. – Acho que não sei viver longe da minha família, Cassie. Esses desmiolados são tudo na minha vida. – Meu celular vibra em meio a comemoração de um ponto. Estava tão traumatizada com isso após a explosão de Arkham que prontamente o peguei para ver o que era.
- O que foi, Vic? – Cassie olhou curiosa para a tela do meu celular. – É da Universidade de Gotham! Te aceitaram para os dois cursos! Você conseguiu de novo!!
- Conseguiu o que?! – Os três rapazes nos encararam com as bocas cheias de ketchup e lanche. Conner se levantou parecendo saber. Talvez fosse o brilho nos meus olhos.
- Eles te admitiram? – Afirmo sorrindo.
Não tive tempo de mais nenhuma reação. Conner simplesmente me levantou e me beijou completamente orgulhos e feliz por mais essa conquista. Quando toquei os pés no chão novamente vi nossos amigos nos encarando com sorrisos largos.
- Eu sabia que conseguiria. – Mais uma vez o celular tocou. Olhando para tela senti angústia. Crane havia fugido de Arkham. Conner travou. Eu travei.
- O que foi, Vic? – Tim apresentou tensão. Parecia saber.
- Espantalho fugiu. Alerta do Arkham.
- Podemos ir atrás. É aqui perto. – Nego e bufo. – Ele já foi. Vou voltar para a mansão. Damian está sozinho e Alfred deve estar ocupado ajudando no que for necessário.
- Quer que eu vá para ajudar? – Neguei.
- Vá para casa e cuide do seu pai. Ele precisa de você. Eu dou conta do meu irmão. Se vocês quiserem voltar para a Torre ou ficar na mansão, eu organizo tudo. Tim, posso te deixar em Chinatown se quiser. – Ele assentiu.
- Obrigada, Vic.
O jogo terminou e seguimos para o estacionamento para voltarmos para casa. Deixei Tim primeiro em casa e cumprimentei seu pai antes de ir embora. Ele continuava estranhando a proximidade do filho com a minha família e o tempo que ele passava conosco. Com o restante da equipe, segui para Bristol e torci para que meu irmão não estivesse muito irado por nosso pai o ter largado sozinho em casa. Sozinho em termos, já que Alfred também estava.
Arrumei um quarto para Cassie e para Bart para que eles pudessem descansar para que depois eu pudesse ir atrás de Damian. Conner ficou no banho enquanto eu caçava a minha criança. O encontrei nos fundos da mansão, deitado na neve. Estava frustrado. Agachei ao seu lado e o vi me ignorar. Pelo menos ele não destruiu as coisas dessa vez.
- Vai acabar pegando um resfriado desse jeito ou uma pneumonia. – Comento tentando chamar sua atenção.
- Não me importo. – Respondeu. Estava mais rabugento e bravo do que o normal.
- Damian, amanhã é seu aniversário. – Tento encostar em seu braço, mas ele bate na minha mão a afastando. Suspiro. – Não quer ficar doente logo hoje.
- Tô nem aí para essa porcaria de aniversário. Vou ter que ficar vendo um bando de pessoas que nunca vi na vida e parecer sociável. Prefiro ficar doente, assim não sou obrigado a fazer sala. – Suspiro mais uma vez e decido fazer como nosso pai faz conosco em campo.
- Ou você se levanta e vai para dentro ou eu te arrasto até lá. – Digo firme. – Qual você prefere?
Ele revirou os olhos e não respondeu.
Ia ter que o arrastar até em casa
Damian cruzou os braços e bufou. Estava irredutível, mas eu não deixaria que vencesse. Se ele se resfriasse, papai ficaria furioso porque saberia que ele fez de propósito.
Segurando um dos seus tornozelos, o arrasto pela neve o sentindo se debater e o escutando me xingar, mas ele sabia que eu não iria largá-lo. Quando chegamos dentro da mansão, o coloquei sobre meu ombro o sentindo me golpear e o levei até seu quarto. Meu irmão me encarou completamente irado, mas só me fazia rir internamente. Fechei a porta atrás de mim e encostei nela o observando. Tenho certeza de que se ele tivesse lazer nos olhos como Jon, com certeza eu estaria fritando a essa hora.
- Tire o uniforme e vá tomar banho. – Comando.
- Não. – Respondeu duro.
- Damian, tire o uniforme e vá tomar banho ou você quer que eu o arranque de você e te jogue debaixo do chuveiro? Vai querer que eu te veja pelado? – Bufou e caminhou em direção ao banheiro. – Nem tente fugir pela janela, eu já a tranquei. Você só sai daí depois de um banho bem quente.
- Você é insuportável, Victoria! Eu te odeio!!
Meu irmão bateu a porta do banheiro com força. Apenas respirei fundo e relaxei o corpo. Hormônios, pensei. Ele estava entrando na puberdade e daqui para frente seria pior do que isso. Agora seria uma longa jornada até sua maturidade. Tínhamos que ter paciência e pulso firme.
Quando meu irmão soube que nosso pai comemoraria seus dez anos, ele se tornou outra pessoa. Não queria nada espalhafatoso, mas quando se tratava da comemoração de seus filhos, Bruce Wayne não economizava com a festa. A sociedade o cobrava e ele se cobrava. Quanto a nós, por mais que disséssemos que não queríamos e muito menos nos importávamos com tamanha exposição, isso não poderia estar à frente do que deveríamos expor e nos comprometer com a mídia. Não ter uma festa era o mesmo que desmerecer a data e fazer com que notícias ruins rondem nossos nomes e nossa empresa.
Damian ficou sentado no chão do banheiro resmungando. Não iria sair porque sabia que eu não sairia do meu posto até que ele fizesse o que eu havia dito, mas eu estava implorando por um banho quente. Meus ossos doíam e o frio estava me aterrorizando.
Após ligar o aquecedor do quarto dele, sai com todo cuidado do mundo e segui para o meu quarto observando meu irmão para ver se ele notava minha ausência. Por sorte, não. Atravessei o corredor e adentrei meu quarto tendo a visão de Conner buscando um moletom no guarda-roupa. Ainda estava de toalha e com o cabelo molhado. Me olhava cansado e preocupado.
- Segunda gaveta, amor.
- Obrigado. – Disse abrindo a gaveta e pegando seu moletom. – O que foi dessa vez? Quer que eu fale com ele?
- Não, tudo bem. É só birra. Faz parte da fase. Ele ficou jogado na neve tentando arranjar um resfriado.
- Para não ter que aparecer no aniversário? – Afirmei. – Vai ser difícil controlar ele.
- Eu sei, mas ele ainda me respeita. Está lá sentado no chão do banheiro fazendo birra, mas não vai sair de lá até tomar banho e ir para a cama. Vou aproveitar e tomar o meu enquanto ele ainda acha que estou lá.
- Vic... – Conner segura meu rosto para que eu o olhasse. Estava preocupado comigo e, como um ótimo protetor, queria garantir minha sanidade.
- Eu estou bem, meu amor. – Acaricio sua mão e sorrio para depois pegar meu moletom no guarda-roupa e seguir para o banheiro. – Estou bem. Deite-se um pouco. Espero não demorar muito com o meu irmão.
Encosto a porta do banheiro e vou tirando minha roupa para seguir para o chuveiro. O banheiro ainda estava quente por causa do banho de Conner e, como sempre, ele havia encharcado o tapete perto do box. Não conseguia entender como ele conseguia fazer isso.
Deixei a água escorrer até aquecer para logo depois me enfiar embaixo dela. As gotas pareciam me cortar entrando em choque térmico com a minha pele. Finalmente iria me aquecer um pouco. Ensaboei meu corpo, tirei o sabão, me sequei, passei óleo de bebê na pele e vesti meu blusão de moletom e minha roupa íntima. Voltei para o quarto calçando meu chinelo peludo e vi Conner jogado na minha cama.
Ele estava exausto. Todos estavam.
Voltei para o quarto de Damian e o mesmo saiu segundos depois do banheiro. Tinha dado o tempo na risca.
- Quer conversar? – Pergunto pegando seu traje e o arrumando perto do cabideiro.
- Não. – Respondeu rapidamente e ríspido.
- Damian. – Tento fazê-lo reconsiderar sua atitude o olhando um pouco chateada.
- O que adianta reclamar, Victoria?! Eu tenho que fazer o que vocês querem! O que a sociedade exige! – Ele estava completamente frustrado. – Ele me deixou aqui e foi atrás do seu brinquedinho! – Esbravejou apontando para mim. – Sabe quem deveria estar lá? Você! – Suspirei e me senti mais chateada. Caminhei até ele e o puxei para a cama. Ele se debatia e rosnava.
- Irmão, não me culpe pela decisão que nosso pai tomou sobre você ir ou não com ele atrás do Espantalho. Se eu pudesse, eu teria ido no lugar dele, mas entenda que Crane poderia descobrir sobre mim. Ele está comigo há quase um ano e é psiquiatra. Analisa tão bem quanto eu. Era melhor que nosso pai fosse.
- Tudo é melhor que nosso pai vá. – Damian continua resmungando. – Por que ele também não me deixa em paz e pega a festa para ele? Já que é tudo melhor quando ele faz, irá muito bem assumir a festa no meu lugar.
- Entenda que temos que zelar pelo nosso nome e manter nossos disfarces, Damian. Temos responsabilidade para com a sociedade e devemos manter nosso título. Você é filho de um homem famoso e tem que manter o mínimo básico de imagem. Ano passado não tive que aceitar minha festa? Eu não acabo cedendo várias vezes quando é melhor a imagem e o disfarce em vez do nosso desejo? – Ele afirma. – Então. Essa é a nossa sina, irmão. Apenas deixe acontecer. A festa vai passar rápido e você nem vai perceber. É só meia noite. Você dá conta.
- Vai ficar comigo amanhã? – Perguntou-me com a voz mais branda.
- Claro que vou. Agora, que tal dormir um pouco? – Sugiro.
- Você vai atrás dele? – Ele se referia a Crane.
- Não quero pensar nisso agora. Estou em conflito de ideias e de estratégias.
- Desculpa, irmã. – Disse apertando o lençol da cama com os punhos cerrados. Ainda estava irritado e não o culpo por isso.
- Está tudo bem. Só vá descansar. Amanhã será um dia longo.
O beijei na testa e lhe dei as costas para que descansasse. Mal sabia ele de todas as surpresas que havíamos preparado para ele e tinha certeza de que ele iria amar. Estava ansiosa para ver sua cara amanhã.
Mais uma vez atravessei o corredor e voltei para o meu quarto. Verifiquei o sistema de exaustão e segui até a cama. Sentei-me e tentei relaxar meus nervos antes de dormir. Dick chegaria cedo e eu teria que ajudar Alfred com a logística da festa. Acabei me tornando a assistente de eventos da casa.
Deitei e suspirei. Com certeza eu iria dormir sem esforço essa noite.
Acordei por volta das nove da manhã.
Alfred ainda não havia vindo me chamar. Deveria estar tão ocupado que não deve ter tido tempo. Tirei os braços de Conner que estavam a minha volta e me alonguei antes de me levantar. Calcei minhas meias, fiz minha higiene e segui para o andar de baixo. A mansão estava barulhenta e cheia de burburinhos. Já eram os auxiliares que estavam colocando tudo em seus lugares para a festa de mais tarde. Atravessando o grande hall, segui pelo corredor atrás da sala de jantar até alcançar a cozinha. Havia vários cozinheiros ali a todo vapor. Nem notaram minha presença.
- Bom dia, senhorita Wayne. Teve uma boa noite?
- Bom dia, Alfred. – Beijo seu rosto. – Tive sim. Já entregaram aquelas encomendas?
- Sim. Está tudo guardado para mais tarde. Já escolheu a sala?
- Pensei na sala de café da manhã, sala de estar ou na sala de estudos, mas acho que seria melhor na sala de estudos. – Vejo as bandejas de café da manhã e já ataco a minha.
- O senhor Kent e os seus amigos já acordaram?
- Ainda não. Nossa, esses waffles estão maravilhosos! – Exclamo com um dele na boca. Alfred fazia os melhores.
- Também cortei melão. – Alfred me entrega uma tigela com melão picado junto a um sorriso singelo.
- Obrigada. – Sorrio. – Vou para sala do café. – Caminhando, entro em relé telepática com Alfred para o avisar. – Papai e Conner acordaram. Vou buscá-los.
Com a minha bandeja em mãos, fiz o caminho inverso para primeiro deixar meu café na sala de café, depois travessei as escadas e subi até o segundo andar dando de cara com a suíte máster de Bruce Wayne.
Ele ainda estava tentando se levantar da cama quando abri a porta. O quarto estava um breu, então tive que caminhar até as janelas para abrir as cortinas e ouvir muitos resmungos. Damian tinha a quem puxar com toda certeza. Peguei seu roupão e os chinelos, coloquei os chinelos no chão em frente aos seus pés e me levantei para o ajudar a vestir o roupão negro. Escutei os passos arrastados de Conner pelas escadas. Ele já estava seguindo para a sala de café.
- Seu irmão já se levantou? – Nego. – Você está bem?
- Apenas pensativa, pai. Como foi sua noite? – O questiono revistando seu rosto, pescoço e mãos. Tudo estava intacto. Surpreendentemente não havia tinta em seus olhos. Estava perfeito.
- Eu não entrei em brigas ontem, inspetora. Só investigação. – Papai segurou meus pulsos e me obrigou a o encarar. – Como se sente?
- Culpada. Acontecer justamente na minha folga. – Bufo. Era frustrante. – Eu devia estar lá e ter impedido, mas me pediram para trocar o dia com um colega e eu aceitei. Era eu quem deveria estar lá. Era minha noite. – Papai me fez o abraçar e logo me reconfortou mexendo no meu cabelo e beijando o topo da minha cabeça.
- Não é sua culpa, filha. Não se culpe. Vamos pegá-lo de novo, eu prometo. Faremos isso juntos. – Assenti. – Acha que Bart e Cassie vão ficar para a festa?
- Não sei, mas tem roupas do Tim e minhas se eles quiserem participar. – Escuto a campainha. – Deve ser a confeitaria. Ainda bem que temos geladeiras para isso.
- E o bolo para mais tarde? – Perguntou em meio a um bocejo. Era cedo demais para Bruce Wayne acordar.
- Cookie gigante com calda de chocolate meio amargo e recheio de brigadeiro cremoso. Tudo bem doce do jeito que ele gosta. Velas verdes grandes, chapéus de aniversário do Batman apenas para provocá-lo. Vou buscar tudo na cidade mais tarde.
- Acha mesmo que ele está pronto? – Papai, como sempre, receoso.
- Claro que está. Só resta lapidar. Já o moldamos, agora vamos deixar a vida mostrar o resto para ele. O senhor dá conta. – Digo confiante. Já era hora de lhe dar as honras.
- Vai deixá-lo cem por cento nas minhas mãos? – Aquele temor da responsabilidade sempre pairava por ele.
- Talvez uns oitenta e cinco porcento. – Sorrio. – Ele precisa do senhor. É uma fase importante. Agora vamos tomar café antes que esfrie. – Caminho até a porta e a abro esperando papai passar, mas, como um cavaleiro, ele a segurou e esperou que eu saísse primeiro. – Pensei em fazermos tudo na sala de estudos ou na sala de estar. São mais privativas para que os funcionários de hoje não fiquem espiando.
- A biblioteca é melhor. Trancamos as portas da sala de artes, da sala de estar, da sala de estudos e do salão. Isolando a biblioteca, vamos ter mais privacidade e não terá como alguém nos espiar. – Assenti. Realmente era melhor. Só espero que não façam uma guerra com a comida. Talvez seja melhor eu forrar as estantes por precaução.
- Acordando cedo, Bruce? – Dick estava ao lado de Conner sentado à mesa. Claro que ele não iria perder a oportunidade de provocar o mentor.
- Estou melhor do que você com essas olheiras. – Retrucou e se sentou. Balançando a cabeça dei um selinho em Conner e me sentei ao seu lado já doida para devorar meu café. Estava faminta. – Victoria vai ter que fazer uma maquiagem em você para escondê-las. – Caçoou.
Terminamos o café quando Cassie e Bart apareceram. Eu, ansiosa, apenas os cumprimentei e fui atrás de arrumar a biblioteca para fazermos nossa festa. Tinha que me trocar e ir para a cidade para comprar algumas coisas para terminar a decoração e ainda verificar se tudo havia sido entregue como pedido.
Subi correndo para o meu quarto para me trocar. Estava frio e eu teria que ir de carro para a cidade. Busco meus casacos e pego o mais grosso que tenho. Um preto de algodão batido que parece uma ovelha de tão peludo que é por dentro. Vesti uma regata por baixo, uma blusa grossa de tricô em off-white, meia-calça revestida, calça de corte social em tom cinza com riscas, bota de cano curto e touca. Estava completamente encapotada.
Com o casaco em mãos, caminhei até o quarto de Damian para o acordar. Abri a porta cuidadosamente, atravessei seu quarto e abri as cortinas para o ouvir resmungar igual ao nosso pai. Sorrindo, joguei meu casaco no fundo da cama e pulei em cima do meu irmão o enchendo de cocegas. Era maravilhoso o ouvir gargalhar de rir. O cobrindo de beijos, sentei-me ao seu lado e o observei por longos instantes.
Finalmente ele estava fazendo uma década e a partir desse dia tudo iria mudar em seu corpo. Iria virar um moço para logo se tornar um homem. Talvez eu estivesse vendo longe demais, mas era gratificante ter ele em casa. Nós dois havíamos aprendido muito um com o outro em menos de um ano.
- Parabéns, pirralho. – Sorrio. – Estou saindo. Vou buscar algumas surpresas para você. Alfred preparou um café da manhã delicioso e exclusivo para o aniversariante.
- Não posso ir com você? – Neguei. – Surpresa. – Sorri afirmando.
- Você vai gostar. Vamos descer? – Ele assentiu e me deu a mão. Damian acabou de me colocar a nocaute.
O deixando na sala do café, caminhei em direção a garagem e vi Dick se tornando minha sombra. Nem adiantaria bater boca com ele. Estava determinado a entrar no mesmo carro que eu e me ajudar a trazer as coisas para a mansão, mas eu não o deixei dirigir. Dick na direção me fazia ficar enjoada e parar várias vezes nos acostamentos para vomitar.
Fomos até a cidade nova. Passei na confeitaria que eu havia feito a encomenda do bolo, comprei as velas grandes e verdes, os chapéus de aniversário, um belo embrulho, algumas coisas a acrescentar em seu presente e proteção para as estantes da biblioteca. Eram plásticos verdes que eu iria grudar com fita dupla face para facilitar o serviço.
Passei no shopping para pegar os presentes. Tínhamos reservado um vídeo game novo, alguns jogos de pré-lançamento que ele já vinha dizendo que queria, um box de livro de artes da guerra e lutas em capa dura, o que foi muito difícil de conseguir e doído de comprar, além de bonecos de colecionador e algumas roupas. Papai sempre o enchia de roupas mais sociais e esquecia de que ele também precisava de roupas para usar em casa. O básico ao menos. Peguei camisetas casuais neutras e básicas, calças mais largas e moletom. Tudo isso para esconder o presente principal.
Ele ficará cansado de abrir caixa por caixa e, chegando ao final, irá abrir com desgosto. Esse será nosso prêmio ao ter o enganado tão bem.
Voltamos para a mansão no horário do almoço. Todos já estavam casualmente arrumados. Escondi os presentes na biblioteca com a ajuda de Dick e a decorei antes de seguir para a sala de jantar e me juntar aos outros. Até mesmo Tim já estava na mansão. Cassie e Bart disseram que apenas ficariam para os parabéns. Achavam melhor evitar tamanha exposição para com a sociedade de Gotham.
Com tudo arrumado, vendamos Damian e o arrastamos até a biblioteca enquanto os outros trancavam as portas ao redor do cômodo. Coloquei as velas, colocamos os chapéus e o desvendamos acendendo as velas. Cantamos os parabéns e eu me senti gratificada ao ver o sorriso largo do meu irmão. Maior ainda ficou quando ele viu o recheio do bolo. Estava se lambuzando como uma criança deveria fazer. Quando acabamos de comer o bolo, Dick apareceu com a pilha de pacotes.
- Do menor ao maior. – Papai dita.
De um por um e com leve ferocidade, Damian abriu os presentes ficando feliz e cansado ao mesmo tempo. Chegando ao último e o maior, ele nos encarou tentando nos ler, mas não daríamos dicas. Permanecemos serenos o vendo abrir o pacote extremamente embrulhado. Ele pegou peça por peça de roupa com certo desgosto até que viu o que queríamos realmente entregar a ele.
- É o traje do Robin! Vocês estão me dando o manto do Robin?! – Seus olhos brilharam e encararam nosso pai. – Eu sou um Robin de verdade?
- Que presente melhor daríamos a você, detetive? – Damian abraçou nosso pai com força e muita alegria. Parecia renovado. – Foi sua irmã que desenhou ele para você.
- Obrigada, Victoria! – Agora era a minha vez de ser abraçada. Beijei o topo de sua cabeça e retribui a força de seus braços. – Sabíamos que ia gostar. – Me agacho. – Você é todo do papai. Boa sorte. – Sorrio.
- Não é justo. Eu também quero ir com Victoria, pai! – Protestou e nosso pai riu. Já esperávamos essa reação dele.
- Você vai sair comigo, só que com menor frequência. – Explico. – Vou largar um pouquinho a sua mão e deixar o papai voltar a segurá-la. Você também vai fazer parte da Equipe Titã. Um membro honorário por enquanto. Quanto mais evoluir, mais traremos estabilidade em uma das equipes dos jovens. Eu e Dick vamos supervisionar.
- Tá. Tudo bem. Obrigado. – Papai assentiu e limpou a garganta.
- Bom, vamos arrumar essa bagunça. Vic, Conner, gostaria de conversar com vocês em particular no meu escritório. – Assentimos e seguimos seus passos até o andar superior e nos fechamos em seu escritório. – Preciso pedir uma coisa a vocês dois.
- Está me assustando desse jeito. – Engulo a seco sentindo uma pressão no ar. Energia densa.
- Seu irmão está crescendo, as equipes e a Liga também, mas não estarei aqui para sempre. – Papai entrega um copo de whiskey para mim e para um Conner antes de se servir de uma dose e continuar. – Vocês dois me trazem esperança de uma vida e de uma família que eu jamais poderia ter. Me dão muito orgulho e eu sei que posso contar com vocês para o que irei pedir.
- Papai... onde. – Ele me olhou com o intuito de me silenciar.
- Victoria, ser imortal é um fardo, eu sei, mas você poderá, junto ao Conner, manter a Liga em pé. Manter a humanidade a salvo. É isso que nós fazemos. É por isso que criei a Liga e a Equipe de Operações Especiais. Quando eu faltar, cuidem de tudo por mim.
- Senhor Wayne... – Conner tentou protestar, mas foi impedido.
- Eu sei que é pedir demais, mas você é o pilar da minha filha. – Meus olhos começaram a marejar enquanto meu pai tocava o ombro de Conner com certo peso em suas palavras. – Vocês são a continuidade do que jamais seremos. Mantenham isso. Cuidem de tudo. Cuide da minha princesa, Conner. É tudo que te peço.
- Irei cuidar, senhor Wayne. – Conner aceita o pedido meio arredio e eles apertaram as mãos.
- Victoria, filha. – Sua mão acaricia meu rosto. Sinto as lágrimas escorrerem. Era como uma despedida. – Você e seu irmão são os presentes mais preciosos da minha vida. Sou feliz por tê-los. – Papai sorri e beija minha testa. – Jamais deixe de sorrir. Cuide de tudo em casa, está bem?
- Pai... – Era minha segunda tentativa de protestar, mas também foi sem sucesso.
- Por favor, filha. Cuide de tudo por mim. Eu sei que você consegue. – O jeito que ele me olhava não era o mesmo de antes. Era dolorido, preocupado. Implorava pelo ‘sim’.
- Eu cuidarei. – Digo com dor no peito. – Eu cuidarei.
Brindando, senti um gosto fúnebre. Não era nada agradável. Nem o gosto do whiskey nem o gosto da situação. Papai parecia se despedir de nós. Não demorou muito para que se esquivasse de nós dizendo que precisava descansar mais um pouco para aguentar a noite de festa.
Me sentei em sua cadeira sem conseguir absorver direito tudo que havia acabado de acontecer; tudo que meu pai havia acabado de dizer. Olhava para o whiskey e via meu reflexo. Tentei pensar, mas ainda não consegui. Ele não estaria se despedindo. Seria loucura. Era novo, estava em seus quase quarenta e dois anos que faria em abril. Estava ótimo. Talvez fosse ele sendo apenas ele. Sendo o bom e velho dramático Bruce Wayne.
Terminando o líquido laranja amarronzado, caminhei com Conner pelo corredor até meu quarto. Olhei para cada canto daquela mansão sentindo dor no peito e não poderia ser infarto. Conner me pegou nos braços e me levou até a cama. Abraçados, apenas tentei absorver as palavras com calma. Era algo a longo prazo. Era para o futuro, não para o imediatismo. Como eu gostaria de ler sua mente, mas já havia se tornado impossível.
Durma um pouco, Conner sussurrou.
O burburinho no andar de baixo já mostrava que os convidados estavam chegando. A mansão estava toda aquecida, havia garçons por todos os lados, muita comida e risadas. Estava vestida com um conjunto de terninho feminino de três peças. Era o clássico verde musgo em veludo na calça e na parte externa do blazer e veludo molhado no cropped que imitava um corset, as golas e a parte interna do blazer. Damian estaria com uma gravata verde musgo também. Nosso pai gostava quando combinávamos. O restante de nós estaria com o clássico e básico preto no branco.
Olhei para o espelho conferindo minha maquiagem e meu cabelo. Tinha desistido do liso para usar o ondulado de maneira irregular para dar um pouco mais de vida e volume. Calcei meu salto largo preto com dourado e prendi um sorriso falso nos lábios. Tinha que fazer a social. Pedi para Conner ir descendo na frente, pois ainda iria buscar meu irmão e o arrastar até o salão.
Caminhei pelo corredor, o atravessando, e abri a porta do quarto de Damian o vendo ainda brigar com a gravata. O ajudei, como sempre e dei minha mão para que ele segurasse. Descemos as escadas com calma. O fiz ficar a frente e o acompanhei a distância. Quando ele adentrou o salão todos bateram palmas para o aniversariante. Era a noite dele.
Esperei que todos os cumprimentassem ao lado do nosso pai e de Conner. Os convidados estavam esperando em frente a mesa que estavam os doces e o bolo. Aquele era um bolo confeitado e complexo, cheio de detalhes maduros e sofisticados. Havia alguns poucos jornalistas de plantão que estavam tirando fotos e fazendo anotações em seus celulares.
Me aproximei de Damian o dando suporte as rodas de conversa e tirando vez ou outra uma faca escondida em seu terno. Ele ainda precisava perder esse costume bárbaro. Era basicamente seu vício. Ele odiava quando o chamavam de fofo e quando senhoras da sociedade apertavam suas bochechas.
Esse era Damian Wayne
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riioo · 2 years
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13/FEV/2023 13:12PM
Olá Tumblr, hoje começo há escrever meus dias aqui, então se prepara pra receber muita informação sobre meus dias, minha vida.
Hoje me peguei pensando no quanto eu tenho aproveitado mais minha companhia do que as que me rodeiam. Como consequência disso, tenho poucas amizades, o que me dá muito tempo livre comigo mesmo, ou seja, tenho conversado comigo mesmo quase que o dia todo. Crio conversas como se tivesse conversado com outra pessoa, como se estivesse fantasiando um bate papo muito legal. Pra ter ideia, dentro dessas conversas eu pergunto e respondo, dou conselhos e as vezes o olho chega a carregar de lágrima. Acredito que isso acontece pela falta de companhia, ou melhor dizendo, por falta de interesse minha e das outras pessoas tbm. Hoje em dia é difícil achar alguém que tenha um papo legal, alguém que consiga te entender e não deixar que a conversa acabe, sabe? Esse é um dos motivos pelo qual tenho conversado comigo mesmo, é mais fácil trocar ideia com alguém que tenha a mesma ideia que eu, ou seja, eu mesmo. Tem uma frase que fala "vc é o relacionamento mais longo da sua vida", então pensei, "pq não a conversa mais longa?" Hahaha...
Como tinha dito lá no início, tenho muito tempo livre hoje em dia, tempo que passo aproveitando minha própria companhia né. Esse tempo me trás benefícios, como: passar horas assistindo as séries que gosto, conhecendo alguns filmes e viajando em todos os universos já inventados, fora o tempo que sobra pra dormir que tbm é ótimo. Penso muito em emagrecer, fazer academia, sair correr e caminhar e tbm fazer dieta, mas esse projeto fitnis nunca sai. Claro que é culpa minha. Li uma vez que nossa mente está programada pra fracassar, já que o comodismo é agradável, e penso muito sobre isso. Querer mudar e por falta de atitude e disciplina fracassar, enfim, isso é uma coisa que tô trabalhando pra mudar em mim.
Bom, deu o horário de voltar há trabalhar, nesse caso, me despeço por enquanto. Espero voltar aqui o quanto antes e escrever mais sobre meus dias. Obrigado por escutar ou melhor dizendo, por deixar-me escrever, até mais.
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unorrosa · 2 years
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Disclaimer: isso é só um desabafo enquanto aguardo minhas férias e as férias da minha psicóloga acabarem.
Eu juro que eu não quero ser fresca, ingrata, mesquinha. Na verdade eu gosto muito de vocês, do seu pai até nem tanto, mas eu amo você, prima. Eu chamaria ele em terceira pessoa de tio, mas só chamo assim quando converso diretamente com ele. Me desculpa, me desculpa mesmo, mas morar com vocês deve ser um inferno. Minha mãe no fundo sabia que não ia ser tão legal, ela sempre fala que não se sente a vontade aqui, mas como ela não queria que eu ficasse sozinha, achou melhor eu ficar aqui.
Prima querida, você sempre acorda tarde, se é que acorda, você dorme muito na verdade. Eu queria saber se está tudo bem mentalmente com você, mas sinto que ainda tem um sentimento seu de que eu sou só uma criança, a gente não era tão amiga assim uns anos atrás, mas eu ainda sei tão pouco sobre você. Quando você está acordada, parece bem, sei que não estou em posição de julgar, mas sim, parece bem.
Enfim, você demora pra acordar, e enquanto você dorme, eu me sinto na obrigação de fazer tudo. Eu lavo as vasilhas, até porque mesmo de pé você já deixou claro que se recusa; se eu não encher o filtro e as garrafas d'água ninguém enche, parece até que vocês nem bebem água; essa parte até que eu gosto, mas não posso deixar de mencionar que também o faço, que é o almoço variável pra não ter que ficar comendo o macarrão do seu pai todo dia; ah, e como esquecer das cachorras, elas cagam, elas mijam, e eu teria o desprazer de acordar e ver o chão todo empreguinado, portanto, limpo tudo também.
Eu me sinto na obrigação de fazer tudo, mas sempre que eu deixo de fazer alguma coisa é um desgraça, porque na minha cabeça sempre tem um motivo pra eu justamente nem ter pensado em fazê-lo. Seu pai acha ruim que só ficamos no quarto e não fazemos nada, (ressalta-se no meu nada entre muitas aspas). O que você faz? Minha mãe achou que sairíamos bastante, eu sabia que não ia ser bem assim, mas a gente nem conversa direito! Eu poderia fazer isso na minha casa. Você só sabe dormir, transar e lavar o banheiro quando se vê na obrigação de fazer alguma coisa.
Voltando ao seu pai. Ele é realmente muito prestativo, mas porra, como é chato. Se ele não bebesse TANTO, ele não seria TÃO chato. "Por que você não desceu com o lixo que você catou?" Na minha cabeça respondo "Bom, já catei o lixo, nem pensei em descê-lo, não me sinto a vontade em ficar saindo mesmo que seja lá embaixo sem avisar." "Por que você só fica no quarto?" Na minha cabeça respondo "Quando eu saio as cadelas ficam latindo, você fica bem estressado com isso." Sério, eu sou grata por você, mas, com todo respeito você não deixa de ser insuportável.
Minha querida cadela, por você eu sinto dó. Sinto raiva, mas não é culpa sua, se fosse pra culpar alguém, culparia minha mãe, que te enjoou tanto e te deixou dependente emocional. Situações assim sempre me estressaram lá em casa, mas sem minha mãe lá eu teria todo o controle, é minha responsabilidade e somente minha de ter controle. Aqui é um incomodo, eu sei que é, quem ia querer focar separando 3 cadelas de ficar brigando, latindo e defecando 24 horas por dia?
Eu de verdade, amo minha prima. Mas se fosse pra escolher, eu não queria ter ficado taaaaaanto tempo aqui. É muito cômodo essa situação pra ela, bom, eu sinto que é. Sinto que ocupo o lugar da minha tia, de não ser o suficiente, de se sentir uma inútil, eu diria que a depressão dela foi desencadeada pelo ambiente que ela se inseriu e foi engolida.
Me resta lidar com isso e esperar. Eu não quero ser a criança que interrompe as férias da mãe, enchendo com problemas que só vão fazer ela se aborrecer e querer voltar pra casa ajudar seu bebê. Todavia, só quero ir pra casa.
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klimtjardin · 2 years
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tá tocando lana enquanto te respondo "cinnamon girl"
eu já ouvi falar do rubem alves, mas como psicanalista. não sabia que ele tinha um dedo na pedagogia. interessante.
pois, quem sabe esse clube do livro 👀🤷‍♀️
Klimmmm, eu não acredito que vc fez esse link entre essas duas noites brancaskkkkk vc já leu o livro? vou te contar que é o livro mais duro que eu já li, porque eu me identifiquei com personagem e não gostei disso. lembro que quando eu terminei de ler, eu fiquei atônita e até chorei um pouco. até hoje quando eu lembro me deixa arrasada porquê eu não quero ser como o sonhador. já a música do 127 eu fiz o link um tempo depois kkkkk e sempre que eu escuto me faz lembrar. passou me deixar duplamente triste. adoro o Dostoiévski e to lendo outro dele no momento.
eu já vi vc falar aqui sobre o Vladimir nobokov, sou louca pra ler algo dele!
sobre os clássicos brasileiros, acho que pelo seu perfil, você poderia gostar da clarice! é uma alta - eu quis dizer alta - dose de melancólica e lirismo
Com carinho, Jessie!
sim! ele escreve um pouco sobre ser professor, até agora tô amando muito as considerações!!!
eu não li, mas quero muito ler! você teve um momento "estou neste livro e não gosto disso" skajskasjak fiz o link porque li a sinopse e de cara, quando vi que o nome do personagem era "sonhador", me veio a questão que o nct tem com os sonhos.
ah, sim, o nabokov escreveu um dos livros mais bem escritos que já li, que foi lolita (tem que ter mto estômago pra ler esse, mas é belamente escrito), mas tem tbm as cartas que ele escrevia pra esposa.
simmm, talvez eu comece por algo dela! eu peguei um contemporâneo nacional pra voltar a ler nacionais (torto arado, não sei se vc já ouviu falar), pretendo ler depois que terminar esse do rubem. Ainda na minha lista pra esse ano tem 100 sonetos de amor (que tô lendo calmamente), e depois irei a caça do que ler. queria começar a ler umas coisas mais políticas também, tipo bell hooks, chimamanda, byung chul han, mais freire (só tive contato com pequenos excertos deles, queria ler algo inteiro) e etc, mas assim, cabei de terminar a universidade e vou dar um tempinho até voltar a estes (disse ela lendo um livro sobre pedagogia, enfim-)
Sua Klim, etc.
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Capitulo 205
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Hoje foi um dia muito estranho. 
Sendo direta: a linha temporal estava se desfazendo, e as coisas pareciam estar mudando a cada minuto, igual aconteceu na minha linha temporal. 
Eu tentei me manter calma, mas foi e é difícil quando tudo parece estar desmoronando ao meu redor. 
Já fazia parte de nosso plano sair bem cedo dessa linha, ir pra linha distorcida do Lysandre e de lá entrar no tal portal que dava na fronteira do bunker.
Mas tudo foi mais rápido que o esperado.
O clima estava fúnebre devido aos últimos acontecimentos.
O número de mortes que vivemos nos últimos tempos extrapola qualquer outro.
O dia seria muito importante para nós, estávamos nos preparando para explorar a fronteira das linhas temporais, mas tava muito difícil simplesmente ignorar todos esses sentimentos.
Ken, Nathaniel, Nina e até mesmo o Lysandre, querendo ou não ele fez parte da nossa vida, principalmente da vida do Castiel…
Armin e eu estávamos arrumando as coisas juntos com todos, tudo que fosse necessário, não sabíamos o que iria acontecer nem quanto tempo demoraríamos pra conseguir alcançar nossos objetivos.
"Você acha que estamos prontos para isso, Boreal?" Armin pergunta enquanto olha para mim.
"Claro que sim, Armin. Você se esqueceu que estamos trabalhando nisso há meses? Além do mais, não é como se tivéssemos outra opção." Eu respondo com um sorriso.
"Eu sei, eu sei. É só que... É muita coisa para lidar, sabe? Eu não quero que nada dê errado, não de novo… Tô cansado de tentar e nos frustrar.", Armin diz, parecendo preocupado. 
"Eu entendo, mas precisamos confiar em nós mesmos. Além disso, estamos fazendo isso juntos", eu digo tentando tranquilizá-lo, mesmo que eu não acredite completamente nas minhas próprias palavras. 
Armin assente e sorri de volta para mim. Ele sabe que eu tenho razão. 
Nós terminamos de preparar nossas mochilas e eu decidi checar a comida que íamos levar na cozinha com a Melody e a Violette.  Armin foi ver o Daniel e a Peggy no outro comodo.
Eu abri a geladeira e comecei a retirar os alimentos. 
"Isso é tudo que vamos levar?" Eu pergunto para Melody. 
"Sim, é o suficiente. Nós não vamos ficar lá por muito tempo, então não precisamos de muita comida", Melody responde.
“Espero que esteja certa quanto a ficarmos pouco tempo…” eu disse.
“Armin não vai nos deixar passar necessidade por lá.” Violette falou sorrindo gentilmente pra mim.
Eu concordo e começo a embalar os alimentos em sacolas plásticas.
Enquanto fazia isso, percebi que a minha mente começou a divagar. 
Eu me lembro claramente do tempo em que eu era apenas uma estudante, sem me preocupar com as linhas do tempo ou viagens no tempo.
Eu sinto saudades da minha vida anterior, mas sei que não posso voltar atrás…
Mesmo que a gente arrume tudo, essa memorias estarão aqui pra sempre.
"Você está bem, Boreal?" Melody pergunta, trazendo-me de volta ao presente. 
"Sim, estou bem. Só estava pensando em algumas coisas. Como ser uma estudante comum era legal e eu não dava o devido valor…", eu respondo. 
"Eu entendo. Eu também sinto saudades da nossa vida anterior às vezes, mas precisamos focar no presente", Violette disse.
Eu assinto e termino de embalar a comida. Nós estávamos prontos para partir. 
Eu chequei o relógio e percebi que ainda temos tempo antes de Armin do passado vir nos buscar, ele foi verificar a outra linha antes de nos levar, pra assegurar que estava tudo bem. 
Decidi me sentar do lado de fora e respirar um pouco do ar puro antes de ir.
 Vi a Priya brincando com o Ariel, que agora sabemos ser o Lysandre pequeno de outra linha temporal e não parei de pensar a respeito disso.
Enquanto eu observava a cena, minha mente viajou para as possibilidades e implicações de existir outras linhas temporais. Será que em alguma delas eu poderia ter feito escolhas diferentes? Será que em alguma delas eu seria uma pessoa completamente diferente?
Minha mente estava vagando novamente. 
Eu pensei em Ken e em como ele era gentil e corajoso.
Eu me sinto triste por ele ter morrido tão jovem. 
Eu me pergunto o que teria acontecido se ele ainda estivesse vivo.
De repente, senti alguém se aproximar de mim e me virei para ver quem era. Era a Priya, que havia notado minha expressão pensativa e curiosa.
"O que está pensando?" ela perguntou, sentando-se ao meu lado. 
"Estou pensando em todas as possibilidades que existem em outras linhas temporais. Imagina se em alguma delas eu fosse uma pessoa completamente diferente? E se nada disso tivesse acontecido devido às escolhas dessa outra versão minha.", respondi.
 "Acho que em todas as linhas temporais você seria sempre você mesma, com sua personalidade e suas escolhas únicas. Só olhar pro Armin e Daniel. Eles são diferentes, mas no fim são a mesma pessoa em todas suas escolhas e afins. Mas é interessante pensar nas possibilidades, não é?", disse Priya sorrindo.
Ela tinha um ponto…
Concordei com ela e voltamos a observar Ariel/Lysandre brincando alegremente.
Será que poderíamos mudar a vida do Lysandre mudando a criação do Ariel?
Enquanto continuávamos a conversar, senti uma sensação estranha, como se algo estivesse mudando ao meu redor. 
Olhei ao redor e percebi que tudo parecia diferente, mas sendo sincera, mesmo com memória fotográfica, eu não sabia dizer o que mudou exatamente.
Então, olhei para Priya e percebi que ela estava usando roupas diferentes e seu cabelo estava mais curto. "O que está acontecendo?", perguntei, confusa esfregando o olho.
“Que foi Boreal?” ela perguntava confusa.
“Seu cabelo e suas roupas estavam diferentes agora mesmo…” aquilo não era bom, eu vivi isso já, mais de uma vez.
“Eu não sei do que você tá falando Boreal.” Priya sorria sem jeito.
Me levantei imediatamente e corri até o Armin, eu precisava avisar pra ele o que estava acontecendo. 
Da última vez que isso aconteceu, nossa linha se desfez.
Armin estava conversando com Daniel quando cheguei até eles. 
"Armin, algo estranho está acontecendo novamente. Eu acabei de perceber que as coisas estão mudando, como na última vez", eu disse, tentando controlar a minha respiração acelerada. 
Armin franziu a testa, parecendo preocupado. "O que você quer dizer com 'as coisas estão mudando'? Você tem certeza de que não está apenas confusa?", ele perguntou cautelosamente. 
"Não, eu tenho certeza. Eu vi a Priya com roupas diferentes e o cabelo mais curto, mas ela disse que não havia mudado nada", expliquei. 
Daniel olhou para mim com uma expressão preocupada. "Você está dizendo que estamos em perigo?", ele perguntou, verdade, ele nunca viveu isso. 
Eu balancei a cabeça. "Não tenho certeza. Mas sei que precisamos ficar atentos. A última vez que isso aconteceu, nossa linha temporal se desfez e tudo mudou", respondi. 
Armin concordou. "Ok, vamos ficar atentos e verificar se há algo de errado. Se algo mudou, precisamos descobrir o que é. Por hora, temos que sobreviver até o Armin do passado vir nos buscar.", ele disse, assumindo uma postura firme e decidida. 
Eu me senti um pouco melhor sabendo que estávamos todos juntos nisso, mas preocupada, pois estamos cada vez mais sem dimensões e tempos para ir. 
Mas ainda assim, eu sabia que tínhamos uma longa jornada pela frente.
Me sentei do lado dos dois e fiquei assistindo eles arrumando as coisas enquanto pensava a respeito de tudo.
Foi quando Thomas entrou correndo, com uma cara apreensiva.
Ele estava nos fundos da casa com o Nathaniel e a Ambre arrumando algo.
Thomas nos avisou que notou que o fundo da casa desapareceu. Isso me deixou preocupada.
"Então, o que precisamos fazer antes de partirmos?", perguntou Thomas apreensivo. 
"Antes de qualquer coisa, precisamos encontrar um lugar com sinal para enviar uma mensagem para o Armin do passado", disse Alexy do passado que entrava na sala. 
"Eu já tentei várias vezes, mas a comunicação está falhando", acrescentou.
"Será que é algo com a máquina dimensional dele? Ela tinha quebrado…", perguntei.
"Não acredito que seja", respondeu Armin. 
"Acho que o problema é só o sinal mesmo. Precisamos encontrar um lugar com boa cobertura para conseguir enviar a mensagem." 
"Ok, então vamos procurar um lugar", disse Nathaniel. 
Começamos a procurar um lugar com sinal. 
Andamos pela floresta inteira, mas não encontramos nada. 
Estávamos começando a ficar preocupados. Não teríamos como partir sem o Armin do passado iria nos resgatar, e se a linha estivesse se desfazendo mesmo, ferrou, nossa existencia apagaria. 
"Eu não acredito que não estamos conseguindo encontrar um lugar com sinal", disse Armin, frustrado. 
"Não desista agora, Armin", disse Alexy claramente preocupado. "Vamos continuar procurando."
Finalmente, encontramos um local com sinal. Ficamos tão felizes que quase começamos a gritar. 
"Eu não estou conseguindo enviar nada", disse Alexy, parecendo preocupado. 
"O que será que está acontecendo?" 
"Eu não sei", respondi.
"Mas temos que continuar tentando. Não podemos deixar que essa quebras de linha nos pegue." Armin parecia nervoso, e estava andando de um lado para o outro enquanto observava as árvores ao redor. 
"Vocês têm alguma ideia do que pode estar acontecendo? Por que não estamos conseguindo contato com o Armin do passado?" Thomas falava apreensivo.
"Eu não faço ideia", disse eu, suspirando. 
"Talvez haja interferência em algum lugar." Armin cogitou.
"Mas onde? E como vamos encontrar isso?" Alexy perguntou ao Armin, parecendo frustrado.
"Eu não sei", Armin disse, mais uma vez. 
"Mas temos que continuar tentando. Não podemos desistir agora." Assim, continuamos tentando enviar mensagens para o Armin do passado, mas o sinal estava completamente instável. Comecei a ficar cada vez mais preocupada. 
E se estivéssemos presos nesse tempo para sempre? E se nunca pudéssemos voltar para o nosso próprio tempo? 
Então a mensagem foi finalmente enviada.
Todos respiravam apreensivos, poderia parecer que foi enviado, mas não ter ido.
Enviar a mensagem não foi fácil, e esperar uma resposta estava deixando todos nós nervosos.
De repente, ouvimos um barulho estranho vindo da floresta. Era um som como de galhos quebrando e de algo se movendo rapidamente. Olhei para Armin, Thomas e Alexy, e eles pareciam tão assustados quanto eu. "O que foi isso?" perguntou Alexy, olhando ao redor. 
"Eu não sei", respondi. 
"Mas acho que é melhor nos prepararmos para o pior." Assim, nos juntamos e começamos a nos preparar para o que quer que fosse que estivesse vindo em nossa direção. De repente, ouvimos um grito, e vimos um homem correndo em nossa direção. Era Kentin. SIM O KENTIN!
"Kentin!" gritou Armin, eu fui correndo para abraçá-lo.
"O que você está fazendo aqui? Como está vivo?!?" Alexy gritava.
"Eu estou procurando por vocês", disse Kentin, parecendo preocupado. 
"Eu tenho más notícias." 
"Más notícias?" perguntou Alexy. 
"O que quer dizer?" 
"Eu acabei de descobrir que o Lysandre sabe onde vocês estão", disse Kentin. 
"Ele está a caminho para capturá-los." Todos nós olhamos uns para os outros, com medo do que isso significava e muito confusos. Castiel matou o Lysandre exatamente porque ele descobriu onde estávamos, o que estava acontecendo?
Estávamos encurralados, sem sinal, sem Armin do passado, e agora com o Lysandre a caminho? Nada fazia sentido.
 "O que vamos fazer agora?" perguntou Armin, parecendo desesperado.
"Eu não sei", disse eu, sentindo-me impotente. 
Nós corremos todos desesperados pra casa pra avisar a todos o que estava acontecendo.
Logo de cara vimos Priya com Ariel.
“Priya! Ken avisou pra gente que o Lysandre está vindo!” eu gritava.
Priya nos olhava confusa.
”Ken? Lysandre? Do que esta falando? Eles estão mortos.” Priya dizia.
“Não, o Ken está com a gente e” no que fui apontar pro Ken notei que ele desapareceu.
“As inconsistências estão maiores… Acho que temos pouco tempo nessa linha Boreal. O Armin precisa nos resgatar logo!” Nathaniel dizia se aproximando vindo de dentro da casa.
O tempo estava se esgotando e o medo tomava conta de todos nós. 
Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas algo estava definitivamente errado.
De repente, ouvimos um estrondo alto e uma luz cegante encheu o céu. Olhei para cima e vi um pequeno  portal se abrindo bem acima de nós. 
Era Armin! Ele tinha conseguido! "Vamos!" gritou ele, estendendo a mão para nos ajudar a subir no portal. 
Atrás de nós vimos que tudo parecia estar confuso, creio que estava se desfazendo a realidade, eu via todos os nossos amigos correndo em nossa direção.
Sem hesitar, nós todos subimos e o portal se fechou atrás de nós. 
Quando abrimos os olhos, estávamos de volta ao tempo distorcido que Lysandre criou. 
Olhei para Armin com gratidão, incapaz de expressar em palavras o que estava sentindo. "Obrigada", consegui finalmente dizer. 
"Sempre vou estar aqui para vocês", disse Armin, sorrindo. 
Embora ainda houvesse muitas perguntas sem resposta, senti alívio em saber que estávamos seguros novamente, pelo menos momentaneamente. 
“Agora vamos logo para a antiga casa da Boreal, não temos tempo a perder.
Ele dizia sem nos dar tempo de respirar.
“Armin, por curiosidade, onde estão nossos pais e todas aquelas pessoas que ficaram pra trás?” perguntei curiosa já que eu estava vendo as realidades se desfazerem.
Ficaram pra todas em outras realidades, eu não tenho tempo pra pensar se a realidade deles está inteira Boreal, desculpe.” ele respondia andando na frente.
Eu não queria pensar nisso, mas… era inevitável.
Sacudi meu rosto tentando tirar meus pensamentos deles e segui em frente.
Armin parecia tentar me animar, então ele chegou perto de mim com o Alexy e ambos começar a agir com empolgação enquanto caminhávamos até o portal.
"Eu não acredito que vamos conseguir explorar novas dimensões", disse Armin, animado.
"Eu estou um pouco apreensiva, para ser sincera", admiti. 
"Não sabemos o que podemos encontrar do outro lado. Não acho que será fácil alcançar a original." eu falei isso encarando o Armin do futuro que estava bem lá na nossa frente.
"Não se preocupe, Boreal", disse Alexy. 
"Vai dar tudo certo. Temos a máquina do tempo, maquina dimensional e estamos juntos." 
"Ele tem razão", disse Nathaniel se aproximando de nós. 
"Não estamos sozinhos e juntos vamos concluir isso tudo." Nathaniel sorria de forma serena.
"Você acha que vamos encontrar alguma coisa por lá?" perguntei, tentando acompanhar a sua empolgação. 
"Não sei, mas espero que sim! Imagina se encontramos alguma tecnologia antiga? Seria incrível!" eu acabei rindo.
Sei quais eram suas intensões e sou grata.
Eu confesso que estou ansiosa para descobrir o que há do outro lado, mas estou ainda mais ansiosa pra que tudo isso acabe.
Armin mesmo mostrando empolgação, sei que não é 100% verdade, ele não gosta muito de sair da sua zona de conforto.
Nós finalmente chegamos ao nosso destino.
Aquele portal parecia mais assustador que o normal.
“Aqui é o começo do final.” Ambre falava se aproximando.
“Eu… to com muito medo…” eu dizia.
Era horrível pensar que em 2 anos eu vivi tanta coisa bizarra, mas é, aquilo seria o começo do fim.
Fosse de nossas vidas ou de uma solução, mas não teria mais volta.
“Antes de buscar vocês pra essa linha notei inconsistências por aqui também, então acho que devemos ir rápido. Esse portal só se abre com você próximo boreal, então espere todos passarem antes de seguir em frente.” Armin do passado dizia.
Eu respirei fundo, todos nossos amigos se olharam entre si e finalmente todos entraram no portal, por último, Armin e eu demos o passo ao portal.
Não tem mais volta.
Agora só temos que seguir em frente.
Nós estamos correndo para chegar ao bunker antes que tudo seja destruído, mas está difícil. Eu não sei se vamos conseguir.
Nesse exato momento estou escrevendo de uma pequena casinha no meio do nada, no literal.
Estamos, sim, na fronteira das linhas e dimensões.
Nossa última esperança nos aguarda.
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famm · 2 years
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Submissão infeliz
Não sei o que acontece comigo
Por que me submeto a esse tipo de situação
Por que se importa?
Parece que estudou sobre atração
Dá e tira
Persuasão
Hipnotização
O que mais sabe? Magia negra?
Acho que não
Não pode simplesmente me deixar ?
Fica perguntando se estou bem
Se estou normal
Mandando vídeos expondo sua figura para mim
Mostrando sua casca de prata
Sua hidratada, macia e linda carapaça
Ainda queres saber do porquê estou com a cara séria
E eu respondo
Não consigo evitar, é mais forte que eu
Algo acontece que só se tornou automático
Acho que me acostumei falar com vocês todos os dias
Me acostumei ter-te em meus dias
Você os alegra
Mas depois de ontem, apenas haverá chuva
Uma tempestade
Não consigo ouvir músicas animadas
Minhas playlists que me colocavam para cima
Não fazem mais sentido depois de ontem
Apenas escuto coisas tristes
Agora meu peito aperta toda vez que respiro
Ou que penso
Isso não pode ser medido com uma dor física
É, talvez, até pior
Pessoas se machucam dessa maneira
Não escolhemos por quem nos apaixonamos
Não sei o que é isso
Sou apenas uma criança,
De acordo com velhos,
Mas me sinto cansado
Assim como eles devem se sentir
Cansado mental e espiritualmente
Não sei, algo aconteceu durante essas semanas
Foi bom enquanto durou, eu amei tudo
Mas vendo agora, acho que era melhor eu ter ficado no meu mundinho
No meu castelo
Apenas curtindo a lindíssima vista
Através da sacada do meu quarto
Uma exuberante paisagem
Estava tudo bem, eu estava bem
Agora não consigo te tirar um minuto da minha cabeça
Apesar de pensar em muita coisa
E ao mesmo tempo
Você está batendo com força aqui dentro
Parece que está presa aqui
Quer a chave para sair?
Mas nem eu a tenho
Se eu a tivesse, eu seria o primeiro a entregá-la
Mas não sei quando você sairá daqui
Por enquanto não está atrapalhando tanto
Está me divertindo
Me salvando de mim mesmo
Me fazendo acreditar nele
E me conectando com o real
Com a beleza natural
E com as reações químicas anormais
Mas eu deveria cobrar aluguel
Vc deveria ao menos me perguntar se mora aqui
Destruiria um lugar que mora?
Acredito que não
Portanto, cuidado
Cuidado com suas palavras
Seja suave e calma
Nem sempre é do jeito que queremos
Pense um pouco em mim
Não tenha pressa
Pois tenho muita paciência
E já disse, não correrei
Não fujo de uma boa disputa
Sou competitivo
E serei o primeiro a me preparar pra correr
Mas acho que dessa vez, a solidão vencerá
Não acredito que será dessa forma que nos despediremos
Ontem foi tão bom
Lhe abracei
Por pouco tempo
Lhe beijei
Por menos tempo ainda
Bochechas rosadas e macias
Corações com corações
Peito com peito
Rosto com rosto
Amor do lado de cá
E do lado daí?
❤️🦋
Não sei se é um sinal
Ou é apenas perfeita assim
Acho que deve ser imaginação
Olha eu pensando novamente
Vou parar
Vou sumir
Farei outro algo
Outro passatempo
Além de escrever
Algo que me deixe cansado
Correrei
E sabes conheces minha pista
Estará convidada a ir ver-me
Sabes onde me encontrar
Sabes onde me pegar desprevinido
E caso eu te veja sem avisar
Farei a loucura que desejo a tempos
Aquela que acabaste de pensar
Essa mesmo
Já estou cansado de só olhar
A partir de agora farei
E caso não goste, será um dos melhores roubos da história
Pois quanto mais escrevo, mais vontade da
Acho que sua doença cada vez mais invade minha cabeça
E está avançando a cada dia
Porque só não para de me olhar?
Porque só não para de me abraçar?
Porque só não para de sorrir para mim?
Não sei porque, é viciante
Mas não pare
Sou hipócrita pedindo isso
Mas a vida é feita de escolhas
Então talvez a minha esteja feita
Seria outro breve adeus?
Até um futuro não tão distante?
Quem sabe viremos muito próximos no futuro
Quem sabe nos aproximemos mais no futuro
Quem sabe você possa me dar uma chance no futuro
Mas quando pensar nisso
Eu já estarei na minha caminhada
Trilhando meus passos
E minha vida,
Ajeitando-me
Pois tenho um sonho
E acho que ao teu lado, não poderei realizá-lo
Seria um amor impossível
Já me contou que me queria
Mas mentiu, não julgo
Eu entendo
Eu faria o mesmo
Estarei indisponível para novos experimentos
Sou fiel ao que sinto
E muito mais a quem acredito que valha a pena
Mas cuidado
A vida cobra
Não eu
Portanto, para você
Um beijo na testa
Um no rosto
Um abraço
E um breve adeus…
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greenmultiverse · 3 months
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✿   GREENMULTIVERSE   ―   green; ela/dela; GMT+2 (cinco horas a frente do brasil); 25+.   bem-vindos ao multiverso verde ♡ blog multimuse independente semi-seletivo, onde eu dou vida a personagens originais e canons. clique aqui para ver os muses disponíveis, no readmore para ver minhas guidelines e aqui para ver meus starters abertos. você também pode me encontrar no meu blog de gifs @greenmadeit.
Tumblr media
𝐈 partners ― eu já estou quase na casa dos 30 e por isso me reservo o direito de jogar apenas com pessoas 21+. não é por achar "criança demais para determinados temas", até porque seria hipocrisia da minha parte que comecei a jogar temas maduros com 11 anos, mas porque tem certos dramas infantis que eu já não tenho mais paciência para.
𝐈𝐈 drama ooc ― falando em dramas, amo todo e qualquer tipo de drama canon. podem vir odiar meus personagens e conspirar contra eles se quiserem. só não suporto drama ooc. já tenho problema suficiente na minha vida real pra vir buscar briga na internet. se quiser brigar comigo, vai brigar sozinho. também me reservo o direito de parar de interagir com qualquer um que me incomode independente do motivo e espero que, a quem eu incomodar, a pessoa faça a mesma coisa e não venha falar abobrinha pra mim.
𝐈𝐈𝐈 tempo ― as vezes eu respondo rápido, mas também posso demorar mais de mês pra responder. rpg é um hobby, não uma obrigação, e por isso eu jogo quando estou com vontade. eu vou tentar fazer pelo menos uma resposta aqui por dia, pra não empacar com o plot de ninguém, sempre priorizando as respostas que estou devendo a mais tempo. mas eu posso (e provavelmente vou) dar uma sumida de vez em quando. se tem alguma resposta que você está mais ansioso pra receber, pode me dar um toque que eu subo na lista de prioridades. só, por favor, não fica me cobrando. eu parei de jogar em central justamente pra ter essa liberdade de tempo.
𝐈𝐕 ships ― meu tipo de jogo nunca é focado em interesse amoroso, mas sim no desenvolvimento pessoal do meu personagem. por isso, não gosto de combinar endgame sem antes colocar nossos personagens para interagir (ex, crush e pegação ta liberado). e, enquanto eu não te falar que quero endgame, meu char ta sujeito a se interessar por outros personagens também, mas com tudo sempre conversado entre players. faço todos os tipos de ship com todos os tipos de gênero, inclusive m/m, mas posso dropar o plot se sentir que meu partner esta fetichizando a relação. sou muito seletiva com nsfw, faço apenas com quem me sentir confortável e de preferência pelo discord, que é uma plataforma mais privada.
𝐕 temas e universos ― gosto de jogar principalmente slice of life, sobrenatural, fantasia e plots que envolvam aventura. por mais que ainda ame a saga original e morra de saudades, não jogo mais no universo de harry potter por não gostar de ofender e deixar os outros desconfortáveis. os universos que mais gosto de jogar são: riordanverse, shadowhunters, acotar, avatar: the last airbender, contos, hora de aventura. outros universos que estou familiarizada e fecho jogar são: jogos vorazes, got (tv show), last of us (tv show), dc/marvel/superheroes, naruto.
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tscontosnw · 5 months
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Minha melhor amiga e seu marido, III
Eu me recomponho e vou até o banheiro para me limpar um pouco. Ouço uma batida na porta do banheiro.
"Como você está, querido?" Jéssica diz.
"Bem, como vai?"
"Eu quero ir ao shopping comprar algumas coisas para esta noite."
Estou um pouco cansado e ansioso para ficar em casa e assistir um jogo de beisebol. Então eu digo: "Jess, pensei em relaxar por aqui e assistir aos Yankees."
Ela diz: "Sem problemas. Há um Sports Bar bem perto do shopping. Vou deixar você lá para que você possa assistir ao jogo enquanto eu faço compras. Depois vou almoçar com você. Quero que tudo que eu comprar seja um surpresa de qualquer maneira."
Não posso dizer não para ela, então vou junto.
É uma curta viagem até o Sports Bar e ela me dá um beijo rápido nos lábios enquanto me deixa. Sento-me no bar e peço algumas asas e uma cerveja. Cerca de uma hora se passa e Jess se junta a mim no bar.
“Parece que você não comprou muito”, eu digo.
"As malas estão no porta-malas, bobo. Eu disse que quero que você se surpreenda. E acredite, você ficará agradavelmente surpreso", diz ela.
Aproveitamos o almoço, assistindo ao jogo e conversando um pouco. Ela não me dá mais nenhuma dica sobre o que planejou para esta noite.
Voltamos para casa e ela me diz para ficar no meu quarto. Trent chegará em casa em breve e ela quer prepará-lo. Aproveito a oportunidade para tirar uma soneca e recarregar as energias para mais tarde.
Sou acordado por uma mensagem de Jess. Acho estranho que ela esteja me mandando mensagens de dentro da mesma casa, mas imagino que ela esteja ocupada em seu quarto. A mensagem diz: "Ei, estamos quase prontos. Pensei em ficar em casa esta noite, então pedi pizza. Ouça a campainha. Já está tudo pago. Pegue a pizza e nos encontraremos no cozinha."
Eu respondo com um “K” e começo a me preparar.
A campainha toca e o entregador me entrega uma grande caixa de pizza com um saco em cima. Levo-o para a cozinha e arrumo a mesa. Quando estou quase terminando, ouço clique-clique, clique-clique, sons de saltos altos andando pelo corredor. Jess entra na cozinha primeiro. Ela está usando um minivestido vermelho decotado com meias pretas. Seus seios estão quase lutando para ficarem cobertos e ela está linda como sempre. Não muito longe dela, ouço clique-clique, clique-clique. Nossa, ela fez Trent usar salto alto também. Entrando na cozinha vejo uma loira gostosa. Ela está usando o mesmo vestido que Jess, só que preto com meias rosa. A maquiagem está perfeita e até as unhas estão pintadas de rosa. E uau, ela também tem seios para fora. Essa deve ter sido uma das compras anteriores de Jess. Se não soubesse que era Trent, eu teria pensado que Jess convidou uma de suas amigas gostosas. Trent acenou com a cabeça para mim e sorriu. Ou ele queria manter a ilusão de que era mulher ou estava um pouco envergonhado.
Trent e eu nos sentamos e Jess começa a abrir a comida. Ela me entrega um prato com uma fatia e entrega a Trent um prato de salada. Ele parece um pouco desapontado e Jess diz: "Nós, meninas, precisamos cuidar de nossos números. Coma sua salada e, se você estiver bem, eu lhe darei um pouco de pizza."
Uau, Jess está realmente entrando nisso e Trent está entrando no jogo. Estou um pouco surpreso porque ela sempre se referia a ele como seu 'marido gostoso' e me levou a acreditar que ela era uma esposa típica e ele um marido típico.
"Vocês estão aquecidos?" Jess diz. "Eu estou. Veja aquele controle remoto perto de você, você pode apertar a energia para ligar o ventilador de teto."
Pego o controle remoto e pressiono o poder. O ventilador não funciona, mas vejo Trent se contorcer um pouco na cadeira. Sem pensar nisso, pressiono o botão para cima, imaginando que isso resolverá o problema para fazer o ventilador funcionar. Trent agarra a mesa e começa a gemer. Jéssica começa a rir e diz: “Isso não é um controle remoto para o fã, é para uma das minhas compras desta tarde”.
Jessica comprou para Trent um plug anal vibratório e eu acabei de ligá-lo. Trent começa a girar na cadeira até que Jess decide que é o suficiente e desliga.
O resto do jantar transcorre sem intercorrências. Jess e eu conversamos enquanto Trent quase não fala. Ele ganha duas fatias de pizza. Começo a me levantar para colocar a louça na pia e Jess agarra meu braço. Ela diz: “Trent, seja uma esposa simpática e arrume a mesa”.
Trent parece surpreso. Acho que é porque ela nunca pediu para ele lavar a louça antes e também porque o chamou de esposa. Ele a ouve e cuida da louça. Jess se levanta e agarra minha mão.
"Então, você está pronto para ir para a cama com duas gatas fumantes?" ela diz.
"Mais do que você imagina", eu respondo.
Caminhamos até o quarto e Jess me pede para abrir o zíper dela. Seu vestido cai no chão e ela está usando sutiã preto rendado, cinta-liga, fio-dental e meias. Olho por um segundo e vejo que Trent também está olhando. Ela diz: "Ok, agora abra o zíper de Trent. Espere, devemos continuar chamando-o de Trent ou devemos inventar um nome para meninas, já que ele parece tão gostoso?"
"Acho que deveríamos chamá-lo de Baby", eu digo, querendo me vingar dele por me chamar assim tantas vezes.
Abro o zíper de seu vestido e o vejo cair no chão. Uau, ela realmente deu tudo de si. Ele combina com ela completamente, exceto em rosa. Seus seios falsos são cobertos por um sutiã rendado. Ela deve ter raspado todo o corpo dele porque ele é macio como a seda em sua cinta-liga, fio-dental e meias. Consigo distinguir uma ligeira protuberância, mas fora isso acho que ele é um loiro gostoso.
Ela diz a ele para subir na cama e faz o mesmo enquanto me faz um gesto de venha aqui com o dedo.
Ela puxa minha camisa sobre minha cabeça e se inclina enquanto pressiona sua boca na minha. O primeiro beijo suave é seguido por um beijo completo, depois por outro, até que estejamos nos beijando apaixonadamente. Minhas mãos deslizam sob seu sutiã e seguram seus seios firmes. Ela começa a se contorcer e pressiona sua virilha vestida de fio dental contra minha protuberância crescente. Abro seu sutiã e abaixo sua calcinha encharcada enquanto ela tira meu short. Ela pega minha mão e coloca em sua boceta carente. Começo a deslizar meus dedos ao longo de sua fenda molhada, enquanto ela empurra seus seios na minha cara, implorando: "Chupe meus mamilos!"
Com a outra mão, espalhei seus pães bem torneados para revelar seu botão de rosa virgem e rosa. Começo a aplicar pressão e ela solta um grande gemido.
"Pronto para o evento principal?" Eu digo.
Ela não responde, mas se vira de quatro. Não tenho certeza do que ela está esperando, mas acho que vou começar lambendo seu cu. Um silvo agudo de prazer inesperado e travesso escapa de sua boca quando eu lhe dei um longo golpe de língua.
"Ohhh MEU DEUS!" ela grita. "O que você esta fazendo comigo?!"
Continuo com o banho de língua e coloco um dedo dentro. Quando ela está começando a se abrir, eu trabalho suavemente no segundo dedo. Seu rosto pressiona seu travesseiro enquanto ela murmura: "Foda-se... Uuhh... Minha bunda... Por favor... Foda-se minha... Aahhhh... Bunda... Foda-se minha bunda, por favor... "
Pego um frasco de lubrificante e despejo generosamente o líquido escorregadio sobre seu botão de rosa rosa. Eu massageio o lubrificante por toda parte antes de colocar um e depois um segundo dedo brilhante em seu pequeno buraco apertado. Abrindo suavemente seu esfíncter com os dedos, deixei uma boa quantidade de lubrificante escorrer direto para o reto anteriormente intocado do meu melhor amigo.
"Quase pronto, Jess. Só vou me lubrificar um segundo, ok?" Eu digo.
"Uh-huh", ela diz humildemente.
Um segundo depois ela me sente pressionando a entrada de sua boceta e percebe o que eu quis dizer com 'lubrificar'.
"Ohhh! Oh meu Deus!" ela grita enquanto eu lentamente empurro minha enorme ereção dentro de sua fenda.
Começo a serrar meus dedos em seu cu oleoso, deixando-a experimentar ambos os buracos sendo penetrados pela primeira vez. Com seu cu se contorcendo com meus dedos persistentes e sua boceta cheia do meu pau enorme, ela está ofegante como uma louca. Ela nunca se sentiu tão gostosa, tão sacanagem e satisfeita.
Olho para Trent e ele está acariciando lentamente seu pau através da calcinha. "Quando posso jogar?" ele pergunta.
Entre gemidos, Jess diz: "Mais tarde, isso é a vingança pelo que você fez nesta cama e no banho esta manhã sem mim!"
Ela enfia a mão debaixo do travesseiro, pega o controle remoto do plug anal e coloca-o no Max. "Aqui, aproveite isso enquanto eu gosto de perder minha virgindade anal!" ela diz.
"Hoooooh merda!" ele grita quando o plug começa a vibrar em uma velocidade que ele nunca sentiu antes.
Eu saio de ambos os buracos, fazendo Jess choramingar com a sensação de vazio. "Pronta, Jess?" Eu pergunto. "Serei muito gentil, eu prometo. Quero que você aproveite isso."
Ela responde balançando a bunda. Eu empurro. O idiota virgem de Jess resiste no início, mas eu continuo. Cutucando sua pequena ruga piscante, continuo pressionando sua porta dos fundos até que seu anel elástico ceda, permitindo que minha dureza deslize para dentro de sua bunda.
"Ohh, posso sentir você deslizando em mim! Uuuhh tão grande. Oooohh meu Deus!" ela ofega enquanto sente seu pequeno buraco confortável se estendendo ao redor do meu pau duro como pedra.
Faço uma pausa por um segundo para deixá-la se acostumar.
"Melhorar?" Pergunto enquanto sinto o seu cu afrouxar um pouco enquanto todo o seu corpo relaxa.
"Sim, uuh... Muito melhor!" ela diz. "Acho que agora podes dar-me mais. "Fode-me o cu agora, por favor, preciso dele!"
Começo a me mover lentamente dentro de seu cu quente. À medida que os minutos passam, somos dois melhores amigos totalmente consumidos pelo nosso desejo anal compartilhado. Começo a ofegar quando ela de repente começa a gritar e se debater como se estivesse tendo um ataque. Recostando-se descontroladamente no meu pau de rachar a bunda, ela olha por cima do ombro, gritando: "Uhhhh! Eu vou... Aahhhh eu vou... Uuuhh! Mmmhh... Cc-cuuhh-uhh-ummiiiing !
Paro de bombear por um segundo para deixá-la desfrutar do seu primeiro orgasmo anal. À medida que sua respiração começa a desacelerar, volto a enfiar minha ereção furiosa em seu cu apertado. Eu libero uma onda selvagem de golpes perfurantes enquanto me aproximo do que parece ser uma ejaculação maciça.
"Faça isso! Sim! Uuuhhh... Goze na minha bunda! Awwhhh, me foda com mais força, hardeeer!" ela grita.
Com um impulso final, enterro meu pau bem fundo no incrível cu de Jéssica e gozo como um gêiser, uivando de prazer. A sensação do meu esperma quente inundando seu reto a envia ao limite novamente. Ela grita quando seu clímax aumenta e explode ainda mais intensamente, enquanto meu pau atira corda após corda de esperma cremoso em suas entranhas, enchendo seu túnel anal com uma carga enorme.
Eu lentamente começo a puxar para fora e dou-lhe mais uma bomba, causando um gemido. Nós dois rolamos de costas e tentamos recuperar o fôlego. Trent também está respirando pesadamente. Sua bunda está empurrada contra o colchão e há uma enorme carga de esperma em sua calcinha.
"Opa, querido", Jess diz enquanto desliga o plug anal vibratório. "Mas parece que você se divertiu. Eu certamente gostei do meu!"
Peço licença para ir ao banheiro.
“Então, eu tenho uma pergunta”, Jess diz a Trent. "Durante todo esse fim de semana você mal me tocou. Você fodeu meu melhor amigo duas vezes. Ele fodeu você uma vez. Ele fodeu minha buceta e minha bunda, e ah, nós fizemos um 69 gostoso no sofá enquanto você estava no trabalho. Ele me fez gozar com mais força do que você nunca e eu engoli sua enorme carga, então aqui está a minha pergunta: você prefere me foder ou ser fodido?
Ele fica perplexo com a pergunta e diz: “Não tenho certeza”.
Saio do banheiro e Jess dá um tapinha no lado vazio da cama, me instruindo a deitar com Trent entre nós.
“Fiz uma oferta para nossa loirinha gostosa que ela está pensando”, diz Jess.
Ela pega uma das mãos dele e coloca no meu pau e a outra na buceta dela. “Escolha”, ela diz.
Ele começa a acariciar lentamente a minha pila enquanto esfrega lentamente a rata dela. Isso continua por alguns minutos até que Jess começa a ficar impaciente. Ela empurra a mão dele e rasteja até mim. "Já que você não consegue decidir, vou ver se consigo empurrá-lo na direção que acho que você quer ir."
Ela pega a cabeça do meu pau na boca e lentamente desce todo o seu comprimento pela garganta. Ela começa a balançar para cima e para baixo até olhar para Trent e dizer: "Vamos, querido, vamos compartilhar."
Ela começa a lamber um lado do meu pau para cima e para baixo e coloca a mão na parte de trás da cabeça dele, empurrando-o em direção ao meu pau. Ele se inclina para frente e começa a lamber o outro lado. Logo, Trent e Jess estão dando uns amassos no meu pau, nós três gemendo.
Jess pega a mão dela e começa a brincar com o plug anal dele, finalmente puxando-o para fora. Ela lambe os dedos para lubrificá-los e desliza dois deles dentro dele.
"Oh merda, não pare, Jess, não pare", ele geme. Então ele me surpreende e engole meu pau inteiro.
Ele balança para cima e para baixo algumas vezes enquanto Jess continua seu ataque anal. Lentamente ela puxa os dedos de seu cu e meu pau escorrega de seus lábios.
"Então, qual é a sua decisão?" ela pergunta. "Você pode me foder agora. Ou minha melhor amiga pode te foder. O que você vai fazer?"
"FODA-SE!" ele grita.
"Me diga o que você quer?" Eu pergunto.
"Eu quero que você faça amor comigo e foda sua carga em mim, eu preciso tanto disso", ele implora.
"Fazer amor com você?" Jess diz surpresa. "Estou descobrindo coisas novas sobre você todos os dias."
"Você realmente quer isso, hein?" Eu digo.
"Sim, por favor, foda-se", ele geme. "De costas para que eu possa ver você e você possa ver uma loira gostosa."
Eu abaixo sua calcinha e o lubrifico. Deslizo meu pau dentro dele, apenas alguns centímetros no início. Seus olhos se arregalam e eu paro, "Não se preocupe, vou devagar, apenas pare um segundo e me ajuste. Não é como se não tivéssemos feito isso antes."
"Sim, mas isso parece totalmente diferente. Você se sente... tão... grande!!!" ele engasga.
Depois de um tempo, ele se acostuma, e começa a empurrar meu pau, tentando entrar mais dentro dele.
"Ah, sim, acho que ele gosta", digo a Jess enquanto ela se senta na cabeceira da cama, observando e brincando com seu clitóris. Seus olhos estão colados em nós, olhando com admiração. Empurro mais até que todo o meu pau esteja dentro dele. Seu pau está balançando contra seu abdômen e ele geme como um louco.
Eu puxo meu pau para fora lentamente quase todo o caminho e, em seguida, empurro de volta muito lentamente. À medida que ele se acostuma a eu transar com ele de costas, começo a aumentar meu ritmo, até que finalmente estou realmente entrando e saindo dele.
"Porra, você tem uma competição real aqui, Jess", eu digo a ela enquanto ela solta um pequeno gemido enquanto ela se toca e continua observando.
"Fuuuuuuuuck, isso é incrívelggg", ele diz enquanto tira o sutiã dos seios falsos. Então eu o vejo olhar para Jess. Ela ainda está olhando com admiração, com os dedos deslizando em sua boceta molhada. Ela estende a outra mão e começa a esfregar os seios dele, estimulando os mamilos.
“Posso dizer que é isso que você quer. Você não quer estar COMIGO, você quer SER eu”, diz ela.
Tudo o que ele pode fazer é gemer em resposta enquanto eu diminuo meus impulsos.
Ela continua: "Você gostaria de ter um par desses de verdade?" enquanto continuava a esfregar os mamilos.
"Oh sim!" ele brada. Não tenho certeza se ele está dizendo sim à pergunta dela ou apenas se divertindo.
Ele agarra a parte de trás da minha cabeça e traz seus lábios aos meus. Ele disse que queria fazer amor. Deslizo minha língua em sua boca e logo estamos nos beijando. Ele envolve as pernas em volta da minha cintura e segura firme. Deslizo para dentro e para fora de sua bunda um pouco mais lenta e sensualmente. Gememos um para o outro enquanto nos beijamos.
“Esta é oficialmente a coisa mais quente que já vi”, diz Jess.
"Eu vou gozar do seu pau, me dê uma surra!" Ele geme. Afasto suas pernas para poder fodê-lo com força máxima. "Não pare!", "Não pare!", ele continua a gritar.
Ele começa a atirar carga após carga após carga em si mesmo. Ele simplesmente continua. Tiros de esperma caem em seu rosto e por todo o peito e abdômen.
"Eu te amo!" Trent ruge, enquanto eu desabafo nele. No fundo, ouço Jess fazendo-se gozar também.
Eu puxo e rolo. Nós três estamos todos respirando pesadamente. Jess olha para mim e diz: "Querida, você se importa de dormir no seu quarto esta noite? Trent e eu temos muito o que conversar."
Epílogo
Esta é uma história de amor entre dois melhores amigos onde um marido atrapalhou. Trent pensou que poderia afirmar sua masculinidade sobre mim e provar seu valor para sua esposa, talvez até me transformar em sua segunda esposa. O que ele não percebeu é que ele tinha esses desejos ocultos bem no fundo. Tive que fazer algumas coisas com as quais não me sentia exatamente confortável para chegar a esse ponto? Sim, mas valeu a pena. Jessica e Trent se divorciaram e eu finalmente me casei com meu melhor amigo. Mudei-me para essa mesma casa. Vemos Trent de vez em quando pela vizinhança. Ele finalmente conseguiu os seios que tanto queria e ouvimos dizer que ele está falando sério com um cara. Talvez ele consiga ter seu próprio marido em breve. Jess e eu estamos felizes por ele, mas o mais importante é que estamos felizes juntos. Ela está esperando nosso primeiro filho em 3 meses
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euqueteamotanto · 6 months
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"há tantas coisas que eu queria dizer, se não fosse essa minha dificuldade de verbalizar o que me é bom. se não fosse esse meu medo de te perder pelos cantos. de não te ver do outro lado da cama. de não escutar teu chamado, que prolonga todas as vogais do meu nome. como alguém que nunca conheceu o estar de alguém, mas o estranha. cada vez menos, mas o estranha. oras sou cachorro velho que foi adotado e se esquiva toda vez que recebe um novo carinho. mas queria cuspir pros céus que é tão fácil te amar que chega a ser ridículo. se não fosse essa minha antecipação besta dos fins, eu te falaria tudo. eu seguro o que é nosso contra meus ossos como se minha vida dependesse disso, sabendo que, quando a hora de deixar ir chegar, eu vou. te dou minha própria solidão. a minha coisa mais útil. a minha coisa mais íntima. e se você um dia decidir envelhecer, me convide. eu me estiro, aposento minha carne e te preparo um chá antes de dormir- você vai esquecer de toma-lo enquanto o espera esfriar e cai no sono deitada no meu peito esquerdo (coisa que nunca deixei ninguém fazer, pois fica perto demais daquele orgão que pulsa). te leio poesia porque quero te dizer coisas, e você escuta porque gosta do jeito que minha voz rouca te alcança. ameaço que por dentro sou uma criança triste, que talvez jamais seja capaz de te dar o que chamamos de paz, que a vida oras me pesa demais e que a euforia se esvai com tamanha rapidez que chega, que te quero como quem acredita no divino das coisas mundanas, mas que a fé é algo que ainda me atormenta. porém nada disso te assusta e algo na tua calma, nos teus dedos longos que acariciam minhas sobrancelhas e me reasseguram, me faz parar de pensar em virar tantas maçanetas. aqui desejo permanecer. aterrissar. cultivar solo. criar raiz. sussurro quando estou prestes a cair na primeira camada de sonho que sinto que acabei de chegar em casa. aqui? você diz. em mim? sim. respondo mais de uma vez: sim, sim, sim. até a voz se esvair. fecho os olhos e ainda consigo ver tudo, até tuas orelhas escondidas pelas mechas desse teu cabelo que nunca é preso, que não para de crescer, e que também vira meu travesseiro. não ousaria sentir saudades suas sem que soubesse que te veria alguma hora mais tarde. apesar de todas as dores que existem, reconhecer na tua risada o valor do júblio ainda em vida é entender que diante de ti fico nua sem me despir. não quero acordar. e hoje admito que não sei de quase mais nada. de mim mesma, tampouco. mas sei que você me aspira um dever desconhecido de ousar ser alguém melhor. e de jamais não deixar de sonhar. chego em casa, deixo os sapatos sujos do lado de fora e - pela primeira vez - o amor me arrebata como um suspiro e não um torcer de panos nas tripas. agora durmo, e sei que não te amo com o estômago. te amo com os meus dois pulmões."
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heroi-dela · 6 months
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Tem tantas coisas que eu queria te dizer… se não fosse essa minha dificuldade de verbalizar o que me faz bem! Se não fosse o meu medo, de te perder pelos os cantos, de não te ver do outro lado da cama, de não escutar o teu chamado, que prolonga todas as vogais do meu nome. Mas eu queria cuspir para o céu, que é tão fácil te amar, que chega a ser ridículo. Se não fosse essa minha antecipação besta dos fins, eu te falaria tudo. Eu seguro contra os meus ossos como se a minha vida dependesse disso, sabendo que quando a hora de deixar ir chegar, eu vou. Eu te dou minha própria solidão, a minha coisa mais útil, a minha coisa mais íntima. E se um dia você decidir envelhecer, me convide. Eu me estiro, aposento minha carne, te preparo um chá antes de dormir - e vc vai esquecer de toma-lo enquanto espera esfriar e cai no sono deitada no meu peito esquerdo, eu leio e falo poesia porque eu quero te dizer coisas, ameaço que por dentro sou uma criança triste, talvez jamais seja capaz de te dar o que chamamos de paz, que a vida oras me pesa demais e que a euforia se esvai, com tamanha rapidez que chega. Que te quero como alguém que acredita no divino das coisas mundanas. Mas que a fé é algo que ainda me atormenta. Porém, nada disso te assusta! E algo na tua calma, me faz parar de pensar em virar tantas maçanetas, aqui eu desejo permanecer. Aterrisar, cultivar, solo, criar raiz! Sussurro quando tô prestes a cair, na minha camada de sonho, e sinto que acabei de chegar em casa.
Aqui? Você diz- em mim?
Sim, eu respondo mais de uma vez: sim, sim, sim. Até a voz se esvai.
Eu fecho os olhos e ainda consigo ver tudo: até suas orelhas escondidas pelas as menchas do teu cabelo que nunca é preso, que não para de crescer e que também vira meu travesseiro. Eu não ousaria sentir saudade sua sem que eu soubesse que te veria alguma hora mais tarde. Apesar de todas as dores existem, reconhecer na tua risada o valor do júbilo ainda em vida, é entender que diante de ti eu fico nu sem nem me despir. Eu não quero acordar. hoje eu admito que eu não sei de quase mais nada, de mim mesmo, tampouco. Mas sei que você me aspira um dever desconhecido de ousar ser alguém melhor e de jamais deixar de sonhar. Eu chego em casa, deixo os sapatos sujos no lado de fora e, pela primeira vez, o amor me arrebata como um suspiro e não torcer de pano nas tripas. Agora eu durmo e sei que eu não te amo com estômago, mas te amo com meus dois pulmões.
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fanfiiction-world · 7 months
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•| ⊱Capítulo 6: O vizinho - Parte 1 (Louis)⊰ |•
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⚠️ Esse imagine é hot, se não gosta nem leia. ⚠️
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Sou do tipo de garota que mal sai de casa, a não ser pra ir a escola e aos cursos. Gosto mesmo é de ficar na internet com minhas amigas, jogar vídeo game, mas já notei que a um mês chegou uma galera na casa ao lado e um dos filhos da vizinha é lindo demais.
Sempre que estou chegando ou saindo de casa, meu vizinho praticamente me seca, mas nunca nos falamos, até que em uma sexta-feira, meus pais avisam que vão viajar e ficarão 5 dias fora e como eu já tenho 18 anos e eles confiam demais em mim, você aceita na boa.
Eu estava chegando do curso de enfermagem quando me surpreendo com o vizinho sentado na calçada em frente a minha casa e assim que ele me vê, dá um sorriso que me deixa área.
_ Oi. – Ele diz todo simpático.
_ Oi. - Respondo um pouco sem graça.
_ Notei que você não é muito de ficar na rua, não é?
_ Não tenho amigos por aqui, e minhas amigas estão todas na net, é por isso que não saio.
_ Desculpe... – Ele diz se levantando e ficando na sua frente. – Nem me apresentei... Sou Louis Tomlinson.
_ Prazer... (seu nome). – Digo pegando em sua mão. – Mas pode me chamar de (seu apelido).
_ Ouvi sua mãe falando pra minha que iam viajar... Você vai ficar sozinha aqui nessa casa enorme?
_ Sim, eles foram viajar, mas estou acostumada com isso.
_ Sua mãe pediu pra minha ficar de olho e caso você precise de alguma coisa...
_ Valeu... Você não quer entrar e me fazer companhia?
_ Quero. – Ele diz com um largo sorriso.
Logo entramos, deixei minhas coisas em cima da mesa e logo fui mostrar a casa pra ele. Resolvemos ver um filme, então o deixei na sala escolhendo o que iriamos assistir e fui pro quarto deixar minhas coisas, tomar um banho e optando usar algo mais leve. Coloquei um vestido, pois estava calor, mas nada vulgar. Assim que termino de me arrumar, amarro meu cabelo e desço vendo-o sentado na sala e assim que entro em seu campo de visão ele começa a me secar, então vou direto pra cozinha preparar algo pra comermos e não demorou nada para que ele viesse pra cozinha também.
_ Vai querer o que pra comer? – Pergunto abrindo o armário e pra minha surpresa ele cola o corpo dele ao meu, me abraçando pela cintura e sussurra em seu ouvido.
_ Você. – Ele diz dando uma leve mordida na minha orelha o que me fez arrepiar toda.
_ L-Louis... –Digo com a voz falhada. – O-O que...?
_ Relaxa... Eu sei que você quer tanto quanto eu. –Ele disse beijando toda a extensão de seu pescoço.
Como que esse garoto consegue ter todo esse poder sobre mim? Eu nunca disse a alguém o que pensava sobre ele, apesar das secadas eu jamais pensei que ele me quisesse.
Logo Louis me vira de frente para ele e me coloca sentada na bancada, ele me olha intensamente e beija minha boca com voracidade me fazendo perder o folego. Sem perder tempo ele desliza a alça do meu vestido e começa a beijar e a morder levemente meu ombro, até que o vestido cai pela minha cintura deixando meus seios a mostra o fazendo dar um sorriso malicioso.
Não precisávamos dizer nada, apenas com o olhar nós conseguíamos nos entender. Louis não perdeu tempo e caiu de boca em um de meus seios, arrancando um gemido de minha garganta, enquanto que a outra mão ele massageava e brincava, me fazendo arrepiar.
Não aguentando mais a espera, Louis me pega no colo e me leva pro sofá, mas antes de me colocar deitada ele termina de tirar meu vestido, jogando-o longe. Ele me olha, como se quisesse gravar em sua memoria cada detalhe meu, seus olhos estavam escuros, brilhavam de uma forma que eu nunca vi antes, eles transbordavam desejos.
『Próximo』
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kaytanhq · 9 months
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ola~ tempos quantas mods aqui? se apresentem pros players, quero conhecer vocês um pouco ❣️
oi anon, nós somos três mods! vamos nos apresentar pra vocês aqui, chega mais.
eu sou a shell, meus pronomes são ela/dela e provavelmente vou ser a mod que vocês mais vão ver por aqui no tumblr. meio faz tudo, cuido de várias coisas então meu trabalho é o que tiver. a ideia da cmm partiu de mim e eu chamei os dois bonitões pra me ajudar enquanto escrevia os plots e afins, não cuido tanto da parte da dm do twitter então não devem me ver muito por lá. de modo geral sou a famosa pau pra toda obra e vocês podem contar comigo pra qualquer coisa.
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oi gente, eu sou o mod star (ele/dele) e provavelmente vou ser o mod que vocês menos vão ver por aí! (a shell me chama de estagiário 😔). geralmente eu ajudo com a parte escrita e de pesquisa (modelos políticos, economia, etc.); provavelmente eu vou ser a pessoa que vocês mais vão ver pela dm (se a workaholic deixar!), mas vou tentar aparecer pelo tumblr pra responder ask também! já é e espero que continue sendo um prazer interagir com todos vocês.
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opa! eu sou o sun (ele/dele) e eu cuido da parte visual tanto do Tumblr quanto do twitter! eu sou o mais sumido e realmente só respondo as coisas que são mais relacionadas aos graphics no geral! mas sempre vou estar por trás das câmeras observando 👁️ mas posso aparecer uma vez ou outra pra vocês não ficarem com saudade ☝️
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btrrdys · 1 year
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uma noite qualquer // 01/08/2023
zero hora. cai o pano da madrugada. e enquanto a cidade inteira dorme, eu continuo aqui.
acordado, com os olhos arregalados. me retorcendo, como um bicho, na tentativa de achar uma posição minimamente agradável. eu não consigo.
eu não consigo nada.
feitiços de uma bruxa me pegam pelo pescoço e uma sombra escura se impõe no canto da parede. ela tem olhos. olhos vidrados nos meus, que estão arregalados (agora não por insônia, mas sim por puro pavor). o demônio da noite agora mostra seus dentes, abrindo um sorriso torto.
um prato quebra na cozinha.
a sombra agora está no teto, babando sobre a minha face. eu estou acuado. sem saída, ela vai me pegar. me servir de jantar, fazer algo horrível. eu não sei. eu estou com muito medo. ela não tem forma, não tem ponta, nem arestas, ela é indecifrável. ela sussurra algumas coisas no meu ouvido mas eu não permiti. ela é inevitável.
ponho os pés no chão e levanto da cama.
o demônio me diz "não" e eu desobedeci.
dou passos lentos, tateando o solo com os dedos. está muito escuro, eu quero um abraço de minha mãe, ouvir a voz dela dizendo que vai ficar tudo bem. minhas mãos tentam preencher o espaço vazio na minha frente.
no final do corredor, eu consigo ver os cacos de vidro. eles refratam a luz da lua como um prisma. um silêncio sepulcral paira no ar e a lâmpada do corredor, finalmente acende. é como se fosse o sinal verde de um semáforo.
caminho de pouco a pouco, medindo cada centímetro deste chão com a sola dos meus chinelos. em linha reta, vejo o meu destino, ali, num prato quebrado. a sombra, como uma poeira, se materializa na minha frente.
ela não me diz nada. ela só me olha. fixamente, como um corvo. tento ignorá-la e fingir que ela é apenas uma miragem, um sonho, sei lá. vou até a área de serviço e cato uma vassoura e uma pá. recolhendo os pedaços de vidro, tomando cuidado para não pisar em nenhum. a sombra me mira com desdém e lança sua primeira frase.
"você não quer saber como eu quebrei este prato?" - ela soa como eu.
"foi o vento" - respondo como se não estivesse morrendo por dentro.
ao descartar o vidro, a sombra evapora no ar e desaparece. a cozinha se enche de solidão e lá está eu, confuso e perturbado por vozes estranhas. um sussuro quebra a paz momentânea.
"porque você não me teme mais?"
a luz do corredor se apaga. é como se fosse um sinal vermelho. numa passada agora mais acelerada, volto ao meu quarto e me espremo nos cobertores. olho o relógio e já são mais de cinco da manhã e já não entendo mais nada. eu nunca entendi nada. eu não consigo nada.
mas pelo menos, consegui deixar o meu chão limpo.
no dia seguinte, desta vez descalço, tento viver normalmente e mentalizar que a noite anterior foi fruto de um pesadelo qualquer.
fazendo meu almoço habitual, piso num grão de vidro e meu pé sangra. um arrepio me pega pela nuca. meus ossos gelam, a boca seca.
e enquanto faço um curativo, com os olhos entreabertos, fito a minha pia e quase mudo de cor. o mesmo prato de ontem, mais vivo que eu, estacionado no meu escorredor.
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rosemiia · 1 year
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oi,boa noite,a quanto tempo,não?
aconteceu mt coisa quando eu estava fora daqui,algumas ruins e outras muito ruins,será q vai parar de doer?não, não, não, não eu n posso voltar a pensar sobre isso,mas e se?não,deixa pra lá.
ultimamente meu peito anda vazio,oco,e melancólico,e é agora q você me pergunta " por esta se sentindo assim ?" ,e agora eu respondo com uma risada falsa"mas eu tô bem,ué,não tô te entendendo", sim,eu responderia isso,acho q na verdade tenho medo da ajuda,medo do q isso possa me levar depois ou agora mesmo,as vezes tenho dificuldade de respirar,meus pensamentos correm pelo meu corpo quererendo fugir de alguma forma,as vezes preciso me agarrar pra q eles se aquietem,será que uma pessoa normal se pergunta oq a de errado com ela?
enfim,enfim,enfim essa palavra é engraçada,normalmente é dita para ir logo ao final da conversa,oq poucos falam é q ela é ótima para deixar a dúvida,mesmo sem um ponto de exclamação,a palavra em si é um questionamento "enfim",será q a conversa estava entediante?será q eu fui inconveniente?ou será q eu penso demais sobre uma simples palavra?
eu tenho tanta dúvida sobre tudo e todos,sempre que venho aqui para desabafar acabo fazendo 1milhao de perguntas o q n tem nada de errado,exceto pelo fato de eu não ter nenhuma resposta.
enfim,por enquanto vou encerrar esse poste por aqui,até o meu próximo colapso existencial.
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kenyoeraisa · 2 years
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Continuando...
Falta apenas falar de nosso pequeno diamante, como todos nós nos referimos a nossa loira, e que loira.... desde que a vi lá caldas novas já me apaixonei por ela, na hora eu pensei, essa é para casar viu 😂 Eu toda inocente, Jurava que iria roubar ela do Kenyo e da Raisa e iríamos nós duas namorar, mas o destino é engraçado viu, quando eu a conheci e quis saber dela o porque ela estava no meio de um casal e ela sendo a terceira, ela com atitudes de carinho, de confiança sendo o equilíbrio certo, vi o tanto que eles gostavam dela, vi o tanto que a opinião dela importava para eles, o amor que eles sentem por ela, a reciprocidade, a união estabelecida, não tem conflitos, não tem brigas, não tem discussão, onde um tá o outro também e fazem questão de estar todos juntos, quando não se sentem bem, em um lugar se retiram do mesmo e vão embora, entre 4 paredes percebi, que a conexão entre os 3 eram perfeitas, um querendo agradar mais do que o outro, depois disso tudo ao invés de querer roubar você para mim, fiquei encantada e resolvi ficar, só agora eu entendo o porque gostamos tanto do Kenyo e da Raisa, e o porque eu gosto tando de você nosso pequeno diamante, você é mais nova que eu, mas tem o coração tão brilhante, você ofusca o lugar que passa como um diamante, você é linda por dentro e por fora, pelada então MEU DEUS 😂 entre 4 então, não sei quem ganha até hoje se é você ou a Raisa, pois tudo o que ela faz você também faz, eu tenho que ver Xvideos 😂 para aprender, pois perto de vocês duas estou literalmente engatinhando, eu nem sei como vocês duas fazem certas coisas humanamente impossível 😂😂😂 mas sou uma boa aluna e estamos aprendendo 😂 mas eu aposto que você já está craque assim desse jeito, pois você já está com eles a 1 ano e 5 meses se não me engano, por isso faz cada coisa que fico até com inveja 😂. Nosso pequeno Diamante, gosto de você por ser essa pessoa maravilhosa, você é determinada, trabalha, estuda, e vejo que seu coração é lindo, sem contar que é muito doida, principalmente em cima de uma moto, 😂 só perde para o Kenyo que aquele ali nem eu tenho coragem de acompanhar, ai deixo essa loucura para vocês 3 😂 mas obrigada por sempre estar comigo, dando conselho, me ajudando em tudo o que preciso, vocês realmente é nosso centro de equilíbrio, só agora entendo o porque eles chamaram você para namorar, pelo seu enquanto, pelo seu sorriso, por você ser fora do comum, você não tem rótulos, você não tem frescura, todo mundo gosta de você, você sempre é pro ativa, ajuda em tudo, quando dorme os 4 juntos, você é a primeira a acorda e trás café na cama para nós, quando a Raisa tá trabalhando e chega tarde, você sempre está na casa do Kenyo, fazendo companhia a ele, e quando chego, você sempre me da um beijão e pergunta como foi meu dia, sem contar que você é especialista em comidas doces, bolo, torta, pudim etc... a sorte que fazemos academia, se não estaria os 4 imensos, pois você é prendada na cozinha, tá vendo o tanto que é complicado falar de você, você é encantadora de todas as formas, e vai ser uma madrinha de casamento muito linda, afinal vai estar ao ladinho do seu casal, onde tudo começou, plena e feliz, muita gente me pergunta se sou feliz assim namorando 3 pessoas, e sempre respondo, não queria estar com mais ninguém nessa vida, vocês 3 me completam de todas as formas, jeitos possíveis, e ter conhecido um trisal para mim, está sendo a melhor experiência da minha vida, faria tudo de novo, ao lado de vocês posso ser realmente quem eu sou, cada um de vocês me completa, acrescenta e vem a somar em tudo na minha vida, deixa o povo falar lá fora o que quiserem de nós, mas daquele portão para dentro, somos felizes em nosso grande mundo, onde aqui sabemos quem realmente somos e estamos felizes sendo assim. Só agradecer a vocês 3 meus amores, desculpe ficou muito grande esse texto, deve ser porque eu converso muito né 😂 mas não podia deixar de registrar também e contar 1% de tudo o que penso sobre vocês 3.
Beijos de sua eterna chaverinha, como vocês mesmo me chama.
Ps: o Kenyo ainda não chegou aqui, estou sozinha nessa casa enorme, vou matar ele 😏
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