Tumgik
#cabelos acinzentados
imninahchan · 4 months
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𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖ 𐙚 ⌜ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: mads mikkelsen, contagem de palavras (1,6k), diferença de idade legal, cigarro, sexo casual, shower sex(?), dirty talk, degradação, corruption kink, masturbação fem + fingering, choking, daddy kink (1 vez só!) ⁞ ♡ ̆̈
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ @cheolcam esse é pra vc diva ─ Ꮺ !
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.⸙ A PRIMEIRA COISA QUE ELE FAZ ao sair do banho é acender um cigarro. O ruído sutil do isqueiro é suficiente pra te fazer abrir os olhos, encarar a figura do mais velho pelo quarto. Ele se arruma, afivela o cinto da calça, busca pela camisa que estava usando antes de chegar aqui contigo e a veste. As mãos correm pelos cabelos acinzentados, ajeitando os fios úmidos, ao se virar na direção da cama. O pito entre os lábios finos, um pequeno sorriso se estica ao te observar entrelaçada com o lençol. Nua, de bruços.
“Vamo'”, ele murmura, “te dou uma carona.”
Você aperta os olhos, o corpo encolhe sobre o colchão, fazendo manha, mais e mais abraçada pelo lençol. A garganta arranha, feito uma gatinha. É verdade que a sua vontade é ficar aqui nessa casa, com a vista pacata da metrópole europeia, fingindo que não tem mais nenhuma obrigação senão estar com o corpo aquecido pelo dele agora que as temperaturas estão abaixando conforme a nova estação chega. Mas não pode, infelizmente. E, às vezes, 𝑴𝒂𝒅𝒔 faz questão de te lembrar que não pode.
Caminha pra beirada da cama, esticando a mão para ti. “Quer um banho também?”, te pergunta, com bom humor. Traga, enchendo os pulmões, e ergue o queixo para soltar a fumaça para cima. “Deveria”, aponta, “não pode voltar com o meu perfume.”
O seu suspiro é longo, claramente demonstra bem que não está nada a fim de retornar para a realidade. No entanto, aceita o convite, se apoia na mão dele para levantar o corpo. “Para de usar perfume quando for me comer, então.” A sua resposta faz parecer tudo muito simples, e ele ri, soprado, claro.
Vai com ele caminhando pelo cômodo, passos curtinhos e braços jogados sobre os ombros do homem. Não faz o mínimo de esforço para externar uma feição convidativa; está com as pálpebras caídas, os lábios torcidos. Ele encosta a porta do banheiro, te encara parada de pé com essa expressão carrancuda, ia até falar algo, jogar uma piadinha, mas prefere te guiar até o box, rindo de cada resmungo que você solta.
Gira o registro, checa a temperatura da água corrente, pode ir, avisa. “Não ia me dar banho?”, é só quando faz o questionamento que a cara melhora. A sobrancelha levanta, a face se ilumina com um sorrisinho de lado, sugestiva para além das palavras já explícitas demais para o contexto. 𝑴𝒂𝒅𝒔 descansa o cotovelo na linha de vidro do box aberto, coça o caminho entre o sobrolho, pensativo, sorrindo também, antes de te responder “acho que já está bem grandinha pra tomar banho sozinha, não?”
Você abaixa a cabeça, revirando os olhos de levinho. Se aproximando do chuveiro, para umedecer os pezinhos descalços no acúmulo que se forma até escorrer para o ralo. Está de costas para ele, embora sinta o peso do olhar sobre a sua figura. Daí, escuta o barulho do box sendo arrastado, fechado, e não pode deixá-lo ir. Mads, chama. Ele torna a atenção a ti, antes que possa pegar na maçaneta. Te vê, as gotinhas de água escorrendo pela barriga, pelas coxas até os pés — esses que andam em direção ao vidro, cada vez mais pertinho, até as suas mãos espalmarem na superfície que aos poucos nubla por causa do vapor. Até a pontinha do seu nariz resvalar ali, até os seus lábios se unirem num biquinho, os olhos se fecharem, viajando ao encontro do vidro. Beijar. Suave. Delicada. Mas tão, tão impura.
Ele adora a visão, sim. No fundo, porém, sente que, depois de tanto te sujar de porra noite após noite, parece que concebeu a garota mais mundana, completamente sem deixar os vestígios do anjinho que você costumava ser. E não é como se se arrependesse. É... excitante.
“Me fode mais”, você sussurra, ao que ele avisa não podemos demorar, e você insiste “só um pouquinho...”
𝑴𝒂𝒅𝒔 retorna, cara a cara contigo, apenas a dureza do vidro os separando. “Tá molhada”, diz, “vai me molhar todo.” Só que você tem as respostas na ponta da língua, simplória uma vez mais, não precisa tirar nada, conta, põe os dedos em mim. O homem arrasta a porta do box, rapidinho joga de qualquer jeito o cigarro na pia do banheiro para apoiar o ombro na parede e manter o foco somente em ti. “meus dedos?”, repete, te vendo fazer que sim, desejosa esperançosa de prolongar a estadia sempre breve ao lado do dinamarquês, “vai ser suficiente pra você?”
Você segura na gola da camisa, os olhinhos descendo por entre a abertura dos primeiros botões desfeitos, a visão dos pelos fininhos no peitoral masculino. Vai ser, sopra. Sente os dedos dele tocam na sua coxa, envolvendo a pele, apertando, porque precisam reter firme e erguer a sua perna o suficiente para que a outra mão comece descendo da altura do seu ventre até cair pelo monte de vênus. “Tem certeza?”, ele quer confirmar, sacana, “só vou te tocar uma vez.”
“Tudo bem.”
“É?”, os dedos mergulham na umidade entre as suas pernas. Ainda está meladinha de ontem à noite. Não se deu ao trabalho de se limpar quando terminaram, já estava tão cansada, os músculos pulsando, que pegou no sono de imediato, sem nem saber ao certo se ele adormeceu contigo na mesma hora ou não. Aí, o oceano de melzinho e porra junto facilita o carinho, não vai precisar te molhar primeiro, pode ir direto onde importa, onde quer te preencher. O indicador acha o caminho sem erro, deslizando até esconder-se pra dentro.
Você une o sobrolho, adorável, “um só?”
Ele se inclina mais pra perto, roça o nariz fino na sua bochecha, sorrindo, o dedinho único entrando e saindo de ti, “calma, vou te dar mais”, te olha de novo.
“Mas não foi você que disse que a gente tá com pressa?”
“Eu sei”, soa paciente, elegante, “mas não vou socar tudo nessa buceta e foder com força pra você gozar rápido.”
“Não?”, você aparenta desapontada.
“Não”, e ele explica, “você tem que estar sentada, bonitinha, no meu carro até eu te levar pra casa. Não posso te entregar parecendo que era eu que 'tava te comendo.”
Ah, é, a sua vozinha ecoa boba, cínica, completando o que estamos fazendo é proibido. 𝑴𝒂𝒅𝒔 estica mais o sorriso de canto, soma o dedo médio no seu interior quentinho. “é por isso que a gente continua? Hm?”, instiga. Está de olho na boca alheia, nos fios espetados da barba grisalha por fazer, “porque proibido é mais gostoso.”
Ele pende a cabeça pro lado, “tecnicamente, não é proibido.”
“Você é velho demais pra mim.”
“Pois para de dar pra mim.”
Você sente os dedos dele recuando de novo, dessa vez, porém, para sair de vez, te abandonar e ainda quentinhos, abafados pelo seu fervor, subir pelo seu sexo em busca do pontinho. “Não, você me fode tão bem, ah...”, a fala é interrompida pelo gemido manhosinho, o ar expulso dos pulmões ao vergar para frente, segurando na nuca alheia e escondendo o rosto no pescoço dele.
Recebe um carinho fatal, de fazer as suas pernas estremecerem, de pensar que não vai se aguentar de pé caso o estímulo continue, “vai foder comigo até quando, então?”, a voz do mais velho recheia o seu ouvido, rouca, profunda, “até achar um moleque pra casar contigo?”
Você cerra os olhos, sorrindo, gosta da brincadeira com as palavras, “é o plano”, diz, “Vai me dedar na minha lua de mel também?”. 𝑴𝒂𝒅𝒔 esfrega o cantinho do rosto no teu, terno, reprimido de certa forma, porque o tesão se acumula e a vontade era estar com o pau sufocado pela sua buceta até te deixar com a porra dele escorrendo entre as coxas. Por que você é tão cachorra assim?, a frase é sussurrada contra a sua pele.
Tem que encará-lo de novo, estar olhando nos olhos dele, ardentes, pra respondê-lo você que me fez assim. “É tudo culpa sua”, você deixa bem claro, “se eu me comporta como uma puta, é porque você me acostumou como uma”, toca com o indicador no queixo dele, a sua pele raspando na barba áspera, “é porque me deu tanta pica que agora eu não consigo mais deixar de te pedir pra meter de novo”, sorri, “então, toda vez que eu quiser, você tem que me comer, papai.”
Não sabe se é a excitação ou o repúdio ao termo que faz 𝑴𝒂𝒅𝒔 pegar na sua garganta e chocar as suas costas contra a parede do box, sério, bruto. Você mantém a perna erguida, por mais que os músculos latejam, doam, apoiando o joelho no cós da calça dele. O círculos demorados ao redor do seu clitóris dão lugar ao penetrar frenético dos dedos, e você pode jurar, não é apenas dois mais. Machuca gostoso, te faz prender, soltar, mais apertadinha, o ar faltando nos pulmões.
Os lábios se entreabrem, como se gritasse em silêncio, de cenho franzido, sendo dominada pelo olhar arrepiante. Porra, ama quando ele te fode assim... Melhor, ama quando ele te fode. Mesmo que saiba que nunca vão ter um relacionamento de verdade, que jamais terão uma fotinha juntas pra provar que já se conheceram. Mesmo que saiba que tudo isso começou por diversão, que quando beija a boca dele precisa se lembrar de que não pode se apegar ao gosto do beijo. Que ele vai te deixar em casa, parar o carro na rua de baixo do seu apartamento longe do centro de Copenhague, e quando a sua colega te perguntar se passou a noite com aquele cara bonitinho, você vai dizer que sim, porque não pode admitir em voz alta que está fodendo o pai dela.
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louismyfather · 2 months
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Trash Magic
"Era isso que Louis queria. Ele gostaria de morrer e renascer como algo novo. Ao lado do único ser em sua vida no qual valia a pena almejar longevidade.Ele implorou para que o vampiro o transformasse, e Harry não viu motivos para negar tal pedido tentador."
Tags: Larry Vampiros, Larry tradicional, Harry bottom, Louis tops, transando com outros homens fora o Louis (9k de palavras)
Tw: leve gore com sangue e mutilação
Os dedos de Louis criam ritmo pela insistência das batidas contra a madeira lisa da cadeira. Seu braço direito repousa contra o braço do assento, enquanto o esquerdo se dobra de modo que o cotovelo toque a madeira permitindo que a mão sirva de apoio para que seu queixo se firme imóvel ao contrário de suas pupilas se movem de um lado para outro acompanhando os movimentos sincronizados a sua frente.
Demônio.
É a palavra que Louis atribuí a Harry em certo momento de sua vida, ou da ausência dela, onde percebe que aquele que mantinha o costume de endeusar não é quem imaginava ser, é a palavra que Louis atribuí a ele ali, observando sua pele alva brilhar sob a luz artificial, e apenas nela, a luz natural do sol transformaria aquela delicada e pálida seda em cinzas, mas sob a luz de um lustre de cristais ela é deslumbrante. 
Harry é deslumbrante, ele sempre foi, e é onde seu triunfo começa, pois ele tem total consciência sobre isso, sobre o seu poder e, obviamente, o usa ao seu favor. Ele sorri como um demônio porque sabe que isso não afasta os seres mortais, apenas os atrai ainda mais para o seu domínio. 
Louis tem pena daquele pobre homem sobre o corpo sutilmente curvilíneo, no auge de seus vinte e sete anos, ele se sente o máximo, ter um homem como Harry sob si, obedecendo aos seus comandos, arfando à suas invertidas, o faz sentir como se pudesse conquistar o mundo inteiro. Louis sabe de tudo isso porque é o que consegue ler em sua mente. 
Harry geme tão alto e manhoso que se Louis não escutasse há anos aquele tipo de som, poderia acreditar que ele está no ápice de seu prazer como nunca antes chegou perto de alcançar.
Entretanto, é tudo parte do seu jogo, sua intenção é sempre hipnotizar aquele que o toma, anestesia-lo para chegar ao momento que anseia, e se Louis não estiver enganado, já não demorará tanto.
⸺ Tem certeza que o seu namorado prefere ficar só olhando? ⸺ O homem de cabelos e olhos castanhos ofega no ouvido de Harry ao lembrar da presença de Louis na suíte de paredes brancas e móveis de madeira, mais especificamente ao olhar para o lado esquerdo e ver o homem bem vestido em um terno preto observando-os. Deus, o achava tão quente quanto o homem embaixo de seu corpo. 
⸺ Não imagina o quanto ele adora observar ⸺ Harry responde para ele, mas não com seus olhos nele, as írises verdes mescladas em um azul acinzentado estão ocupadas encarando Louis, e ainda assim tem disposição o suficiente para segurar o homem pelos ombros virando-o na cama grande, trocando suas posições. 
Agora Harry está por cima e toda a sanidade do homem por baixo vai para o espaço, ele fecha os olhos e firma suas unhas nas coxas torneadas, sentindo Harry pular em seu colo como se sua existência dependesse daquilo, os músculos de suas coxas se contraem e todo seu corpo desnudo sua. 
No segundo de mais êxtase, entre um inspirar e expirar, as presas afiadas cravam na veia mais saltada do pescoço desprotegido do homem que agora se debate contra o peito alheio, ele tenta afastar inutilmente Harry de seu corpo, mas a cada segundo suas forças diminuem até o instante que sequer consegue se mover. Ele parece aceitar em certo momento que aquele é seu destino, de seus olhos correm lágrimas de dor por sentir sua pele rasgar do início do pescoço a clavícula enquanto o demônio ainda em cima de seu corpo admira suas expressões e seu sangue escorrendo sem qualquer intenção de suga-lo de uma vez para acabar com sua dor, só ali Louis levanta de onde está e se junta ao seu amante na cama. 
Harry deita ao lado do corpo mutilado após lamber algumas faixas de sangue espalhadas pelo peito de sua vítima e deixa que Louis desfrute de seu banquete sem precisar fazer muito esforço.
O vampiro suga o sangue enquanto ele ainda está quente, pois antes que o coração pare, ele precisa se afastar do corpo sem utilidade. Assim que isso acontece, ele se deita ao lado de Harry, que continua nu, mas sua pele antes pálida está pintada de vermelho desde sua boca à metade de seu abdômen, os cachos castanhos espalhados sobre o travesseiro manchado combinam com a tonalidade das sobrancelhas franzidas ao reclamar sobre sua situação.
⸺ Que sacrifício eu não faço para desfrutar de um bom banquete ao lado de meu amado companheiro ⸺ Harry murmura, esticando-se sobre os lençóis sem qualquer intenção de levantar dali.
⸺ Não finja que não gosta de aumentar seu ego ao ser tomado com tanta devoção por cada um deles. ⸺ Louis responde, e Harry sorri com seu sorriso de demônio, suas feições angelicais contrastam com a cena perturbadora ao ser vista com distância, mais tarde eles se livrarão daquele corpo, como fazem com todos os outros há mais de um século, mas por enquanto Louis fita as pupilas dilatadas de Harry sob a luz clara do lustre e isso faz sua pele arrepiar, sua pele gelada e sem vida se arrepia com memórias da primeira vez que viu aqueles olhos sob um lustre de cristais como aquele, bem menos eficiente em dar atenção todos os detalhes do rosto esculpido, mas iluminado o suficiente para destacá-lo na multidão em uma época bem diferente daquela.
Louis era o filho homem mais novo dentre os seis filhos da prestigiada família Tomlinson, seu pai era um burguês que recebia tratamento de nobreza pela sua influência e seus contatos dentro da corte inglesa. A virada do século XIX para o século XX se aproximava, as festas eram comuns e na da vez se festejava a apresentação à sociedade da única filha mulher da família, um lindo baile havia sido planejado para a comemoração dos quinze anos da garota que provavelmente se casaria antes de seu irmão Louis por mais que ele fosse oito anos mais velho. Louis não compactuava com os costumes e leis da sociedade que vivia, mas também não questionava tanto sobre. 
A aquela altura todos os seus outros irmãos já haviam se casado, por mais que dois deles ainda vivessem ali com suas esposas e frequentemente realizassem piadas sobre sua falta de pretendentes, Louis não se importava com nada disso, ele preferia viver na perspectiva dos livros que lia e dos cadernos que desenhava. 
A noite do baile foi tomada por todos como um evento, mulheres e donzelas chegavam o tempo inteiro com seus cabelos à moda da época, jóias preciosas brilhando em seus pescoços, pulsos e orelhas, e o que falar dos vestidos, um mais chamativo que o outro com detalhes por toda a estrutura. Louis sentia vontade de buscar seu caderno de desenhos em seu quarto e traçar os detalhes em bordado e brilhantes em uma folha branca, mas aparentemente, ao invés disso, precisava tirar uma das moças que trajavam as saias bordadas para dançar.
Ele não sentia vontade alguma de realizar aquela ação, porém escutou por tanto tempo tantas bocas diferentes o ordenando a fazer aquilo que decidiu acatar a ordem. Ele tentou por um momento, parou em um canto estratégico do salão e passou a observar os trajes e os rostos das pessoas dançando ou timidamente tentando se manter naturais ao estarem paradas na multidão. Admirou os traços puros nos rostos delicados, mas um rosto que expressava o contrário do que deveria buscar foi o que prendeu toda a sua atenção.
Dentre os corpos rodopiando e deslizando no salão ao som da música lenta que alcançava todo o ambiente, Louis observou um corpo parado no meio de todos eles, a mão pálida segurava uma taça de vinho, o ponto inicial de foco para o garoto subir seus olhos pelo braço coberto pelo terno azul marinho de botões abertos expondo a camisa branca por baixo da peça. Muitos homens se vestiam de azul e branco aquela noite, mas esse era diferente, o terno azul possuía bordados dourados, a cor brilhava tanto como se a linha que o bordou tivesse sido banhada em ouro, a camisa também se destacava com seus babados por toda a região da gola ao peito.
Era claro que não havia sido os trajes daquele homem de aparência jovem que chamaram a total atenção de Louis de maneira que ele parecia hipnotizado, estático em seu lugar olhando para sua direção, as ondas esvoaçantes no cabelo alheio o fazia imaginar como poderia passar horas gravando o detalhe de cada fio castanho, e como enquanto descansava de sua observação fixa, admiraria seus olhos tentando desvendar a cor deles, pois eles pareciam estranhamente um dia terem sido de um verde intenso, mas que foi tomado por um azul quase acinzentado, se aquilo fizesse o mínimo esforço para ter sentido.
Louis não se importava com o que as pessoas achariam, seus pés quase andaram sozinhos em direção ao rapaz misterioso, mas por precaução virou o rosto rapidamente para ver se alguns de seus irmãos ou seu pai o olhava, ao ver que ninguém prestava atenção em sua figura, voltou-se outra vez ao rapaz que não já não estava mais no mesmo local.
Seus olhos correram eufóricos por todo o salão, caçando sem sucesso aquele que o impressionou, queria torturar a si mesmo por tê-lo perdido de vista. 
Por um segundo de sorte em que conferiu os corredores que levavam para fora, o encontrou entrando no corredor que levava em direção ao jardim. Dessa vez não o perderia tão fácil de novo.
⸺ Quem é você? ⸺ Louis soltou a pergunta em um tom de voz mais agudo que o necessário no instante que seu pé direito tocou a grama do jardim, o rapaz de seu interesse estava a mais de dois metros de distância e continuava a andar rápido até escutar a pergunta deferida para si, na ausência de outra pessoa no jardim extenso e mal iluminado, seu corpo parou e após um pequeno inspirar se virou de frente aquele que o abordou. 
⸺ Não é educado deferir perguntas sem um cumprimento antes. 
Louis sentiu seu rosto corar instantaneamente, não sabia dizer se foi pela devolutiva rápida e esperta de sua pergunta, pela voz rouca e aveludada que a pronunciou, ou pelo sorriso quase angelical estampado no rosto ainda mais bonito visto de perto.
⸺ Me d-desculpe ⸺ Louis se recompôs e refez sua fala. ⸺ Boa noite, eu sou Louis Tomlinson... e você, quem é?
O sorriso, que Louis então teve completa certeza de ser digno apenas de um anjo pelos lábios rosados tão bem desenhados e com direito a uma covinha de cada lado da bochecha, se iluminou no rosto gracioso e enfim obteve sua resposta. 
⸺ Pode me chamar pelo meu primeiro nome Harry, mas meu sobrenome é Styles. 
⸺ Acho que não conheço a família Styles.
O sorriso se tornou mais contido no rosto do rapaz misterioso que Louis descobriu se chamar Harry, suas mãos se cruzaram atrás do corpo, destacando os ombros largos e o formato perfeito de seu peitoral, que Louis tentou não encarar por muito tempo, mas Harry voltou a sorrir abertamente somente por perceber que ele o fez. 
⸺ Um integrante da família Styles não pisa os pés sobre o solo dessa cidade há um bom tempo, Louis Tomlinson. 
⸺ Por favor, me chame apenas de Louis ⸺ mal viu quando seus pés fizeram os passos que o separavam de Harry, seu rosto voltou a corar ao ver a proximidade que deixou seus corpos e voltou a se afastar fingindo uma tosse e continuando o assunto. ⸺ São de outra cidade, então? Está por aqui de passagem?
⸺ É, digamos que não sou da cidade, Louis, mas moro aqui há bastante tempo. ⸺ Explicou refazendo os passos que Louis deu para trás, passeou seus olhos claros por todo o seu rosto corado, tão averso ao seu pálido, e passou ao seu lado, encostando seus ombros ao trocar as posições que estavam de início. 
⸺ Deve ter saído de casa muito cedo, então, se já mora aqui há um bom tempo e ainda parece ser tão jovem. 
Harry admirava a forma espontânea que Louis formulava suas frases, mas não poderia deixar passar sua última fala sem ressaltá-la.
⸺ Jovem? ⸺ Questionou com um sorriso. ⸺ Quantos anos acha que tenho?
⸺ Vinte ou vinte e um anos, pode ter a minha idade, eu tenho vinte e três. ⸺ Louis sorriu cortez.
⸺ Chegou bem perto ⸺ Harry apontou, após crispar os lábios e se demorar a responder.
Louis estava encantado, sua admiração quase não dava espaço para perceber o quão nervoso estava na presença do outro homem, nunca sentiu suas mãos suarem nem suas bochechas esquentarem ao estar próximo de ninguém, perto de Harry essas reações vergonhosas se manifestavam em demasia, mas Louis não desejava que ele fosse embora tão cedo. 
Como se lesse seus pensamentos, Harry não foi a lugar algum por um bom tempo, também não trocaram muitas informações, ao fim daquele momento, Harry perguntou se Louis poderia concedê-lo um "passeio turístico" pelo grande jardim que rodeava a propriedade e ele obviamente não tinha razão para negar. 
Seguiram lado a lado, com seus braços tocando-se vez ou outra, porventura ou propositalmente. Algo dentro de Louis esquentava quando isso acontecia e seu coração acelerava por um instante. 
Quis acreditar que existia a possibilidade de Harry sentir algo parecido quando ao final do passeio ele o questionou quase sem jeito se poderia voltar na outra noite para visitá-lo por ter apreciado sua companhia. Louis não possuía motivos para não confirmar que sim, poderia, não achava que o homem fosse mesmo aparecer, mas assegurou que poderia vir se desejasse.
Na noite seguinte, Harry estava lá. Sentado de pernas cruzadas sobre um banco de madeira que podia ser visto da janela do quarto de Louis e apenas dela, sabia que ele observaria de lá e sabia que mesmo sem esperanças que aparecesse, o esperaria.
Ele desceu ao seu encontro naquela noite, na noite após aquela e em sua sucessora.
Com o passar dos dias, o jardim havia se tornado um ponto fixo para os encontros que duravam horas entre diálogos curtos, olhares intensos e toques sutis quase inexistentes de suas mãos quando ambas se encontravam repousadas uma ao lado da outra sobre o banco. 
Certa noite, após algumas semanas de encontros diários, Louis caminhou pelo jardim segurando duas taças de vinho, ofereceu uma a Harry assim que sentou ao seu lado e se surpreendeu quando ele não aceitou. 
⸺ Eu não bebo, querido ⸺ ele disse.
⸺ Que estranho, lembro-me de tê-lo visto segurando uma taça na noite do baile.
⸺ Não me deixou terminar ⸺ Harry riu penteando com os dedos a franja bagunçada de Louis. ⸺ bebo apenas formalmente em eventos como aquele, mas beba, querido, adoraria admirar suas feições enquanto desfruta de um bom vinho como imagino que este seja.
⸺ Eu também não bebo, não gosto, iria beber apenas para acompanhá-lo. ⸺ Louis assumiu. 
⸺ Pois que bom que eu dei valor a sinceridade e não a educação e não aceitei o vinho. Não gostaria de vê-lo fazer nada que não quisesse. ⸺ Harry comentou, parando de tocar nas mechas lisas do cabelo alheio. Sentiu que mesmo que tivesse passado um bom tempo o acariciando, Louis ainda desejava seu toque, decidiu testar até onde poderia ir, deslizando seus dedos pelo rosto corado e macio, tocando suas bochechas e sentindo sua quentura, seu queixo bem delineado e enfim seu pescoço. 
Contornou o formato das veias que corriam o sangue que permitia que seu corpo continuasse vivo, no entanto não se demorou ali, admirou de fato os lábios finos, rosados e bonitos, mas antes que tomasse qualquer ação foi Louis a eliminar a distância entre seus corpos e rouba-lhe um beijo. 
Louis tremeu em um leve susto ao sentir as mãos de Harry ao redor de sua nuca, elas eram frias como se não houvesse calor em mais uma noite quente de verão, mas não demorou prestando atenção nesse detalhe, se Harry segurou em sua nuca e o puxou para mais perto, significava que ele queria seu beijo, o correspondia. 
Em uma carga de coragem que não duraria por muito tempo, Louis subiu sua mão pelo braço coberto apenas por uma camisa branca de tecido fino, tentou ignorar a frieza em sua pele quando tocou seu pescoço e parou de explorar seu toque ao chegar na bochecha, sua pele era lisa como seda e macia como algodão, mas seus lábios não pediam nesse deleite, Louis sentia-se no céu.
Sentia-se como se estivesse no paraíso, mas rapidamente foi derrubado de volta, caindo no inferno.
Ao se afastar de Harry para tomar fôlego, olhou em direção a porta que conectava o jardim à cozinha e viu uma de suas criadas, estática, encarando a cena assustada e claramente enojada. 
Louis se afastou minimamente de Harry e olhando para a empregada pronunciou seu nome de forma gaguejada, se levantou para tentar impedi-la de sair do jardim e correr para o escritório de seu pai para dedura-lo, mas já era tarde demais, a mulher deu meia volta e deu passos longos na intenção de voltar para dentro.
Com olhos marejados, Louis criou coragem de olhar para Harry e ver sua reação diante aquele deslize, mas ao fitar o banco não o encontrou. De cenho franzido, mirou de volta a porta, encontrando o garoto encostado contra a madeira da porta impedindo que a mulher passasse. 
Ela pediu baixo e rígida que ele a desse licença e a cena que se deu a seguir Louis só conseguiria digeri-la e descrevê-la anos depois do que de fato aconteceu. Em um segundo a mulher pedia passagem para entrar, Louis abaixou a cabeça porque não queria aceitar o que seria o início do fim do que poderia ter com Harry, mas tudo o que escutou em seguida foi um grito agudo e assustado, seu corpo soltou um espasmo pelo susto do som e ao voltar a olhar para frente viu a mulher de olhos arregalados sendo sustentada pelo braço de Harry que tinha os dentes fincados em seu pescoço. 
A criada aos poucos foi fechando os olhos e antes que ela parasse por completo de se mover, Harry a jogou no chão, Louis permitiu que as lágrimas que segurava descessem por suas bochechas ao encarar o corpo sem vida sobre a grama com um corte gigantesco no pescoço. Completamente ofegante, Louis olhou para Harry e viu a frente inteira de sua camisa branca manchada de vermelho, vermelho do sangue da mulher que ele acabou de matar, a parte pior foi reservada ao seu rosto, o sangue se espalhava da boca ao pescoço, mas tinha um destaque maior nas grandes presas ao lado de seus dentes superiores. 
Louis não conseguia raciocinar coisa alguma nem entender absolutamente nada, mas ele permaneceu ali, ele não correu com medo de ser o próximo, na verdade ele não conseguia sentir medo algum de Harry.  
⸺ Você a matou ⸺ Louis falou em voz alta a única coisa que passava em sua mente.
⸺ Não importava o que tentássemos dizer ou explicar, muito menos subornar, ela iria contar ao seu pai o que viu. ⸺ Foi o que disse, secando a boca e as mãos na parte ainda limpa da camisa como se estivessem molhadas com água.
⸺ Como sabe? ⸺ Louis chorou.
⸺ Foi o que li na mente dela. 
Louis se sentiu ainda mais desolado, tampou o rosto com as mãos e fechou os olhos em desespero, escutou Harry começar a dar passos que ficaram cada vez mais altos, sinalizando que ele caminhava em sua direção, no entanto não se afastou. 
⸺ Sei o que se passa na sua cabeça, querido, e nem preciso lê-la para saber disso ⸺ Harry disse ao chegar em sua frente e tocar seu pulso. A princípio, Louis rejeitou o toque, mas Harry o tocou outra vez, fazendo um pequeno carinho em sua pele e acabou deixando que ele retirasse suas mãos de seu rosto. Harry colocou suas próprias mãos sobre o queixo de Louis erguendo-o para que ele olhasse para si, e passou seus dedos em suas bochechas enquanto voltava a falar. ⸺ Entenderei se decidir se afastar por não entender o que acabou de acontecer ou o que eu sou.
Louis chegou a se afastar, por mais torturante que fosse ver aquele por quem estava perdidamente apaixonado aparecer todas as noites para encontrá-lo, mas não ter coragem de descer de sua janela para lhe encarar. 
Louis chegou a se afastar, mas não conseguiu se manter distante por muito tempo.
⸺ Quantos anos você realmente tem? ⸺ Louis perguntou na noite em que se reconciliaram. Estavam sentados sobre a grama em um ponto no jardim afastado da casa. 
Harry riu por antecipação ao imaginar a reação que Louis teria. 
⸺ Eu tenho cento e quarenta e dois anos.
Louis abriu a boca em um perfeito O e quase sentiu sua respiração faltar.
⸺ Vampiros são imortais?
⸺ Apenas os que são inteligentes o suficiente, querido. ⸺ Harry sorriu encostando seu nariz no de Louis antes de tentar chegar em seus lábios, mas o garoto recuou ao seu toque.
⸺ O que o aflige agora? ⸺ Harry perguntou em um tom sussurrado, levando seus dedos à bochecha rosada de Louis.
⸺ Você precisa mesmo matar as pessoas para se alimentar? ⸺ Perguntou e viu o amante o olhar como se fizesse uma pergunta idiota. ⸺ Eu sei que pode parecer uma pergunta idiota, eu só não consigo tirar a imagem de você matando aquela pobre mulher no jardim aquele dia, era uma vida, que teve fim porque você… a matou.
Harry passou alguns bons segundos refletindo sobre o que responder, continuou a fazer seu pequeno carinho no rosto alheio, enquanto mordia de vez em quando seus próprios lábios.
⸺ Lembra que naquela noite você chegou me oferecendo vinho e eu não aceitei? ⸺ Perguntou calmamente, e Louis assentiu. ⸺ A imortalidade é um presente divino, querido, mas tem seus malefícios, minha pele delicada e pálida pode se desmanchar em cinzas se eu me atrever a me expor na luz do sol, assim como posso estar diante das mais deliciosas comidas e bebidas e não posso desfrutar de seus sabores, porque dependo de sangue quente para continuar de pé, sangue é o único gosto que posso sentir sob meu palato, é a forma que sobrevivo. Você entende, querido? ⸺ Voltou a questionar ao fim de sua explicação, Louis assentiu, voltando a se aproximar deixando que seus lábios enfim se tocassem.
O verão que tomou a Inglaterra foi embora permitindo que a primavera chegasse, no entanto a paixão que se formou naquela estação permaneceu firme e estabelecida. Louis estava cada dia mais perdidamente apaixonado por Harry, atraído pela sua imagem inebriante como uma mariposa se atraia pelo fogo. 
O vampiro se tornou seu amado e seu porto de fuga da realidade que contribuía para que sua dependência se intensificasse ainda mais. Antes do fim do verão, sua irmã havia sido obrigada a se casar com um nobre de histórico problemático com o dobro de sua idade, Louis foi obrigado a vê-la aceitar o seu destino sem poder fazer nada a respeito, ele não tinha qualquer poder ou voz, mas foi a si que a garota confiou suas últimas esperanças. Em seus quartos vizinhos, Louis a escutou chorar todas as noites, mas o limite chegou quando na noite anterior a cerimônia, ela chorou copiosamente em seus pés implorando para que impedisse seu casamento. 
Louis não conseguiu fazer nada e se sentiu culpado por isso, mas chorou sendo acolhido nos braços de Harry, que deslizou os dedos por seus cabelos lisos, convencendo-o que não podia ter controle sobre nada daquilo e contando como a sociedade em que viviam era cruel e injusta, mas que nada poderiam fazer para mudá-la além de esperar que o tempo o fizesse. 
Ao relembrar daquele tempo, Louis percebia como Harry o encontrou por meses, mas pareceu querer dar um passo à frente no momento em que estava mais fragilizado para ter menos chance de recusa. Na mesma noite em que acontecia a festa do casamento, Harry convidou Louis para fugir com ele.
Na época não achou motivos para recusar, sua relação com sua família estava em conflito e a única pessoa com quem mantinha uma boa relação havia sido tirada de sua vida sem mais nem menos.
Louis aceitou fugir, mas com uma condição.
Que Harry o transformasse em um vampiro. 
Para Louis, o motivo do pedido era simples, estava apaixonado por Harry, sentiu seu coração se encher de alegria com seu convite, mas sabia que por onde corresse seu passado o perseguiria, sua fraqueza faria parte de sua vida, se a vida continuasse a ser a mesma. Em alguns de seus questionamentos sobre vampiros, Louis questionou a Harry se ele lembrava como havia sido sua transformação, o vampiro negou contar, mas ao receber essa devolutiva negativa, o pediu para detalhar apenas como era a sensação, ele lhe descreveu a forma como aquele que passava pelo processo de transformação precisava estar em um estado de equilíbrio entre a vida e morte e ao beber o sangue esse conceito simplesmente deixaria de existir dando lugar ao poder da imortalidade.
Era isso que Louis queria. Ele gostaria de morrer e renascer como algo novo. 
Ao lado do único ser em sua vida no qual valia a pena almejar longevidade.
Ele implorou para que o vampiro o transformasse, e Harry não viu motivos para negar tal pedido tentador.
Louis nunca se tornou sabedor do real passado de seu amado, por mais que perguntasse várias vezes, Harry nunca o contou como havia sido sua transformação.  
"Não pude contar com o prazer de ter uma escolha, querido, e é por não ter conseguido uma experiência agradável que farei de sua transformação um grande ato."
Foi o máximo que conseguiu em uma de suas tentativas de descobrir como tudo ocorrera.
E ele nunca mais abriu a boca para falar sobre esse assunto, mas sem dúvidas cumpriu com sua promessa de fazer da transformação de Louis uma experiência inesquecível.
Louis apertava seus dedos contra os cachos bagunçados de Harry, seus corpos não usufruíam de vestes em uma noite fria que congelava as flores desabrochadas no jardim, pois aquele quarto de motel nunca esteve tão quente. Louis gemeu alto quando o vampiro rebolou lentamente em seu colo, esfregando-se contra a região mais sensível e suscetível a prazer do corpo que estava há horas sendo estimulado sem receber um alívio.
Quando Louis suspirou leve ao sentir seu ápice se aproximar como nunca, apenas sentiu o baque de seu corpo sendo jogado contra os lençóis e não teve tempo de reagir quando as presas afiadas romperam sua pele em um choque de êxtase.
Em momento algum se debateu sob o outro corpo ou gemeu dolorido, por mais que sentisse uma dor incomparável. Sentia a vida deixar seu corpo lentamente e quanto mais a morte se aproximava, simplesmente apertava com mais força os dedos ressecados e pálidos contra os cachos castanhos e macios. 
Harry continuou a suga-lo, e Louis acompanhou sua visão começar a escurecer, até que tudo parou, tanto a dor quanto a drenagem de seu sangue, seus olhos voltaram a enxergar e seu sistema nervoso sentiu as mãos frias de Harry abertas em suas costas fazendo seu corpo mole e gelado voltar a se sentar. 
Louis se tornou um mero observador, mirou as presas afiadas junto ao contraste da pele extremamente pálida com o vermelho de seu sangue espalhado por uma boa extensão dela. Assistiu Harry levantar um de seus próprios pulsos na altura do rosto de morder a área onde suas veias eram mais ressaltadas, o sangue do vampiro começou a se espalhar pelos lençóis brancos, até chegar nos lábios de Louis, que o sugou como se se tratasse de um líquido vital e essencial e naquele momento realmente era. 
E tudo virou uma grande mistura de sensações, Louis sentiu sua pele esquentar junto a cada gota de sangue que sugava para dentro de seu corpo, a cada segundo achava que precisava de mais, até Harry afastá-lo avisando-lhe que era o suficiente. Ah, Harry, Louis acreditava com toda certeza que não poderia haver ser mais divino para ter ao seu lado, para tê-lo transformado, lhe presenteado como um Deus com o dom da vida eterna. 
Louis não soube em que momento parou de admirar cada detalhe de Harry, para ter seus lábios selados nos dele, o gosto de seus sangues se misturando em suas línguas só não conseguiu ser mais gostoso que a sensação de Harry o montando sem aviso segundos depois, seus cabelos longos acompanharam seus movimentos de subir e descer, e seus lábios vermelhos produziram os sons mais deleitosos que Louis escutou em toda a sua vida.
Naquela noite, Harry então se tornou algo além de um amante para Louis, ele era seu mentor, seu criador, ele o ensinaria como viver em sua nova forma.
Vinte e quatro horas haviam se passado após a transformação e Louis sentia uma fome que quase o debilitava, suas pupilas quase tomavam o azul, que se tornou ainda mais claro em suas irises, Harry disse que era hora da caçada. Ele os vestiu como se fossem dois nobres fugidos no castelo real, e pelas suas aparências límpidas e os sotaques pertencentes a cidade do rei, não era tão difícil assim acreditar. 
Os dois andaram juntos pelas ruas da cidade que escolheram se mudar, sendo ela a capital francesa, até adentrarem um bordel caindo aos pedaços por fora, mas devidamente aconchegante por dentro, Harry chegou no dono do estabelecimento pedindo para eles um quarto e sua garota mais bonita, o homem deu um sorriso aprovador e cúmplice para Harry, chamando uma bela jovem loira de olhos claros vestida em trajes brancos que incluíam um charmoso corset. 
⸺ A sua pele é tão fria ⸺ A moça comentou inocentemente, beijando a pele do pescoço descoberto de Harry. Louis acompanhava a cena sentado sobre uma poltrona, Harry estava em pé a alguns metros de distância, segurando sutilmente a cintura da garota quase pendurada em seu pescoço, ela sorriu levando os lábios em direção aos de Harry na tentativa de beijá-lo, mas o vampiro a segurou pelo queixo inclinando-o para cima, silenciosamente pedindo permissão para ser sua vez de explorar seu pescoço. 
A loira gemeu alto quando Harry começou a chupar a região, mas seu grito foi mudo quando ele cravou as presas em sua pele, enquanto puxava sua pequena adaga de estimação de seu bolso, afastou-se sem sugar uma gota sequer e fez um corte horizontal na pele delicada, seu vestido antes branco em segundos se banhou de vermelho, Harry a deixou cair no chão debatendo-se de dor e tentando falhamente estancar seu próprio sangue colocando as mãos sobre o corte profundo e extenso, quando o vampiro achou que foi o suficiente, pegou a moça ainda viva nos braços e a jogou contra o sofá. 
⸺ Venha desfrutar de seu primeiro banquete, querido, aproveite enquanto ela ainda tem vida, pois sua lição número um é: nunca sugue dos mortos. ⸺ Harry falou, e Louis tratou de levantar, obedecendo o que lhe foi mandado. 
Cenas como essa se seguram nos dias seguintes, por anos e décadas, Louis nunca finalizou uma vida sequer deixando que esse trabalho fosse feito pelo seu amado, não que não tivesse coragem de capturar uma presa e sugar sua vida para fora, mas Harry gostava de fazer isso. E apenas décadas após aquela primeira noite, Louis entendeu o quanto.
⸺ Vocês realmente têm uma bela casa ⸺ O homem elogiou ao adentrar a sala de estar da mansão que Harry e Louis adquiriram quando voltaram para Londres no final da década passada. 
Era verão em 1960 e eles haviam feito uma ótima escolha para aquela época do ano, as janelas de vidro com certeza eram práticas no controle do clima quente, no entanto ameno. 
⸺ Deixe-me ver se entendi, vocês são bonitos, elegantes e ainda por cima ricos, tem certeza que não possuem nenhum parentesco com a rainha? 
Louis riu contido pela chuva de elogios que recebia do homem desde o momento que o buscou em seu apartamento caído na região decadente de Londres. Eles o conheceram em um bar na noite antecessora àquela, o homem, Ryan ⸺ como falou que gostava de ser chamado ⸺ se encantou por seus rostos joviais e as roupas de grife, e com mais um pequeno empurrãozinho da boa lábia de Harry, Ryan aceitou encontrá-los de forma privada na noite seguinte. 
⸺ Você está apenas sendo gentil ⸺ Louis disse com um sorriso ensaiado no rosto. ⸺ Posso lhe servir uma taça de vinho? ⸺ Ofereceu, Ryan assentiu seguindo Louis pela extensa sala de estar, até chegar a um sofá de frente uma parede com prateleiras de garrafas de vinho. ⸺ Safra de 1899, este com certeza foi um grande ano. ⸺ Louis apresentou, entregando a taça pela metade ao homem com lábios entreabertos sentado no sofá pensando como era mais fácil ganhar na loteria do que ter acesso a um vinho tão antigo, aquela com certeza era uma noite de sorte. 
⸺ Não vai tomar também? ⸺ Ryan perguntou antes de levar a taça aos lábios.
⸺ Não gosto de beber entre as refeições. 
O homem assentiu em entendimento. ⸺ Seria esse o segredo para ter um corpo tão bonito? ⸺ Não perdeu tempo em elogiar novamente, fitando o corpo magro marcado dentro de uma camisa preta de mangas longas e gola alta e uma calça social justa, Louis sorriu dizendo que "talvez". ⸺ Onde está Harry? ⸺ Ele perguntou em seguida.
⸺ Oh, Harry está lá em cima a nossa espera. ⸺ Louis disse, começando a dar passos lentos em direção a escada sem olhar para trás, não precisava, sabia que Ryan o seguiria sem hesitar. Chegava a ser ridículo a maneira como aquilo era fácil.
Ao chegarem à porta do quarto, Louis a abriu com um pequeno sorriso no rosto esperando ver Harry sentado sobre a cama pronto para atacar, mas franziu as sobrancelhas ao não encontrar ninguém.
⸺ Harry? ⸺ Chamou incerto.
⸺ Estou aqui ⸺ Escutou sua voz rouca sair de dentro do banheiro, ouvindo seus passos se aproximarem até estar no mesmo cômodo que o homem e o outro vampiro. Ryan ofegou com a imagem a sua frente, e Louis permaneceu estatístico, sem saber exatamente como deveria reagir.
Harry estava completamente nu, seu corpo pálido coberto pelos respingos de água indicavam o banho decente, fora seu cabelo molhado, era covardia como ele ficava mais lindo longo pela ação da água, que fazia com que as ondas das mechas se desfizessem deixando-o liso. O vampiro desfilou até ficar de frente a Ryan, ergueu seu queixo com as duas mãos e o beijou. 
Uma hora havia se passado desde o início da estúpida cena, na opinião do vampiro de olhos azuis. Harry transou com Ryan, ele sentou Louis em um lado da cama deixando o homem no outro e o montou encarando o rosto do outro vampiro, depois da ceninha ridícula, Harry os levou para a sala e amarrou as mãos de Ryan com a fita que amarrava o robe que ele vestia de maneira que imobilizasse o movimento de seus membros superiores e que cada vez que se mexesse tentando se soltar, o nó se apertasse mais. Harry subiu em seu colo, mas dessa vez não para iniciar outra sessão de ciúmes em Louis sentando do lado oposto do sofá e sim para iniciar sua tortura. 
Louis assumiu que no início gostou, gostou de ver Harry mutilando com uma lâmina afiada o homem que tomou o corpo que deveria ser tomado apenas por si, sentiu vontade sufoca-lo com suas próprias mãos cada vez que ele apertou a pele de Harry ou investiu nele, Louis não era ingênuo, sabia que o amante já havia tido outros homens antes dele e que em todas as caçadas usava de seu charme para atrair as vítimas, mas nunca achou que chegaria onde aquilo escalou. 
Gostou de ver Harry o mutilando, provava que tudo o que acontecera minutos atrás no quarto não passou de uma cena como todas as outras, continuou admirando Harry fazer o que fazia, até que começou a achar que aquilo estava se estendendo mais que o necessário. 
Harry abriu o robe de Ryan, expondo sua pernas e fez inúmeros cortes profundos em suas coxas, fazendo-o sangrar, sem sugar uma gota sequer de todo o sangue derramado e não estancado, Louis viu o homem começar a chorar, e entre seus gritos por misericórdia pedia que Harry o matasse de uma vez, mas o vampiro não parecia nem um pouco preocupado em se preparar para fazer isso, apenas permanecia com o sorriso sádico nos lábios. 
⸺ Porque não o morde de uma vez? ⸺ Louis preferiu intervir, todo aquele sangue estava o deixando louco, suas presas começavam a doer, mas ele nunca sugava uma vítima antes de Harry o fazer. ⸺ Ou o mate.
Harry deixou a atividade que fazia um pouco de lado, encarou Louis nos olhos e o questionou sorrindo. ⸺ E que graça isso teria?
O vampiro de cabelos longos se ergueu em direção a mesa de centro para pegar uma tesoura de ponta afiada, mas antes que ele retornasse com ela para cima de Ryan, Louis cerrou os dentes, puxando o corpo do homem em direção a suas presas e sugou o sangue de seu pescoço até achar que fosse o suficiente para tirá-lo a vida.
O sorriso grande de Harry morreu aos poucos quando se virou e viu que Louis havia matado Ryan, logo, acabado com a sua diversão.
⸺ Como você é estraga prazeres, querido. ⸺ Harry revirou os olhos e sorriu sem humor, deixando o amante sozinho na sala. 
Louis se sentia estúpido, um completo idiota por ter demorado sessenta anos para perceber que Harry nunca matou apenas pela necessidade de sobrevivência, ele matava pelo prazer que sentia em fazer isso.
Ele era um demônio, o que tirava Louis da razão porque acreditou e disse por todos esses anos que o vampiro era a mais pura personificação de um anjo.
⸺ Não finja que não gosta de aumentar seu ego ao ser tomado com tanta devoção por cada um deles. ⸺ Louis responde, e Harry sorri como o demônio que é, demorando alguns segundos para sentar na cama, porque Louis o encara em seus olhos como a muito tempo não é de seu feitio fazer.
⸺ Vai querer se livrar do corpo agora ou deixará para mais tarde? ⸺ Louis pergunta ao sair de seu transe. 
⸺ Você poderia fazer as honras, querido? ⸺ Pergunta Harry, sorrindo falsamente meigo. Louis concorda, e o vampiro de cabelos ondulados sorri ainda maior como agradecimento e tenta encostar seus lábios no do outro vampiro, que recua. ⸺ Encontro você na sala de estar depois?
⸺ Claro. ⸺ Louis responde e espera que Harry saia para poder começar seu trabalho.
Ele remove o corpo sem vida de cima da cama com naturalidade, retira os lençóis como se estivessem sujos de vinho e os troca por novos lençóis limpos.
Louis senta na colcha branca e nova, e novamente é tomado por devaneios, ele reflete sobre suas memórias como se antes não tivesse poder sobre ela, como se estivessem adormecidas, presas, e agora estavam livres para tomar conta da razão.
Ter estado com Harry por todos esses anos com certeza foi um erro. Louis não nega que precisou do vampiro nos primeiros anos para aprender a viver sua nova realidade, nem se martiriza por ter demorado tanto tempo para perceber que precisava seguir sem Harry o mais breve possível, pois para quem vive o castigo da eternidade, nunca é tarde para recomeços. 
Precisava deixar Harry. 
Louis troca suas vestes ensanguentadas por novas peças limpas de tonalidade escura. Acaba por seguir em direção a sala de estar após tudo, está decidido de partir na noite seguinte, já que aquela chegará ao fim em poucas horas e não faria sentido partir sem ter o último momento na companhia daquele que por mais cruel que fosse, o criou.
Harry admira o luar sob a vidraça da janela, seus cachos estão presos em uma trança volumosa e seu corpo coberto por um longo sobretudo azul, ele escuta os passos nem um pouco discretos de Louis, maa só se vira em sua direção quando ele senta em uma poltrona alguns metros de distância da janela.
⸺ Louis ⸺ Harry o chama, seus olhos parecem ainda mais claros pela luz da luz.
⸺ Harry.
⸺ Não imagina como em noites frias como essa, eu adoraria tomar um vinho quente servido por você ⸺ Harry comenta em sentença, sem muita pretensão aparentemente. ⸺ Como o que você me ofereceu na noite que descobriu o que eu era. 
⸺ Quem me dera ter descoberto o que você realmente era naquela época. 
Harry senta sobre o apoio de mãos da janela e sorri para Louis que permanece com a expressão fechada. 
⸺ Você está ainda mais bonito do que no dia que eu o transformei. ⸺ suspira, abraçando seus braços com suas mãos quando parece lembrar de algo interessante para dizer. ⸺ Eu já o contei como fui transformado?
Louis quis rir, se não sentisse raiva em lembrar de todas as tentativas falhas de tirar uma informação sequer do outro vampiro sobre esse assunto.
⸺ Tenho tentado há cento e vinte e quatro anos fazer você contar sua história, mas nunca consegui conquistar tal feito. 
Harry morde os lábios e desvia rapidamente o olhar, Louis se acomoda melhor em sua poltrona, está curioso para ver aonde isso tudo vai chegar. 
⸺ Meus pais biológicos morreram em um incêndio causado acidentalmente por eles mesmos em uma pequena casa nos arredores de Londres. Eu tinha três anos e fui levado para um orfanato na cidade e por sorte, ou por olhos verdes e cachos naturalmente enrolados, fui adotado pelos Styles, um casal que não podia ter filhos e era dono de inúmeros hectares de terras na região rural ao sul de Londres. 
Nós vivíamos em uma fazenda devidamente afastada da cidade, minha mãe costumava se recolher cedo da noite e sair de seus aposentos quando o sol raiava no céu, poucos meses foram o suficiente para ela descobrir que eu não seria capaz de preencher o vazio que ela sentia por não poder gerar seus próprios filhos, sentávamos em salas silenciosas e trocavamos algumas poucas palavras durante o horário das refeições e no dia do meu aniversário. 
Possuía uma boa relação com meu pai, no entanto. Caçavamos juntos todo final de tarde, eu adorava caçar, existia algo sobre ter poder sobre a vida daqueles animais selvagens, sobre poder escolher entre deixá-los viver ou morrer sem ter noção do que os acertou, normalmente eu sempre escolhia a segunda opção e era dono de uma pontaria impecável. Meu pai espantava os pássaros com os gritos altos que dava em comemoração a cada animal que eu matava. 
Vinte e um anos era a minha idade quando meu pai estava no auge das festas que gostava de dar para seus amigos, ele sempre gostou de convidar alguns amigos para almoçar, caçar e até mesmo dormir nos inúmeros quartos de hóspedes que tínhamos no casarão. Eu estava acostumado, meu pai adorava exibir minhas habilidades de caçador quando seus convidados apareciam pela tarde, mas uma ocasião em específico se destacou entre as outras.
Meu pai ordenou que toda a casa fosse revirada na faxina e colocada de volta no lugar sem nada em desordem, mandou passar os uniformes das empregadas, comprou um vestido e joias novas para minha mãe e pediu que eu me arrumasse bem. 
Apesar de manter um hobby que andava longe de ser delicado, eu adorava me arrumar com tais trejeitos, meus cabelos eram longos apenas para trança-los ou modelar os cachos ao meu gosto, naquela noite vesti minha melhor calça preta de corte reto, uma camisa branca de mangas bufantes e um colete justo e deixei meus cabelos soltos em ondas perfeitamente enroladas.
Desci as escadas e alguns amigos do meu pai estavam na sala de estar enquanto outro entrava pela porta principal. Senti um arrepio tomar minha espinha quando meus olhos verdes encontraram o azul quase branco do homem que passou pela porta, sua pele era tão pálida que sua imagem era incômoda de se ver, seu terno preto se esticava em sua coluna curvada ao mesmo tempo que as mangas se dobravam em seus braços finos, e enrugados, levando em conta a aspereza e a flacidez que senti em suas mãos quando meu pai nos apresentou e me faz dar um aperto de mão no senhor que descobri se chamar March Chomsky. 
⸺ É um prazer conhecê-lo, senhor Chomsky. ⸺ Falei por educação, não recebendo uma devolutiva também educada. 
O jantar correu relativamente bem, meu pai como sempre tirou risadas de todos os seus convidados e achou assunto para conversar durante todo o banquete, eu senti vez ou outra o olhar de March queimando sobre mim, ele não tocou em um talher sequer, disse que não estava com fome e que acompanharia a mesa apenas por educação. 
Senti que minha respiração poderia correr livre após o jantar, a maioria dos convidados foi embora, restando para passar a noite somente três homens, um deles sendo March, me senti apreensivo em saber que dormiria no mesmo teto que aquele homem, sentia calafrios, mas tentei ignorar, fui para meu quarto decidido de sair no outro dia quando March fosse embora e tudo voltasse ao normal.
Algumas horas se passaram tranquilamente, estava quase cochilando quando escutei batidas em minha porta, tentei fingir que estava em um sono profundo, mas as batidas insistiram e eu acabei cedendo. 
Era minha mãe, ela segurava uma bandeja com algumas fatias de pães, geleia, um copo d'água e algumas frutas. Perguntei para quem era tudo aquilo, ela quis me entregar a bandeja dizendo que eu a levasse para o quarto em que o senhor Chomsky repousava, "ele não comeu nada" ela disse, deveria oferecê-lo uma última refeição por hospitalidade e que deveria ser eu para que houvesse menos chance de recusa, pois segundo ela, March havia gostado de mim.
Me vi encurralado, acatei a sua ordem e caminhei com a bandeja em direção ao quarto de hóspedes, dei algumas batidas na porta, quando não recebi uma resposta, girei a maçaneta e me espantei por ela estar destrancada. 
Vi March deitado sobre a cama com os lençóis cobrindo seu corpo até abaixo de seu peito, desejei boa noite e me impressionei quando recebi um "boa noite" de volta. 
⸺ Minha mãe pediu que eu trouxesse um lanche para o senhor, já que não comeu nada durante o jantar. ⸺ Expliquei, agradecendo mentalmente por ter conseguido falar sem gaguejar. 
⸺ Agradeço a gentileza, querido ⸺ ele disse, e eu senti minha pele arrepiar pelo tom suave de sua voz, e claro, pelo pronome de tratamento que ele usou. ⸺ mas não estou com fome, somente com um pouco de sede.
⸺ Eu trouxe água ⸺ disse e me aproximei a passos lentos de sua cama, deixei a bandeja na mesa encostada ao lado da cama, e dei um pequeno salto assustado quando me afastei para sair e senti a mão calejada e estranhamente gelada segurar meu pulso. 
Pensei que March fosse me falar algo ou pedir por alguma coisa, mas ele simplesmente passou alguns bons segundos com os dedos firmes em minha pele até começar a massageá-la levantando uma curta parte da manga de minha camisa folgada, apenas para me tocar.
⸺ Sua pele é tão macia ⸺ ele disse, fiquei na dúvida se agradecia pelo "elogio" ou me afastava de uma vez, contrariando as duas opções óbvias, eu permaneci estático no mesmo lugar. ⸺ Há muito tempo eu não sentia a maciez de uma pele tão sedosa, se assemelha a uma pétala de rosa. Ah, as dádivas da juventude.
⸺ O que quer dizer com isso? ⸺ O questionei, não estava entendendo onde sua fala queria chegar. 
⸺ Não me entenda mal, lindo príncipe, é dono de uma beleza natural raramente dada de mão beijada para alguém, a pele de suas mãos é macia, mas a de seus braços, seu pescoço e principalmente de seu rosto deve ser ainda mais ⸺ não fazia a menor ideia de onde ele queria chegar falando tudo aquilo, mas estava gostando de receber elogios, não acontecia com muita frequência, vivíamos isolados do resto do mundo, as únicas pessoas diferentes que via era algum amigo de meu pai que não nos visitava com frequência ou quando alguma prima de minha mãe vinha vê-la. Meu declínio começou quando me deixei levar pelas palavras bonitas, March se sentou com dificuldade na cama e puxou meu braço devagar para que eu sentasse em sua frente, eu obedeci.
⸺ Como eu dizia, sua beleza é natural, mas totalmente temporária ⸺ ele falou, e eu franzi o cenho. ⸺ uma dia franzirá as sobrancelhas dessa mesma maneira e as marcas de expressão que se formarão denunciarão sua idade ⸺ ele aproximou seus dedos longos de meus rosto e por um instante eu recuei, mas por fim deixei que ele me tocasse. ⸺ um dia essa pele tão macia se tornará flácida e seca, os belos cachos cor de chocolate ficarão brancos e ressecados, eles são tão macios hoje, querido ⸺ tomou um pequeno cacho entre os dedos e o esticou ao redor de seu indicador, sorrindo ao ver que ele se moldou da forma que enrolou. ⸺ e todos que um dia desejaram possuir seu corpo já não sentirão atração nenhuma pelas marcas que restarão para contar a beleza que um dia já teve.
Senti estupidamente meus olhos lacrimejarem com suas palavras, sabia que tudo o que ele dizia estava em um futuro distante, muito distante, eu só tinha vinte e um anos, mas era um futuro certo, triste e real, não queria chegar no futuro em o que o ele contou fosse concreto, mas iria chegar e não poderia fazer nada para impedir, impedir a cruel e natural ação do tempo.
⸺ Eu sinto que não posso deixar que isso aconteça.
March sussurrou aquela sentença, e eu não entendi absolutamente nada do que ele quis dizer, iria levantar a cabeça para olhá-lo e perguntar, mas tudo o que fiz foi sentir a força de seu corpo contra o meu, ele me jogou contra a cama, ficando por cima de meu corpo e antes que eu pudesse reagir de alguma maneira, senti as lágrimas que segurava descerem por minhas bochechas quando ele enfiou suas presas em meu pescoço.
Me debati sem forças contra seu peito, quando senti que ele drenava todo o sangue de meu corpo, de repente ele se afastou, ficou na altura de meu rosto e eu senti vontade de chorar novamente, dessa vez de ver o horror que eram suas presas enormes e todos seus outros dentes e pele ao redor dos lábios sujos de sangue, meu sangue. March acariciou minha bochecha úmida com as costas de sua mão e escutei quando ele disse uma única frase que ficou em minha mente para sempre.
⸺ Sua beleza precisa ser eternizada. 
March rasgou o próprio pulso com os dentes e pressionou sua pele ensanguentada contra meus lábios, tentei mantê-los fechados, mas me forcei a abri-los, quando a primeira gota desceu por minha garganta, senti sede, e comecei a beber seu sangue como se tomasse vinho.
Os minutos seguintes foram os mais torturantes de minha vida, meu corpo inteiro fervia, sentia como se todos os meus ossos tivessem sido quebrados, porque a dor era insuportável. 
O ar que entrava para meus pulmões descia queimando pela minha garganta, respirar se tornou um ato doloroso, eu acabei desmaiando por não aguentar. 
As cortinas cobriam a entrada do sol pela janela no dia seguinte, quis acreditar que tudo o que aconteceu não passou de um pesadelo, mas acordei na cama do quarto de hóspedes e quando me virei para o lado dei um salto ao ver as extensas manchas de sangue no edredom, olhei para baixo olhando minhas roupas e elas estavam tão sujas quanto os lençóis. Iria tentar resolver esse problema andando pelo quarto à procura de March Chomsky, mas de repente senti um cheiro de fumaça vindo do andar de baixo e escutei o grito de minha mãe. 
Corri em direção às escadas e o que eu temia se materializou. O fogo tomava tudo, pouco se via entre as chamas, mas eu vi tudo o que precisava ver, March entre os corpos carbonizados de meus pais, senti um ódio surreal subir pelo meu corpo e corri na intenção de matá-lo com minhas próprias mãos, mas antes que eu chegasse até o desgraçado, o vi acender um fósforo e incinerar o próprio corpo.
O teto da casa caía ao meu redor, e quem eu queria me vingar já tinha selado seu destino por conta própria, eu iria morrer como ele se permanecesse ali dentro, por isso corri para porta e sai. 
O fogo talvez doesse menos que a queimação que senti quando os raios de sol tocaram minha pele, pensei que não teria forças para me mover e ficaria ali parado esperando meu corpo virar cinzas, por sorte a pequena casa que os empregados dormiam era a poucos metros do casarão e estava intacta, corri para baixo do seu teto, o lá permaneci até a chegada da noite. 
Quando o sol se pôs no horizonte, voltei para casa, ou para o que sobrou dela, não existia sequer ossos para enterrar, mas sabia que tinham morrido meus pais, os dois amigos de meu pai que passaram a noite, as cozinheiras e as arrumadeiras e claro, March Chomsky.
Após a passagem de alguns dias e do sangue quente de alguns capatazes, aquele lugar não tinha mais nada para mim.
Vaguei por meses pelos arredores Londres até decidir me aventurar pela cidade, matei mais pessoas por noite do que tinha de idade quando fui transformado, o que eu mais sentia saudade da fazenda era de poder caçar, quando vi que existia uma grande semelhança no momento da escolha da pessoa que iria sangrar, acabei tomando um verdadeiro gosto pela coisa.
Passei as décadas seguintes viajando pelo continente, fui a Roma, Paris, Madrid, Lisboa, estive sozinho na passagem de todas elas e então decidi voltar para Londres, a cidade havia mudado, as pessoas também, ainda cheias de pudores e conservadoras, mas davam ótimos bailes, dancei sozinho em muitos até ir em um que desejei ter companhia.
Harry olha para Louis com um sorriso singelo no rosto, relembrar é viver, por mais que viver seja uma dádiva que já não o pertence há quase trezentos anos.
⸺ Quem garante que você não inventou tudo isso? ⸺ É a única resposta que Louis dá a longa história que escutou.
Harry rosna e toma a frente de Louis quando ele ameaça levantar da poltrona. 
⸺ Saia da minha frente Harry, você não pode me impedir de ir embora. ⸺ Louis disse, seus rostos estão tão próximos que podem sentir o ritmo da respiração um do outro.
⸺ Você não vai a lugar nenhum, querido. ⸺ Harry solta um beijo no ar para Louis e é pego desprevenido quando o outro vampiro o arremessa do outro lado da sala, batendo seu corpo contra a parede a ponto de rachar-la. 
Louis anda em direção a porta principal, é melhor não esperar até a noite seguinte, ele pensa, por mais que doa, a ida é necessária, já a despedida nem tanto. 
O vampiro de olhos azuis vira a chave na fechadura e gira a maçaneta para abrir a porta, mas antes que consiga completar o feito, seu corpo é segurado por mãos pesadas com unhas afiadas e jogado contra o chão metros de distância da saída. Suas costas batem com tanta força contra o piso que é possível escutar o som de ossos quebrando, só não é tão doloroso quanto a pontada que sente em seu coração e o desespero que toma todo o seu corpo quando observa o cabo da adaga de Harry firme sob a mão do vampiro em seu peito esquerdo.
Harry consegue tomar a ação rápida de apunhalar Louis, por ser vampiro, sabe que ele tem o poder de regeneração, mas não se dá ao trabalho de retirar a lâmina do órgão para que as células façam seu trabalho. 
⸺ Ah, querido ⸺ Harry sorri como o psicopata que é. ⸺ será que por algum momento você acreditou mesmo que poderia me enfrentar? ⸺ ri abertamente ao ponto de deixar suas presas a mostra. ⸺ você achou que poderia lutar contra mim? Logo contra mim, o seu criador? Não consigo crer que achou que poderia me desafiar. 
⸺ Harry… ⸺ Louis bate contra a mão de Harry para afastá-lo, mas ela permanece imóvel. Louis sente o sangue começar a molhar sua língua. 
Harry retira com cuidado sua adaga do peito de Louis e se deita ao lado de seu amado.
⸺ Minha história é verdadeira. ⸺ Harry diz, ele abre seu sobretudo revelando seu peito desnudo com pequenas manchas acinzentadas no mesmo formato que sardas costumam ter. Volta a sentar e expõe as manchas para Louis, que sente o corte em seu peito aos poucos cicatrizar. ⸺ Falei que essas marcas eram de nascença quando me mostrei nu em sua frente pela primeira vez, mas na verdade são as marcas do que um dia foi uma pele tão macia quanto a que cobre o resto do meu corpo, mas que se desfez em cinzas quando me expus no sol.
Louis toca as marcas no peito de Harry, e o vampiro de cabelos longos deixa que seus olhos se encham de lágrimas antes de deitar no braço estendido Louis no chão, com a mão sobre seu peito.
⸺ Você não gostaria de ir naquele motel que gostamos, querido? ⸺ Harry pergunta com o nariz pressionado contra o pescoço de Louis. ⸺ Não gostaria de me abraçar forte e dizer que me ama? Porque posso nunca ter contado, mas eu nunca, nunca amei ninguém como amo você.
Harry abraça forte o corpo alheio, no entanto relaxa seus músculos quando tem seu abraço retribuído em conjunto a seus lábios tomados em um doce selar.
⸺ Podemos ir aonde você quiser.
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twistedcrumbs · 5 months
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Hoje é aniversário do meu rato favorito e eu vim aqui postar um negócio rápido e sair correndo só para dar parabéns! Não vou deixar passar em branco. Aí corta para pessoa digitando freneticamente no notebook no meio da aula.
Se você gosta da nossa empreguete preferida, fica atento que tem mais duas postagens de conteúdo dele pra sair por aqui esses dias 👀
Presente de aniversário ✨️
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Você parou um segundo tentando equilibrar todos os pacotes monstruosos e sacolas que estava carregando nos braços e, sabe se lá como, equilibrando pelo corredor.
Estava pesado, mas não deveria demorar para se livrar de toda aquela bagagem. Por um segundo, você ergueu o pescoço e deu uma olhada furtiva por cima de um pacote colorido com papel de presente meio rasgado. Em seguida, espiou as costas de Ruggie cantarolando a frente, também carregando uma pilha de presentes e sacolas com as sobras da festa de aniversário. Havia de tudo, desde bolo e refrigerante, janta e salgadinhos a cactos e material de Spell Drive.
As orelhas redondas e felpudas estavam relaxadas contra a cabeça, o blazer pendurado em um dos braços e a gravata caindo para fora do bolso. Ele parecia tão feliz e contente, observar toda aquela alegria fazia com que você sentisse um exame de borboletas inquietas voando no estômago, você definitivamente poderia observar por horas a fio sem se cansar.
Inevitavelmente, a situação, apesar de um tanto desagradável pois toda aquela parafernalha estava pesada, lhe arrancou um genuíno e apaixonado sorriso.
O que a gente não faz quando está apaixonado não é mesmo?
Você até concordou sem nem pensar duas vezes em ajudar Ruggie a coletar todos os presentes e armazenar em vasilhas com as sobras da festa para levar até o quarto dele… mas entre limpar o quarto de Leona, lavar roupa e fazer compras na cafeteira isso era o de menos.
E tudo para poder ficar mais um tempinho na companhia do aniversariante. Mas você o fazia com todo seu coração, afinal, era um favor realmente para ele.
Você suspirou de um jeito meio abobalhado e balançou a cabeça para dispersar os pensamentos, então apertou o passo para alcançar a hiena que já estava quase desaparecendo no corredor, nesse mesmo momento o seu coração quase pulou para fora da garganta pois Ruggie notou que seus passos tinham cessado e olhou para trás dando risada por te perceber encarando igual uma estátua.
Ele seria sua morte e você tinha certeza que ele sabia muito bem disso.
Chegando na porta do quarto, de pé à beira da porta, você o observou ansiosamente Ruggie manjar habilidosamente toda a bagagem que carregava e abrir o alojamento como se não fosse nada, definitivamente ele era muito habilidoso com as mãos.
Agora com alívio, você relaxou e sentou na cama logo após despejar no chão todos os pacotes de presentes e sacolas de marmita. Ruggie fez o mesmo, mas não demorou em ir logo chafurdar em meio aos presentes e lanches, tão feliz quanto um pintinho ciscando do lixo.
A visão foi extremamente adorável e fez valer a pena todo o esforço anterior com as sacolas.
Então, quando você se perguntou se deveria dar seu presente e sair para finalmente voltar ao seu dormitório para enfrentar uma noite solitária na companhia dos fantasmas, a voz de Ruggie cruzou os seus ouvidos lhe chamando atenção.
─ Muito obrigado por me ajudar a carregar todas essas coisas até meu quarto. Eu ainda não acredito no quanto de presente que ganhei esse ano. ─ Ele deu risada, levantando-se do chão e indo até você com as mãos cruzadas atrás da cabeça. Então, em seguida se sentou ao seu lado da cama.
Você se encolheu no canto e suspirou profundamente absorvendo o cheiro de álcool e açúcar que ele emanava, misturado com uma fragrância forte e amadeirada, o perfume delicioso era uma cortesia de Leona.
Então, como quem não quer nada, encarou os olhos azuis acinzentados de Ruggie com sinceridade e riu, dizendo:
─ Que bom que gostou e não precisa agradecer, afinal esse foi o meu presente de aniversário. ─ Você afagou os cabelos loiros e macios dele, rindo da feição de desgosto que imediatamente brotou em seu rosto bronzeado quando ele ouviu essas palavras.
─ Que!? Me ajudar foi seu presente? Não é assim que funciona o conceito de presente de aniversário, sabia? ─ Ruggie reclamou mesquinho, com as orelhas contraídas e um bico gigante no rosto rolando para o seu lado na cama deitado de bruços.
─ Sinto muito. ─ Você deu de ombros, fazendo olhos de cachorrinho para o amigo, fingindo pesar pela falta do presente esperado. Ruggie no mesmo segundo arregalou os olhos para o seu teatro, tentando suavizar a irritação que apresentou anteriormente.
─ Qual é? Se eu soubesse não teria pedido… ─ Ele puxou a manga da sua camisa, manhoso e de cara amarrada.
Em resposta, você segurou o riso no fundo da garganta e deitou de lado na cama dele, tremendo em ansiedade devido a proximidade, seus rostos estavam tão próximos que você conseguia sentir a respiração dele fazendo cócegas em sua bochecha.
─ Eu tô brincando, não precisa ficar assim.
Ao ouvir suas palavras, os olhos de Ruggie se iluminaram e ele soltou um zumbido satisfeito, olhando para você com diversão. Suas orelhas se ergueram acompanhando o sentimento de animação repentino e ele prendeu a sua bochecha entre os dedos em retaliação à brincadeira.
─ …Ah é? Bom, sua brincadeira feriu meus sentimentos. Já ouviu falar de responsabilidade afetiva? Você não sai falando essas coisas por aí. ─ Ruggie te repreendeu de maneira descontraída e você puxou o punho dele, acariciando a bochecha dolorida com a mão livre.
─ Foi mal, sua reação foi muito boa pra deixar passar.
─ Bom, você vai ter que me dar dois presentes para compensar. ─ Ruggie ergueu os dois dedos fazendo o sinal de vitória em frente ao seu rosto e deu sua risada característica, olhando para você de forma gananciosa.
Você engoliu seco, incapaz de desviar do olhar dele enquanto sentia as bochechas esquentarem e o coração bater descontrolado, tudo o que sua mente captava era que vocês dois nunca estiveram tão próximos como nesse momento, ele parecia saber tudo o que se passava com você naquele momento e apenas estar se divertindo com as reações. Céus! Todas as vezes que Ruggie te encarava assim você a impressão que o azul acinzentado de suas orbes escureceram de uma maneira arrepiante, você era uma presa nas garras dele.
─ Infelizmente isso é tudo o que eu tenho… Feliz aniversário, Ruggie… ─ você deu um sorriso tímido sem desviar o olhar do dele em nenhum momento e estendeu um vale no valor de R$150,00 thaumarks que tirou diretamente do bolso do paletó para que Ruggie pudesse ir e comer o que quiser em uma cafeteira da cidade.
Ele assentiu com o pescoço bastante satisfeito e arrancou o papel colorido da sua mão para enfiar no bolso da calça. ─ Obrigado! ─ Ruggie afagou os seus cabelos de um jeito divertido e, em consequência, você suspirou, sentindo-se nas nuvens. Ter mandado Grim pastar em Heartslabyul junto com Epel, Ace e Deuce realmente foi uma ótima decisão.
Em seguida, ele colocou umas das mãos em volta da sua cintura e você, em resposta, prendeu a respiração prestando bastante atenção no que ele parecia querer te dizer, seus pés se encontram um no outro nos pés da cama e Ruggie sussurrou:
─ Para sua sorte, eu sou a melhor pessoa no mundo para você dar presente. Fico feliz com literalmente qualquer coisa.
Você não sabia no que se concentrar nesse momento, mas algo lhe chamou bastante atenção: A forma com que ele olhou diretamente para seus lábios quando disse isso. Realmente Ruggie Bucchi seria a sua morte, o aniversário até podia ser dele, mas o presente quem ganhou foi você.
Se remexendo no colchão, você respirou fundo tomando o máximo de coragem possível e Ruggie esperou impacientemente por sua decisão, você podia sentir toda sua ansiedade à medida que ele amassava com cada vez mais força a camisa do seu uniforme escolar.
─ Bom… já que é assim… que tal… ─ Você indagou aproximando-se dele até que o espaço entre os seu corpos fosse completamente inexistente e então selou os lábios juntos. No mesmo instante, Ruggie soltou um zunido prazeroso que ficou preso no fundo da garganta dele e te abraçou, tomando sua boca com bastante avidez e fome.
Você se perdeu no momento, nada ocupava os seus pensamentos, nada além do aniversariante da noite e seus lábios macios, mas Ruggie decidiu interromper o seu momento de felicidade e regozijo puxando você para que se sentasse no colo dele, despedindo-se do seu beijo com uma mordida afiada.
Em confusão, você piscou sem saber quais palavras proferir ainda em completo êxtase pela sensação de ter os lábios juntos com ele, as bocas explorando uma à outra… nesse momento, a risada rouca de Ruggie cortou seu raciocínio confuso e lhe obrigou a prestar atenção nas palavras dele.
─ Hmm… eu adorei o presente. Mas sabe, acho que ainda não vai ser suficiente para se desculpar. ─ ele provocou.
Realmente, foi uma ideia maravilhosa mandar Grim embora com seus amigos para a noite, algo melhor que a companhia dos fantasmas estava te aguardando hoje a noite.
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somaisumsemideus · 2 months
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Traidor da magia: Defeito Mortal
tw: sangue, morte e assassinato
No silêncio da noite no Acampamento Meio-Sangue, apenas o murmúrio distante do mar e o sussurro das árvores quebravam a serenidade. O céu ainda estava nublado, uma tapeçaria de veludo acinzentado que vigiava os sonhos dos semideuses adormecidos. Héktor, filho de Hécate, dormia profundamente em seu chalé, envolto pela tranquilidade que ainda restava em seu quarto. No entanto, seu sono tranquilo foi abruptamente interrompido por um pesadelo que o lançou em um abismo de terror e desespero.
De um sono sem sonhos, para o que era o seu maior medo na vida. Ficar sozinho sempre foi algo que evitou, procurando trazer as pessoas para mais próximo ou sempre ter alguém por perto quando iria fazer algo. Não ter a quem correr quando precisa e se sentir sozinho, jamais agradou seu coração. Aos poucos as pessoas desvaneciam como cinzas, entretanto, não durou por muito tempo.
Seu sonho estava se moldando, transformando-se lentamente. Assim como o medo que cresceu no peito nos últimos dias. À medida que os eventos recentes se desenrolavam, esse medo se transformava...
Ele se viu em uma clareira familiar, mas algo estava terrivelmente errado. O ar estava pesado, carregado com a essência metálica de sangue e a sensação sufocante de perda. A lua cheia iluminava a cena com um brilho frio e impiedoso, revelando os corpos de suas irmãs caídos no chão. Elas estavam espalhadas de maneira grotesca, como se tivessem sido arremessadas por uma força imensa. Suas expressões congeladas em máscaras de pavor, os olhso vítreos refletindo opavor do momento de suas mortes.
O mais aterrorizante, porém, eram as marcas de magia escarlate em seus corpos. Os rastros vermelhos brilhavam intensamente, irradiando uma energia sinistra que ele conhecia bem - sua prórpia magia. Era como se a essência de sua alma estivesse impresse nas feridas que haviam tirado a vida de suas irmãs. Suas mãos tremiam enquanto observava, os olhos fixos nas marcas que o acusavam silenciosamente.
Então, seus olhos encontraram Eloi. Ele estava deitado entre as árvores, o rosto angelical distorcido pelo horror. Seus cabelos estavam escuros, como uma coroa sombria ao redor de sua cabeça, e a magia escarlate pulsava em seus pulsos, uma prova de que ele, de alguma maneira, estava ligado a esse massacre. Seus olhos, geralmente cheios de vida e ternura, estavam agora apagados, uma visão que perfurou seu coração coração com uma dor indescritível.
-- Não... Eloi... - Ele sussurrou, a voz quebrada pelo desespero.
O som da sua própria voz parecia ecoar no vazio, uma súplica inútil para um pesadelo implacável. Ele tentou se mover, correr para ele, mas estava preso, um espectador impotente da sua própria tragédia.
Ao olhar para baixo, viu suas próprias mãos brilhando com a mesma magia escarlate que marcava os corpos de suas irmãs e de Eloi. Seus olhos, refletidos em uma poça de sangue, cintilavam com a energia vermelha, uma visão que o fez recuar em horror. Ele era ao mesmo tempo o perpetrador e a vítima, condenado a assistir a cena sem poder fazer nada para mudar o seu destino.
-- Por que?! - Héktor gritou, a voz cheia de angústia. - O... O q-que eu fiz?
O cenário ao seu redor parecia pulsar uma energia viva, as sombras dançando ao rítmo de seu terror. O vento soprava com uma força sobrenatural, carregando murmúrios e lamentos que penetravam profundamente em sua mente. Cada som, cada visão, cada sensação estava impregnada de um medo primitivo.
De repente, uma figura apareceu à sua frente, uma sombra indistinta envolta em um manto escuro. Os olhos da figura brilhavam com uma luz malígna, e uma voz sussurrou em sua mente.
-- Você não pode fugir do que você é.
Tentou gritar novamente, mas sua voz foi silencida por uma força invisível. Ele estava paralisado, preso em um ciclo interminável de culpa e dor. O pesadelo continuava a se desenrolar diante dele, cada momento mais terrível que o anterior. Agora, o que o aterroriza mais do que tudo é a possibilidade de não conseguir proteger as pessoas que mais o importam, ou pior ainda, ser o causador da dor e sofrimento delas.
Quando finalmente acordou, seu corpo estava enchardado de suor, o coração batendo descontroladamente. Ele se sentou abruptamente, os olhos arregalados ainda vendo vestígios da sua magia escarlate serpentearem pelo chão terroso em direção às sombras ao seu redor. Mas algo estava diferente. Ele não estava em seu chalé. Ao seu redor, a mesma clareira do pesadelo se estendia, agora real e palpável sob a luz fria da lua por entre as núvens.
A floresta parecia viva com sombras inquietas, as árvores murmurando segredos sombrios ao vento. O ar estava frio, cortante, e cada respiração parecia um esforço doloroso. As folhas farfalhavam sob seus pés, um som que ecoava na noite silenciosa como um lembrete constante de sua solidão.
ele estava exatamente onde tinha visto o massacre no pesadelo, na clareira onde seus piores medos haviam ganhado forma. O pavor e a culpa ainda pesavam sobre ele, uma sombra persistente de um terror que não podia ser esquecido. Ele se levantou, o corpo tremento não apenas pelo frio, mas também pelo medo e pela culpa que carregava. A clareira erauma lembrete cruel do seu pesadelo, um espelho sombrio de sua alma atormentada. Eloi veio, novamente, ao claro da sua mente obscurecida.
-- Eloi... - Ele sussurrou voltando finalmente a si.
Apressadamente, porém enfraquecido, o filho de Hécate se colocou às pressas de volta ao acampamento aos tropeços e passos desajeitados.
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Demónio Gato Fantasma
Casal: Hoshina Soshiro x Leitor Fem.
Aviso: Conteúdo +18, protagonista com vocabulário de baixo calão.
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Capítulo IV
Sua respiração era em um ritmo fixo, coração acelerado enquanto cada ruido parecia oscilar diretamente na sua alma. Mayoi encarava os alvos que se moviam simulando um Kaiju como uma presa, atirando rapidamente, enquanto os movimentos das correntes elétricas ainda apitavam na peça. 
Em resumo: assim que seus alvos se moviam, ela atirava sem dó deixando um rasgo em seu centro antes mesmo de eles pararem de se mover. Era um pouco sobre-humano o que estava fazendo, ainda mais com sua porcentagem ainda fixa em menos que um por cento. Mas ela não conseguia controlar aquela coisa dentro de si que inundava seu corpo com descargas elétricas. 
Seu contador parou, ela puxou a máscara e soltou um longo suspiro finalmente podendo relaxar seus músculos. Voltando para o grupo, encarou o muro onde Hoshina estava analisando todos e seu rosto não deixou de corar levemente apenas com o vislumbre daquele homem. 
Não demorou para que em seus fones apitassem os marcos de cada um ali, ela estava tentando se destacar, porém, seus números não passavam de uma estagnação completa. Era frustrante, poderia ser um dia rebaixada ou sequer ser útil para Soshiro. 
— Estimativa de poder de combate: 1% 
— BOA! — Kafka gritou em comemoração enquanto seu corpo parecia um inseto se remexendo. Mayoi gargalhou apontando para ele correndo atrás de Kikoru— Viu só, Kikoru? Finalmente transformei o zero num um. 
— Fique longe! — Ela gritava— Mayoi! Para de rir! 
— AH! Que fracassado! — Gargalhava— Isso aí velhote!  
— E aí? Me elogia, vai! 
— Por que você está tão feliz com um por cento? O meu é cinquenta e cinco! 
— Ninguém se importa! — Mayoi gritou entre risadas— Pega ela velhote! Faz ela pedir desculpas por ser uma babaca! 
— Cala a boca, Mayoi! 
— Kafka! — Um grito fez tudo se tornar silencioso, a mulher pálida que ofegava entre gargalhadas olhando para o topo da cerca daquele perímetro de treino em continência. 
— Sim, vice capitão Hoshina? 
— Nesse ritmo você nunca vai virar oficial— Ele começou, braços cruzados enquanto encarava aquele tumulto criado pela dupla metade Kaiju— Vai ser demitido em três meses. O mesmo se aplica a você, Mayoi, pode acabar sendo dispensada. 
— Que? — Os dois gritaram ruidosamente. Mayoi quase partindo pra cima de Kafka por ter gerado aquele escândalo, se esquecendo que havia alimentado parte dele com suas gargalhadas. 
— Muito bem! Dez voltas no perímetro e encerramos por hoje! — Ordenou, e quando vozes soaram incrédulos, continuou— Já que reclamaram, agora vai ser quinze. Andando! 
— É tudo culpa desse velho maldito! Bastardo! Morra! — Cuspiu Mayoi começando a mover suas pernas sendo a primeira a cumprir ordens. 
— Preciso te lembrar que você estava também sendo barulhenta? — Quando Hoshina disse aquilo, um pequeno grito escapou da agora vermelha mulher que só acelerou os passos deixando seu superior comprimir a vontade de rir. 
— Mayoi— Hakua, uma das mulheres do grupo recém formado e que Mayoi quase não havia interagido a chamou. O corpo de ambas submersos pela água do banho— Você é bem pálida e pequena. 
— Ah... — Ela torceu a língua para não soltar um palavrão— Não sou alguém que goste de muito sol... Na verdade, eu até evito. 
— É tão fofinha, parece até um coelho ou um... Fantasma?— Akira Minase falou, não era em um tom ofensivo, a mulher de fato poderia muito bem se passar como um espirito, sua pele tão branca como o seu cabelo, olhos amarelos com um tom acinzentado, sem vida. E ela era assim, se não estava gargalhando ou xingando, parecia tão sem brilho, sem esperanças ou sentido— Seus pais são japoneses? 
— São— Comentou antes de afundar, o cabelo sendo puxado pela água enquanto ela tentava não puxar tanto assunto. Era uma trava social ambulante. 
— O que estão conversando? — Kikoru finalmente havia entrado na casa de banho após algumas trocas de palavras com Mina Ashiro. 
— Ah, estávamos falando que a Mayoi é bem pálida— Algumas bolhas se formaram antes da mulher surgir novamente, saindo parcialmente da água.  
Apontando para si mesma, um olhar superior, continuou— Mas serei eu a que vai matar mais Kaijus nessa porra de grupo, pode apostar! Eu vou ser reconhecida pelo Vice capitão! 
— Vem cá, você é apaixonada por ele— Hakua questionou fazendo o trio feminino sorrir de maneira maliciosa. Mayoi rapidamente ficou vermelha— Opa, ela vai acabar entrando em combustão.  
— Eu... Não sou apaixonada! MAS QUE PORRA! 
— Eles estão vivos? — Mayoi falou se aproximando junto de Kikoru dos corpos devidamente enfileirados dos homens que, por exagero, ficaram superaquecidos devido o banho longo. Com um pequeno cutucar de seus pés na cabeça de Kafka, repetiu— Kafka? Tá vivo? Velhote? 
— Eles ficaram conversando tanto que passaram mal de calor— Kikoru puxou a toalha do rosto do homem mais velho daquele grupo, olhos incrédulos com suas idiotices masculinas— Parece que estavam falando da capitã Ashiro. 
— Ele parece um tarado— Constatou Onryo— Credo. 
— Meninos tontos... — E se levantando, Kikoru encarou sua mais nova “amiga” que ainda cutucava ocasionalmente o rosto de Kafka com o pé— Cuidado para não pegar essa burrice, deve ser contagioso. 
— Eca... Mas... O que será que eles estavam falando de tão interessante?  
— Você não escutou o que eu disse, né? — Hakua riu repetindo— Eles estavam falando sobre a capitã Ashiro. 
— Hum... — Seu tom não era tão interessado— E pra isso precisavam estar sem roupa? Parecem tão pervertidos... Eca... 
— Vice capitão Hoshina— Kikoru sussurrou no pé do ouvido de sua amiga a vendo mudar totalmente enquanto corava— Não me admira eles terem entrado pela Capitã, ela é uma mulher muito incrível. 
— Também entrei por causa dela— Minase disse vendo sua amiga confirmar, o cabelo verde balançando enquanto seu rosto fazia um sim confiante— As duas não? 
— Eu até sei por que a Mayoi entrou... — E antes que qualquer uma das duas pudesse dizer algo, Mayoi gritou estridentemente as fazendo rir. 
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Insidious - Além do que Sabemos - Dalton x Oc
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Tw: Linguagem imprópria, insinuação de sexo, violência,+18.
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A escuridão tomava conta do quarto em que estavam. Escorado na parede de um canto quase invisível pela falta de luz, Dalton se concentrava na voz aveludada de Chris ao seu lado, atenta aos olhos fechados do rapaz, enquanto os números desapareciam em uma contagem regressiva já começada aos dez, que agora continuava ao 5,- ...5...- a consciência de Dalton cada vez mais parecia menos presente. Os olhos cerrados dando a falsa sensação de estar entrando em um cochilo, ficaram mais leves ao escutar novamente o eco feminino que rodava o quarto com um sussurro, -...4...
Tentando disfarçar seu nervosismo, Chris contava os segundos rápidos e repetidas vezes em sua mente. Queria que tudo acabasse o mais rápido possível já que seu medo era bem maior que sua curiosidade sobre achar o espírito do jovem que acabou falecendo na festa da fraternidade passada. -...3...- o rapaz agora com a cabeça bem apoiada na parede, começou a ter seu corpo pesando sob o chão gélido, ficando desleixado e se espalhando tomando cada vez mais alguns poucos centímetros do piso.
...2...- mais a mente de Dalton se escureceu indo para longe. Sua cabeça não obteve apoio o suficiente e acabou caindo para o lado, se apoiando em seu próprio ombro, tendo seu rosto coberto por uma mecha de seu cabelo castanho com poucas voltas com o começo de fios cacheados. Seu corpo agora parecia inabitado, com sua respiração diminuindo como se ameaçasse não utilizar seus pulmões daqui em diante. -...1...- a carcaça agora ficou vazia, sua mente agora transportada para outro plano. Facilmente confundível com o corpo de um recém morto.
-Dalton?- Chamou Chris na esperança de ter certeza de que realmente estava acontecendo, de que realmente seu amigo poderia ser um viajante astral, e que agora estava perambulando ao seu lado sem que seus olhos inquietos pudessem o ver, mesmo depois de vasculhar o escuro cômodo várias vezes.
O silêncio tomou conta, deixando o suspense se espalhar na mente da garota, a fazendo se sentir mais tensa do que normalmente ficaria em uma situação que precisasse se esconder. O barulho de seu respirar era a única coisa que se ouvia no quarto. Parecia respirar mais alto do que o normal do dia a dia, até que o ranger da porta de madeira tomou conta trazendo a atenção até a saída que já estará aberta. Os lábios brilhosos se estenderam ao saber que a porta não se abria sozinha, mas sim sendo controlada por seu amigo que a passava.
Observando a grande madeira quadrada se fechar, como se visse Dalton a cerrando para que ninguém a visse e visse seu corpo sem vida, sua confiança foi depositada de que realmente estava tudo saindo conforme o plano, e que suas pesquisas sobre projeção astral estavam de fato certas. Seu celular foi pego e sua tela acendida, iluminando o rosto da garota enquanto apoiava suas pernas na escrivaninha ao seu lado, apenas tendo como pensado minutos antes, esperar seu amigo voltar com as respostas pelas quais achava que precisava.
O lampião que iluminava a face concentrada de Dalton brilhava em um azul bebê, que não se estendia muito pelo corredor pelo qual andava. Apenas era possível ver o chão em que pisava e o começo das paredes de madeira, pintadas com um marrom avermelhado, e o restante que se escondia nas sombras, podiam ser confundidas com o limbo do espaço inacabável, sem nenhuma pista de que poderia haver alguma continuidade.
Ouvindo os sons que ecoavam baixo no ar de uma conversa, o rapaz que parecia estar colorido com um azul acinzentado andou na direção dos sons. O ligar se tornou mais visível assim que se aproximava de uma das portas abertas, tendo os detalhes do lugar banhados em uma cor cinza escura, quase pálida, dizendo o caminho que deveria seguir.
Assim que adentrou no cômodo, observou o mesmo rapaz da festa da fraternidade da noite seguinte, junto de uma mulher desconhecida. Dalton se lembrava de ter sido avisado que o rapaz estaria estudando, por mais que não parecesse, e de fato não era. Seu rosto estava coberto por algo branco, como uma máscara facial. Mas estava quebradiça e caindo aos poucos, até que sua amiga pergunta também percebendo o estado do produto, - Vai ficar com isso até quando?
Não se ouviu nada mais além de um suspiro irritado vindo do rapaz enquanto a cama se mexia conforme ele se movia para sair do meio da grande cama de casal. Dalton assistia os passos alegres, e assim que se aproximou do banheiro, seu andar se tornou saltitante enquanto uma música invadia sua mente, o fazendo murmurar cantorias baixas da tal letra. Assim que abre a torneira de sua pia, as suas falas ritmizadas são transformadas em um barulho aquático. Ao mesmo tempo que o produto de seu rosto era retirado por suas mãos que massageavam seu rosto alegremente, suas pernas ainda se moviam em uma dança mais calma enquanto cuidava para que a água não molhasse o chão.
Os olhos de Dalton observavam atentamente ao redor, a procura da face fantasma que havia visto naquele banheiro horas atrás. Estava de certa forma confuso, já que esperava o ver de imediato. Estava sem ideia de como o encontrar. Observou mais um pouco o garoto ao seu lado dançando calmamente em frente ao espelho. Se olhava com admiração, observando seu corpo magro se movimentando. Os olhos que antes estavam agitados, agora se encheram pelo amor por si. Rapidamente andou até a porta que se encontrava aberta, se apoiando nas barras de madeira que saltavam da parede dando indício que ali era a porta, o rapaz diz alto para sua amiga, - Eu vou demorar!- em seguida fecha a porta. A única coisa que se ouve de sua amiga é uma frase com um tom incomodado, - Ugh, que nojo.
O rapaz vendo que não iria encontrar o garoto fantasma, decidiu que seria melhor voltar para o quarto onde seu corpo estava, antes que as coisas ficassem mais intimas e desconfortáveis. Dalton caminhou para fora do quarto, tomando todo cuidado possível para que não fizesse barulho, ou trombasse em algum objeto. Chamar a atenção de alguém com certeza não seria a melhor situação para agora.
De volta ao corredor, em sua mente apenas se passava que deveria voltar ao seu corpo o mais rápido que conseguisse. A essa altura talvez Chris já estivesse ficando preocupada com a demora. Porém, seus passos não se apressaram. Ainda assim queria caminhar com calma para ter certeza de que não havia passado por nada que fosse útil nesse plano. Ainda se encontrava curioso com o nosso mundo que havia descoberto. Suas pupilas observavam como o ambiente se escurecia conforme se afastava do quarto onde os dois adolescentes estavam. As paredes pintadas de claro começaram a se pintar de cinza, para mais na frente se tornarem um preto rachado por um azul acinzentado escuro,
-Dalton! – o som suave dos passos pelo chão amadeirado se parou subitamente ao ouvir o fraco sussurro que logo se dissipou no ar. Confuso, o menino observou ao redor para ter certeza de que realmente havia escutado algo. – Dalton! Acorda! – desta vez teve certeza de que não estava ficando louco. Seus pés se movimentaram em uma corrida apressada em direção ao chamado de Chris.
Os chamados não paravam, os sussurros pareciam cada vez mais e mais agitados e desesperados. Isso deixou Dalton preocupado com o que poderia ter acontecido. Porém, o corredor se tornou escuro de repente. Ainda mais escuro do que antes, tomando lugar da fraca luz acinzentada que insistia em continuar alguns metros afrente, agora tendo seu lampião a toda força para iluminar o caminho com seu azul claro.
Em contrapartida, Chris estava ao lado de Dalton, ajoelhada ao seu lado o chacoalhando para que voltasse logo, já que começou a ouvir conversas e passos perto do quarto que estavam. Não teria entrado em desespero se não os ouvisse tão perto, e um dos dois que conversavam dizendo que iriam entrar no quarto que havia sido trancado por dentro. Assim que os sons agudos das chaves começaram a estalar, a deixando em pânico, tentando pensar na melhor desculpa para justificar os dois naquele quarto sozinhos, com Dalton desmaiado, o cômodo se tornou totalmente escuro, com um barulho suave, porém agudo que se foi diminuindo como se estivesse sumindo. As luzes haviam sido apagadas, e não apenas aonde os dois estavam, mas sim na casa inteira.
Seus olhos arregalados se focaram nos barulhos agitados da entrada do quarto, mas não se seguraram por muito tempo, já que giraram pelo lugar, tendo certeza de que não era apenas algo de sua mente, que estavam sozinhos sem nenhum tipo de fantasma os observando. Por mais que a garota não tivesse medo do escuro igual Dalton, ainda assim não o considerava um amigo parceiro. Os lábios carnudos se apertavam e se soltavam enquanto seu corpo lutava contra si mesmo para que saísse do transe que a congelara na mesma posição por alguns segundos, que mais pareceram horas.
Ouviu-se múrmuros de curiosidade e medo por de trás da porta, mas logo luzes apareceram debaixo da porta, iluminando o chão pela pequena fresta que limitava a separação entre o chão e a porta. A garota jurou não se meter mais nesse tipo de situação. Sabia que se fossem pegos, teriam eu responder um interrogatório inteiro, e provavelmente ela teria de achar alguma desculpa para aquilo. Ela pensava enquanto voltava a sacudir o garoto, que ainda não havia voltado e continuava apagado.
Dalton suspirou rápido e fundo, e continuou com os passos apresados enquanto virava o corredor. O lampião balançava em sua mão que apertava a alça do objeto com toda força. A respiração se tornou uma bagunça, se desequilibrando com respiradas rápidas e trêmulas por conta do frio que agora o consumia. Não se lembrava de estar tão frio como estava neste momento. Algo havia acontecido, e ele não sabia o que era. Fumaça saia de sua boca e nariz, seu corpo começou a se esfriar como se estivesse se tornando um cadáver sem o quente sangue que circulava. O silêncio sem os chamados sussurrados apenas serviu para deixar o momento tenso e agonizante, lhe vindo em sua mente o pior que poderia acontecer: terem pego Chris e seu corpo.
Em um momento em que não prestava atenção em mais nada ao seu redor, apenas concentrado em chegar até sua amiga, não percebendo o quão longo o corredor havia se tornado, da parede, quebrando as madeiras e a tintura, um braço surgiu em direção ao rosto do rapaz, quase o agarrando se não fosse sua agilidade ao se desviar para baixo, observando de onde havia surgido a cadavérica parte que se movimentava raivosamente, em seguida se escutou o grito desesperado e choroso, - FECHA A PORTA!!- o grito era conhecido, e o dono também. Por alguns poucos centímetros não sentiu a gélida e sem vida pele do outro menino, mas foi o suficiente para que tropeçasse em seu próprio pé e deixasse sua única fonte de luz cair no chão, tendo a visibilidade diminuída. Havia o encontrado, mas agora o tempo era curto, o ar se transformou em algo pesado que parecia pesar em seus pulmões enquanto corria para se afastar do fantasma, esquecendo completamente de seu lampião que brilhava cada vez menos a cada passo.
Havia escapado do espírito do banheiro, que ainda continuava a gritar, não amenizando o sentimento de agonia que Dalton sentia. Suas pernas se recusavam a pararem até achar o quarto. Porém, algo estava errado, já era para ter chegado. A casa não tão grande a ponto de ser difícil achar um cômodo. Nem era tão grande para ter mais de dez quartos em m corredor único. O rapaz estava estranhando já a demora, mas estava hesitante em parar para pensar melhor. Entretanto, novamente sentiu a sensação de que algo estava modificando o ar. Não precisou olhar para trás para saber que algo rastejava em sua direção. Suas orelhas podiam ouvir os passos pegajosos e desesperados dos pés e das mãos da criatura sob a madeira que rangia violentamente conforme o tal ser se aproximava.
Sua respiração começou a falhar assim que percebeu que tudo isso poderia não acabar mais. Os passos rápidos e seguidos da criatura infestavam sua mente pedindo por ajuda, qualquer ajuda, qualquer um que estivesse perto. Não queria ser pego nesse momento. Sua cabeça tomou coragem e se virou o suficiente para sua trás. Se deparou com as costas de algo negro que corria de quatro como se estivesse com os ossos fora de seus lugares. O barulho se fez presente agora. Suas mãos peladas assim como suas costas e seu rabo que balançava alegremente, os membros que se quebravam a cada movimento produzindo algo agoniante de se ouvir, não sabendo se a carne ou os ossos era o problema, junto dos grunhidos arfados que pareciam estar vindo de uma dor irreparável.
Ouvindo os passos atrás como se estivesse centímetros de o tocar, Dalton tentou correr mais, mas o ar que estava congelando seus pulmões o impediram de conseguir dar seu melhor. Sua camiseta começou a ser puxada para o chão, uma pequena parte que se assemelhava a uma pedra de gelo tocou o começo de suas costas, e em seguida ouviu-se um som de algo que pareceu se rasgar com força. Um pedaço da borda de sua camiseta havia sido jogado fora pelas garras apodrecidas da criatura. Seus grunhidos se intensificaram ao perceber que não o havia pego. Gemidos de dor surgiram junto de sua velocidade. Sua garra se direcionou a batata da perna do rapaz.
Antes que conseguisse o derrubar, uma luz roxeada tomou conta do lugar, revelando o corredor novamente, mostrando para Dalton o lugar que estava, o relembrando de seu objetivo fracassado, em seguida uma silhueta mais alta que si se pôs entre o mesmo que se freiou para observar a situação, após quase cair novamente, o rapaz encara o corpo que era bem esquisito e totalmente diferente do plano que estava.
O lampião com formas ponteagudas e esguias foi levantado reforçando a luz roxa, e com uma rajada de algo que se assemelhava ao vento, porém não ouve nenhuma ventania, o ser que o perseguia rugiu de maneira dolorosa, desaparecendo na escuridão. Os dois coques que se exibiam no topo da cabeça do ser desconhecido chamaram a atenção com suas cores incomuns. Pintado de um roxo forte o lado direito, e de cor natural castanho escuro o lado esquerdo junto de um acessório na forma de uma borboleta na parte de trás que se destacava. Seu casaco era largo de um tom pastel do roxo com alguns doces bordados, parecia usar um shorts preto com algumas estampas e decorações douradas, meias que começavam no meio das grandes coxas, e um cachecol preto com sua ponta longa e rasgada.
- Vambora. A Chris tá quase chorando. – uma voz aveludada tomou conta do lugar, enquanto a garota se virava para Dalton. Havia um único olho que se amostrava em um vermelho brilhoso sangue. O Outro era escondido por uma franja da cor castanha. As cores do cabelo haviam se invertido. Era muito detalhes para serem pegos de uma única vez. A garota era estranha e incomum. Provavelmente um espírito de alguém que já partiu do plano físico. Seu rosto continha um óculos roxo escuro, em suas bochechas ao lado de seus lábios dois cortes que formavam um sorriso por cima de uma cicatriz com sete triângulos precisamente era mostrada, com linhas coloridas costurando os cortes. Uma camisa roxa com um decote generoso, mostrando a tatuagem incompleta de um galho com espinhos era exibida.
Uma última olhada na garota de cima a baixo, a analisando fez Dalton criar um pouco de coragem para perguntar, -Quem é você?
Ela suspirou fundo como se já esperasse por essa pergunta. -Gabrieli.- em seguida, sua mão direita se direcionou ao pulso do rapaz, o fazendo sentir a quentura de sua luva preta que cobria até a metade de seus dedos. Em seguida começando a caminhar. O silêncio tomou conta dos dois que caminhavam de maneira despreocupada até o final o corredor. Assim que viraram, Dalton resolveu que iria quebrar a ausência do som, - O que é você?
- Muitas coisas. Mas menos um anjo. – uma resposta que gerou ainda mais perguntas. Mais alguns passos, e haviam chegado num quarto com a porta aberta. Entraram, e o garoto viu Chris tentando inventar sua desculpa ao lado de seu corpo seu vida para os dois adolescentes que os flagraram. Dalton olhou para Gabrieli que inclinou sua cabeça o indicando para ir para seu corpo. O rapaz caminhou até si, antes de voltar a vida, observou por última a garota incomum, percebeu em sua sombra dois pares de chifres e um rabo. Por enquanto decidiu ignorar, e finalmente recobrou sua consciência, acordando com uma respiração necessitada de ar, como se estivesse dentro da água se afogando.
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myeagleexpert · 1 year
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O Silêncio dos Sete
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Sinopse:
O clima de tranquilidade é quebrado quando Yuu encontra um de seus amigos em coma por causas desconhecidas. Determinada a descobrir a verdade, Yuu e seus amigos começam a investigar o caso e descobrem um padrão curioso que liga as vítimas. Mas, conforme a investigação avança, eles se veem em uma confusão com inimigos poderosos, e desta vez o perigo está fora de Twisted Wonderland. Yuu e seus amigos terão que lutar contra forças desconhecidas para encontrar respostas e desvendar o mistério antes que seja tarde demais.
Notas:Não vou dar muitos avisos antes de cada cap, porque né, o suspense. A Yuu é uma menina e tem por volta de 18 anos. Só digo que teremos muitos momentos platônicos e românticos na série, e que sempre leiam até o final do cap <3
Capítulo I: Eu vou te pegar
Yuu atravessou os longos corredores da biblioteca antiga ,passava por eles como se conhecesse cada ponta velha e cada livro esquecido. Porque na verdade, ela conhece. Assim que chegou nesse estranho mundo procurou de todas as formas voltar para sua dimensão original, cascaviando todos os livros sobre viagens multi-dimensionais, garimpando toda e qualquer informação sobre com voltar para casa.Mas não é para isso que ela está aqui hoje e com Riddle muito menos.
“Se quiser sobreviver nesse mundo terá que aprender sobre ele”
Foi o propósito que Riddle insistiu para ter algumas aulas com o aluno extrangeiro. O líder de Heartslabyul tinha o cabelo vermelho carmesim e o temperamento de um diretor de escola infantil, das suas narinas sempre saíam fumaça e da sua boca recitavam as 810 questionáveis leis da Rainha de Copas. Se não fosse pelos belos olhos azul acinzentados, Yuu teria aderido ao caos da anarquia, mas por ser pacífica optou por uma ou outra provocação.
“Riddle, eu estive pensando, essas leis são realmente necessárias?” geralmente isso levava para algumas discussões divertidas com os sorrisos do gato de Cheshire
Hoje estavam em uma mesa reclusa da biblioteca antiga, discutindo sobre a origem de algumas figuras e mitologia.
“Segundo historiadores, a rainha de copas tinha uma cabeça proporcional, mas devido a um acidente um pouco antes da coroação, ela sofreu uma lesão que levou a inchar sua cabeça.”
“E o seu ego…”Yuu murmurou, tinha várias coisas a falar sobre a majestade tirânica mas mordeu a língua… hoje pelo menos
“O que disse?”
“E as criaturas do Reino das Rosas?”
“Dizem que as criaturas são espécies extintas do reino durante a colonização…- ele parou e procurou a página no livro com ilustrações- Quando os colonizadores tentaram explorar algumas terras desconhecidas foi relatado que encontraram flores tão altas que os impediram de continuar, então eles decidiram cortar e escutaram vozes da floresta os expulsando.” Isso era para ser assustador? Uma ideia passou pela cabeça da estudante sem magia, seus olhos brilhando em lembranças e fez a melhor voz de narrador de contos de terror que conseguiu.
“As lendas daqui são bem interessantes, mas no meu  mundo temos uma visão diferente sobre natureza”
“Ah, por favor me conte Yuu.” Riddle se inclinava para a frente à medida que  Yuu se aproximava, naturalmente curioso e com sede de conhecimento.
“Na era da exploração, um fazendeiro rico queria aumentar suas terras e para isso, ele destruiu as terras protegidas dos indígenas.Certa vez ele levou o seu capataz para abrir a mata em um terreno sagrado e neste dia, a natureza furiosa enviou uma criatura de cabeça de fogo e pés virados para trás para acabar com a vida miserável do homem”
Arregalando os olhos e prendendo a respiração, Riddle silenciosamente acenou com a cabeça para Yuu continuasse “Com um grito animalesco a criatura fincou uma estaca de fogo no coração do homem que caiu “morto” no chão-
“Por que as aspas? Ele não está morto?” Rido questionou o sinal físico de aspas que sua amiga fez, mas sentiu um arrepio imediato ao ver quanto o seu rosto se escureceu
“Entretanto… ele era tão odiosamente terrível que tanto o céu quanto o inferno o rejeitaram e a terra se recusou a enterrar tal alma diabólica. O agora Corpo Seco foi amaldiçoado eternamente em uma condição de espírito imundo condenada a vagar pelas cidades até que chegue o fim dos tempos mas… dizem que se o Corpo Seco encontrar um hospedeiro tão ruim quanto ele, ele o possuirá e usará  o corpo vivo para fazer maldades piores ainda até que uma entidade da natureza mais forte apareça.”
O tão severo líder do Heartabull  mantinha seus olhos fixos em um canto específico, sentia-se anestesiado com tantas informações que acabara de ouvir tanto que nem percebeu que Yuu havia se levantado da cadeira com intenções traquinas de assustá-lo por trás.
“Riddlee~”  com um  tapinha de leve o de cabelo vermelho soltou um gritinho agudo que, sim, toda a biblioteca ouviu.
“Oh pelos Sete! Yuu!”
“Riddle-chan, não deve fazer barulho na biblioteca, sabia?" o provocou 
“Eu não teria gritado se você não—
“Yanoo….latas de atum…” um felino querido, Grim, dormia pacificamente sem problemas em cima dos livros quando escapou palavras enquanto dormia
Tal ação, trouxe para os dois líderes risadinhas infantis e inocentes, que foram abafadas pelo macio pelo de Grimm. Um momento doce que poucos veriam…
E como tudo o que é bom dura pouco….
“Aaaah Kingyo-chann eu sei que está aí"uma voz muito conhecida dos dois ecoou pelos corredores
“Aa-ah Floyd! Ele não pode me ver, se não estarei atrasado para o Clube de Equitação" suas anteninhas voltaram-se para cima em alerta e em sussurros agitados ele se vira para Yuu
“Eu distraio ele, Grim leva ele até a passagem do corredor 03” sussurrou de volta Yuu e negociou uma lata de atum para seu companheiro
A menina conhecia as passagens secretas de NRC como se fosse a palma de suas mãos, e Riddle assim os confiou pois o memorável duo de Ramshackle eram como irmãos para ele, o que foi muito difícil considerando os muros e barreiras que foram construídas desde seu overblot.
“Até logo, obrigada.” 
“Eu que agradeço"
Um código de sinais foi trocado entre os dois antes de Riddle entrar pela escura passagem secreta do outro lado da biblioteca, a linguagem foi criada aos poucos, um mix da linguagem de sinais de seu querido mundo e de Twisted Wonderland que a se aprofundando à medida que os laços com a outra pessoa iam se aprofundando.
“Com quem estava falando Koebi-chann?” A voz do gêmeo a tirou rapidamente de seus pensamentos, ele estava na mesa em que eles estudavam há pouco, com uma posição relaxada com o familiar sorriso largo de dentes afiados.
“Floyd, vamos brincar.”- determinada ela iniciou seu plano em mente.
“Aaah não tô no mood de brincar de pega com Koebi-chan, eu quero brincar com Kingyo-chan"- já desinteressado Floyd se levantava  com uma expressão séria
“E se fizermos um trato?” Quando Yuu se meteu na frente do mais alto, ele não esperava essas palavras dela “Se você me pegar em 3 minutos, eu te digo onde Riddle está,mas se não,não te digo nada.” Oh isso chamou a atenção dele, já marcando o temporizador no relógio dela
“Koebi-chan é tão criativa!Vamos brincar! Eu conto tá: 1…2…3 e já!Corra rápido se não vou te pegarr~” o gêmeo cantarolou, a voz preguiçosa mas um olhar de predador
Os dois correram desenfreados saindo da biblioteca, Yuu ia esquivando-se das mesas enquanto Floyd, o mermaid, preferia pular em cima delas para aborrecer os estudantes. Do lado de fora, a menina conseguiu um bom impulso no corredor se aproveitando que  Floyd tentava passar pela porta.
2 minutos…
Cada um do lado oposto do corredor, Floyd exibia seus dentes afiados e Yuu um sorriso brincalhão, a risada de ambos se espalhava no corredor: alta, descoordenada e sem nenhuma preocupação. Ao virar uma esquina que ia para o pátio, despistou Floyd e só então a adrenalina a deixou lembrar uma coisinha: Onde tem fogo tem fumaça. E os gêmeos do terror, como Grim os chama, são um verdadeiro incêndio. Floyd está aqui…onde está Jade?
1 minuto - conferiu no relógio
“Ahh estou tão perto de me livrar desse maluco!”- pensava com o peito subindo e descendo e a respiração ofegante. Os olhos procuravam cada possível lugar para subir ou se esconder, Floyd é mais rápido mas se ela conseguir ficar longe dele até o tempo parar…
“A árvore!”
30 segundos
A menina correu com todas suas forças em direção à  árvore do pátio, seus passos altos alertaram Floyd que estava tentando enxergar onde ela estava. A bichinha estava sem ar e tentava rodear o pátio tentando matar o tempo para chegar na maldita árvore só não contava que—
“Oya oya, o que temos aqui?”-  Ela não viu de onde vinha a voz só sentiu alguém colocar o pé para ela cair, Floyd que não é nada bobo, aproveitou a chance e agarrou a estudante rolando os dois no chão.
“Te peguei Koebi-chan!~~~” por um momento se esqueceram do porque que estavam correndo, rindo até a barriga doer, mordendo um ao outro- hey, isso é sinal de confiança tá?- “Vamos camarãozinho…eu te peguei antes do tempo. Tem que fazer sua parte do trato!”
“Você trapaceou Floyd!Eu fiz o trato com você e não com o Jade-
“Eu só estava passando aqui e coincidentemente passei a perna bem na hora que nossa querida Yuu estava correndo. Ah, sinto muito.Que tragédia.” Com a mão no peito Jade a ajudou a levantar do chão mas seu sorriso não tinha nada de inocente
“Nem vem com essa Jade-” aqui não seu felaa-” Floyd, era pra ser você sozinho mas como estou de bom humor hoje façamos assim: Eu te digo onde o Riddle NÃO está e você pode me abraçar mais…”
“Mas que trato bom Koebii~” Floyd não precisou de mais nenhuma palavra para convencê-lo, jogando sua figura alta em cima de Yuu e seu irmão, levando-os ao chão.
Mas ela já estava acostumada com as tendências imprevisíveis dos gêmeos.
Afinal, 1 ano havia se passado desde sua chegada.
Quando chegou nesse mundo estranho tudo era muito “estranho” para ela, tanto que a ficha da realidade só caiu três dias depois, e quando caiu ela só pensava em se esconder em um canto escuro da casa abandonada.
O sol estava se pondo quando eles levantaram-se, depois de rir e de conversar sobre vários assuntos, que Yuu provavelmente ia se arrepender algum dia. Depois de tanta brutalidade, Floyd estendeu uma mão gentil para amiga se levantar, arregalando os olhos quando percebeu–
“Neee~Koebi-chan, você está ficando pesada e com mais carne também!” alegremente ele comenta
“Hunhun, e parece mais forte fufu. Correu muito mais longe dessa vez e suportou os abraços do meu irmão mais tempo” Jade a parabeniza, observando seus pernas e bíceps que não eram mais palitinhos frágeis
“Mas se você crescer muito não vou mais poder te chamar de camarãozinho…ah!Ah!Já sei! Se crescer mais vou te chamar de Lagostinha, ok?”
“Pois se prepare meu bem, eu vou ser uma lagostinha!” determinada Yuu abraça seus amigos e se despedem em seguida. Ela não sabia, mas havia olhos que a observavam.
Um ano depois adaptação chegou, o seu corpo que havia perdido muito peso devido aos trabalhos excessivos de um certo corvo e o constante estresse que a traziam, era fraco e magro, mas agora com a dieta balanceada que o próprio Vil havia elaborado  e exercícios físicos com Vargas conseguiu voltar ao corpo que era: forte tonificado e curvilíneo, ela conseguia acompanhar o grupo de atletismo com Deuce e fazer corridas matinais com Jack - quando Grim a empurrava da cama inevitavelmente ela acordava e por coincidência Jack estava passando por Ramcharchle. Matando dois com uma pedra só.-
Foi no início do tranquilo segundo ano que seu cabelo, ora antes um tom de castanho com fios dourados e encaracolados, foi tingido de um tom preto como noite. Seu cabelo antes opaco e não chegava ao seu queixo, pois a estrangeira usava seus cortes impulsivos como um mecanismo de defesa dizendo que era "para não chamar atenção".Um ano depois, seus cabelos estavam na altura do busto, brilhosos e perfeitamente escovados e estilizados. 
À primeira vista, seus laços eram aprofundados aqui, mas havia um simbolismo por trás que deixava sua boca com amargor. Seu cabelo natural era sua memória de casa, algo que diz   "eu não sou daqui, eu tenho um lugar para voltar". Crowley foi quem deu a ideia "Ora se vai ficar mais ano, porque não se parece com seu amado diretor que te acolheu como uma figura paterna, meu passarinho?" Crowley e Crewel se apegaram bastante à menina, sempre cuidando do filhote com carinho... mas com abraços que não permitiam que ela fosse muito longe. Entretanto, por mais que tentassem não conseguiam mudar a cor e o brilho dos olhos de Yuu, as janelas da alma.
No segundo ano, ela melhorou suas capacidades de domadora de feras. Vez ou outra, é vista pilotando um grande dragão azul pelos céus ou penteando os pelos de uma perigosa quimera, ou ainda, impedindo Grim de encher a boca de peixe num jantar da Scarabia. Esta última, acha ela ser a habilidade mais útil.
Não muito longe dali, Riddle havia terminado seu treino de Equitação, se despedindo elegantemente de seus colegas  e caminhando para o Heartstabull...infelizmente ele não chegou lá.
Trim..trim…
‘Huh?Ligação de Carter?’- no meio de seu cafezinho sagrado com Grim, Yuu recebe uma ligação de seu sênior, Carter Diamond. O que a estrela do magicam vai querer numa hora dessas?
-Alô?É a Yuu, tudo bem senpai?
-A-ahh Yuu, eu preciso que venha agora para o dormitório!
-É realmente necessário? Eu coloquei meu café agora…
-O que Yuu??Não estou esc-cccc-tando! Algo…interferindddo…
-O pão tá quentinho também…quer tomar um café comigo?
-Estou fala-nndo sério Yuu!É- uma emergência!Venha depressa!
E desligou…
Seu precioso café já estava na xícara  cheio até o topo, esperando ser tomado e apreciado pela estudante cansada,mas a voz agitada e trêmula do tão alegre Carter a fez tomar apenas três golinhos preocupada, saindo rapidamente com Grim miando que as torradas iriam esfriar até que um grito rouco e assustador interrompeu sua mente e os milhares de cenários do que poderia estar acontecendo.
“Que estranh-!!!”- Yuu se sobressalta agarrando Grim protetivamente em seus braços, apesar de perturbada a menina leva um momento para gravar a imagem do feitor do som, que estava em um poste velho próximo a casa.
Era uma ave branca,um tipo de coruja com o rosto em formato de coração e olhos como esferas completamente negras,logo um bico em formato de gancho. A criatura dá um giro de 160 graus e encara Yuu e Grim fixamente, a menina sente um arrepio percorrer a espinha e um mau pressentimento se estabelece no seu estômago mas….
Yuu decide que com tantas criaturas fantásticas e tantos overblots, uma coruja branca é o menor dos seus problemas agora e continuando seu caminho mais rapidamente ela volta a pensar no que poderia ter acontecido no dormitório, que considerava sua segunda casa.
De todos os seus cenários imaginários nenhum chegava perto da visão na sua frente.
Riddle estava caído no chão, seu corpo  pálido e gélido.Seus olhos completamente brancos, sem córneas, sem íris e sem pupilas. O cabelo vermelho era um tom de vermelho envelhecido, como se toda sua vida tivesse sido sugada dele. As veias, agora transparentes, pulsavam relutantemente a vida e traziam uma respiração baixa quase inexistente, sem sinais de acordar.
“Carter!O que está acontecendo? O que aconteceu com o Riddle?”- um dos clones do de cabelos ruivos segurou Yuu que correu ao ver a cena e  tentou acalmá-la, enquanto Trey cobria o corpo do amigo caído com uma jaqueta.
“Riddle demorou muito para voltar, 15min atrasado. Isso nunca aconteceu antes.”- Trey respondeu de longe.
“Chegamos aqui e quando vimos o estado dele, ligamos para você e o Diretor”- completava Carter, que tentava levar Yuu para verificar o corpo, ele mesmo não tinha coragem- “Lançamos um feitiço de barreira invisível, e esperamos o diretor chegar para levá-lo rápido à enfermaria.” concluiu.
“O que acha que possa ser?”
“Não sei, nunca vi nada assim. Deve ter sido algo realmente forte para pegá-lo desprevenido e deixá-lo com…”- engolindo o medo e a tristeza presos na garganta, o de fios verdes tenta continuar, sendo o senpai responsável de sempre-.”.. com essa expressão apavorada no rosto.”
Não havia nenhum sinal de violência no corpo, nenhuma luta de feitiços, nenhum sinal de envenenamento. Grim não sentiu nenhum cheiro diferente, dizendo que era o mesmo que o da biblioteca.
“Vamos resolver isso, rapazes.”- dando uma última olhada em seu amigo, Yuu põe a jaqueta sobre ele novamente  levantado-se para procurar e investigar.
Eles verificaram cada centímetro daquela área, mas o vento levou uma pequena pena branca do recinto.
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grnerisworld · 2 years
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A luz e o calor do Sol alcançavam todos os perímetros campestres do sudoeste da cidade de Ressez. Havia um descontentamento e uma inveja surda na população daquela cidade que se acostumara em ser a última em muitas coisas, principalmente na urbanização e na educação.
— O clima está tão gostoso e favorável, que eu devo supor que fomos finalmente engolidos pelo diabo em pessoa. — balbuciou uma voz rouca e envelhecida de tanto fumar. Havia altas doses de escárnio em sua fala. Apesar de seu olhar estar voltado para os vales e campinas acinzentados do início da manhã, todos que estavam presentes ali a encararam com desdém. Eles a achavam terrivelmente inconveniente e, onde quer que ela fosse, sua presença não era querida ou solicitada. Para a infelicidade de muitos, aquele não era um dos lugares e momentos onde eles poderiam expulsá-la. Afinal, tratava-se do enterro de seu próprio marido.
— A senhora não tem vergonha na cara? — Indagou uma mulher que demonstrava raiva em sua expressão amargurada. — Mesmo num momento como este a senhora consegue ser tão asquerosa. Tenha mais respeito pelo pobre homem que uma vez chamou de esposo.
O clima quente e abafado cooperou para que as demais pessoas ficassem agitadas e inquietas. Começou ali diversos murmurinhos.
— Eu sempre disse que essa mulher não merecia a vida que teve com aquele maravilhoso homem. Sempre tão educado e cortes.
— Exatamente. Pobre homem.
— Ela ainda vai viver por muitos anos até pagar todo o mal que fez.
É assim seguiu os comentários femininos sobre aquela velha mulher até que a primeira delas tirou os óculos e falou novamente:
— Eu não duvidaria nada que a senhora seja o próprio demônio. - Um sorriso de lado despontou em seus lábios, levantando uma de suas bochechas pálidas. Ela sabia que tinha a total atenção de todos. Só não sabia que suas palavras, tão afiadas, ainda não eram tão cortantes como o que ouviu depois.
Uma grande nuvem havia coberto o Sol e o prendido entre seus domínios por poucos segundos. O vento agitou as gramas e assovio ao longe, como algo que vem anunciando sua chegada.
A senhora levantou de sua cadeira e seguiu a trilha até o túmulo do marido. Atirou para o fundo do buraco cartas que estavam até aquele instante guardadas em sua bolsa. Depois, acendeu um cigarro e respirou a fumaça para dentro dos seus pulmões. Ao fim de três tragadas, jogou o cigarro sobre as páginas. Um fogo miúdo nasceu entre o branco e a tinta preta. Não tardou muito até se alastrar. As folhas de transformaram de brancas para pretas e, depois, em cinzas.
— Acabou. Vão embora viver a merda da vida de vocês. Contem o que eu fiz e aumentem ainda mais detalhes. Adorarei ouvir sobre isso. – Seus olhos faiscavam confiança e coragem. Seu semblante, embora enrugado, exibia tranquilidade.
Rapidamente, todos se foram, levando seus comentários e repetindo os acontecimentos como uma forma de avivar aquela lembrança. A cada novo vizinho que encontravam, contavam uma história com mais detalhes. Sem eles, uma paz acolhedora se instalou. As folhas das árvores mais próximas dançavam no ar. O Sol havia voltado e seus raios imundavam aquele lugar de um tom dourado. A essa altura, a cova de seu marido exalava o cheiro de papel queimado. O caixão, excetuando-se pela parte central, estava intacto e protegia o corpo que ali repousava num sono tragicamente mortal.
— O inferno nunca me pareceu um lugar tão fadado ao tédio como este – disse uma voz grossa e calma, e o ar pareceu se encher com ela. — Lamento por sua perda, Edith.
A mulher encarou a imagem de um jovem homem em pé a poucos passos de distância. Seus cabelos loiros caiam por todo seu rosto até os ombros. Uma barba cheia e perfeitamente alinhada emoldurava seu queixo. Ele era alto e forte. Mas ainda expressa delicadeza em seus movimentos.
— Nós nos conhecemos?
Edith já vira aquele homem uma vez a encarando do outro lado de sua casa semanas antes do falecimento de Enrico. Mas não sabia seu nome e de qual família pertencia, o que era muito estranho em uma cidade onde todos se conheciam. Nem sempre o que sabiam sobre os outros era exatamente verdadeiro.
— Talvez.
— Se me conhecesse um pouco mais, já teria dito algo sobre mim. E não teria se aproximado.
— Isso então quer dizer que a ignorância é uma dádiva?
— Para aqueles que desejam uma felicidade permanente, sim. Mas para aqueles que vivem suas vidas sem criar muitas expectativas sobre as coisas, não importa quão dolorosa seja, não. A dor é tão importante quanto a cura para o processo.
Ele ponderou sua resposta. Sabia que os efeitos de uma vida cega para a verdade causava grandes estragos. Foi o motivo de inúmeras guerras.
— A senhora tem um bom argumento – disse ele caminhando para longe do túmulo. Ela o seguiu inconscientemente. Vez ou outra, encaravam o horizonte dourado. Mas normalmente seus olhares se direcionavam um ao outro. — Uma vida mais árdua leva a uma mente crítica ao longo dos anos.
Edith ficou sem saber o que dizer. Buscou em sua cabeça o que deveria já ter saído por entre seus lábios. Mas nada veio por um tempo.
— Estou testemunhando um momento único – disse ele rindo despretensiosamente.
— De onde você é? – disse ela, mudando de assunto. Sua testa estava rígida e seus olhos cerrados.
Aquela pergunta era facilmente traduzida para qual era seu nome e procedência naquela cidade.
– Mesmo que eu te dissesse, o que não farei, você não saberia onde fica - disse ele, impassível.
Edith deu de ombros e continuou seguindo ao lado dele, agora mais quieta e contida que antes.
– Para você, o meu nome será Atlântico - retomou a conversa. Ao perceber que ela abrira a boca para fazer outra pergunta, se adiantou em dizer – Não lhe direi mais nada sobre minha identidade.
– Certo então. – As palavras saíram da boca de Edith e seus pés começaram a retroceder no caminho que estivera por alguns minutos. Não olhou para trás nem fez menção de hesitar sob a perspectiva da curiosidade. Suas atitudes eram tomadas com convicção.
Atlântico a encarou por alguns segundos disposto a acreditar que ela perceberia a diferença antes mesmo de dizê-la. Mas ela não viu quando atravessou a grama amarelada e deu de cara com areia e pedras. Mais adiante, como a fumaça que ela soltava pelos lábios murchos, uma nuvem cinzenta cobria o horizonte. Era densa e extensa sobre todo o seu campo de visão. Edith continuou andando e adentrou na nuvem. Teve a sensação do seu corpo ter ficado mais leve e seu estômago parecia estar com as borboletas que os jovens amantes sempre descrevem com afinco na literatura. Sua consciência, estranhamente, a abandonou. Tudo ficou claro, mas ela não saberia dizer se estava com os olhos abertos ou não. E ela tinha se esquecido de quem foi um dia.
“Você sabe qual é a resposta para sair daqui. Mas os seus pensamentos saíram da sua cabeça e ficaram antes da nuvem, isolados de tudo o que é material e está vivo. Você me ouve porque eu estou dentro dos seus pensamentos e eles ainda enviam essa mensagem para a sua cabeça vazia. Em breve, você terá total, ou minimamente, controle da sua mente e corpo. Mas antes eu irei lhe dar um presente.”
A voz entrava na cabeça vazia de Edith como um sussurro. Ela não precisa fazer silêncio para ouvir, porque não havia outro som que interferisse na comunicação. Mas era tão baixa que, às vezes, mal ouvia algumas palavras da frase.
“O presente que lhe dou é, a partir de agora - continuou ele, categoricamente. - também sua maldição. Eu lhe dou a eternidade e o preço dos anos”.
Sua mente, que antes era apenas uma casa abandonada e repleta de ecos de vozes conhecidas, foi invadida por todos os pensamentos que estavam contidos sobre a barreira do nada. Edith caiu com os joelhos no chão e sentiu o baque do seu corpo contra o concreto. O sangue vermelho irrompeu entre a pele cortada. A aflição da dor mal tivera tempo para chegar ao seu cérebro quando foi atingida por mais um pensamento antigo, um que ela nunca tivera e pertencia a outras épocas.
Seu coração, por um momento, bateu descontroladamente. E então, no segundo depois ele parou totalmente, mas os seus olhos se mantiveram abertos. Ela não precisava mais de um coração para viver quando acabara de receber aquela dádiva.
– O que você fez comigo? - As palavras saíram como um rugido dos lábios dela, agora de pé e com um semblante rejuvenescido.
– Eu lhe dei o tempo. Alguns dizem que é uma pedra preciosa e que está nele toda a resposta que buscam. Em partes, estão certos. Mas o tempo também é um rei que escraviza os seres vivos. Não importa quão ricos ou poderosos eles sejam, sempre serão inferiores.
Ela tentou dizer que não queria aquele presente, mas as palavras saíram tão rápidas de sua boca, que mal fizeram sentido algum. Era uma mistura de um som humano com algo além do conhecido. Era em vão dizer qualquer coisa agora que ele já não estava mais em seu campo de visão.
“Você encontrará um caminho novo para seguir quando o último pensamento antigo desaparecer do seu cérebro” - sussurrara a voz em sua mente uma última vez.
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fvllencitizens · 1 month
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informações básicas:
nome: eldric greenhalgh.
forma de vida: humano.
data de nascimento: tba.
sexualidade: bissexual, demiromântico.
localização atual: tba.
ocupação: feiticeiro & acadêmico.
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aparência:
faceclaim: tom sturridge.
cor & estilo do cabelo: pretos e lisos, curtos.
cor dos olhos: azul acinzentado.
altura: 1,78 m.
tatuagens & piercings: tba.
cicatrizes: tba.
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personalidade:
temperamento: tba.
alinhamento: tba.
traços positivos: tba.
traços neutros: tba.
traços negativos: tba.
gostos: tba.
desgostos: tba.
hábitos: tba.
hobbies: tba.
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relacionamentos:
família: tba.
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história:
tba.
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swfichs · 3 months
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write.as
Ooc:
Meu nome como player é Ivy. Tenho 25 anos, meus triggers são com palhaços, o que já foi listado, e claustrofobia. Sobre meus horários, eu ainda estou de férias da faculdade, mas após isso com as rotinas de aulas, estudos e trabalho, meus horários acabam ficando bem mais apertados, podendo me fazer ter uns dias sem aparecer, mas eu me comprometo a avisar com antecedência sempre que necessário ou até mesmo requisitar hiatus/semi-hiatus.
MATTHEW NOZSKA? não! é apenas IAN BERTHOLDT DIETRICH, ele é filho de ZEUS do chalé 1 e tem 29 ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III DOS PODERES por estar no acampamento há 16 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, IAN é bastante INTELIGENTE mas também dizem que ela é ARROGANTE. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
History line.
Antes do nascimento.
Emilly e Zeus se conheceram em meio a uma tempestade. O dia havia sido péssimo para a mulher, que em uma tarde havia perdido seu emprego e o noivado de anos, após descobrir o caso entre o noivo e a melhor amiga. Seu andar era lento, como se em meio a uma enxurrada de pensamentos ela ainda fosse obrigada a recordar-se de como deveria fazer para que o corpo se movesse. Quando a chuva começou, diferente das demais pessoas transitando pela rua, ela não correu, apenas parou, ergueu o rosto em direção aos céus e deixou a água molhar seu corpo, sendo retirada de seu transe apenas quando alguém se chocou contra seu corpo, a fazendo cair no chão. Zeus a ergueu. Juntos, aproveitaram a chuva que caía no fim de tarde em meio a conversas e risadas altas. Eles trocaram telefone e saíram mais diversas vezes no decorrer dos próximos dias.
Emilly se via cada dia mais fascinada pela personalidade destemida e o conhecimento de mundo que ele demonstrava, e, mesmo que não deixasse transparecer, esperava pelo dia em que se tornariam algo a mais. Algumas semanas depois, ela descobriu estar grávida. Ela acreditava que aquele seria o motivo pelo qual ele se afastaria, afinal, ainda sequer havia sido cogitada a ideia de terem um relacionamento e do nada um filho?! Mas não. Assim que a notícia foi dada, Emilly podia jurar nunca ter visto Zeus tão feliz.
Os meses foram passando, e conforme a barriga crescia, Emilly sentia-se cada vez mais perto da insanidade. Constantemente tinha sonhos com criaturas horrendas fazendo mal tanto para ela como para a criança em seu ventre, jurava ver criaturas mitológicas em lugares completamente aleatórios, como praças ou atravessando a rua. Zeus, percebendo as mudanças em Emilly, a questionou sobre o que poderia estar acontecendo. Com vergonha, ela contou a ele o que estava assombrando sua mente nas última semanas, e, naquele dia, Emilly descobriu que aquele com quem vinha dividindo a cama nos últimos meses, era na verdade o principal deus do Olimpo.
Após o nascimento.
Zeus havia desaparecido da vida de Emilly pouco antes de Ian nascer. Assim como no dia em que ela havia conhecido Zeus, Ian nasceu em um dia assolado por uma fortíssima tempestade, completamente forte e, segundo a própria Emilly, gritando mais alto que todos os trovões do lado de fora. Tinha cabelos loiros um pouco mais escuros que os do pai e levemente ondulados, seus olhos eram acinzentados, mas com o tempo Emilly descobriu que mudaram de tonalidade dependendo do humor do filho. O rosto tinha a mesma expressão austera do pai, por mais que, graças à criação de Emilly, Ian tivesse uma personalidade um tanto distante da do pai.
Ian sempre foi ciente de seu parentesco divino. Seu primeiro amigo foi um sátiro, cujo pai, que também era um sátiro, havia se mudado para uma casa ao lado da casa em que ele morava com a mãe e o padrasto. Mesmo com as insistências da mãe, o garoto nunca havia demonstrado interesse em se aproximar das heranças do pai. Mesmo pequeno, ele cultivava enorme ressentimento do homem que o havia abandonado antes mesmo que ele nascesse, e as coisas se tornavam ainda piores sempre que ele via a mãe se referir ao tal homem com tanto carinho.
A ida para o acampamento.
O convívio com criaturas mágicas lhe era tão comum quanto às fugas que ele e seu sátiro se viam obrigados a dar em algumas situações. Aos treze anos, Ian sabia tudo sobre seres mitológicos, ainda que contra sua vontade. Sabia também formas de matá-los e de quais, ao menos enquanto não tivesse treinamento apropriado, deveria correr.
Era uma tarde comum enquanto ele brincava com o sátiro a algumas quadras de distância de onde morava. A quadra estava silenciosa, exceto pelo som da bola que era jogada de um lado para o outro. Sem avisos, o sátiro apenas ignorou a bola jogada por Ian e logo começou a arrastar o garoto para casa. “Lembra daquela parte em que você aprendeu que às vezes a única coisa a ser feita é correr? Pois bem, essa é a hora de correr. Muito rápido.” Sem entender muito bem, ele apenas correu.
Depois daquilo, os acontecimentos vinham de forma desordenada em sua cabeça, fruto da concussão que havia sofrido pouco antes de entrar no acampamento. Lembrava-se de chegar em casa, da mãe arrumando as roupas de forma apressada e de uma rápida despedida. Sabia que por algum tempo havia estado em um carro com os dois sátiros e que haviam lutado contra alguns monstros que a Equidna havia levado especialmente para eles. Naquela noite Ian também havia manifestado seus poderes pela primeira vez, e por não saber como controlá-los, acabou ganhando a concussão.
Ele passou cinco dias desacordado. Quando acordou, a primeira coisa que viu foi seus dois vizinhos e Quíron, que ele só foi capaz de reconhecer devido a o que já havia aprendido até então. Completamente frustrado, ele logo compreendeu do que aquilo se tratava.
Primeira vez fora do acampamento.
Desde que havia chegado no acampamento, não havia tido notícias da mãe durante todos os anos seguintes. Sabia que ela estava bem, viva e que devido ao parentesco que ele possuía, não poderia ir visitá-la, mas aquilo mudou quando a guerra acabou e ele já tinha idade o suficiente para escolher o que fazer. Sob protestos de Quíron e reclamações de Dionísio, ele deixou o acampamento, levando consigo apenas sua arma disfarçada de teaser e o endereço atual da mãe. Graças as precauções que precisou tomar, o caminho se mostrou mais longo do que ele se lembrava, no entanto, a viagem se mostrava bastante proveitosa conforme ele conhecia alguns outros semi-deuses e descobria algumas outras criaturas, das quais ele felizmente não precisava correr – muitas Ian precisou eliminar, mas isso não foi a pior parte.
Todos os recém-conhecidos tinham histórias das quais ele ouvia com toda a atenção. Semi-deuses que, quando descobertos pelos monstros não tiveram a mesma sorte que ele e não conseguiram salvar suas famílias, sátiros que viram humanos serem massacrados por simplesmente estarem presentes em um conflito envolvendo qualquer coisa relacionada ao Olimpo. Eram histórias sem fim.
Mesmo com o peso de todas as novas descobertas, ele foi até a casa da mãe. Porém, assim que a viu, foi como se a realidade o espancasse com o perigo que ela corria por ele simplesmente estar ali e o quanto ele odiava que por conta do pai, que até aquele dia ele nunca havia visto pessoalmente, fosse obrigado a estar longe do único lugar onde ele se sentia verdadeiramente em casa. Ian passou cerca de três dias com Emilly antes de retornar ao acampamento. Quírion ficou surpreso ao vê-lo retornar tão rápido, entretanto não fez perguntas. Atualmente, Ian mantém contato com a mãe através de cartas, principalmente após a nova ameaça que pairou sobre o acampamento.
Habilidades: força sobre-humana e previsão.
Atividades: Instrutor ou membro da equipe vermelha de esgrima, patrulheiros e membro da corrida de pégasos.
Poder: É capaz de gerar e controlar magnetismo, seja ele de qualquer origem. Pode mover livremente metais e qualquer outro tipo de matéria que possa ser magneticamente atraída pelos campos magnéticos, podendo movê-los, atraí-los, levitá-los e repelí-los.
Arma utilizada:
Dual-Thunder: Uma espada de quatro gumes, ou seja, duas espadas longas que se transformam numa lança quando unidas. Ela pode ser usada como uma lança de duas pontas ou duas espadas separadas. As lâminas são feitas de ouro imperial.
PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM PARA DESENVOLVER O PLOT? PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM EM PLOT DROP, EVENTOS, TASK OU ATIVIDADES EXTRAS SEM AVISO PRÉVIO?
Permito o uso, mas prefiro ser avisada.
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eclipse-bloom · 4 months
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Ficha: Connor Holloway
Nome completo:Connor Ravi Holloway
Gênero:Masculino
Sexualidade:Omnisexual
Aparência:Connor tem a pele branca com manchas. Cabelos curtos castanho acinzentados. Seus olhos tem a íris azul-esverdeada e esclera branca. A roupa que ele mais usa é um terno azul del rey e mocassims
Nacionalidade:ingles
Raça:Fantasma
Gostos:Segurança,estabilidade emocional,rotina, café,se sentir útil
Desgostos:Pessoas despreocupadas,falar sobre seus sentimentos
Personalidade:Realista,determinado,disciplinado, organizado
Habilidades:Voar,atravessar matéria sólida, invisibilidade,intangibilidade,possessão,poderes espirituais
Pronomes:Ele/Dele
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xploudshop · 4 months
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Front Lace Wig Fashion Loiro 65cm
Conheça​ a Wig Fashion Sucesso Entre As Brasileiras😍 Marca: Wig Tipo de cabelo: Loiro Acinzentado Tamanho: 65 cm Qualidade: Fibra Premium Material do cabelo: Sintético Renda interna: Padrão Suíço Densidade: 150% ✔ CABELOS LONGOS E VOLUMOSOS EM 30 SEGUNDOS Fim da Vergonha com cabelos Finos e Ralos. Agora você pode ter seu melhor look TODOS os dias. Diferentemente de todos os outros tipos…
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devikafae · 4 months
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Transferência
Erix andava na frente, guiando a recém chegada Merina pelos corredores do submundo, seu novo lar. Havia um silêncio incômodo entre as duas pessoas que acabaram de se conhecer, até que chegaram ao quarto onde Merina passaria a habitar. — Esse é o seu novo cantinho, espero que goste. - ele disse abrindo a porta para ela. Merina olhou em volta e ficou surpresa com a aparência do lugar que era todo branco até que ela colocou os pés para dentro e o lugar começou a mudar. As cores, os móveis, tudo no lugar começou a ganhar uma nova aparência que a deixou inquieta logo de início. — O que está . . - ela não conseguiu terminar de perguntar. — Aqui os alojamentos são um pouco especiais, eles se adaptam ao dono. - Erix explicou apreciando a reação divertida de Merina. Dentro do quarto ela se sentou em frente ao espelho e finalmente pode olhar para sua aparência e o que o Lorde havia feito com ela, os cabelos antes loiros estavam acinzentados e a pele antes clara, agora era bronzeada, sem falar de seus olhos que estava longe do azul que ela conhecia, tendo adotado um tom rubro, intenso com um brilho amarelo. Enquanto Merina estava perdida observando as mudanças Erix se jogou em um puff ficando relaxado e a vontade no quarto de outra pessoa e falou: — Então, está gostando da transferência? - sua voz tinha um tom zombeteiro. — Sim?! - ela virou e respondeu com dúvida. — Parece que você não tem certeza. - ele brincou. — Sou mulher há 5 dias, e um demônio há menos de 24 horas. Então, não, eu não tenho certeza. - ela falou com uma expressão de confusão.
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historiasdehernas · 5 months
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Canções de Briga e Bebida: Episódio 61
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Aventura: Mentiras ao Mar
Episódio 61: Para os livres tudo, aos escravizados nada
Os heróis atravessam o portal para a Cidadela das Dez Mil Pérolas no Plano Elemental da Água, lá eles encontram novamente a caótica beleza que o Povo de Melkia vive, uma cidade gigantesca e recheada de joias preciosas, materiais raros e minérios elegantes utilizados como simples materiais de construção, são capazes de ver uma variedade muito grande de habitantes da cidade; sereianos, tritões, sahuagins, kua-toas e genasis da água. Eles são guiados por alguns guardas até o Palácio onde a Rainha Yussa os aguarda para uma reunião.
Dentro do luxuoso palácio o grupo enxerga uma fila gigantesca de pretendentes de diversas raças, idades e sexo com presentes para a rainha, ao atravessar portas mecânicas o grupo reencontra a sereiana soberana Yussa Dain de La Puet, ela flutua sobre um trono perolado e a seu lado está um tritão de dois metros e meio de altura de cabelos acinzentados chamado Urdun, o tritão herói. A rainha os conta sobre uma situação triste, um pequeno sereiano nascido com a cauda atrofiada e incapaz de nadar por si mesmo, a rainha em sua imensa gentileza e carinho pede a Algacir que utilize sua tecnomância para construir uma cauda nova para o garoto sereiano, em troca Yussa fornecerá mais duzentos soldados para a causa dos heróis.
O forjado bélico aceita a proposta e juntos de Urdun o grupo se dirige para uma forja na cidade, onde conhecem Pas um tritão velho que permite que eles utilizem seus materiais de ferraria antigos para criarem o item. Enquanto Algacir começa o processo de criação da cauda tecnomântica com os materiais ali disponíveis o grupo pondera sobre alguns assuntos; o suporte que a mãe de Mialee poderia fornecer o significado da aliança de Narciso com um "Rei de Verdade" e sobre sua estratégia para enfrentar o Aboleth. 
No dia seguinte o grupo se dirige para uma caverna submarina nos limites da cidadela, durante a trajetória o grupo descobre o quão pouco aqueles materiais raros no Plano Material valem para o povo da cidadela, Pas explica que aqueles livres da Cidadela das Dez Mil Pérolas têm oque desejam logo que querem, não precisam acumular riquezas materiais, o tritão também explica sobre a quantidade avassaladora de escravos da cidade em relação ao de pessoas livres. Durante a trajetória o grupo retira alguns objetos de valor das ruas, casas e cercados ao redor, Leona começa a pensar na possibilidade de contratar um exército mercenário com as riquezas que podem acumular, mas Mialee e Blanco a explicam que o Rei Sandriel é implacável em relação as possíveis forças que se opõem a ele, sobrando somente cinco organizações de relevância; A Ordem da Lança Velha, Os Prismas, Os Cavaleiros do Dragão de Bronze, Os Nhifidalens e Os Açougueiros.
Ao chegarem á caverna os heróis cautelosamente lidam com os Ropers, monstros que se disfarçam de estalagmites e estalactites, possuem uma bocarra com dentes afiados e muitos tentáculos, aos quais Algacir precisa para projetar a cauda tecnomantica. Após pegarem os tentáculos necessários o grupo volta à cidadela e a Forja de Pas, lá eles tem um descanso prolongado enquanto Algacir termina de utilizar as joias Águas-Marinhas dadas por Leona. No outro dia Leona e Urdun se dirigem novamente para Sahumelkia onde precisam que Gillos bafore um lingote de ouro, durante a trajetória Urdun conta que foi criado na Baixada, em Kenessos e foi treinado desde criança pelo serviço militar da cidade. Ele ainda conta que foi banido, mas não revela o porquê, Leona tenta convence-lo a lutar junto pelo Povo de Melkia, mas depois de tantos anos o tritão está satisfeito com sua vida atual, enquanto isso Mialee tenta descobrir mais sobre a cidadela e faz amizade com um dos guardas que tem como passatempo cortar cabelo, ele a conta sobre o Teatro-Biblioteca, a gigantesca construção em forma de ouriço no centro da cidadela, lá há conhecimento de todo multiverso, mas só é permitido a entrada daqueles que entregam peças únicas para o Teatro-Biblioteca. Enquanto Algacir mais uma vez faz os preparativos para o item mágico e Leona descansa na forja, Blanco e Mialee se dirigem ao Teatro-Biblioteca para observar oque há no local.
Os dois acompanhados do guarda cabelereiro entregam um poema escrito por Blanco e um texto feito por Leona, felizmente o polvo-fosforescente da entrada aceita os tributos e permite a entrada de Blanco e Mialee. Lá eles pesquisam a respeito da Origem dos Elfos, o Rei Sandriel e o nome mencionado pelo elfo em Resquatar, O Senhor das Cores, após horas de pesquisa árdua e muita leitura o pequenino e a elfa criam algumas teorias a respeito das possíveis ligações e objetivos de Sandriel. Blanco ainda visita e restaura um pequeno templo de Aiga com poucos livros e pergaminhos, o último destino dos dois é a pesquisa sobre oque é um Obliviador, Blanco e Mialee são levados até uma sala pouco iluminada, estranhamente quieta e suja onde quatro baús acorrentados se encontram dentro dos baús a livros feitos com pele, dentes, olhos ressecados e orelhas humanóides, ao abrir e estudar o conteúdo os dois escutam sussurros vindos de lugar nenhum, estalares em seus ouvidos e uma forte dor de cabeça, nada faz sentido naquelas páginas, Blanco fica com um pequeno ponto de pele retorcida e cinza em sua testa ao copiar o conteúdo.
    Voltando para a forja os dois contam sobre oque descobriram e Leona tenta utilizar uma de suas magias para entender o conteúdo copiado por Blanco, mas aquela parece ser uma linguagem não utilizada em nenhum lugar entre os planos, uma linguagem de fora, uma língua desconhecida por tudo e todos.
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ayumutextos · 5 months
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Muda mundo
Caramba!
Dormi mais uma noite sentado, debruçado sobre este monte de papel; artigos, artigos e mais artigos…
Cinco da manhã. Melhor nem tentar dormir de novo. Vou preparar um café e começar o dia de uma vez.
O jovem se senta novamente diante de sua escrivaninha cheia de papéis. Artigos científicos rabiscados de todo jeito possível. Anotações e mais anotações. E a garrafa de café, daquelas que sustentariam todo um escritório por um dia inteiro, dividia o espaço com a papelada.
E mais uma vez, ele se pôs a ler e fazer anotações. Às vezes, desviava a atenção para o computador antigo. Correio eletrônico para checar, a esperança de uma mensagem de apoio ao seu trabalho de pesquisa - mas nada. Quando o jovem pesquisador não era derrubado pela total ausência de contato, as mensagens eram de recusa de algum pedido de verba ou mesmo do corte de outras que havia conquistado.
Ah, o jovem pesquisador…
Dia após dia, acordando e dormindo com o sonho de mudar o mundo. E o mundo? Bom, nosso herói permanece anônimo para ele.
Nem sobra tempo para dar um pulo na casa de um amigo das antigas. Na verdade, nem ao menos pode convidar um deles para sua própria casa - não há tempo para ser um bom anfitrião - ah… o jovem pesquisador e seu trabalho para mudar o mundo…
Nem todo mundo deixa de saber o que nosso herói faz. Pena que, para elas, ele não faz nada. Quantas vezes já se pegou tendo que responder à velha pergunta: “Você só estuda?” - já até tinha desistido de tentar explicar. Preferia, enfim, dedicar seu raciocínio à nobre arte de mudar o mundo - às vezes, parecia bem mais fácil do que mudar a cabeça de certas pessoas, não é mesmo?
Já havia chegado a uma fase de sua vida, onde não conseguia se lembrar qual a última vez que havia ido a um cinema ou mesmo tirado um final de semana para descansar junto aos amigos ou à família. Em algum momento, a atenção total em sua atividade de herói, acabou deixando-o para trás em sua própria consciência.
E foi assim. Vai ano, entra ano. O jovem vai ficando menos jovem. Os olhos precisam de lentes mais fortes. Os cabelos já começam a apresentar os primeiros fios acinzentados.
Mas o jovem ainda está lá, lutando com a braveza digna de um herói - sua missão de mudar o mundo.
Mesmo que o mundo não veja…
Mesmo que os governantes não apoiem…
Leve o tempo que for…
Não importa o quão difícil…
O jovem pesquisador muda o mundo…
Porque o mundo não mudou nele…
A esperança de um mundo melhor.
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luckeslu · 7 months
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"Os contrastes são o que assombram Millet Ben Haim quando ela pensa sobre o ataque do Hamas em 7 de outubro. Enquanto ela estava deitada no chão, escondida na vegetação, com o som de balas e foguetes se aproximando cada vez mais, ela olhou para o céu. Estava um azul claro — e então ela viu uma borboleta. "Era tão bonita", disse ela. "Eu achava que ia morrer, mas o mundo continuaria. Havia beleza ao meu redor, junto com a carnificina."
Ela estava em pânico, mas ocasionalmente calma. Queria viver, mas rezava para que um foguete a atingisse. "Eu tinha estado no exército", disse ela. "Então, eu sabia o que aconteceria conosco se fôssemos pegos — estupro, tortura, uma morte lenta."
Uma beleza pequena e esguia com cabelos longos loiro-acinzentados e olhos grandes e cinzentos, Ben Haim, agora com 28 anos, falou em um tom quase monótono ao relembrar como ela e quatro amigas sobreviveram ao ataque do Hamas no festival de música Nova, no sul de Israel, onde 364 israelenses, em sua maioria jovens, morreram. Centenas ficaram feridos, e 40 foram feitos reféns.
Ben Haim e eu estávamos conversando na Sinagoga de Palm Beach — um santuário de beleza e paz a uma galáxia de distância do horror daquela terrível noite no deserto de Negev, perto de Gaza. Com determinação e sorte — principalmente sorte, como ela diz — sobreviveu ao massacre. Mas ela não se sente sortuda, afirma. Na verdade, ela não sente muita coisa agora. Ela não dorme muito e não sabe se algum dia voltará aos estudos em Israel para se tornar terapeuta. "Eu tento não olhar no espelho porque não reconheço a mulher que vejo. Não sei quem sou agora. Lamento a minha antiga eu."
Parcialmente como forma de terapia e parcialmente como uma "voz para aqueles que não podem mais falar", ela tem viajado pela Europa e pelos Estados Unidos nos últimos dois meses, contando em sinagogas, Casas Hillel [organizações judaicas que oferecem suporte e serviços para estudantes judeus ao redor do mundo] e campi universitários, para repórteres e para qualquer pessoa que ouça, sua história arrepiante de fuga e sobrevivência. "Eu sei que muitas vezes estou falando principalmente para os convertidos", diz ela, "mas quero que o maior número possível de pessoas entenda o que aconteceu naquele dia."
Ben Haim nunca havia frequentado o festival Nova, uma celebração de música e dança que coincidiu com o Sukkot, um feriado judaico. Os organizadores promoveram o festival como uma celebração de "união e amor". Mais de 3.500 pessoas estavam presentes.
Ela estava sóbria, mas alguns participantes do festival haviam tomado drogas psicodélicas cronometradas para apreciar o nascer do sol. Ela estava dançando às 6h30 quando a música parou de repente. Ela ouviu o som de foguetes, mas isso não era incomum tão perto de Gaza. Ex-DJ ela mesma, ela perguntou ao DJ perto do palco por que a música havia parado. Houve uma queda de energia?
O festival estava sendo atacado, ele disse a ela. Ela deveria sair de lá. Ela e muitos outros participantes inicialmente pensaram que os soldados israelenses viriam em seu socorro. Mas os bombardeios ficaram mais altos, e nenhum soldado apareceu. "Os seguranças tentaram ajudar, mas também não sabiam o que fazer." Foi difícil entender a situação no início, mas à medida que os terroristas se aproximavam dos palcos, milhares de aterrorizados participantes do festival tentaram sair todos de uma vez. "Foi um caos total", ela lembrou.
Ben Haim e três amigas correram para o carro dela e tentaram dirigir em direção a uma saída, mas os terroristas do Hamas bloquearam as entradas norte e sul do festival. Depois de ver os terroristas atirando nos carros e ver corpos ensanguentados nos carros à frente, ela fez um retorno em "U" e foi para a outra saída. Com essa estrada também bloqueada, ela não tinha certeza do que fazer.
O que ela não fez provavelmente salvou sua vida. Ela não correu para um dos quatro abrigos antiaéreos lotados nos quais os terroristas do Hamas lançaram granadas, matando a maioria dos que haviam buscado refúgio lá.
Em vez disso, ela e suas amigas abandonaram o carro e começaram a correr para o leste, zigzagueando pelo campo, arbustos do deserto e árvores mirradas. Os terroristas as perseguiram, tiros zunindo pelo ar. Ela não olhou para trás enquanto as pessoas atrás dela caíam. Ela simplesmente continuou correndo.
Ben Haim tentou repetidamente ligar para a polícia. Quando finalmente conseguiu, um policial disse que eles não podiam ajudar. Eles estavam lutando contra o Hamas nos kibbutzim vizinhos e nas aldeias que também estavam sob ataque. Ela estava por conta própria. Ele desejou boa sorte a ela.
Ela viu um grupo de soldados israelenses e começou a correr na direção deles. Ela parou abruptamente quando viu que os soldados estavam carregando granadas propelidas por foguete. Os soldados israelenses não carregam RPGs. Os terroristas estavam vestindo uniformes das Forças de Defesa de Israel, aparentemente retirados de soldados que eles já haviam matado.
Ben Haim e suas amigas correram por duas horas. Cerca de dois quilômetros e meio de distância do festival, decidiram se esconder debaixo de uma árvore atrás de um grupo de arbustos mirrados.
"Sabíamos que tínhamos que ficar em silêncio. Os tiros eram incessantes. Vi um cara se escondendo na vegetação mais perto dos terroristas. Acho que eles o encontraram. Ele gritou por ajuda. Podíamos ouvir as vozes deles, o árabe deles", disse Ben Haim. "Ouvimos mais tiros. E as vozes deles se aproximando. Mas de alguma forma, eles passaram por nós."
Os terroristas não as viram? Eles estavam procurando presas maiores? Ela não sabia. Segurando a respiração, ela enviou mensagens de texto para a família para informar a localização deles, pedir ajuda e dizer que os amava.
Um amigo enviou a ela o número de celular de Rami Davidian, um fazendeiro que estava tentando resgatar israelenses presos por conta própria. Ela enviou a ele uma mensagem de texto com sua localização aproximada, implorando para ele resgatá-las. "Não desista de nós", ela implorou. Com a bateria do celular prestes a acabar, ela desligou o telefone.
Minutos se transformaram em horas — uma eternidade. Os bombardeios nunca pararam. Seis horas depois, ela viu um Toyota branco e ligou o telefone. Yam havia enviado uma mensagem de texto para ela procurar um carro dirigido por um amigo, Leon Barr, um coronel aposentado. O motorista chamou por elas em hebraico. Terroristas do Hamas muitas vezes dirigiam esse modelo de carro, mas este tinha placas israelenses. As quatro jovens se amontoaram no veículo. Elas se abaixaram no veículo enquanto Barr procurava por outros sobreviventes, incluindo o jovem que havia pedido ajuda. Ele não estava lá.
Chocadas e desidratadas, Ben Haim e suas amigas buscaram abrigo em uma vila vizinha. Elas beberam água e descansaram, mas havia combates nas proximidades. Cerca de 3 mil terroristas do Hamas se espalharam por kibbutzim e aldeias em todo o sul de Israel; vários permaneceriam lá por três dias. À noite, Davidian levou Ben Haim e suas amigas para Beersheba, longe do combate e do terror.
"Eu não me senti segura até chegarmos lá", disse ela. "Mesmo hoje, não consigo acreditar que isso aconteceu. Não estávamos preparados para 3 mil terroristas cruzando a fronteira de uma só vez. Estávamos em menor número. Muitos israelenses morreram tentando nos resgatar."
Entre aqueles que morreram estava seu salvador, Leon Barr. Terroristas do Hamas o mataram dias depois de ele resgatar Ben Haim e suas amigas.
O que ela quer que os americanos façam?
"Não fiquem em silêncio", disse ela. "Juntem-se a nós exigindo o retorno dos reféns. Façam o que puderem para garantir que isso nunca mais aconteça."
Dada o seu próprio pesadelo, ela sente empatia pelos gazenses que agora estão sendo mortos, bombardeados e expulsos de suas casas, especialmente pelas milhares de crianças vítimas?
Ela chamou as imagens de Gaza de "devastadoras". "Mas eu culpo o Hamas. Não queríamos essa guerra. O fato de tantos civis terem apoiado o que aconteceu conosco naquele dia torna mais difícil para mim ter empatia por eles."
Os centenas de milhões de dólares em ajuda que o mundo deu a Gaza foram usados para construir túneis e foguetes, não para alimentar, abrigar e vestir civis. "Podemos viver lado a lado com os árabes", disse ela. "Árabes israelenses vivem entre nós. Mas não podemos fazer as pazes com pessoas que querem exterminar o povo judeu. Devemos fazer o que for necessário para garantir que o Hamas nunca mais represente uma ameaça, nunca mais."
Judith Miller é editora contribuinte da City Journal e autora de The Story: A Reporter's Journey." Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-uma-sobrevivente-das-atrocidades-do-hamas-viu-durante-os-ataques-de-7-de-outubro/ Copyright © 2024, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
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